Anne With An "E" - Versão Gilbert Blythe escrita por Bruna Gabrielle Belle


Capítulo 10
Todos estão a humilhando, mas agora eu estou por perto acompanhando tudo.




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Anne With an E – Segunda Temporada: Episodio 6

(“Eu me recuso a qualquer conclusão definitiva”)

Quando cheguei na escola depois que deixei Bash instalado em casa, todos vieram me cumprimentar, acabei conhecendo Cole o desenhista da turma ele parecia ser um cara legal, mas quem eu realmente queria ver ainda não estava na sala de aula, suspirei ouvido todos me falarem sobre os últimos acontecimentos em Avonlea, mas estava atento a porta e evitava olhar na direção de Ruby que parecia que teria seus olhos castanhos expulsos dar órbitas de tanto que me encarava, isso eu realmente não sentia falta.

Alguns minutos depois vi Diana Barry entrando no meio do grupo de meninas com a expressão meio preocupada e olhei na direção que ela tinha vindo por cima dos ombros de Charlie e notei Anne aparecendo na sala de aula, o cabelo dela estava completamente curto, muito mais muito curto e aquilo a deixou fofa, claro uma fofa estranha, mas ela não deixou de ser a Anne e procurei por minha promessa de nunca ter preconceito com nada e ninguém como todos ali teriam quando a viram andar pelo corredor.

Assim que ela ia virar para sua carteira eu resolvi me aproximar e ela se assustou com minha presença e parou abruptamente no meio do corredor e eu fiquei de frente a ela e sorri feliz por voltar a ver ela.

—- Olá, Anne – murmurei sorrindo para ela que continuava a me encarar e parecia realmente assustada.

—- Voc... Você voltou – murmurou ela e colocou a mão na nuca preocupada que eu a provocasse por causa do cabelo e não gostei de ela pensar que eu faria isso, suspirei e continuei sorrido, ela ainda era a Anne.

—- É muito bom ver você – murmurei e ela assentiu ainda constrangida com os olhares de nossos colegas.

Ela desviou o olhar do meu e ouvi a porta da sala do professor ser aberta e fomos para nossos lugares e peguei os livros que estávamos estudando, eu precisava me situar rapidamente para concluir meu mais novo objetivo, ouvi os comentários de alguns colegas e aquilo me irritou e travei meu queixo para me conter e segurei minha língua para não falar nada para ninguém, não queria nenhum tipo de bagunça.

Quando o professor Phillips provocou Anne por causa de seu novo corte de cabelo aquilo me irritou, e ainda mais quando alguns de meus colegas começaram a rir e piorou quando ele perguntou se ela estava sentada no lugar certo, trinquei ainda mais meu maxilar e procurei ficar em silêncio, eu não ia muito com a cara do professor Phillips e agora menos ainda, mas me calei para que não arrumasse mais nenhuma confusão para que o novo corte de cabelo de Anne não chamasse ainda mais a atenção do que já fazia.

Depois daquela semana, o novo corte de Anne causou muito mais do que uma sensação e Josie Pye como sempre provocativa dizia no intervalo e para quem quisesse ouvir que Anne parecia um espantalho e ria.

Anne não respondeu a provocação de Josie, apenas lhe lançou um olhar de desdém e voltou a conversar com Diana que não saia de perto de Anne, Ruby estava com Tille e também cochichavam sobre isso.

Ouvi Diana dizer a Anne para que ela usasse bastante fitas em seus cabelos para que quando eles crescesse os laços ficassem mais soltos e Anne concordou, sorri com isso, fitas eram muito bonitas para as meninas.

Fui para casa enquanto Anne estava acompanhada por Diana e estavam falando em como usariam as novas fitas e uma que eu já havia visto Anne e gostado era uma fita azul e suspirei, ela era uma garota firme mesmo com todos a humilhando ela não chorou ou gritou com ninguém e dei risada na estrada pensando nisso e assim que cheguei em casa e entrei vi Bash parecendo uma raposa vermelha no meio das folhas de inverno de tantos cobertores por cima de si mesmo, segurei o riso quando ele me encarou sério.

Bash estava tremendo muito por causa do frio e eu ri disso, eu o tinha avisado e mesmo assim ele duvidou de mim, coloquei minhas coisas próximas a porta, depois disso fui até o quarto de meu pai que desde que havíamos voltado eu não tinha nem passado por perto e ao abrir ele pude sentir a presença e ao mesmo tempo a ausência dele e aquilo doeu um pouco em meu coração, mas Bash precisava se livrar do frio.

Enquanto eu abria o baú buscando uma roupa quente para Bash ele entrou no quarto olhando para tudo.

Segurei uma blusa azul que meu pai costumava a usar e um nó surgiu em minha garganta, mas travei meu maxilar e me levantei o entregando a Bash que ficou muito mais do que agradecido pela roupa quente.

Naquela semana teríamos um evento de natal e todos de Avonlea compareceriam e Bash e eu como havíamos chegado há pouco tempo concordamos em ajudar nos bastidores da “Peça de natal” e ele riu.

Naquela tarde todos ensaiariam no grande salão de Avonlea e eu preferi ficar na fazenda e ajudar Bash com algumas coisas, como ele seria meu sócio precisava aprender como comandar uma fazenda de maçãs e também como cuidar dos animais e também como seria cuidar da casa, deixei o outro quarto no andar debaixo para ele se instalar enquanto eu voltava ao meu para me organizar melhor para meus estudos.

Enquanto Bash e eu conversamos sobre como lidávamos com o inverno de Avonlea alguém bateu na porta.

—- Eu atendo doutor – murmurou Bash se encaminhando para a porta da frente enquanto eu estava na cozinha preparando algum lanche para ambos comermos e ouvi as conversas na porta da frente e suspirei.

Logo em seguida ouvi Bash me chamando, coloquei os sanduíches num prato grande e fui até a porta.

—- Vejo que já conheceu meu amigo Sebastian – murmurei a Marilla que assentiu para Bash e sorriu.

Ela nos convidou para passar a ceia de natal em Green Gables e eu sorri com isso e quando ela foi embora Bash voltou para frente da lareira e ficou olhando na direção da cozinha enquanto eu terminava o lanche.

Mais tarde naquela semana, não haveria aula por causa da peça e fui ajudar com os bastidores da peça de natal e enquanto estava ajeitando algumas coisas ouvi um grito estridente na frente do palco e corri até lá e encontrei Cole caído no chão com o punho numa posição não muito saudável e aquilo me preocupou.

Quando Billy Andrews disse que tinha sido um acidente aquilo me deu nos nervos, sempre estava metido em alguma besteira, primeiro com Anne e agora com Cole e isso me irritou ainda mais com relação a ele.

Algumas horas mais tarde, após ele ter ido ao medico que constatou a fratura em seu punho, ele voltou ao teatro e pelo que Moody havia me dito quando nos encontramos no armazém ele, Anne e os outros auxiliaram Cole em terminar sua pintura e sorri com isso e mais ainda porque naquela semana eu a veria.

Naquela tarde, depois que sai do banho e estava subindo para meu quarto me lembrei de um dicionário de bolso que comprei em Trindade e ele tinha quase o mesmo tom de vermelho dos cabelos de Anne e sorri com isso o peguei e o embrulhei em um papel de seda que eu tinha em casa e no meio da minha “caixa de bagunça” encontrei uma fita e passei pelo mesmo e sorri com isso, mesmo sentindo a toalha escorregando de meu corpo aproveitei e me sentei na beira de minha cama e encarei o embrulho e sorri com isso e alguns segundos depois ouvi a porta de meu quarto ser aberta e Bash aparecer ali arrumado e me encarar.

—- A princesa ainda está assim? – disse ele indicando que eu ainda não estava arrumado para a ceia de natal

—- Claro que eu vou me arrumar Bash, assim que você sair para eu poder me vestir – murmurei colocando o presente de Anne em cima de meu criado mundo e Bash revirou os olhos e continuou me encarando e riu.

—- Será que você pode sair para eu poder me vestir? – murmurei ajeitando a toalha em minha cintura.

—- Baixa a bola aí Blyte, eu nem estava olhando pra você rindo sozinho... E pelado – disse Bash e eu tentei lhe jogar a minha bucha vegetal, mas ele saiu fechado a porta e pude ouvir gritar da escada “Anda logo”.

Depois que me arrumei e guardei o presente de Anne no bolso de meu casaco desci aos saltos a escada e caminhamos para fora e Bash novamente reclamou do frio e caminhamos pelos campos até chegar em Green Gables e ele assoviou vendo como era a fazenda onde Anne e sua família moravam e sorriu.

—- Estou ansioso para conhecer a famosa Anne de cabelos ruivos – murmurou ele e eu revirei os olhos.

—- Ela está de cabelo curto, então não fale sobre isso, ela já sofre demais na escola e na cidade - murmurei.

Bash olhou para cima e viu uma arvore praticamente em frente à janela do quarto que parecia ser de Anne.

—- Suas vidas parecem ser um conto de fadas, tem até uma arvore em frente à janela dela – disse Bash.

—- Por favor – murmurei e bati na porta da casa do senhor e da senhora Cuthbert e ambos vieram a abrir.

Matthew foi o primeiro a aparecer na porta e como um homem tímido como era apenas assentiu a cabeça.

Entramos rapidamente para dentro da casa quente dos Cuthbert e sorri para a arvore de natal na sala da casa deles e Bash parecia feliz, não pela arvore no momento, mas sim pela casa estar muito mais quente.

Marilla apresentou Bash a Matthew que o cumprimentou com um leve aperto de mãos e enquanto eu retirava meu casaco e meu cachecol olhei em volta a procura de Anne, pois ela não estava em lugar algum.

Bash entregou a Marilla um dos temperos que ele comprou da ultima vez que estivemos em Trindade e eu ri disso, ele e sua mania de que os alimentos precisavam de cor e cheiro para ter mais sustância e ri disso.

Caminhamos até os sofás da casa de Anne e nos instalamos ali e Bash parecia encantado e feliz com tudo.

Quando Matthew perguntou a Marilla sobre Anne Bash logo se pronunciou e olhou sugestivamente para mim e eu sorri constrangido com sua petulância e balancei a cabeça, Marilla e Matthew trocaram um olhar no qual eu não entendi, talvez por serem irmãos gêmeos às vezes a comunicação verbal deixava de existir.

E parecia que havia feito efeito, assim que falamos sobre Anne ela apareceu na sala de estar com um vestido azul claro e eu rapidamente me levantei e meu coração até então calmo, perdeu uma batida.

Bash também se levantou e encarou Anne se assustando com seu cabelo muito curto, mas não disse nada e eu continuei boquiaberto por algum motivo algo meu estomago teve novamente aquele movimento estranho como se alguma coisa de debatesse dentro dele e eu encarei Anne conversando naturalmente com Bash como se o conhecesse a vida inteira e aquilo me deixou feliz e Bash abriu um enorme sorriso.

Marilla logo se levantou perguntando se queríamos ir jantar com todos presentes ali e pediu a Anne para apagar as velas da arvore de natal, aproveitei essa brecha para lhe entregar o presente sem que Bash o visse e falasse mais coisas que me confundiam e poderia me deixar ainda mais constrangido ali na casa.

Peguei o dicionário em meu bolso e caminhei para frente de Anne que me encarou surpresa com o ato.

—- Obrigada Gilbert, mas eu não tenho presente nenhum pra você – murmurou ela tristemente e eu sorri.

—- Sem problemas... – murmurei e encarei ela e segurei um riso, só de estar ali com ela já era um presente.

Anne assentiu e voltou a apagar as velas da árvore de natal e optei por ajuda – lá nessa tarefa e quando sobrou uma ultima vela para ser apagada apagamos juntos e nos encaramos frente a frente e ela constrangida com essa intensa troca de olhares que tivemos colocou o presente nos pés da arvore e sorriu.

Fomos juntos para a grande mesa de jantar bem posta e Marilla e Bash iniciaram uma conversa e Bash me colocou no meio do assunto, como sempre zombando de mim e Anne logo entrou na conversa e eu sorri.

Bash e Anne conversavam animadamente e Anne parecia fascinada com as histórias sobre todos os lugares que Bash atracou com o trabalho no navio nos últimos anos e eu fiquei apenas a... Admirando? Travei e ri.

Quando o assunto sobre a peça pegou Bash desprevenido e respondi a pergunta e Anne me olhou fixamente e de novo a mesma sensação dominou meu estômago e desviei o olhar para meu prato de comida e sorri discretamente quando ela elogiou os figurinos de Marilla que sorria para a filha animada.

Bash mesmo aceitando o emprego de ajudante, não aparecia por lá por causa do frio e todos ali riram dele.

Ele então novamente aceitou me ajudar com as cordas do cenário do espetáculo e Anne sorriu feliz.

De novo voltei a encarar Anne e meu estomago teve a mesma sensação e eu apenas a aceitei, brindamos com nossa gemada um feliz natal para aquele ano que se iniciava e permaneci com os olhos fixos na ruiva.

Fomos embora não muito tarde dali, quando entramos em casa ele correu para a casa de banho, mas no meio do caminho e me encarou enquanto subia para meu quarto, pensando na sensação que eu sentia em meu estomago toda vez que olhava para Anne e naquela noite tinha sido um pouco mais intenso do que das outras vezes e Bash pigarreou me retirando de meus pensamentos e o encarei e ele segurava um riso.

—- Posso te falar uma coisa que eu percebi nessas ultimas horas Blythe? – disse ele e eu assenti e esperei.

—- Aquela garota pode ter entrado em sua mente e alma, mas você não pode ter certeza – disse dando uma gargalhada alta e partiu para a casa de banho e eu fiquei parado sem entender nada do que ele disse.

—- O que quer dizer com isso Sebastian? – perguntei enquanto ele fechava a porta nos fundos da cozinha.

—- Feliz natal Gilbert, tenha uma boa noite – gritou ele da casa de banho e eu voltei a subir para meu quarto

Alguns dias mais tarde, fomos para a tal peça de natal e Bash parecia se divertir no meio dos moradores de Avonlea toda vez que ele via o pastor vestido como “uma gorda com cara de palhaço” caia na gargalhada.

Enquanto Bash e eu ajeitávamos os cenários a senhora Lynde, a fofoqueira da cidade chamou a atenção.

—- Ele não é meu ajudante senhora Lynde é meu amigo Sebastian e eu não o contratei ele veio nos ajudar.

Ela não se importou realmente como ou porque Bash estava ali e notei Josie Pye estava gripada pela sua expressão e também por seu nariz vermelho e também por estar tossindo ali, foquei em ajudar Bash com os cenários e procurei por Anne que seria a arvore, um papel não muito merecido é claro, mas ela se sairia bem, isso eu tinha certeza e vi a troca de papeis ali na minha frente e sorri sozinho e Bash sorriu para mim.

Dos bastidores eu e Bash podíamos ver toda a confusão e toda a animação para a apresentação e fizemos um código de assobios para movermos todos os cenários e sorri com isso, era completamente divertido.

Logo vi Anne entrar em cena e procurei ficar na melhor posição para ver sua atuação e sorri com isso, Bash do outro lado das cordas me encarava e sorria discretamente e assistia a peça com um sorriso nos lábios.

Bash estava se segurando para não rir quando o pastor entrou em cena e a senhora Lynde me encarou, pois eu não segurei o riso e continuei meu serviço, com o famoso “um olho no peixe (a peça) e no gato (as cordas)”

Quando o marido da senhora Lynde entrou em cena pude ver a mudança nela e em seu olhar para o marido dela que a olhou de uma forma que meu pai costumava olhar para o nada quando pensava em minha mãe e aquilo me intrigou, mas me reconfortou, porque eu desejei um dia ter esse tipo de olhar.

A pior parte foi quando o professor Phillips entrou “com seu cavalo” e Bash não suportou se apoiou nas cordas rindo muito, mas sem som para senhora Lynde não olhar feio novamente para nós dois e eu sorri.

Quando Billy entrou em cena para encerrar o espetáculo, todos aplaudiam a cena anterior e o idiota continuava parado no meio do palco gritando para pararem de rir e até mesmo de aplaudir, revirei os olhos.

Me distrai olhando para Anne que sorria feliz com Diana e os outros e ouvi um assovio, achei que vinha de Bash para abaixar um dos cenários que estavam no meu comando, mas não era ele e já era tarde demais.

Olhei no palco e vi Billy estirado no chão e corri para dentro, mas Bash tomou a frente e puxou a corda das cortinas antes que eu pudesse fazer alguma coisa, fiquei com medo de o ter ferido gravemente, mas pelo que pude ver só foi um esbarrão então não me importei, ele estava merecendo pela queda de Cole.

Corremos na direção dele que permanecia no chão, fazendo drama por causa da “pancada na cabeça” e fui o ajudar a levantar, mas a mãe apareceu ali alarmada com ele e encarou Bash com ódio nos olhos frios.

Ela xingou Bash e eu estava apoiando um Billy fracote e travei meu maxilar não era possível que até ali em Avonlea as pessoas teriam preconceito contra Bash, aquilo me irritou e me feriu profundamente e suspirei.

Apesar da ofensa contra Bash ajudei o idiota do Billy até os bastidores para colocar um pouco de gelo em sua cabeça e também acalmar sua mãe que continuava falando sobre quanto Bash era imprestável e assim que sentei Billy em uma cadeira encarei a mulher que olhou para mim e para o filho preocupada.

—- Senhora Andrews eu que derrubei o raio sem querer, não precisava ser grossa desse jeito com o Bash.

—- Desculpe então pela confusão Gilbert e obrigada por ajudar meu filho – murmurou ela constrangida.

—- Sem problemas, é só colocar gelo – murmurei e Billy me encarou e eu apenas o olhei com desdém e voltei para meu posto e ajudei Bash a colocar o “buraco” no meio do palco e voltamos a nossas posições.

Anne apareceu novamente no centro do palco e fingiu cavar e eu sorri com isso e Bash pigarreou, mas eu não olhei para ele, meu foco era na menina ruiva que interpretava “um menino” e sorri com a cena dela.

Notei Matthew ali nos bastidores ser interceptado pela senhora Lynde o vestindo de coruja para encerrar a peça já que Billy “o fracote” estava impossibilitado, o drama dele me embrulhava o estomago.

Matthew entrou em cena e abriu suas asas encerrando o espetáculo e a primeira pessoa a prestigia – lo foi Anne sorrindo largamente para Matthew que retribuiu seu sorrido e a empurrou para frente para ela receber uma chuva de aplausos e eu sorri com essa atitude, Matthew Cuthbert podia ser um homem de poucas palavras, mas com toda certeza era um homem (e um pai é claro) com nobres atitudes e eu sorri.

Depois da peça Anne foi embora com Matthew e Marilla cercada por Diana e as outras meninas que a parabenizavam pela peça, até mesmo Josie Pye que não fizera papel algum sorria para Anne, suspirei.

Bash e eu terminamos de arrumar os bastidores do teatro e quando voltamos para casa ele ria sozinho.

—- O pessoal dessa ilha me parece muito animado com as festividades de fim de ano – disse ele enquanto jantávamos na cozinha e eu apenas assenti colocando alguns pedaços de pano e esparadrapos em meus dedos que tinham queimado por causa de puxar as cordas e Bash continuava rindo de alguma coisa.

—- Achei interessante o jeito que você olhava para Anne quando ela entrava em cena – murmurou Bash.

—- Claro, ela era o menino, o personagem principal da peça, quem não olharia para ela? – retruquei e ele riu

—- Seja sincero comigo Blythe – disse Bash conseguindo completamente a minha atenção para ele que riu.

—- Estou sendo sincero – murmurei encerrando o assunto e levando meu prato para a pia e o lavando.

—- Você sente alguma coisa por ela não sente? – perguntou Bash e eu permaneci de costas para ele.

—- Eu... Eu não se sou capaz de sentir algo por alguém... Me fechei emocionalmente para qualquer outro tipo de sentimento que eu não saiba explicar... Entende? – murmurei ainda de costas e Bash suspirou.

—- Mais alguma coisa doutor Blythe? – disse Bash colocando seu prato na pia e me encarou seriamente.

—- Tá, com a Anne... Que é minha amiga eu sinto que posso voltar a me abrir... Quando converso com ela eu... Eu sinto meu coração batendo freneticamente dentro do meu peito, a amizade dela é de muito valor para mim Sebastian, isso encerra suas perguntas de hoje? – perguntei terminando de esfregar o prato.

—- Somente por hoje... Doutor Gilbert Blythe – disse Bash tocando meu ombro e saiu da cozinha rindo alto.

Assim que terminei de limpar a cozinha me encaminhei para meu quarto dormindo rapidamente feliz.


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