A mensagem foi recebida, mas não visualizada. Mariana ainda poderia apagar o que escreveu, se assim desejasse, no entanto, os dois risquinhos azuis apareceram. E a resposta não veio. O constrangimento era inevitável.

Eu estraguei tudo, repetia Mariana ao reler as conversas, eu não devia ter falado nada. O fato de ele me achar bonita não quer dizer nada. Pode ser que ele ame outra pessoa, que só queira ser meu amigo. Agora é tarde. Nada entre nós será como antes. Se não me bloquear, talvez nunca mais converse ou diga que não se interessa por mim.

Mariana desligou o computador e chorou até adormecer. Estava apaixonada por aquele rapaz que lhe dava plena liberdade para ser quem era, com quem não tinha assuntos proibidos, sem incluir nessa conta as afinidades, como serem canhotos, sonharem em conhecer o velho continente, dentre outras coincidências.

Estava apaixonada. Quiçá pela alma de um homem sensível e habilidoso com as palavras. Ou por uma mentira. Ou pela ilusão que criou de que alguém no meio da multidão a enxergaria e não a julgaria. Ou pela sensação de todos os dias ter alguém para quem doar sua atenção, seu tempo, e mais, seu amor.