Trilhando o Próprio Caminho escrita por Camila J Pereira


Capítulo 16
O bom irmão, um leão e a sua cria


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo para adoçar esse domingo.
Para quem ficou curioso sobre o que aconteceu com a Rose, veremos tudo direitinho.
E acho que algumas pessoas poderão mudar o modo como veem o Edward a partir de agora.



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Edward estava dirigindo apressadamente, os dedos apertavam o volante com força. Seus lábios tinham pontos esbranquiçado por estar mantendo-os apertados. Sua mente estava a mil por hora, imaginando o que poderia fazer para ajudá-la.

Foi na terceira tentativa que a irmã atendeu, falando em sussurros explicou que estava em um hotel de beira de estrada com a sua mãe. Parecia que as duas tinham sido perseguidas por bandidos e Rose achava que eles estavam no hotel e por isso não entendeu logo.

Edward discou para a polícia e relatou o ocorrido como pôde, fazendo ser explicita a urgência na situação. Com o endereço no seu GPS, seguia no limite permitido nas vidas que pegava. Tudo o que pensava era em chegar até o local onde a Rose estava e garantir a sua segurança.

O Hotel era realmente na beira da estrada. Pequeno, possuía dois andares. Edward estava atento a todo o ambiente a medida que se aproximava da construção. Viu o carro da irmã a uns cinco metros do seu e haviam mais três estacionados.

Atravessou a porta de vidro e recebeu o ar gelado produzido pelo aparelho condicionador de ar. O som de sinos soou em sua cabeça pelo objeto decorativo preso na parte superior da porta.

— Seja bem-vindo! – A robusta senhora com cabelos cheios e encaracolados sorriu com grandes dentes brancos em sua direção.

— Bom dia! – Disse retirando os óculos de sol e alcançando o balcão. – Espero que possa me ajudar.

— Pois não? – Tinha toda atenção da senhora, pois a sua beleza e educação a fisgaram.

— Estou procurando a minha irmã. Ela me pediu para encontrá-la aqui. – Neste mesmo instante, um grande estrondo ecoou por todo o ambiente vindo do andar de cima e gritos femininos também. Edward reconheceu entre as vozes, a da sua irmã e sem esperar por mais nada, correu com a senhora atrás dele.  Lá em cima conseguiram ainda ver os homens forçando uma das portas e entrando. Eles também os viram e se apressaram.

— Oh, meu Deus! Vou chamar a polícia! – Edward ouviu a senhora dizer e voltar para baixo correndo.

Ele não poderia esperar que a ajuda chegasse, para a sua irmã, ele era a ajuda. Com o sangue fervendo, imaginando que pudessem machucá-la. Edward avançou para o quarto. Viu um deles pegando a mãe de Rose pelos cabelos e a sua própria irmã tentando livrar a mulher daquele homem. O outro a empurrou, o barulho que ouviu foi assustador. Com certeza a irmã havia batido algum osso com o impacto.

— Você está bem? – Correu para ela, o seu rosto estava em uma careta de dor.

Edward a fez sentar-se no chão e levantou com os homens já levando a mãe da Rose porta a porá. Sem pensar, puxou o que havia empurrado a irmã pelas costas da camisa. Ele virou com um safanão tentando se livrar de Edward.

O rosto dele era monstruoso, pois emanava da sua fisionomia algo maligno, de seus lábios apenas palavras hediondas. Edward foi o primeiro a lhe dar um soco, mas recebeu outros de volta, mas a sua ira não havia sido enfraquecida pelo forte embate.

— Livre-se logo desse merda! – O bandido que havia levado a mãe da Rose estava impaciente do lado de fora no corredor.

Sem pensar e com forte dor no braço esquerdo, Rose pegou o abajur que estava em cima da pequena mesa espremida em um canto do pequeno quarto e com a mão direita o enfiou na cabeça do oponente do seu irmão.

Não foi um forte golpe, mas foi a distração perfeita que Edward aproveitou para socar com toda a sua força o homem, jogá-lo no chão e chutá-lo até que ele desistisse de reagir. Vendo que o seu parceiro tinha sido vencido o homem do lado de for mostrou a faca que segurava e apontou para a mulher que segurava em prantos.

— Tente alguma coisa ou essa aqui vai ser carne morta. – Ameaçou.

— Rose! – Edward a segurou pela mão, impedindo-a de ir atrás dos dois que seguiam para as escadas. – Venha comigo. – Ele pensou, pois não poderia deixa-la ali com aquele outro e nem seguir atrás da mãe.

Bem mais atrás do bandido eles seguiram e o viram entrar no carro levando a loura totalmente desesperada.

— Não podemos deixá-lo ir com ela. – Rose estava com o braço esquerdo encolhido agitada sem conseguir pensar em nada.

— Os policiais estão vindo, Rose. Consegue ouvir as sirenes? – Edward foi até a estrada e acenou desvairadamente para os policiais que pararam e ele indicou o carro. Uma viatura foi atrás do bandido que não estava longe e os outros entraram para deter o que estava machucado em um dos quartos.

— Precisam vir até a delegacia para registrar o acontecido. – Um dos policiais falou ao trazer o homem sangrando no rosto e com algemas nos pulsos.

— Ela está machucada. Podemos ir depois que formos ao hospital? – Edward perguntou.

— Sim. Mas façam isso.

A senhora que atendeu Edward estava de volta, vindo de algum esconderijo perto. Tremia e contava a sua versão para os policiais. Então ela também foi solicitada para preencher a ocorrência. Alguns dos clientes também apareciam pelas janelas, trancados assustados em seus quartos depois de ouvirem os barulhos daquela invasão repentina.

— Vamos. – Edward guiou a Rose tocando-lhe com delicadeza pelo ombro. Ajudou-a a pôr o cinto e seguiu para o hospital mais próximo dali.

 Deixou que ficasse sentada no banco de espera e foi atrás de atendimento. Falou com um e com outro até que a irmã foi chamada para ser examinada. Com o raio-x, ficou comprovado que havia uma fissura no cotovelo esquerdo. O braço deveria ser imobilizado com uma tipoia e medicamentos foram receitados. Ele ignorou totalmente as tentativas da irmã de ser examinado também, seu rosto estava com alguns hematomas por conta da luta que teve.

 - Edward, estou preocupada com a Carmen. – Edward estranhou que a Rose chamou a mãe biológica pelo nome.

Apesar de ter sido adotada muito jovem, Rose nunca deixou de chamá-la de mãe. Naquele momento, havia uma outra mudança acontecendo dentro da irmã. De certo, muitas mudanças estavam acontecendo, pois, o posicionamento da Rose estava mudando em várias situações. Ele mesmo, podia vislumbrar as suas próprias mudanças e caminhos que antes foram escolhidos estavam sendo deixados de lado. Novos caminhos para ambos estavam sendo trilhados, separados da dor e daqueles que não deveriam estar partilhando-os.

— Saberemos o que aconteceu quando chegarmos a delegacia. – Edward voltou a pôr os óculos escuros do lado de fora do hospital.

Novamente, caminhou lado a lado da irmã, abriu a porta e esperou que entrasse para então, voltar a fechá-la com cuidado. Rose estava estabanada com a tipoia, então ele a ajudou a manter-se segura com o cinto.

— Você não quer saber o que aconteceu? – Arriscou encarando o irmão e vendo o garoto que sempre enxergou, mesmo que ele falasse e agisse o contrário do que era de verdade por causa das questões que tentava lidar.

— Só se não for ruim para você. Já deverá falar um pouco com os policiais. Se for muito... – Ele meneou a cabeça.

— Por mim tudo bem. – Afirmou, mesmo assim a sua voz saiu trêmula pelo nervosismo de reviver mentalmente as últimas horas. – Ontem à noite, Carmen voltou a me ligar e mandar mensagens insistentemente. Comecei a ficar em dúvida quanto a não a atender, pois ela parecia desesperada. As mensagens que deixei para você eram para que me aconselhasse sobre isso. Então, boba e atendi ao chamado dela, hoje pela manhã. Nem havia amanhecido e ela tina voltado a me ligar. Disse que estava em apuros, que o dinheiro que eu dei foi roubado e que as pessoas que ela devia estavam atrás dela. Só acreditei quando ela começou a ficar histérica. Resolvi ir até a sua casa e verificar, pois, ela parecia mesmo em apuros.

— Foi sozinha, Rose? O seu único erro foi este. – Comentou irritado por este pensamento e por não ter visto as suas mensagens antes. Estava mais se culpando do que culpando a irmã.

— Se eu não fosse, talvez ela pudesse estar muito machucada uma altura dessas. – “Ou morta. ” Pensou Edward. – Quando cheguei a casa dela, chorando muito, disse que eles estavam indo até a sua casa para cobrar o dinheiro e que se ela não tivesse iria cobrar de outra maneira. Eu fiquei nervosa, a pus dentro do carro e dirigi feito louca. Parei naquele hotel, pretendia deixa-la escondida por um tempo. Mas percebi que estávamos sendo seguidas.... Ouvi passos pelo corredor e o nome dela sendo chamado, por isso não atendi imediatamente a sua ligação. Eles entraram em algum quarto, acho que estavam pensando o que iriam fazer com certeza. Que bom que chegou a tempo, que bom que estava lá, Edward. – Rose começou a chorar pela primeira vez. Edward, deixou que a irmã desabafasse. Como havia feito com Bella dias atrás, abriu o porta luvas e lhe passou lenços. – Foi como antes, não foi? Sempre você passava pela minha casa indo para a escola e me dava algo para comer. Você sempre me dizia coisas bonitas e eu ria, lembro que gostava e te achava tão bonito e inteligente. Queria ter um irmão como você, sempre pensei. Lembro que te segui um dia, foi quando conheci a Esme. E eu a amei tanto quanto amei você. – Edward ouvia o relato daqueles dias de sua infância e ficou tocado.

— Eu disse que você não poderia ficar.

— Mas me deu os seus brinquedos e fez um sanduíche para mim. – Edward bufou, mas sentiu o ardor das lágrimas.

— Não queria que fosse mais um problema para a minha mãe, mas ela não pensou duas vezes. Eu lamentei tê-la ajudado porque pensei que a nossa mãe estava se prejudicando ainda mais te mantendo conosco quando não tinha nem marido para ajudá-la e com todo o burburinho sobre nós que rodava por todo o canto.

— Desculpa, Edward, por ter sido mais um problema para vocês.

— Sabe que não foi. Sabe que a nossa mãe te ama muito e que faria tudo por você. Eu por muito tempo tentei usar o ódio e a revolta como motivação para tantos pensamentos e atitudes que tive. Eu errei com você, hoje... – Edward passou a mão pelos lábios, sentia a secura da boca. – Hoje eu fiquei muito preocupado com o que poderia te acontecer. Você, Rose, não tem culpa pelo tipo de relacionamento que tenho com meus pais. Você é a minha irmã, é a minha irmã mais nova. – E com isso ele queria dizer que também a amava, mas ainda não conseguia falar cada palavra, mas a Rose, inteligente e sensível, entendeu.

Edward acompanhou a irmã até a delegacia e lá procurou os policias de mais cedo. Num canto sentada, estava a Carmen, descabela, desgrenhada e assustada. Rosie foi até ela e conversaram enquanto Edward mais aliviado por vê-la ali se inteirava dos procedimentos. Os depoimentos foram registrados e Edward deveria pensar como agiria dali para frente. Olhava duro para Carmen que se mantinha em silêncio.

— Eu lhe disse para não mais envolve-la nas suas encrencas. Deveria denunciá-la também para que ficasse presa. – Cuspiu irado.

— Edward... – Rose balançou a cabeça negativamente.

— O que pretende fazer agora? Voltar para casa, sem chances. Ficar com a Rose também não é uma opção. – Disse sério sem ligar para a reprovação da irmã. – O que pode fazer é sair da cidade por um tempo muito, muito longo. Ficar longe desse pessoal e da minha irmã. Porque se outra dessas acontecer, não vai ter que se preocupar só com eles. Vai se ver comigo. 

— Eu não tenho para onde ir e nem dinheiro. – Disse em um fio de voz. Edward soltou o ar impaciente.

— Sei que tem parentes em uma cidadezinha. – Ela ficou nervosa.

— Mas seria vergonhoso...

— O que? – Edward a cortou. – Prefere ser morta? Porque extorquir a Rose já não vai ser o seu hobby.

— Será melhor que vá. – Rose afirmou também.

— Tudo bem.

— Vamos voltar para o hotel, registrar a saída de vocês e pegar o carro. Ligarei para o Emm, ele pode levar você de volta. – Rose assentiu. – Contará isso aos nossos pais? – Carmen arregalou os olhos assustada com a possibilidade. Temia o Carlisle por ser um homem sério e distinto.

— Acho que não é uma boa ideia. – Edward respeitou a decisão da irmã e também compactuava, pois a Esme ficaria arrasada.

Dirigindo para o hotel com as duas atrás conversando seriamente sobre manterem um afastamento até que ela se recuperasse daquela vida, Edward ligava para o amigo. Em poucas palavras o deixou a par da situação e sem demoras, Emmet colocou-se a caminho para o endereço enviado pelo amigo.

Esperaram que Emmett chegasse para se organizarem. O eu amigo abraçou forte a sua irmã e a beijou cheio de preocupação. Rose fez uma apresentação breve, via-se que não queria envolver o namorado naquele assunto, enquanto o Emmett queria estar presente integralmente.

— Leve-a para casa, fique com ela. – Pediu ao amigo. – Vou até a rodoviária e depois nos falamos.  – Rose que já estava indo para o seu carro que seria dirigido pelo namorado, voltou atrás ao ouvir aquilo e beijou o irmão na bochecha. Edward ficou sem jeito e tossindo um pouco caminhou até seu carro sem dizer mais nada.

— Você entende que não é bem-vinda até que tome jeito? – Disse entregando a passagem nas mãos da Carmen. Tinha comprado o primeiro horário que era dali a quinze minutos. – Você do jeito que está não faz bem à sua filha. E a Rose merece uma vida melhor do que essa que oferece estando presente. – Carmen chorou em silêncio. – Tome. – Edward entregou um pacote com lanche que havia comprado, pois s viagem seria longa. Tirou a carteira do bolso e deu as notas para a mulher. – Tenha uma boa viagem. – Carmen sinalizou com a cabeça e caminhou em direção a área de embarque do seu ônibus.

***

Foi um sábado preguiçoso para mãe e filho que fizeram o básico das atividades domésticas, pois se recuperavam do resfriado ainda. Bella ajudou o filho nas lições para que ficassem logo livre o resto do final de semana. Também teve que avisar na escola de futebol que o Theo faltaria aquele dia. Não o queria se esforçando ainda, mesmo que ele dissesse que estava tudo bem.

Algo estava diferente naquele dia e se referia aos seus pensamentos. Sempre voltada para os beijos que havia trocado com o Edward nos últimos dias e para o fato de que estava cada vez mais mudado aquele homem.

Foi no meio do dia que se pegou imaginando o que ele estaria fazendo. Pois até aquele momento havia desaparecido. Todos os dias, Edward lhe deixava pelo menos meia dúzia de mensagens, isso se não ligasse também. Era estranho, ou talvez, enfim havia caído em si e analisado que não era uma boa ideia se envolver com uma mulher com uma bagagem como ela.

Bem, ele estava totalmente certo, se esse fosse o caso. Também deveria respirar mais aliviada, já que não precisaria mais tentar afastá-lo. Talvez o Theo sentisse a falta do Edward, mas ele era criança e logo esqueceria daquilo. Parou ao notar que mordia o lábio inferior com força e atendeu a ligação da Rose.

Foi então que soube o que havia acontecido aquele dia, os motivos das recusas dela com as ligações. Todo o resto foi como ouvir sobre um filme de terror para Bella. Repetidas vezes perguntou se a amiga estava mesmo bem, Rose chorou um pouco pela mãe e depois chorou feliz pelo irmão.

Por três vezes contou a Bella como o Edward a tratou tão bem, como ele tinha sido como antes. Que aquele era o verdadeiro eu, claro, ainda um pouco áspero, mas era um homem bom. Bella sentiu o coração aquecido com os relatos, mas ainda preocupada, também com o Edward.

Assim que desligou, foi para o cantinho da cozinha e discou o número do Edward. Àquela altura, o sol já havia se posto e Edward ouvia o som do seu celular tocar pelo quarto. Tateou sobre a cama e o achou ainda de olhos fechados. Levou o aparelho até o seu rosto e leu o nome com espanto e meio zonzo percebeu que o quarto estava escuro.

— Oi, Bella. – Disse com a voz rouca.

— Oi, Edward. – Era a primeira vez que ligava para ele e estava se sentindo deslocada, sem saber como começar.

— Tudo bem? – Perguntou consciente de que ela nunca ligou primeiro.

— Sim, na verdade eu queria saber de você. – Resolveu ser direta. – A Rose acabou de me falar sobre o terror que passaram e fiquei preocupada. – Edward pigarreou deixando que seu cérebro entendesse o valor daquelas palavras.

— O Theo está por aí? – Tentou ser racional antes de qualquer coisa.

— Não, estou afastada para que ele não saiba.

— Não o deixe saber sobre isso. Não é um assunto para um garoto da idade dele. – Ela pensou que além de tudo, Edward pensava primeiro no Theo.

— Você está bem? A sua voz está rouca.

— Eu acabei de acordar, na verdade.

— Eu o acordei? – Lamentou ter feito aquilo.

— Tudo bem, eu precisava acordar para comer algo. Simplesmente deitei na cama quando cheguei e acabei adormecendo. Não sabia que estava tão exausto.

— Deve ter exigido muito de você. Não foi uma situação fácil. – Disse atenciosa. Era quase como o estar elogiando e por isso ele sorriu sentindo dores pelo rosto, gemeu. – O quê?

— Não foi nada, apenas gostando de ouvir a sua voz. - Sua voz havia se tornado ainda mais doce demonstrando o quanto estava acolhido pelas atitudes atenciosas da mulher que gostava.

— Rose falou que entrou em luta corporal com um bandido. – Bella percebia o estado de espirito de Edward, a abertura que estava permitindo para que entrasse na sua vida, mas não deu atenção. - Está machucado? 

— Não muito, estou com saudades de você. Talvez eu precise apenas ver seu rosto para me recuperar. – Se continuasse daquela forma, Bella teria que desligar, pois não sabia se estava ou não gostando.

— Edward Cullen. – Pronunciou o seu nome para alertá-lo a não começar com aquilo, mas no meio do caminho sorriu e Edward ouviu.

— Ah, Bella, não me faça ter que ir até aí. – Ela ficou inteiramente tensa ao ouvir aquilo, sentia a contradição dos seus sentimentos.

— Você precisa descansar, não invente. – Tentou driblar.

— Já descansei. – Suas palavras foram quase engolidas pelo bocejo, o que a fez duvidar. – Como está se sentindo hoje? Tomou os remédios? O Theo também?

— Estamos bem, quase recuperados.

— Esperem por mim, vou tomar um banho para despertar e ir até aí.

— Edward...

— Não adianta, preciso vê-la. Até daqui a pouco. – Disse sorrindo.

— Até.

Edward logo estava na porta da casa de Bella. The atendeu, pois a mãe estava no banheiro por um longo tempo. Também havia ido tomar um banho e demorou-se na escolha da roupa, um vestido de alças em um amarelo e rosa dégradé.

— O que é isso em seu rosto? – Ouviu o Theo perguntar ao se apressar para fora, deixando os cabelos soltos na pressa.

— Edward?! – Bella assustou-se também. Edward fez uma careta de culpado assim que entrou.

— Acabou piorando já que não cuidei, mas parece pior do que realmente é.

— Você bateu o rosto em algo ou brigou? – Edward ficou olhando do garoto para a Bella sem saber como responder.

— Filho, algumas pessoas más intencionadas agrediram o Edward... – Bella começou e o filho correu para mais perto do Edward.

— Eles te bateram?

— Tudo bem, eu consegui me defender. Posso dizer para ele que o outro cara ficou ainda pior? – Perguntou olhando para Bella que sacodiu negativamente a cabeça. Theo gargalhou ingenuamente. – Eu estou bem e essas pessoas estão sendo punidas. É tudo o que precisa saber. – Bagunçou as mexas escuras da cabeça do menino.

 - Que bom que está bem. – Theo falou simplista.

— Sente-se, Edward. Sempre tenho em casa medicamentos para as contusões do Theo. – Edward seguiu o garoto e sentou-se ouvindo-o falar sobre um certo jogo que começou a jogar. – Deixe-me por isso no seu rosto. – Pediu Bella voltando com uma pomada nas mãos. – Edward já havia notado como ela estava vestida e que mantinha os cabelos soltos.

— Você está muito bonita. – Não era a primeira vez que a elogiou daquela forma, mas foi a primeira vez que ouviu estando tão perto, pois inclinava-se para distribuir a pomada pelo rosto dele e também foi a primeira vez que sentiu um arrepio.

— Cale-se. – Pediu baixo, olhando de esgueira para o filho ali ao lado.

— Ela não está bonita, Theo?

— Está sim. – Disse voltando ao jogo.

— Espere. – Pediu assim que ela terminou. Pegou em seu pulso e a puxou para mais perto tocando com a outra mão em sua testa. – Você parece melhor.

— Eu disse que estava.

 Edward se entreteve jogando com o Theo. Bella se pegou observando os dois longamente. Logo foi chamada para participar e os três estavam espremidos no sofá, o menino permaneceu entre os dois. Theo cansou do jogo e pediu para assistir algo. Bella distraiu-se na história por alguns minutos e quando voltou a olhar para o lado, sentiu o seu coração falhar por alguns segundos, pois viu o Theo adormecido tombado em cima do Edward no encosto do sofá recebendo-o naquela posição enquanto também cochilava. Parecia um leão e a sua cria.


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Notas finais do capítulo

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