Encantos & Desencontros escrita por Maitê Miasi


Capítulo 22
Capítulo 22




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“A gente não percebe o amor
Que se perde aos poucos
Sem virar carinho
Guardar lá dentro o amor não impede
Que ele empedre mesmo crendo-se infinito
Tornar o amor real é expulsá—lo de você
Pra que ele possa ser de alguém.”


Nando Reis – Quem Vai Dizer Tchau?

 

****

Ao ouvir aquela frase, Maria gelou por completo. Seu maior medo voltava com força, seu maior segredo estava por vir à tona. Sua vontade era negar aquela afirmação com todas as forças, mas o que adiantaria? Só se enrolaria mais numa questão que já teria de ter resolvido.

— C-como você descobriu? – Perguntou sem forças, suas pernas tremiam fora de ritmo.

— Estêvão acabou de me contar. – Respondeu seco. – Então ele é o cara que arruinou a sua vida, né? Esse homem te desmoralizou na frente de todo mundo! – Após dizer aquelas palavras no tom mais alto que sua voz podia alcançar, ele diminuiu o volume em algumas oitavas. – Esse homem é o meu verdadeiro pai.

— Eu ia te contar, Miguel. – A dor que aquele momento trouxe era mais insuportável do que ela podia imaginar. Infelizmente, Maria não conseguiu estar firme como queria, e já chorava desesperada.

— Quando? – Gritou. – Não tenta se enganar, Maria! Você não teria coragem de fazer isso!

— Eu estava tentando te proteger! – Miguel estava arisco, e sempre que a mãe se aproximava, ele se afastava.

— Mentira! Você está querendo se – enfatizou o “se” – proteger, Maria.

— Não, claro que não!

— Ah não? – Ele riu enquanto as lágrimas ainda caiam em seu rosto. – O que será que meu filho pensaria de mim se soubesse que eu estou me envolvendo com o cara que arruinou a minha vida, e que é seu pai? – Ele imitou seu modo de falar. O clima estava tão tenso que ambos continuaram com a mesma fisionomia pesada. – Eu estou inventando coisas, ou não foi assim que aconteceu?

— Eu não queria que as coisas chegassem a esse ponto, ok? – Foi a sua vez de gritar. – Eu queria te contar a verdade, mas tenta me entender, olha a posição que eu me encontro agora!

— Não justifica! – Vociferou. – Você sabe, melhor que ninguém, o quanto eu queria saber quem era meu pai, e ele estava o tempo todo ao meu lado, se tornou meu amigo, e você fingindo que nada estava acontecendo! – Um pesado silêncio se instalou entre eles, só se ouvia um choro nasal de ambas as partes. – Eu confiei em você, Maria. – Ele concluiu, prostrado.

— Eu não queria te decepcionar, Miguel.

— Mas decepcionou Maria, e muito. – A gritaria já havia se tornado normal naquela sala. – Você me desapontou da pior forma que uma pessoa poderia desapontar outra. – Ele deu as costas para a mãe, não conseguia encará-la.

— Me perdoa, filho. Eu sei que devia ter te falado antes, mas eu não conseguia, eu estava com medo de você pensar o pior sobre mim. – Ela tentou abraça-lo por detrás, e novamente, recebeu uma atitude ríspida sua.

— Não toque em mim!

— Você vai me condenar para o resto da vida por causa de um único erro que eu cometi? Então quer dizer que nossa relação acabou?

— Eu não sei. Não sei como nós vamos ficar daqui pra frente. Só peço que você não fique me cercando, eu preciso de um tempo pra digerir isso, Maria.

— Tudo bem, acho que é melhor darmos esse tempo, assim você coloca sua cabeça no lugar.

— Eu vou pra casa, preciso ficar sozinho.

— Espera Miguel! – Sua voz intensa o fez parar a dois passos da porta e a olhar. – Eu peço que não comente nada com Estevão, pelos menos por enquanto. Você sabe, ele nunca ficou sabendo da minha gravidez.

— Ok.

— E quanto a Cláudio, ele também não sabe que Estêvão é seu verdadeiro pai, eu te peço que me deixe esclarecer tudo. Suas irmãs, como você sabe, não fazem a menor ideia de que você não é filho do mesmo pai que elas.

— Fica tranquila, Maria, vou saber lidar com essa informação sozinho, aliás, nada muito anormal, né, fica tranquila. Com licença.

Uma imensa dor atingiu Maria em cheio, lhe agrediu sem a menor clemência. Ao assistir o filho saindo por aquela porta, tendo o pior dos sentimentos a seu respeito, seu chão sumiu. Sem saber o que fazer, como agir, só lhe restou gritar, para ver se aquele sofrimento dava alguma trégua.

— AHHHHHHHH...

Chorou. Lágrimas de arrependimento escorriam com toda a força. Aquela dor insuportável nunca fora sentida por ela. Parecia que havia tido uma explosão interna, deixando um enorme buraco dentro de si. Dor, frio, calor, medo, aquele misto de sentimentos desagradáveis a esmagavam, deixando-a completamente sem saída. O que lhe restava era chorar.

— Mãe!

— Mãe?!

Ao entrarem em casa, as meninas escutaram um choro alto vindo da sala, logo deduziram que era da mãe, e correram ao encontro da mesma. As duas demonstraram preocupação ao verem-na chorando inconsolável. Aquelas lágrimas eram tão torrenciais, que Maria não conseguia detê-las, mesmo que tentasse, não conseguia se controlar.

— Por Deus mãe, fala alguma coisa! – Juliana foi a primeira a demonstrar sua preocupação em palavras.

— Mãe, o que aconteceu? Por que você tá chorando assim? – Foi a vez de Giovana tentar tirar alguma coisa dela.

— Mãe? – Juliana, emotiva como sempre, também se rendeu aos prantos.

— Juliana, pelo amor de Deus, não torna as coisas mais difíceis! Já basta minha mãe chorando e vem você também? – A menina se sentou ao lado esquerdo da mãe, segurando sua mão. Juliana se acomodou do lado direito.

— Mas Giovana, ela tá chorando!

— Cala a boca, Juliana, para de chorar e vamos focar nela, ok? Mãe, me olha – os olhos embaçados de Maria miraram a filha – você tá sentindo alguma dor? – Ela negou. – Você quer conversar? – Ela negou mais uma vez.

— Eu vou pegar uma água, espera um pouco.

Rapidamente Juliana foi até a cozinha, e voltou trazendo um copo cheio de água. Maria não bebeu nem a metade e logo se desfez do objeto.

— Mãe, nós vamos te levar pro quarto, tá? – Ela assentiu. – Juliana, com calma – foi enfática – você vai me ajudar a levar ela lá pra cima.

As duas a levantaram sem muita dificuldade e, uma de cada lado, foram guiando-a sem pressa até o quarto.

Por muitas vezes Maria havia cuidado, não só das gêmeas, mas também de Miguel. Passou várias noites em claro quando a dor insistia em se fazer presente; quando o medo se instalava, fazia questão de ficar ali do ladinho deles até eles dormirem e velar o sono dos seus pequenos. Mas aquela era a primeira vez em ela se encontrava na condição de ser cuidada.

As gêmeas se mostraram muito adultas e pacientes, nem pareciam que viviam em pé de guerra. A forma com que se dispuseram a cuidar da mãe fazia a mesma sentir protegida, porém não lhe agradava nenhum pouco deixá-las preocupadas.

— Pronto mãe, tenta descansar um pouco, daqui a pouco você tá melhor. – Juliana tentava não se abater, mas seus olhos denunciavam que seu coração estava ressentido.

— Você quer que a gente fique e te faça companhia? – Ela nada respondeu. Seu olhar vagava pelo imenso quarto. – Nós duas vamos ficar aqui, fazendo companhia pra você. Nós não vamos falar nada, tá, só vamos ficar quietinhas.

— É mãe, vamos fazer como você fazia quando a gente era criança, vamos nos deitar aqui, e ficar em silêncio até o medo passar.

Maria assentiu às palavras das filhas apenas com seu olhar tristonho. Ela se deitou no meio da cama, e logo as duas fizeram o mesmo. Uma de cada lado e em silêncio, ficaram a cuidar da mãe que tanto precisava de carinho naquele momento.

...

Já na sala, depois de deixarem a mãe adormecida no quarto, ambas confabulavam sobre sobre as possíveis causas do choro inesperado de Maria. Inúmeras hipóteses passaram na cabeça das duas, mas nada sólido o suficiente para chegarem numa conclusão.

— Ai, me parte o coração ver a minha mãe desse jeito. A gente devia ter ficado lá.

— Ela tá dormindo, Juliana. O que você acha que ela vai fazer? Acordar e se jogar da janela?

— Ah, eu não sei.

— Por Deus, né Juliana! – Giovana se levantou, exaltada. – Você anda comendo cocô?

— Ora Giovana, eu nunca vi minha mãe assim. Ontem e hoje tava tudo normal, e de repente...

— Juliana – ela respirou fundo se acomodou novamente ao lado da irmã – todo mundo tem um momento de surto. O dela foi hoje.

— Sei não, isso tá muito mal contado. Aposto que tem a ver com aquela família, tudo de errado que acontece nessa casa e por culpa deles.

— Tá falando dos San Roman? – Ela confirmou. – Tecnicamente, Fabíola faz parte da nossa família. Infelizmente, ela é nossa tia.

— Você entendeu o que eu falei, Giovana. A culpa disso tudo é do Estevão, se ele não tivesse a maldita ideia de dar em cima da nossa mãe, estaria tudo como era antes, e nossos pais não estariam a beira de um divórcio.

— Seu namorado também é daquela família. – Comentou, tentando cortar o assunto.

— É diferente. Henrique é diferente do pai e da mãe.

— É claro que é. Se te convém, é diferente sim.

Como de praxes, um bate boca se iniciou entre as duas. Juliana deixava bem claro sua opinião sobre aquela família, porém, defendendo o namorado com unhas e dentes. Em contrapartida, Giovana não ficava a favor dos San Roman, mas também não era totalmente contra, principalmente se tratando do anfitrião. Só não sabia ao certo se era por sua paixão desenfreada por ele, ou pelas verdades que estava descobrindo.

A confusão entre as gêmeas estava instalada. Elas estavam tão entretidas enquanto debatiam sobre o assunto, que nem se deram conta que o pai aparecera no cômodo e ficara a observar as duas por breves segundos. Um silêncio e um susto se formaram quando elas se deram conta da presença dele.

— Até que enfim pararam de discutir, né. – O homem, vestido formalmente, saiu de trás do sofá, onde estava, e passou a encarar as filhas de frente. – Parece que é só isso que voces sabem fazer. Qual o motivo dessa vez? – Perguntou, sentando-se de frente para elas.

— Sobre todos os nossos problemas existirem por causa dos San Roman. – Juliana se adiantou. Sua fala era repleta de acusação.

— Acho que temos um assunto mais importante que isso, né Juliana. – Giovana revirou os olhos.

— Pode ser mais clara, Giovana? – O pai perguntou.

— Minha mãe surtou. – Respondeu simples. Sua resposta fez um V se formar entre as sobrancelhas de Cláudio.

— É pai, a gente chegou em casa e ela tava aqui, em prantos.

— E por que ela tava chorando? Vocês não perguntaram? – Cláudio começou a se mexer no sofá inquieto, desassossegado.

— Ela não parou de chorar nem pra responder a gente. – Juliana retorquiu com a voz chorosa.

— Tá. Eu vou lá em cima descobrir o que houve.

Cláudio subiu as escadas de dois em dois degraus, brevemente alarmado. O modo como o casamento deles caminhava não foi motivo suficiente para que ele deixasse de se importar com sua amada.

Ao abrir a porta com cuidado, encontrou Maria dormindo sossegada, como se nada lhe tirasse a paz. Aquela cena o fez refletir sobre a mulher a sua frente, sobre os acontecimentos recentes, sobre a dor que estava sentindo ao ver que a mulher a quem dedicara seu amor, estava escorregando pelas suas mãos.

Cláudio se acomodou no curto espaço entre Maria e a beira da cama, e, se esquecendo das brigas, dos tumultos, dos atritos que estavam vivendo, pôs-se a acariciar seu cabelo negro, como os dois gostavam.

— Onde foi que nós nos perdemos, hein Maria? – Perguntou em voz baixa, sabendo que ela não estava ouvindo. Sua fala continha certo pesar. – Se eu pudesse, voltaria no tempo só pra consertar o que fiz de errado, e não te perder. – Alguns minutos se passaram enquanto ele apenas a olhava, e então, continuou: – O que foi que aconteceu? Quem foi que te fez chorar? Você só ficou nesse estado uma vez, tomara que essas lágrimas não tenham relação com aquelas.

Cláudio ainda ficou bastante tempo no quarto velando o sono pesado da esposa, antes de descer e encontrar dois pares de olhos ansiosos a sua espera.

— E então, descobriu o motivo do choro? – Juliana foi a primeira a se manifestar.

— Pela cara, não. – Giovana deu o veredito de forma natural.

— Pois é. – Ele se juntou a elas. – Sua mãe estava dormindo, e eu não quis acordá-la.

— Então ficou fazendo o quê, esse tempo todo lá? – Giovana indagou sem paciência.

— O que um marido apaixonado faz pela esposa: se mostra presente. – Juliana comentou feliz da vida, como se aquela cena mostrasse que os pais estavam melhores que nunca.

— É – o pai concordou, porém sem dar muita certeza no que falava – quis fazer ela se sentir amparada. Bom, acho que vamos jantar só nós três hoje, espero vocês daqui a pouco. – Ele se levantou, e se retirou.

— Meu pai tá estranho, percebeu?

— Olho vermelho, cara de quem tava chorando. É Juliana, sinto te desapontar, mas acho que o fim do casamento dos nossos pais tá bem próximo. – Giovana comentou sendo um tanto séria e irônica ao mesmo tempo.

— Eu hein, bate na madeira. – A menina logo se levantou, foi até a mesinha de centro e deu três batidas no móvel.

...

As horas passaram rápido e logo cada um dos três que ainda estavam acordados, esperançosos por uma resposta positiva de Maria, se prepararam para dormir, já que entenderam que aquela altura, ela não daria mais nenhuma satisfação a ninguém.

Buscando respeitar o espaço da esposa, Cláudio decidiu dormir no quarto ao lado, mesmo com o coração gritando para que não saísse do lado da amada nem por um segundo, mas ainda assim, preferiu deixá-la a sós consigo mesmo.

Depois de um tempo sendo levada por um sono pesado, Maria despertou, e não conseguiu mais pegar no sono. As imagens do seu filho gritando verdades duras, não saiam de sua mente, e por mais que tentasse apagar, e esquecer tudo aquilo, não conseguia. Ela ainda virou muito de um lado para o outro na cama, antes de tomar a decisão de ligar para a única pessoa que pudesse acalmá-la naquele momento.

— Oi Estêvão – falava baixo, para não chamar atenção – te acordei, né?

— Maria, na verdade sim – um risonho surgiu – não esperava sua ligação a essa hora, quase duas da manhã. Aconteceu alguma coisa? – A voz de Estêvão não negava que ele fora tirada de um sono profundo.

— Perdi o sono, resolvi ligar, mas se quiser, a gente se fala depois.

— Não! Já acordei. Pode falar, eu tô aqui pra te escutar o quanto você quiser.

— Não é nada sério, eu só queria ouvir sua voz. Meu dia hoje, ou ontem, né, foi bem difícil, achei que sentindo você um pouco mais perto, eu ficaria melhor.

— Quer vir pra cá? Eu te busco aí.

— Não, não se incomode.

— Aproveitando, hum, eu contei pro Miguel sobre o nosso passado. Eu sei que não devia, mas as coisas foram saindo, e parecia que eu não conseguia me frear.

— Eu sei disso, ele me falou. Acho que você não devia ter dito, é um assunto que eu devia tratar, mas agora já foi.

— Ele reagiu mal?

— Uhum. Mas não vamos falar disso agora. Eu só queria dizer mesmo que tô com saudades de você, que queria te ver, e me esconder nos seus braços.

— Eu também. To fazendo tantos planos pra nós, Maria, você bem imagina. Quero que você se separe logo, eu quero você pra mim por completo, quero poder te chamar de minha mulher.

Ela sorriu, gostando do que ouvia.

— Tinha me esquecido de como é bom ouvir isso. Minha mulher – repetiu – em breve isso vai acontecer. Só tenho que resolver umas coisas, esclarecer outras, e então, serei livre.

— Não senhora, você não estará livre, porque eu vou estar aqui, te esperando, pronto pra me prender a você.

— E eu não vejo a hora. Mas agora, você vai dormir, eu já tô me sentindo melhor, e vou também. Obrigada, tá.

— Não me agradeça. Eu estou aqui pra quando você precisar, mesmo se for às duas da manhã.

— Bom saber disso. Te amo muito, mais que a mim mesma.

— Também te amo, meu amor. Durma bem, qualquer coisa, não hesite em me ligar.

— Pode deixar. – E assim, encerraram a ligação.

...

Todos torciam para que a matriarca acordasse bem e renovada no dia seguinte, mas não aconteceu dessa forma. Pela primeira vez, Maria não acordou cedo, não foi ao quarto das filhas, acordá-las com um beijo, não fez seu desjejum e não foi trabalhar.

Os três ficaram apreensivos, mas, seguindo as instruções de Cláudio, a deixaram quieta e não a incomodaram com perguntas e nem pediram explicações, para que, no seu momento, ela pudesse se abrir e expor aquilo que a incomodava.

A primeira coisa que Cláudio fizera após um longo e intenso dia de trabalho, foi ir até o quarto saber como estava a esposa. Com a aparência mais tranquila, Maria demonstrava estar um pouco melhor. Meia dúzia de palavras foi trocadas antes que Cláudio a deixasse na companhia de seu celular, do qual ela não tirava os olhos.

Mais tarde, quase na hora de se recolherem para dormir, o marido atencioso voltara ao cômodo e novamente encontrou a esposa vidrada no aparelho. Ele ficou incomodado, mas nada comentou. Maria parecia não notar sua presença, ao ponto dele ter que fazer barulho para chamar sua atenção.

— O assunto aí deve estar muito interessante. Faz horas que você está nesse celular.

— É.

— Maria – sua voz se mostrou um pouco mais séria, e ela o olhou – o que foi que houve? As meninas estão preocupadas. Eu estou preocupado.

— Acho que está na hora de conversarmos. Na verdade, já passou da hora. – Finalmente, ela largou o celular, deixando-o na cama com a tela ainda ligada.

— Sobre o quê? – Ele deu alguns passos até ela, mas ainda permaneceu de pé.

— Sobre o pai do Miguel. – Foi nesse exato momento que seu coração começou a tamborilar fora do ritmo, mas ainda tentou manter a calma. Sentando-se com as pernas fora da cama, Maria o olhou no fundo dos olhos, mostrando-se totalmente equilibrada para continuar aquela conversa.

— Então, finalmente vamos tratar sobre esse assunto. – Sua postura continuava a mesma, porém sua fisionomia havia mudado um pouco. – Você se encontrou com ele? Ele te reconheceu? Como foi? Quando pretende contar a Miguel? – Sem pena, ela jogou todas essas perguntas em cima da esposa, deixando-a atordoada. – É por isso que você estava mal ontem – afirmou – eu devia imaginar.

— São muitas perguntas, mas creio que são poucas respostas. Miguel já sabe quem é.

— Como assim, ele já sabe? Qual foi a reação dele? Quem é esse cara, Maria? – Cláudio ja estava ficando bastante tenso.

— Cláudio, talvez essa seja a gota d'água que faltava pro fim do nosso casamento, provavelmente você vai me odiar, e vai ter a mesma reação que Miguel teve.

— Eu conheço o pai do Miguel. – Ela confirmou. – Quem é ele, Maria? – Perguntou simples, mas com a voz pesada.

— Estêvão. Estevão San Roman é o verdadeiro pai do Miguel.



 


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