GIRL ON FIRE, paul lahote escrita por Pyxisz


Capítulo 3
↠ II, this is not the end, this is not the beginning




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Waiting for the end to come,
Wishing I had strength to stand.
This is not what I had planned,
It's out of my control.

—--

A sensação de estar em casa novamente era sublime. Sentada e rodeada por coisas que a definiam no que era no presente, ela deveria se encontrar em êxtase, mas no momento estava apavorada.

Depois de saber o que realmente se passava com a família, ela pediu para se retirar para um banho. Todos entenderam que ela estava apenas fugindo um pouco, mas apenas assentiram e Esme se prontificou em fazer uma refeição, como se garantisse que ela teria uma razão para sair e não se confinasse ou afastasse.

Ao entrar no quarto, sentiu o peito contrair e o ar pareceu escasso. A ansiedade lhe enfraquecendo, sentiu as mãos tremerem e escorregou para o chão, apoiada na porta. Inspirou profundamente e expirou lentamente, tomando controle.

Tentando se acalmar mais um pouco, olhou ao redor. Tudo estava onde deveria estar, no mesmo lugar em que deixou. A cama ainda estava com a mesma colcha branca com bolinhas amarelas. As prateleiras com livros estavam intactas e seu exemplar de Orgulho e Preconceito ainda estava com o marcador em uma das suas passagens preferidas:

Era necessário deixar suas reflexões para as horas solitárias. Sempre que se encontrava sozinha, entregava-se a elas com alívio.

Perto da janela estava o seu cavalete e na bancada próxima a ele tinha vários pinceis, tintas e telas. Todos pareciam novos, como se fossem trocados de tempos em tempos enquanto esperavam por seu retorno. E ela não duvidada que fossem realmente trocados. O quarto, além de intocável, estava limpo. Sentiu aflição, o quanto os Cullen esperavam por sua volta?

Apoiou a mochila que trouxera na cama. Aproximou-se do guarda roupa e o abriu. Nele tinha as mais diversas peças de roupas, todas coloridas e pareciam exatamente do seu estilo. Sorriu, teria que agradecer a Alice depois.

Pegou uma calça jeans clara, uma camiseta preta e um casaco vermelho. Encaminhou-se para o banheiro e lá ficou até notar os dedos enrugarem. Tinha tomado sua decisão. Vestiu-se rapidamente e também calçou um par de coturnos.

Descendo para a cozinha, já podia sentir o cheiro de massa e molho que lhe deram água na boca. Colocou um sorriso leve no rosto e entrou na sala de jantar. A mesa já estava posta para ela e todos estavam sentados para acompanha-la. Dessa vez, Carlisle estava presente, o sorriso aumentou enquanto o abraçava.

—É bom te ver, meu bem. -O loiro cumprimentou enquanto puxava a cadeira para que ela pudesse sentar.

—É bom estar aqui, realmente. -Respondeu sentindo aquecer-se por dentro. -E é melhor ainda ver essa macarronada, estou faminta. -Brincou enquanto pegava o talher. O comentário gerou uma onda de gargalhadas.

—Certamente é gratificante saber que você prefere comer a nos ver, Pandora. -Jasper debochou enquanto recebia como resposta apenas um beicinho da ruiva na sala.

—Ora Jasper, como se fosse possível ser diferente para essazinha aí, que nem se quer teve tempo para se comunicar com a gente esses últimos meses. -Emmett replicou com falso tom ofendido.

—Essazinha aqui esteve muito ocupada enquanto você fazia o ensino médio pela oitava vez ursão. -Pandora rebateu com cara de nojo ao dizer o apelido de carinho de Rosalie para o moreno.

—Oush, você não tinha esse humor ácido quando saiu daqui. Corromperam nosso bebezinho. -Emmett terminou enquanto colocava as mãos no peito, onde deveria haver um coração batendo.

—Talvez você apenas não tivesse QI suficiente para entender o humor refinado dela Emmett, é um bom sinal, passar pelo colégio diversas vezes está realmente te ajudando. -Jasper não resistiu em zombar do irmão, que por sua vez ficou tão chocado que apenas murmurou um: “deixa só quando eu te pegar desprevenido”, o Whitlock até pensou em replicar, mas recebeu um olha repreensor da matriarca da família e se calou.

—Vamos apenas ignorar essas, obviamente, crianças da família. Como foi depois que saiu daqui? Você nunca deu muitos detalhes. -Rosalie perguntou e todos focaram a atenção em Pandora.

—Bem, por onde começar... -Resmungou enquanto colocava mais uma garfada da massa extremamente saborosa na boca. Mastigando refletiu o que e como dizer. -Como já sabem, fui embora com o senhor Nase para poder dominar meus poderes. Desde então eu tive basicamente treinando, meditando e aprendendo a controlar tudo. Não acho que eu esteja exatamente boa, mas definitivamente melhorei. -Resumiu de forma pratica ao finalmente terminar a refeição.

—Nada mais? Nenhum garoto? Festas bombástica ou viagens pelo mundo? -A loira questionou chateadíssima enquanto apoiava a cabeça na mão esquerda.

—Nada mais... Bem, eu fiz tudo isso no Japão, se vale de alguma coisa. Conheci monges e samurais e foi com eles que eu pratiquei e aprendi. -A ruiva respondeu deixando uma Rose muito desapontada.

—Bem, sem problemas. Você ainda tem 20 anos. Se não aproveitou até agora, faremos questão de te levar para diversão.  -Alice comentou enquanto mil planos já passavam pela sua cabeça, como se tivesse sido ligada a energia elétrica.

—Podemos tentar. -Pandora ficou com medo de dizer que teria que retornar para seu retiro dali um mês. Todos pareciam animados com a sua presença e ela não quis desfazer aquela sensação. Porém, sentiu que teria que estragar o clima para ter que lidar com o assunto mais sério. -Mas antes... Quero saber mais sobre o garoto e o que aconteceu. -Todos entenderam sobre o que ela estava falando.

—Certo. -Jasper concordou. -O menino se chama Levi, tem três anos e é filho de um dos transmorfos, ele quase foi sequestrado. Acreditamos que o raptor seja um elemental porque vimos ele manipulando a água do mar. -Concluiu de forma sucinta.

Era uma criança normal, provavelmente seria um lobo quando fosse mais velho, mas no tempo atual era totalmente humano. Por que diabos eles teriam interesse em um quileute? Parecia uma piada de mau gosto eles chegarem em um lugar tão próximo de Pandora sem nem ao menos estarem a procurando.

Poderia apenas ignorar toda a situação e ir embora o mais rápido possível. Mas se o fizesse, o quão parecida com eles estaria se tornando? Ao ponto de deixar uma criança de três anos ao risco de passar por tudo que passou.

—Marque um encontro com os lobos. Vou ver no que posso ajudar. -Disse por fim. Ninguém se surpreendeu e ela olhou para Alice, que sorriu culpada. A ruiva soltou uma risada suave.

Tudo parecia como nos velhos tempos, com Alice vendo o futuro, Edward lendo os pensamentos alheios e a vida um verdadeiro caos. Pandora tinha perdido, novamente, o controle das poucas pequenas certezas que tinha.


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