Trilhando o Próprio Caminho escrita por Camila J Pereira


Capítulo 25
Pisando em ovos, pisando no calo


Notas iniciais do capítulo

Oi!!!
Um mês depois...
Pelo menos não foi 84 anos depois como no meme, vai!
Sei que irão se divertir...
Espero que estejam todos bem.



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A presença a mais em sua cama, tornava o seu sono leve. Bella abriu os olhos novamente só para vê-lo ressonando mais uma vez. Silenciosamente sorria ao lembrar que a Alice havia emprestado novamente roupas do marido para o Edward. Graças a isso, estava confortável dormindo ao seu lado. Era essa conversa em cochichos que os dois estavam tendo quando subiu as escadas com o filho. Com certeza agradeceria a amiga depois, pois amou dormir mais uma vez com ele, depois de tudo que viveram juntos.

— Mamãe. – Ouviu o Theo chamando e ergueu a cabeça em sua direção.

— Oi, meu amor. – Bella disse em um sussurro para não acordar Edward.

Estranhou, pois era difícil aquilo acontecer, mas quando acontecia do seu filho buscar por seu colo durante a noite ou logo ao amanhecer, como naquele momento, o motivo era sempre pesadelo.

— Ele dormiu aqui? – Mesmo sonolento, ainda era um menino curioso e com razão.

— Sim. Tudo bem o Edward dormir aqui? – Edward se mexeu ao som do seu nome, mas não acordou.

— Sim.

— Venha aqui. – Theo coçou a cabeça olhando para Edward imóvel e se enfiou entre eles.

— Vai dar?

— A cama é espaçosa. – Agradecia agora por ter trocado a sua cama por uma maior.

Bella se deixou ser abraçada pelo filho e viu Edward abrir os olhos, piscando repetidas vezes para confuso.

— O que foi? – A sua voz rouca era preguiçosa.

— Só pesadelo, não é filhote? – Theo confirmou com a cabeça e fechou os olhos. – Volte a dormir também, ainda é muito cedo.  – Edward deu tapinhas no topo da cabeça do Theo, ambos sonolentos.

— Não me deixe dormir muito. Preciso ir para casa antes de ir trabalhar. – Se aproximou dos dois e beijou a testa dela e passou o braço sobre os dois, antes de fechar os olhos novamente.

— Tudo bem. – Bella sentia-se surpreendentemente acolhida ali.

Mesmo sonolenta, aquele momento era novo e lhe deixou desperta por alguns minutos ainda. Bella nem sabia ao certo o que estava sentindo, pois nunca antes sentiu algo parecido. Voltou a cochilar um pouco, mas consciente de ter que acordá-los logo mais, forçou-se a levantar e preparar um café para tomar com Edward antes que ele fosse embora. Assim que terminou, foi até o quarto e ficou tocada com a cena que viu. Os dois estavam abraçados na cama e sem querer desmanchar aquilo, tocou o braço de Edward delicadamente.

— Vai se atrasar. – Avisou baixinho.

— Ah, tudo bem. – Edward beijou o topo da cabeça do Theo antes de se desvencilhar dos seus braços e pernas com cuidado e sair da cama. – O que foi? – Parou para perguntar já que ela parecia atônita a sua frente.

— Nada. – Bella piscou e saiu nas pontas dos pés para não incomodar o filho.

— Ei. – Edward segurou a sua mão e com um leve puxão a trouxe para o seu corpo, enchendo-a de beijos no rosto. – Bom dia.

— Bom dia. – Bella sorria entre os beijos.

— Porque ficou com aquela cara ali?

— Porque você e o Theo parecem muito bem juntos. Você é importante para ele e meu filho não merecia estar passando por essa dificuldade agora.

— Está falando do Damon?

— Exatamente. – Confirmou.

— O Theo é um garoto muito esperto e ele lidará bem com a situação. Além disso, nossa relação não mudará por causa do Damon, se é o que te preocupa. – Edward soou racional. – Entende isso, não é? – Bella não tinha certeza, tudo era novo e improvável. – Bella, não me deixe nervoso agora.

— Desculpe, eu não sei o que dizer, nem o que esperar.

— Sério? Acha mesmo que a minha relação com o Theo pode mudar por causa do Damon? – Perguntou incrédulo e um pouco chateado. A sua chateação aumentou por não ter resposta nenhum saindo dos lábios dos seus lábios mesmo que ele tivesse garantido que nada mudaria. – Acha que a nossa pode mudar também, não é mesmo? – Concluiu. – Porque ainda sente algo por ele?

— Eu não disse isso. – Tinha pisado em ovos, a reação dele dizia tudo.

— Não com palavras. – Sim, ele estava muito chateado e se afastou. – Com você sempre será assim? Um passo para frente e três para trás?

— Eu só não sei como serão as coisas agora? Nunca vivi isso.

— E por acaso eu já? – Disse irônico e deu-lhe as costas indo para o banheiro.

Bella andou de um lado a outro até vê-lo sair do banheiro. Edward se arrumou rapidamente, reuniu as suas coisas e parou em sua frente no meio da sala.

— Estou indo. – Usou um tom distante, estava ainda chateado.

— Espere. – Tocou em seu peito. – Sei que está chateado e tem as suas razões, mas fiz um café para tomarmos juntos antes de sair. Não vá chateado comigo. – Pediu carinhosamente.  

— Vamos deixar para outro dia. – Tentou caminhar, mas ela o abraçou.

— Por favor. Sinto muito ter chateado você. É que penso muito em meu filho.

— E o que tem a ver com a gente? – Perguntou.

— Para mim a ver, porque talvez precise focar nele, já que possivelmente o Theo fique confuso com você e com o Damon.

— A única confusa é você. – Ele a afastou para que continuassem a falar olhando um para o outro. – Não é mesmo? Pensei por um momento, por causa de ontem, sua entrega, que talvez isso tivesse acabado. Mas uma coisa é o corpo, outra, é o coração.

— Não se trata apenas de corpo. Eu nunca fui assim. – Agora ela também parecia um pouco chateada.

— Você não está segura sobre nós, Bella. E agora não depende de mim, porque eu posso te dar tudo e nada vai mudar se não acreditar em nós. Talvez o que falte seja amor. Sabemos que atração temos de sobra. – Estava tão chateada consigo mesma, por sua incerteza trazer esse Edward magoado e duro diante dela novamente que se calou. – Estou indo agora. – Edward não foi até ela para lhe dar o beijo de despedida de sempre.

— Quanta coisa! – Theo parecia estar diante de um tesouro quando acordou e viu a mesa abundante.

— Fiz para você e o Edward. – Lembrou da maneira que se despediram.

— E cadê ele? – Olhou ao redor.

— Teve que sair mais cedo, porque hoje vai trabalhar.

— Ele vai voltar?

— Espero que sim. – Era o que queria, mas talvez ele não quisesse. – Tome o seu banho, Theo. – Pediu olhando para o seu celular, torcendo que o Edward ligasse ou mandasse uma mensagem.

A sua vontade era de ligar, mas para ser sincera, estava com medo de ser rejeitada depois do que tinha acontecido. Ainda podia lembrar do calor dos braços do Edward na noite passada e então ela estragou tudo pela manhã. Uma mensagem se rejeitada, seria menos impactante, então digitou: “Sinto muito. ”

Theo voltou do futebol e Edward não havia respondido. Bella reconheceu que estava errada e que ele estava no direito de reagir daquela maneira. Ocupou-se com os afazeres domésticos para organizar seus pensamentos e sentimentos e no meio da tarde, recebeu a visita da Alice.

— Me conta agora. – Alice tinha feito um lance para o Theo e enviado ele para baixo, para algumas partidas de jogo com o Jasper. – Preciso saber.

— O que quer saber?

— Como assim o que quero saber? Sobre a noite ontem. – Alice verificou a amiga e percebeu um estado de espirito que não era próprio para o momento. – O que deu de errado que você está assim?

— Eu sou o erro. – Bateu no próprio peito. – Um erro enorme.

— Para de dizer isso. Conta o que aconteceu.

— Ontem foi perfeito, tudo perfeito, ele se dedicou para ser e foi. – Começou a contar. – Sem me contar, saiu mais cedo do trabalho e foi para casa preparar o jantar.

— Então foi na casa dele? – Alice riu em expectativa. – Quem diria que o Edward agiria assim? Óbvio que não te deixaria escapar ontem à noite. Então, como foi? Aposto que a coitadinha estava eufórica lá embaixo. – Apontou entre as pernas de Bella.

— Alice, você às vezes... – Bella sorriu constrangida para depois ter que concordar. – É, estava mesmo. E agora ela só quer ele de novo.

— Ahhhhh!!!!!! – Gritou Alice e gargalhou. – Meus ouvidos não estavam preparados para ouvir isso vindo de você.

— Alice eu nunca imaginei que diria e sentiria isso por alguém. Só que estraguei tudo hoje de manhã. Não era para ter sido assim, não depois do que aconteceu e de como as coisas estão entre o Edward e o Theo. – Lamentou cobrindo o rosto com as mãos por algum tempo.

— Do que você está falando?

— Do Damon na minha vida de novo.

— Damon só vai ocupar o espaço que você permitir, Bella. Se ele quer ser o pai do Theo, não pode impedir. Mas o que está te incomodando é que ele mexe com você, não é mesmo?

— Até a pouco tempo sim. – Suspirou vencida. – Edward saiu chateado, dizendo que eu não confio em nós porque eu não o amo.

— Você o ama? – Bella ficou pensativa e a medida que os segundos passavam o vinco em sua testa se tornava mais profundo. – Você não sabe?

— Eu não sei.

— Eu acho que você só não quer saber. Bella, você nunca deixou nenhum outro homem se aproximar. Muitos vieram até você, homens bonitos e interessantes. O que tornou o Edward diferente?

— Ele mexeu comigo.

— Ótimo, então o Damon não foi o único. Graças a Deus! – Alice parecia aliviada por ouvir isso. - Agora saiba por que o Edward mexeu contigo. – Bella sorriu para a amiga que era quase sempre a sua salvação.

— Porque mesmo não fez Psicologia?

— Você sabe, uso toda a minha psicologia e o meu amor nos pratos que faço. As pessoas sempre ficam felizes com o sabor que sentem e a barriga cheia.

— Tem razão, tem razão.

— É amanhã, não é mesmo? – Bella recolheu o sorriso quando lembrada do que viria no dia seguinte.

— Sim, ele virá aqui. Achei melhor para um primeiro contato que o Theo esteja em um lugar que ele se sente protegido.

— Claro, fez bem.

— Apesar de não estar confortável com a ideia de tê-lo aqui em casa.

— É compreensível. A vida dá tantas voltas... não imaginei que um dia o Damon pudesse vir aqui. – Alice estava pensativa.

— Pois é...

— Porque não liga para o Edward e faz as pazes? Você não precisa passar por isso amanhã estando afastada dele.

— Deveria ligar? – Hesitou ainda pensando em ser rejeitada. – Mandei um sinto muito e ele não me respondeu.

— Uma ligação é muito melhor do que um simples sinto muito em uma mensagem.

— Acho que vou ligar. – Bella correu para pegar o celular.

— Vou descer para te deixar a vontade. – Alice acenou e saiu.

— Porque meu coração está assim? – Ouvindo o sinal sonoro em seu ouvido chamando, Bella tinha o coração acelerado.

— Alô. – Não havia nada demais em sua voz, mas mesmo assim, se sentiu intimidada.

— Alô. Edward?

— Sim, Bella. – O calor que emanava apenas do som de suas palavras, não estava presente.

— Ainda está no trabalho?

— Estou saindo agora, dentro do carro. – Ele informou, mas não parecia disposto a fazer mais do que isso.

— Muito trabalho hoje?

— Sim, mas avançamos.

— Que bom. – Não podia estender o silêncio, ele estava dentro do carro esperando que ela falasse. – Recebeu a minha mensagem?

— Sim, recebi. – Era isso, ele estava chateado ainda.

— Podemos conversar...

— Hoje não. – Me cortou imediatamente. – Vou para casa descansar um pouco.

— Tudo bem. – O que mais poderia dizer?

— Como está o Theo?

— Ele está bem, brincando lá embaixo com o Jasper. Ele perguntou por você.

— Diga que vou vê-lo logo. – Bella por um momento ficou estarrecida, pois Edward usou outro tom de voz para falar do seu filho enquanto com ela era distante. – Vou dirigir então preciso desligar. – Queria gritar que não, também sentiu vontade de ir até ele, mas só se calou. – Bella, tenho que desligar. – Repetiu.

— Tudo bem. – Ela desligou em seguida.

Deveria ter mentido para ele antes? Não, não, mentir não era o caminho. Então qual o caminho seria o melhor naquela situação quando estava incerta sobre tudo? De uma coisa agora tinha certeza. Ficar assim com o Edward tornava tudo mais difícil, porque sentia o seu afastamento com tristeza.

Edward nem comentou sobre a visita do Damon amanhã. Conhecia seu lado arredio e tempestivo e não gostaria de tê-lo daquela forma neste momento em que precisava de calma e do seu apoio como...como o namorado que era.

Mais tarde, tentou esconder seu nervosismo pela manhã seguinte, dia do encontro do seu filho com o Damon. Porém, o Theo estava mais nervoso, embora não falasse nada. Seu filho estava elétrico e mesmo que o induzisse a atividades mais tranquilas, Theo não sossegava e custou a dormir. Já era quase meia noite quando adormeceu em sua cama. A mesma cama que poucas horas antes dividiu com o Edward. Conseguia ainda sentir seu cheiro no travesseiro.

Se dando por vencida, esticou-se para pegar o celular novamente e reler as últimas mensagens trocadas com o Edward. Depois do “Sinto muito”, voltou a enviar outra: “Boa noite, durma bem. ” “Boa noite para vocês. ” Essa foi a resposta do Edward e não havia mais nada. Sem qualquer romantismo, a diferencia estava sendo gritante.

No dia seguinte, seu saldo era terrível. Por mais que se concentrasse, fechasse os olhos e esperasse, o sono não veio. Já era madrugada alta quando pegou no sono e não foi restaurador como desejava. Inquieto e curto, tinha sido o seu sono de poucas horas.

Quando o Theo acordou, Bella agiu externamente como se fosse um dia normal. Por dentro estava cheia de medos sobre o que viria. Na hora marcada, a campainha tocou e mãe e filho estavam sentados assistindo, imediatamente ficaram tensos.

— Tudo bem, agora vai conhecer o seu pai. – Bella beijou a testa do filho e sorriu tranquilizando-o.

Ela abriu a porta e Damon estava mesmo ali, impecavelmente arrumado com sacos imensos nas duas mãos. Foi o momento que a ficha caiu de verdade, tudo era real. Seu coração batia mais forte no peito, não era uma situação confortável. Damon não facilitava, com aqueles olhos claros expressivos, olhava-a de cima a baixo e deixou um sorriso aprovador alcançar seus lábios.

— Não vai me convidar?

— Pode entrar. – Bella abriu mais a porta, permitindo a sua entrada.

Sentiu as mãos trêmulas quando voltou a fechá-la atrás de Damon. A sua confiança de que aquilo acabaria bem, não parecia tão real quanto a presença dele à sua frente, de pé em sua casa.

— Então... – Damon girou lentamente no mesmo lugar verificando o ambiente.

— Filhote, vem cá. – Chamou o Theo que havia continuado sentado.

Se arrastando veio até ela e Bella pousou a sua mão em seu ombro. Sentir que estava presente ali com ele, era muito importante. Theo olhou de baixo para o Damon seriamente e ela entendeu a sua expressão de cara.

— Theo, sou o Damon, o seu pai.

— Eu sei. – O tom impaciente foi notado.

Como Bella havia previsto, seu filho estava em modo desafio. Não seria fácil e ela sobraria, agora as coisas poderiam se complicar.

— O que é tudo isso? – Bella ignorou a sobrancelha erguida em desagrado do Damon e gesticulou com a cabeça para as sacolas em suas mãos.

— Presentes para o Theo. Pelo que parece, são os mais desejados. – Estendeu as sacolas para o garoto que não pegou.

— Porque não senta? – Bella pegou a oferta no lugar do filho.

— Seria bom. – Damon se aproximou do filho que permaneceu enrijecido ao lado da mãe e deu algumas tapinhas em suas costas.

Caminhou lentamente, com olhar perscrutador em todos os cantos possíveis. Sentou onde antes Bella estava com o Theo antes.

— Vamos, meu amor. – Teve que empurrar o filho um pouco para que sentasse com o pai. – Não precisava comprar tantas coisas. Na verdade, não precisa de nada disso.

— Bem, estou na dívida de muitas coisas. Não por minha culpa. – Bella estava tirando os presentes das sacolas e teve que parar ouvindo aquelas palavras. – Theo, vamos nos conhecer e nos dar bem a partir de agora. – Damon inclinou para o filho e pousou a sua mão no topo da cabeça de Theo.

— Porque segurou a mamãe daquele jeito na praça aquele dia? Estava brigando com ela porquê? – Foi a vez de Damon ficar sem palavras diante da memória e exatidão do filho recém conhecido.

— Eu já expliquei para você, filhote. Estávamos surpresos com o encontro. – Bella pigarreou. – Porque não me ajuda aqui com seus presentes?

Bella mostrou um por um dos brinquedos. Foram carros, pistas diversas de corrida, bonecos e brinquedos eletrônicos que as crianças da idade do Theo desejavam muito. No entanto, o seu filho não demonstrou surpresa ou animação.

— Espero que goste dos presentes. – Damon não o conhecia, mas sabia que as crianças podiam agir de maneira birrenta com as pessoas que invadiam seu território.

Porém, ele não sabia que o Theo era muito mais amigável e permissivo com as pessoas novas. Só ficava desse jeito com quem pisou no seu calo.

— Agradeça, filho.  – Bella disse ao seu lado.

— Obrigado. – Theo encarou o pai que devolveu o olhar interrogativamente. – Você é casado?

— Ah... Você é bem direto, não é?

— Sim. – Confirmou sem hesitar e fez o Damon soltar uma curta gargalhada.

— Sou casado há sete anos.

— Tem filhos?

— Não, a minha esposa nunca quis tê-los. – Aquela resposta não foi apenas para o Theo, pois Bella sentiu ser direcionada para ela também.

— A mamãe deveria se casar também. – Theo expressou seu pensamento, deixando Bella inquieta e Damon também.

— Porque? – Perguntou Damon.

— Porque assim mamãe teria alguém como você. Agora que ela está namorando, acho que vai casar.

— Theo... – Bella não sabia o que dizer.

— Não vai casar com o Edward?

— São esses os planos? – Damon perguntou com um tom interessado.

— Isso não vem ao caso aqui. – Quis pôr um fim no assunto.

— Porque não?

— Porque nós não somos ami... – Bella se calou antes de completar a frase.

Não achava bom falar aquele tipo de coisa com o filho presente. Damon percebeu a hesitação dela e sorriu debochado.

— Não somos, mas deveríamos. Afinal, somos pais do Theo. E como amigo, posso sugerir que não se case com qualquer um.

— Isso não é da sua conta, Damon. – Bella se forçou a responder calmamente, apesar das palavras serem ríspidas. – E Edward não é qualquer um.

— Vocês nem estão juntos a muito tempo. – Voltou a citar o tempo do seu relacionamento como se fosse mais fácil terminar por esse motivo.

— Damon, já chega.

— Acho que devemos conversar.

— Não sobre isso. – O que ele achava que estava fazendo na frente do seu filho?

— Isso só seria um dos tópicos, mas temos muita coisa para conversar.

— Só precisamos falar sobre o Theo.

— Vamos conversar sobre o Theo então. – Disse ajeitando-se no assento. – Vou te enviar algumas opções de apartamentos. Quero que escolha o que mais gostar e que se mudem imediatamente deste lugar.

— Mas o que?

— Não quero que meu filho continue vivendo aqui. Ele vai para um lugar mais confortável e seguro.

— Aqui é muito confortável e seguro. Não tem o direito de se meter nisso. – Estava lívida com a maneira com que ele falava.

— Não tenho o direito de dar uma moradia digna para o meu filho? Da mesma forma que não tinha o direito de saber sobre a sua existência?

— Porque não leva seus novos brinquedos para o seu quarto e os arruma com os outros? – Bella acariciou os braços do filho para lhe chamar a atenção, pois o menino estava de antenas ligadas e ansiosas para a discussão.

— Não quero ir agora.

— Filhote, por favor. – Insistiu.

— Tudo bem. – Theo não queria deixar a mãe sozinha, mas obedeceu de cara fechada.

— Não pode falar dessa maneira diante do Theo. – Disse em voz mais baixa assim que o Theo entrou em seu quarto.

— Não tenho o direto, não posso. – Repetiu o que ela vinha dizendo. - O que mais, hen, Bella?

— Damon, para com isso. – Levantou-se para evitar estar tão próxima dele, mas Damon segurou o seu pulso.

— Já imaginou que se tivesse me dito, poderíamos estar juntos até hoje? Uma família, Bella, seríamos uma família.

— Você está dizendo que deixaria a sua noiva rica e casaria comigo para juntos criarmos o Theo? – De uma coisa ela sabia olhando em seus olhos expressivos, ele a queria.

— É isso que estou dizendo. E mais, eu posso fazer com que fiquemos juntos agora.

— Bella. – Ouviram a voz do Edward soando alta e irritada.

Como Edward havia entrado? Como poderia chegar justo naquele momento inoportuno? A cena não estaria parecendo nada legal aos seus olhos.

— Edward?

— Bella, venha aqui.

— Hã? – Então notou que o olhar de Edward estava fixo no seu pulso que era ainda mantido pela mão do Damon. – Sim. – Tentou se afastar, mas Damon não a deixou ir.

— Bella, venha aqui. – Ele pediu novamente irritado.  


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Notas finais do capítulo

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