Aquela proposta feita pelo grande ser que lhe deu poderes ainda atormentava a cabeça de Evan, ele não conseguia pensar em mais nada que não fosse aquilo. Por um lado seria bom, ajudar a formar uma equipe de heróis como o Quarteto Fantástico, Liga da Justiça e várias outras equipes de super heróis que ele já vira na televisão quando era criança, mas por outro lado, vai que um deles é bem mais forte e ele acabe o matando? Evan era forte e poderoso, mas não era imortal, qualquer coisa ruim que acontecesse, era morte na certa.

Mas, ele não podia guardar aquilo pra si, precisava que alguém o ajudasse a saber o que fazer. Sabendo que sua mãe não deixaria,foi até a casa de Rebekah.

— Oi Evan, quanto tempo. - disse Tânia, abrindo a porta.

— Oi... Rebekah está? 

— Sim, pode entrar, espere aqui no sofá que vou chamar ela.

Evan se sentou e logo viu sua amada descer as escadas indo até ele.

— Oi. - sorriu ela.

— Oi. - ele disse tentando conter o nervosismo.

— O que houve? Você parece tenso.

— Um pouco. Senta que vou lhe contar um coisa. - pediu e Rebekah sentou na poltrona ao lado. - Lembra daquele ser supremo que disse ter sido o cara que me deu super poderes?

— Lembro, por quê? Ele voltou a falar com você?

— Sim, ele disse que quer recrutar novos heróis, quer dar poderes à outros jovens como eu que tiveram uma atitude como a minha, mas ele quer minha ajuda porque não conseguirá dar conta de ajudar todo mundo como ele me ajudou. - desabafou.

— Sério? Quer dizer que ele quer que você vá viajando o mundo todo à procura de novos heróis para ajudar ele? - indagou Rebekah, surpresa.

— Sim, é porque ele quer ajuda para combater alguns inimigos que estão no espaço por anos à procura dele e de algo que ele tem, mas ele acha que nós dois não somos o bastante, precisa de mais heróis. Me ajuda nessa, tenta convencer ele a me deixar em paz. - implorou.

— Mas como? Eu não sei como entrar em contato com ele, quando te levei até ele aquele dia, foi ele quem entrou em contato comigo. - lamentou Rebekah.

— Eu sei, mas é que... seria legal conhecer novos lugares, só que eu não quero deixar minha vida aqui, largar tudo pra trás para embarcar numa aventura que eu nem sei quando acaba. 

— Eu te entendo, também não quero que você vá.

— Na verdade eu falei pra ele que precisava pensar, então queria pedir sua opinião, eu devo ou não devo ir?

 - Eu não iria e nem deixaria você ir, sabe-se lá se isso é um blefe. Nem eu acreditei que ele realmente era um deus. 

— Ok, quando ele me perguntar sobre minha decisão eu digo que não. - respirou fundo, decidido.

— Ótimo.

Assim, decidido a viver isolado em sua cidade e combater somente os crimes que ocorriam por lá, Evan estava a caminho de casa quando um carro perdeu o controle ao desviar de um táxi, entrando na contramão, seus poderes ativaram e ele correu para trás de um ponto de ônibus, onde tirou a roupa ficando só com o uniforme negro, sua máscara e correu par o meio da rua, com o intuito de parar o carro que parecia estar sendo dirigido por um bêbado. Um outro carro vinha na frente quando Evan conseguiu se aproximar e, para evitar o choque, se meteu no meio dos dois e os parou com as mãos.

Logo, o motorista do segundo carro, saiu do mesmo.

— Caramba garoto, espero que não tenha amassado meu carro. Mas obrigado por nos salvar. - disse ele. Evan olhou para o outro motorista e ele só ria fazendo uma careta. Ao chegar na porta, o pior foi confirmado: estava muito bêbado.

— Vou chamar a polícia. - falou o passageiro do primeiro veículo.

Evan retirou o motorista embriagado de dentro do carro e o mesmo foi imobilizado pelas pessoas de lá, para que ele não fugisse, como Evan já havia realizado seu trabalho, pegou as coisas atrás do ponto e foi pra casa, já com sua roupa e olhos normais. 

Ao chegar, se deparou com sua mãe na sala, vendo televisão.

— Filho, olha que coisa chocante a notícia na TV. - disse Mikaela, apontando para a televisão.

Hoje, nos Estados Unidos, uma vila pegou fogo, ainda não se sabe ao certo o que aconteceu, mas as testemunhas dizem que dois adolescentes estavam brigando quando um se descontrolou e acabou atirando chamas por todos os lugares, incendiando todas as casas, todos perceberam a tempo e conseguiram fugir de suas casas com segurança. - dizia a repórter.

Tinha dois garotos aqui, um deles sem camisa e o outro com camisa. Eles estavam brigando por alguma coisa relacionado à escola ou algo do tipo quando um perdeu o controle e lançou fogo em uma casa.  Quando o outro percebeu a gravidade da coisa, fugiu e o outro continuou incendiando a vila inteira. Ninguém sabe aonde ele está.

— Olha que impressionante né? - falou Mikaela.

Evan assentiu e logo as coisas começaram a ficar um pouco mais nítidas. Havia ocorrido nos Estados Unidos, uma pessoa comum não solta fogo assim, do nada, a não ser que estivesse com um lança chamas, o que no caso, como a própria repórter disse, não tinha. Será que essa era a ameaça que o Jeff estava falando? Seria ele algum mutante perigoso que tentou esconder os poderes mas não os controlou? Ou seria ele um vilão criado no espaço e mandado pra Terra para destruí-la? 

De qualquer maneira, essa reportagem assustou Evan, se esse garoto for resultado de alguma obra do seu criador e não aprender a ter controle agora, muitas pessoas estariam correndo um grande perigo. E o pior é que Evan estava muito longe, então não teria como ele ir até lá. 
Atordoado, sentou-se na grama do jardim da casa e ficou lá, pensando se aquela notícia era a prova que o que seu criador havia lhe dito era verdadeiro ou seria mera coincidência, até que a noite chegou e finalmente ele apareceu.

— Viu só Evan? Eu disse pra você, o "Chamuscado" está descontrolado. Precisa da sua ajuda. - disse Jeff.

— Eu não sei se consigo, não acredito que meus poderes sejam suficientes. - lamentou Evan.

— Ei, você é mais forte e poderoso do que pensa, só que não teve a oportunidade de usar todos os seus poderes. E essa minha proposta, além de tudo, ainda vai te ajudar a explorar mais eles, cada um será mais diferente para derrotar, então você terá um monte de poderes para testar e melhorar suas habilidades. Quando lhe chamei para essa missão, não foi à toa. - sorriu ele.

Encorajado pelas palavras, Evan sentiu uma enorme alegria e euforia crescendo dentro de si, levantou e sorriu.

— Está bem, tô nessa. Mas como eu irei chegar lá? Não tenho nem carro. - bufou ele.

— Herói não precisa de carro. - riu ele, abrindo um portal amarelo e redondo bem na frente do garoto. 

— Ok, mas antes, preciso me despedir de todos. - falou Evan.

— Não precisa. - a voz de Rebekah soou atrás dele e ele se virou, encontrando Rebekah, Mikaela, Mariana, Tita e todos os seus amigos mais chegados lá.

— Espera... vocês sabiam? - perguntou Evan, confuso.

— Não Evan, eu só soube depois que você saiu da minha casa, ele apareceu pra mim e disse o quanto essa missão era importante e me convenceu que você ficaria bem, afinal, você não vai pro espaço nem para outro planeta. Então, ele me disse que ia te encontrar aqui na sua casa e eu chamei todo mundo para se despedir de você. - revelou Rebekah, sorrindo.

— Despedir? Mas e você mãe? Sempre foi contra. - respondeu Evan.

— Eu sei filho, mas não tenho escolha. Como eu já disse, te prender em casa só estava fazendo mal pra você esse tempo todo, acho que isso vai te fazer bem, ele garantiu que você pode com todos eles.  - respondeu Mikaela.

— Exatamente Evan, acha que eu ia deixar matarem a minha primeira grande criação? O primeiro herói criado por mim? - sorriu Jeff.

— Vai lá Evan, todos nós estaremos te esperando aqui. - sorriu Mariana.

— E nunca iremos esquecer de você. - completou Tita, com um sorriso.

Evan sorriu e se despediu de todos, abraçando um por um. Depois, caminhou em direção ao portal. Olhou todos pela última vez e sorriu.

— Até breve. - disse ele, sorrindo.

— A gente se vê. - sorriu Rebekah enquanto todos acenavam para ele enquanto ele caminhava até o portal e desaparecia, embarcando na sua maior aventura.