GIRL ON FIRE, paul lahote escrita por Pyxisz


Capítulo 2
↠ I, it’s a very mad world




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And I find it kinda funny,
I find it kinda sad.

—--

Pandora encarou a casa na sua frente já se arrependendo da decisão feita. Retornar era um erro e agir impulsivamente como ela fez não era de seu feitio. Infelizmente não existia volta nesse ponto. Alice provavelmente já a aguardava e todos lá dentro já deveriam ter percebido sua presença, apenas estavam tentando lhe fornecer o mínimo de privacidade ao criar coragem para entrar.

Respirou profundamente e deu mais alguns passos para a entrada. Ela não deveria estar ali, e realmente não sabia dizer da onde tinha surgido essa vontade incontrolável de voltar. Antes mesmo que sua mão pudesse fazer o movimento para se fazer presente, a porta foi escancarada e uma Esme lhe puxou para um abraço apertado.

Se permitiu puxar mais uma lufada de ar enquanto devolvia o cumprimento. O mesmo cheiro característico e floral que se recordava preencheu suas narinas. Esme tinha essa característica própria de cheirar a jasmim e lar. Sentiu os olhos lacrimejarem, mas se negou a chorar.

Quando enfim se soltaram, após alguns minutos enquanto ambas processavam todas as emoções que sentiram, se encararam e se analisaram. A mais velha não tinha mudado nada em que se recordava. Os olhos dourados e brilhantes continuavam doces e expressivos e nos lábios estavam delineados um sorriso mais amplo do que o habitual. Se permitiu sorrir de volta sabendo que nunca seria tão gracioso como o dela, mas que no momento era tão verdadeiro e grande quanto. Como uma garotinha assustada, a abraçou novamente, certificando-se que era real.

Após o momento de tanta emoção sentiu-se cansada e se censurou para manter maior controle, principalmente na presença dos Cullens. Finalmente entrou na casa e ao chegar na sala de estar vendo tantos rostos conhecidos teve a sensação que poderia desmoronar. Sentiu a ausência de dois dos membros da família, mas logo retirou da cabeça, deveriam estar ocupados.

Apesar de receosa, abraçou cada um dos vampiros. Com os sentimentos aflorados, podia senti-los sobre a pele, quase como se fossem escapar do peito. Respirou ritmadamente até ter certeza que estava tudo sobre controle. Uma onda de calmaria lhe apossou e olhou agradecida a Jasper.

Finalmente acomodada no amplo sofá, todos se sentaram próxima de si.

—Querida, não sabe o quão feliz estou por você estar aqui. -Esme foi a primeira a se pronunciar enquanto enlaçava as mãos com a ruiva. Na verdade, era visível a felicidade em sua face, a matriarca era de longe a pessoa mais expressiva da família.

—Mãe... -Foi a única coisa que foi capaz de dizer. A quanto tempo não se referia a ela assim? Mas sentiu-se no dever de chamá-la dessa forma. A mulher a sua frente foi e sempre seria sua única referência materna na vida. -Eu estou feliz por estar aqui também. -Completou por fim, sorrindo para todos ali.

—Devo dizer, foi chocante quando Alice disse que você estava vindo para cá. Fazia tanto tempo, até pensei que já tivesse arranjado outra família. Mas vendo como você continua uma tampa, posso considerar que nada mudou. -E Emmett se fez presente. Pandora soltou a primeira gargalhada em meses, apesar de um pouco ofendida. Os Cullens eram insubstituíveis em seu coração.

—Bem, vendo seu comentário vejo que nada mudou aqui também e sendo que você é do século passado, não preciso me preocupar que vá mudar no futuro. Será sempre um velho engraçadinho Emmy. -Retrucou com humor, fazendo os demais vampiros rirem enquanto o citado formava um bico na cara. -Vamos... Essa careta aí não condiz com o seu tamanho. -Replicou com mais uma piada.

—Retiro o que eu disse. Você mudou muito, perdeu todo o respeito que tinha por mim. -O moreno comentou fingindo uma expressão de irritação.

—Emmett... -A ruiva começou fingindo arrependimento. -Eu nunca tive uma gota de respeito por você. -Finalizou. O McCarty por sua vez fingiu se recompor e virou a cara para o outro lado enquanto soltava um “eu não quero mais brincar”.

O clima estava suave após essa pequena conversa e fazia tempo que Pandora também se sentia tão leve.

—Não quero reclamar Pan, e nem estou na verdade, mas ficamos curiosos do porquê de ter vindo tão repentinamente. -Rosalie tocou no assunto delicadamente, não querendo assustar a mais nova, enquanto dava um sorriso acolhedor e sincero.

—Oh, entendo. -Refletiu um pouco sobre como responder o questionamento, mas não havia respostas certa afinal. -Na verdade, nem mesmo eu sei. Eu simplesmente acordei e senti que deveria estar aqui.

Os vampiros ali presentes se entreolharam rapidamente, ficando tensos. Logo todos trataram de tentar disfarçar o clima, mas a situação não passou desapercebida.

—Tem algo acontecendo? -Pandora perguntou. Um silêncio pairou por alguns instantes.

—Na verdade, tem sim querida. Mas é um assunto bastante delicado. Para ser sincera, nem mesmo sei se devo te falar. -Esme a respondeu sincera.

Na cabeça de Pandora, de primeiro impacto, sentiu-se excluída, como se já não fizesse mais parte da família e não devesse mais se intrometer entre eles. Descartou rapidamente, amava-os e tinha plena certeza de que a amavam também. Após isso, sucedeu-se a várias opções. Volturis? Quileutes? Uma criança hibrida novamente? Nenhuma das alternativas tinham razões para que ela não soubesse. Como se um estalo soasse em sua mente, a resposta veio a mente. Inicialmente negou-se a crer que seria quem pensava.

—São... eles? -A última palavra, apesar de ter certeza que todos ouviram, não saiu mais alta que um sussurro. Tentou pensar de forma otimista -ou tola, como seu subconsciente sugeriu- e acreditar que seriam até mesmo fadas-dos-dentes ou papais noéis e não as pessoas que atormentavam seu sono.

Ainda que de forma receosa, Esme assentiu em alerta, esperando alguma reação ativa da ruiva.

Pandora, pelo contrário não teve reação alguma, na verdade, sentiu vontade de rir, desacreditada, enquanto sufocava um grito. O mundo era ferrado e o destino era ferrado, mas principalmente, ela era uma ferrada.


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