Trilhando o Próprio Caminho escrita por Camila J Pereira


Capítulo 17
Duas histórias, encontro com o idiota


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!!!!
O romance tá acontecendo, Edward e Bella estão começando a desenvolver algo mais.
Sei que ficam loucos quando isso acontece, eu também.
Preparem os corações porque esse capítulo será muito importante de várias formas para o casal.
Aproveitem!



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— Ei, filhote. – Tentou acordar o filho sem despertar o homem que dormia ao lado. – Vem comigo. – Bella o puxou pela mão e o conduziu sonolento até a cama.

Assim que terminou de acomodar o filho, voltou para perto do Edward que continuava no mesmo lugar, agora parecendo mais relaxado com a cabeça tombada. Era uma visão insinuante, as coxas por debaixo da calça pareciam firmes e provocativas da forma relaxada que estavam.

Suas veias saltavam dos braços em alguns pontos e Bella sabia o quanto eles eram fortes. O pescoço fazia uma ótima combinação com o queixo másculo. Apesar dos hematomas, seu rosto não parecia menos feio. Bella sobressaltou-se com o grande suspiro que ele soltou.

— Até quando vai ficar parada aí?

— Como sabia que estava aqui? – Tentou agir natural ao ser pega.

— Senti a sua presença e o seu perfume. – Preguiçosamente abriu os olhos e sorriu torto ao verificar que estava mesmo parada olhando para ele. – Você está mesmo muito bonita.

— E você não vai parar mesmo de fazer isso, não é?

— Isso o que? – Curvou seus lábios para baixo em uma expressão típica de desentendimento. – Elogiar a sua beleza ou estar apaixonado? Não pretendo fazer nenhum dos dois.

— Você agindo assim tão teimoso nem parece o herói que resgatou a irmã hoje. – Bella sentou ao seu lado novamente.

— Ela é a minha irmã.

— Mas você parecia detestar a Rose. – Afirmou. – E me aconselhou a ficar longe dos problemas dela.

— Estava pensando errado. Eu queria me salvar de ter a vida posta de cabeça para baixo com a família que tenho. Ansiava por controle e calmaria. Queria apenas cuidar de mim e me manter seguro.

— Parece explicar as suas atitudes. – Bella o ouviu com atenção e concluiu que fazia sentido.

— Então agora entende um pouco. Nunca odiei a Rose, embora algumas atitudes minhas fizessem parecer que sim.

— Fazia mesmo.

— Bella, eu lamento muito o meu passado. Eu cresci muito rápido e sempre fui muito racional. Isso porque fui muito magoado, então desenvolvi meu próprio mecanismo de autodefesa, ficando distante dos sentimentos. Não sabia que estava afundando neles, embora estivesse em uma redoma de lógica. – Bella conseguiu visualizar perfeitamente o que ele dizia. – Acho que essa é a minha chance de me abrir para a mulher que amo.

— Ama? – A pergunta foi incrédula.

— Sim, parece que eu estou te amando. E quero me abrir com você.

— Me parece inapropriado.

— Não, escute-me. – Pediu. – A minha mãe se apaixonou pelo professor interino da sua faculdade sem saber que era casado. – Bella tentou controlar as expressões de surpresa. – Carlisle também se apaixonou e logo se envolveram. Foram meses mantendo o caso, até que a minha mãe engravidou. O meu avô paterno, que era de uma família rica e vivia de aparências, soube do que estava acontecendo. Eles se separaram, por causa da pressão dos meus avós, Carlisle deixou a minha mãe grávida. Ele era controlado pelo pai que estava horrorizado com aquilo, não queria que a notícia se espalhasse. Não o deixava ver a minha mãe. - Edward sorriu tristonho. – Eu o acho fraco e o odeio por isso. A minha mãe sofreu, estava longe dos pais, pois tinha vindo estudar. Teve que começar a trabalhar e deixou o último ano da faculdade.

— Entendo. – Bella engoliu em seco, vendo muito daquela história refletir a sua.

— Quando completei nove anos de idade, eles se reencontraram. Carlisle queria ajudá-la, Esme nunca aceitou. Pelo menos no primeiro momento manteve o seu orgulho. De repente, ele estava mais determinado, sumia por um tempo, mas sempre voltava. – Era um assunto extremamente difícil para lidar e por isso, incomodado por estar finalmente expondo aquela parte da sua história, Edward afastou-se um pouco de Bella. – Carlisle voltava cada vez mais amoroso e atencioso. Descobri então que era o meu pai e que era casado. A esposa dele não tinha filhos, nunca pôde tê-los, o que me faz pensar que um pouco da determinação dele se referia a esse fato. Esme já havia lhe dado um herdeiro. – Falou que esgar. -  A minha mãe sempre o amou e voltou a recebe-lo como homem, isso me horrorizou. Todos já estavam sabendo, o que antes os meus avós queriam tanto esconder. Estava estampado na cara de quem quisesse ver. A minha mãe mantinha um caso com um home rico que era casado e tinha tido um filho com ele. – Suspirando um pouco para aliviar a tensão que aquilo lhe causava, continuou: - Foi quando conheci a Rose, uma menina que morava a algumas ruas da nossa casa. Eu não sei porque, mas comecei a prestar atenção nela e a perceber que a vida dela também não era uma vida que diziam que uma criança da nossa idade deveria ter.

— Rose sempre disse que você era um bom homem. – Bella via agora com mais nitidez que Edward era sim o homem que a irmã sempre tentou lhe mostrar, mas que estava lidando com fatos que eram extremamente dolorosos e ainda não curados.

— Não sei se sou um bom homem, Bella. Veja, eu era um garoto quando vi a Rose, e só agi sem pensar... Não queria que ela ficasse com fome ou triste, então eu apenas agi.

— Você a ajudava. – Bella entendeu a relação deles dois.

— Não sabia que estava ajudando. – Deu de ombros. – Como ela mesma disse hoje, um dia ela me seguiu até a nossa antiga casa e a Esme a viu. Eu a mandei embora, mas lhe fiz um lanche e ofereci meus brinquedos. Eu não sei, mas naquele momento a nossa mãe a amou.

— Rose é adorável, imagino quando era criança.   

— Uma linda magricela de cabelos dourados. – Aquilo saiu sem pensar e Bella pegou-se achando a expressão envergonhada do homem a sua frente a mais linda que já viu. – Bem, agora você pode entender como me sinto.

— Eu entendo. Não acho que seja saudável manter tantos sentimentos contraditórios sobre a sua família, mas eu entendo.

— Você me apazigua, Bella. – Foi quando tocou no rosto da mulher a sua frente e inclinou-se para um beijo.

— Acho que não seja prudente. – Bella retirou as mãos enormes do seu rosto e se afastou.

— Não vejo porque isso não seja prudente.

— Porque a minha história de vida é muito parecida com a da sua mãe. – Decidiu ser sincera. – Não acredito que sabendo disso, esteja disposto a ter algo comigo.  – Edward ficou em silencio por alguns instantes, entendendo o que estava lhe sendo dito.

— Você teve um caso com um homem casado? – Edward perguntou depois de recusar todos os instantes em que esteve calado as suspeitas que lhe viam.

— Você quer saber a verdade? – Bella estava séria, mas digna. Como se revelar um caso não fosse nada demais.

— Sim, eu quero.

— Não sou desta cidade, nasci e cresci em uma cidade pequena, mas que recebia muitos turistas por ser rodeada de belezas naturais. Principalmente jovens aventureiros com seus amigos. – Foi a vez dela de inalar, enchendo-se de coragem. - Em um belo dia de verão, no final do ensino médio, Damon, o pai do Theo, apareceu na cidade onde morava com alguns amigos. Nos conhecemos e nos apaixonamos. – Edward achou que quando enfim a ouvisse falar sobre a sua história, não sentiria o aperto que estava sentindo no peito naquele instante. – Tudo foi fácil, o mais lindo que pôde. Havia muito romance no nosso relacionamento, flores, bombons, bilhetes, músicas, passeios de mãos dadas. Estava tão louca por ele que fizemos amor. - Precisando de um tempo para processar as lembranças vividas que surgiam novamente, ela engoliu em seco. – O tempo todo foi perfeito, mas o tempo dele na cidade estava acabando, então, Damon sugeriu que viesse para cá com ele. Eu decidi imediatamente que era isso o que queria e falei sobre a minha decisão com meus pais que não aceitaram. Sem que eles tivessem permitido, eu fiz a minha mala e saí da cidade com Damon. Acha que pode ouvir um pouco mais?

— Sim, Bella. Eu ouvirei a sua história. – Não era algo que pudesse fugir e estava disposto a aceita-la com qualquer bagagem que tivesse.

— Ele já tinha um apartamento alugado, perto do campus da faculdade que fazia. Seus pais não moravam também exatamente na cidade. Então por um tempo foi fácil, mas depois comecei a notar que ele nunca conseguia de fato me levar para conhecer seus pais, como havia prometido. Para não ficar apenas sendo a mulher dele, comecei a procurar emprego e a pensar em estudar, já havia me matriculado. As coisas começaram a ficar complicadas, Damon estava irritadiço ou distante. Não era questão de não mais me amar, era alguma coisa que ele não me falava, não tinha coragem. Eu descobri da pior maneira o que estava acontecendo, vi o Damon com os que percebi serem seus pais e uma garota. Eles falavam o quanto formavam um belo casal e para quando seria o casamento.

— Idiota. – Edward soltou desconsolado.

— É, idiota. – Concordou tristemente. – Sabe, eu acho que fiquei em choque. Voltei para casa e o esperei. Quando ele enfim chegou, eu explodi. Damon não quis confessar, mas eu dei tantos detalhes e gritei muito que ele não pôde manter a pose por muito tempo. Ele confessou, que já tinha uma namorada antes de me conhecer e que ela estava morando longe, por isso não se viam a meses. Mas os pais dela e os seus ultimamente estavam pressionando o casamento. São pessoas ricas, com interesses financeiros além dos relacionamentos.

— Era um casamento arranjado?

— Quase isso. – Uniu suas mãos entrelaçando os dedos com força por estar nervosa. - Damon implorou que eu entendesse, implorou que o perdoasse e jurou de joelhos que me amava. – O sorriso no rosto dela, era surpreendentemente triste. – “Então, vai terminar com ela? Falar a verdade para todos? ” Perguntei querendo no fundo que ele dissesse que faria isso e eu poderia perdoá-lo por sua fraqueza. “Não posso, o meu pai vai me matar. Você não o conhece, Bella. Não posso fazer isso. ” Foi a resposta que tive e mais: “Mas posso prometer amá-la para sempre, posso prometer sempre estar presente. Eu não quero me separar de você. ” – Bella riu mais alto. – Eu perguntei se ele pretendia me fazer a outra. Eu lhe dei um tapa e o mandei embora. Ele saiu, chocado, mas não mais do que eu. Peguei as minhas coisas, as poucas roupas que tinha e fui para a casa da Alice que já tinha conhecido, pois trabalhávamos juntas no mesmo restaurante. No entanto, eu nem a conhecia tão bem, mas foi a única pessoa que pensei e fui acolhida pelos dois, ela o Jasper. Nunca mais vi o Damon, eu troquei de número e ele não tinha o contato da Alice. Como havia passado muito mal, Alice me levou ao médico no dia seguinte, foi quando descobri que estava grávida. Eu decidi não contar a ele. O que adiantaria? Se ele não conseguia assumir a mim, não assumiria um filho bastardo. Com o dinheiro do trabalho, pude alugar esta casa que vagou algum tempo depois. Tem sido o meu lar e do meu filho desde então.

— Bella, você não sabia que ele já tinha alguém. Ele é foi um verdadeiro canalha e te manipulou.

— Eu sei. Mesmo assim, fui a amante como a sua mãe e tive um filho com ele, como a sua mãe. – Repetiu. – Nós duas agimos assim porque amávamos demais.

— Não tente justifica-la. A sua história é diferente. – Edward sinalizou.

— Continuaria pensando em ter algo comigo caso eu soubesse sobre a noiva do Damon? – Edward pensou um pouco.

— Isso é injusto.

— Acha? – Bella levantou pensando em ir a cozinha acalmar-se com um pouco de água fresca. Edward a segurou pelo pulso ainda sentado. Recebeu o olhar triste da Bella vindo de cima.

— Eu te amo. – Sentiu que ela estremecia e levantou-se deslizando a sua mão do pulso pelo braço dela. – Eu te amo. – Repetiu. – Amaria ainda sendo qual fosse o seu passado, se ainda fosse quem é hoje. – Aquilo a fez arfar de verdade.

Edward a beijou e pela primeira vez sentiu as mãos de Bella em seus braços durante o ato. Ela o aceitava? Aquilo só poderia significar isso, mas durou pouco. Ela interrompeu o beijo.

— Isso não parece prudente. – Repetiu o que já havia dito antes.

— Eu sei que tem medo de se entregar e viver tudo de novo, mas já não é mais aquela menina e eu não sou esse tal de Damon. Eu te amo Bella e não há mais ninguém na minha vida.

— Então o meu passado não influencia no que sente por mim? – Bella parecia relutante em acreditar.

— Sim, ele não influencia.

— E eu não preciso me preocupar com uma outra pessoa em sua vida? – Continuou.

— Só há você. – Garantiu.

— Damon foi o meu primeiro em tudo, Edward. – Confessou e o deixou incomodado com aquilo. De repente, estava com ciúmes da Bella com o Damon. – Para ser sincera, até a pouco tempo, tinha certeza de que sentia algo por ele. Como você disse, estou confusa.

— Tudo bem, eu acho que entendi. – Disse olhando para baixo.

— Não, acho que você não entendeu. – Então foi Bella quem avançou desta vez e o segurou pela nuca para apoiar-se nas pontas dos pés e beijá-lo. – Eu não sei o que é isso. – Falou baixinho sem parar de beijá-lo. – Eu não sei o que é. – Repetiu ao se afastar.

— Eu já disse, se sentir que está confusa, olhe para mim, venha para mim quando eu pedir. Faça isso, Bella.

Edward a abraçou forte e permaneceu assim inalando o seu perfume, memorizando e apreciando o momento. Cada detalhe era prazeroso. Bella se sentiu estranhamente protegida e acolhida, aqueles braços eram perfeitos, parecia ser o lugar que deveria estar.

***

Aquele dia era mais que especial. Bella parecia ter dado alguns passos em sua direção. Gostaria de encontrá-la e propor um encontro. Sim, um encontro como nos filmes que assistiu, seria muito romântico.

— Edward! – Elena o chamou e logo buscou com o olhar se Bella estaria por ali, mas não, só mais outros coordenadores e o que pareciam ser os convidados para palestrar aquele dia.

Todo final de semestre a Universidade oferecia algumas palestras e mini-cursos para os estudantes. Edward tinha que verificar toda a grade no final e cada um e seus currículos.

— Este é o Diretor Geral, alguns dos senhores já o conhecem.

— Ah sim! – Alguns disseram e logo estavam todos o cumprimentando.

— E o que houve com o seu rosto? – Elena perguntou baixinho ao seu lado.

— Um pequeno acidente com a bike. – Justificou apressadamente. - Agradeço muito que tenham vindo e por oferecerem o tempo e o conhecimento de vocês para os nossos alunos. – Falou para o grupo.

Depois de trocarem algumas palavras, eles continuaram o caminho deles e Edward foi até a sala de Elena. Aproveitaria que ela não estava e chamaria a Bella. Estava próximo a sala e estava pegando o celular para falar com ela, mas a viu se aproximando com um aluno.

Ela se despediu do aluno que continuou o caminho no mesmo instante que um homem de cabelos negros encaracolados saia do banheiro que havia naquele corredor, ficando entre os dois.

— Bella. – Edward a chamou.

— Bella?! – Quase ao mesmo tempo aquele homem soltou surpreso.

Edward não gostou nada do que viu, tão pouco da reação de Bella. Seu rosto transformou-se em poucos segundos no que era tranquilidade para algo como espanto. Edward notou que seu rosto parecia pálido, seus lábios estavam entreabertos e os olhos brilhantes pelas lágrimas presas.

— Damon? – Ela também disse depois de um tempo.

— Oh meu Deus, é mesmo você. – Disse ainda surpreso e até parecia emocionado. – Bella eu esperei tanto revê-la. – Damon avançou para Bella e aquilo fez o sangue de Edward ferver.

— Bella! – Disse mais alto e firme fazendo-a enfim notar a sua presença.

Damon recuou com a sua presença e pareceu um pouco desconcertado. Bella estava tremendo um pouco, olhava para Edward ainda com os olhos tristes de antes.

— Edward?

— Estava procurando por você. – Pareou bem a sua frente e tocou o seu braço delicadamente.

— Estava? – Aquilo não parecia bom, estava totalmente avoada.

— Sim. Está ocupada? – Virou-se um pouco com os olhos vincados na direção de Damon. Edward olhou bem para o homem a sua frente e notou que o reconhecia. – É um dos palestrantes de hoje, não é mesmo?

— Como? – Foi Bella que perguntou, irritando-o um pouco.

— Reconheço, pois eu aprovei a grade das palestras. – Estava se autopunindo, mas soou como se estivesse se gabando para Damon. – Sou Edward Cullen.

— Ah sim, o Diretor Geral. – Damon o reconheceu também e estendeu a mão para um cumprimento. – Prazer, sou Damon Salvatore, especialista em cardiologia. – Sim, ele sabia e sabia que vinha de uma família de grandes médicos, ricos e que tinham seu próprio hospital de grande importância no país. Edward apertou forte a sua mão. 

— Está perdido? – Perguntou com um sorriso sombrio.

— Me afastei do grupo um pouco. - Damon não tirava os olhos de Bella.

— Eu estou de saída. – Bella disse, mas Edward a segurou pela mão.

— Vamos juntos. – Não passou despercebido para Damon aquele gesto íntimo, assim como a maneira que Edward falava com ela. – Saberá se encontrar? – Perguntou sem afastar a sua mão da de Bella.

— Sim, sei para onde estão indo.

— Ótimo. Até mais então.

Damon ficou parado olhando os dois caminharem de mãos dadas. Bella não estava notando isso, até que parou diante da sua sala. Afastou as suas mãos depressa antes que alguém os visse.

— Oh, meu Deus... – Notou a mancada que havia dado. – Porque ficou segurando a minha mão assim?

— Porque eu não a seguraria? – Ainda estava chateado por vê-la tão afetada por Damon.

— Alguém poderia ver.

— E qual o problema? – Pôs as mãos nos bolsos e inflou o peito em atitude desafiadora.

— Edward! – O repreendeu. – Estamos no nosso local de trabalho.

— E não há nenhuma regra de não namoro entre funcionários. Eu saberia, sou o Diretor. – Disse seco como antes e Bella começou a perceber o que realmente tinha acontecido e que Edward parecia ter notado.

— Preciso entrar. – Estava fugindo para não ter a conversa naquele momento.

— Ainda não falei o que quero falar. – Quis detê-la um pouco mais.

— Certo. Diga.

— Vamos sair hoje. Quero ter um encontro. – Bella tossiu, pois estava já nervosa, não tinha cabeça para aquilo.

— Não acho uma boa ideia. Preciso ir para casa depois do trabalho. – Ela o estava dispensando.

— Realmente precisa ir ou não quer sair comigo? – Edward estava sendo intransigente, pois sentia-se injustiçado.

— Sabe que tenho alguém que espera por mim em casa.  – Justificou.

— Certo, eu sei. Então te levarei para casa, mas ainda assim temos que conversar.

— Conversar?

— Sim, sobre o que acabou de acontecer. – Disse sério.

— Do que está falando? – Tentou driblar aquilo o máximo que pôde.

— Desse encontro entre você e o pai do Theo. – Bella arregalou os olhos, pois teve a confirmação de que Edward entendeu tudo o que havia acontecido. – Aquele é o Damon que te enganou anos atrás, não é?

— É. – Não havia porque negar, já que ele parecia tão certo.

Edward novamente não gostou do que conseguia ler na expressão de Bella. As emoções que ela estava demonstrando, era como se estivesse balançada por aquele encontro com o idiota.

— Bella, temos que conversar. Te pego logo mais. – Edward a deixou parada diante da porta e apreensiva, pois sentiu a seriedade que ele pronunciou aquilo.

Por mais que tivesse sendo produtivo, ainda lembrava da reação de Bella ao reencontrar o Damon, também pareceu óbvio o interesse do mesmo naquele reencontro. Buscou os horários das palestras e programou-se para ir assistir a de Damon que era logo mais. Tinha sido uma palestra consistente e muito proveitosa para os alunos. Edward se manteve distante ouvindo, imaginando como Bella havia sofrido com aquele homem.

***

Damon viu Edward sair da plateia um pouco antes de finalizar e recordou a maneira como aquele homem e Bella pareciam íntimos, certo incomodo lhe subiu.

Assim que saiu, tentou encontrá-la em algum lugar para terem uma chance de conversar mais um pouco. Havia sido um longo tempo desde que se viram e sempre quis revê-la. Bella parecia bem e estava mais linda do que nunca. O seu coração tinha disparado assim que a viu.

Tinha sido um canalha com ela, só queria poder se desculpar. Viu quando Bella saiu, mas atrasou-se um pouco quando alguns professores o cumprimentaram. Bella tinha seguido em direção ao estacionamento, não sabia explicar o que sentiu quando a viu entrar no carro onde um homem a esperava.

Como estava perto do seu carro, resolveu ir para dentro. Esperou até que o carro onde ela havia entrado passou pelo seu e constatou que se tratava de Edward Cullen. Sem pensar direito ligou o seu carro e foi atrás dos dois.


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Notas finais do capítulo

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