Amor Proibido escrita por paular_GTJ


Capítulo 7
Eu te amo!


Notas iniciais do capítulo

DESCULPA, DESCULPA, DESCULPA =(
Espero que seja perdoada com o cap :)

AVISO: ESSE CAP CONTEM NC.



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Esperei de modo paciente meu coração retomar, lentamente, aos seus batimentos normais. Permiti-me, então, refletir sobre o que acabara de, impensavelmente, sugerir ao Jacob. Era loucura! Simplesmente loucura. Estava absoltamente ciente disso. Mesmo assim, não era capaz de considerar, nem por míseros segundos, a ideia de desistir daquilo.

Talvez essa seja a prova definitiva de que perdi de fato completamente o juízo, e não me importava mais em agir por simples impulso... Ou melhor, agir conforme meu coração ordena.

Suspirei sentindo as borboletas, já despertadas em meu estômago, retornarem sua dança ritmada em meu interior. Estava começando a sentir algo próximo a... Medo. Não temia ser flagrada, e nem de longe era um temor ruim. Não. Possivelmente algo mais parecido com ansiedade...

- Nessie? Está tudo bem? – Claire surgiu na escuridão do porão, despertando-me de meus devaneios. – Jacob saiu daqui faz algum tempo e você não aparecia mais...

- Estou ótima. – respondi sincera, abrindo-lhe um sorriso sincero.

Ela retribuiu-o.

- Oh prima, faz tanto tempo que não a vejo sorrir desse modo. – aproximou-se com os braços abertos. – É tão bom vê-la feliz uma vez ou outra, para variar um pouco. – comentou abraçando-me.

Soltei uma risada baixa.

- Não tenho nem como lhe agradecer por estar me ajudando. – murmurei em seus cabelos negros. – Você é um anjo.

Ela afastou-se, apenas o suficiente para encarar-me sorridente.

- Sabe que estarei aqui para o que precisar.

- Fico grata de saber disso... E, bem, não quero abusar de sua boa vontade, mas... Acredito que precisarei de mais um pequeno favor hoje. – tentei soar o mais calma possível, contudo, não pude evitar em morder meu lábio inferior, considerando a reação de minha prima ao saber de meus planos ousados.

Claire estreitou seus olhos por um momento, visivelmente curiosa.

- Farei o que estiver ao meu alcance. - assegurou.

- Na verdade, não é nada demais. – ponderei com cuidado as palavras. – Eu preciso apenas que você... Hum... Distraia o Sam para mim hoje à noite.

Minha prima permaneceu quieta por alguns momentos, apenas fitando-me confusa. Maneou a cabeça para os lados lentamente, como se desejasse reorganizar seus pensamentos desordenados.

- Você quer que eu distraia Sam hoje à noite? – repetiu franzindo o cenho. – E posso lhe pedir por que devo fazer isso?

- Bem... – mexi-me, inquieta. É evidente que eu já estava esperando essa pergunta. Claire obviamente não fará nada sem saber o motivo, contudo, proferir aquele ato um tanto insano que iria cometer era, no mínimo, difícil. – Eu vou encontrar-me com Jacob e...

- VOCÊ O QUÊ? – interrompeu-me com a voz alterada. Voltou seu olhar para a porta do porão por um momento, alarmada, averiguando se havia alguém por perto que pudesse ter ouvido seu grito. – Está louca, Renesmee? – sussurrou após ter certeza que não havia ninguém por perto. – Perdeu completamente o juízo, foi?

Suspirei passando os dedos pelos cabelos.

- Clai, eu já lhe disse o que sinto em relação a isso...

- Sim, e eu compreendo. – adiantou-se novamente, ainda parecendo indignada. – Mas, Nessie, por Deus, é arriscado demais... Se Sam descobre...

- É por isso que preciso da sua ajuda. – segurei suas mãos, encarando-a suplicante. – Eu realmente preciso vê-lo hoje. Por favor, você é a única para quem eu posso recorrer.

Ela parecia cada vez mais relutante. Era quase possível ver a imensidão de pensamentos que passavam por sua mente nos segundos que transcorriam.

- Eu não sei... – mordeu o lábio, pensativa. - E, afinal, o que pretende fazer na casa dele de madrugada? – indagou, de repente, parecendo confusa. Seus olhos arregalaram-se assim que ergui minhas sobrancelhas para sua pergunta. – Você não... Nessie, você não está planejando...? – Não era necessário confirmar suas suspeitas em voz alta, ou até mesmo assentir. O meu silêncio, somado com minha expressão indiferente, foram suficientes para Claire compreender. – Santo Deus, Renesmee! Está, de fato, maluca! Não há outra explicação. – ela soltou-se de minhas mãos e recuou dois passos, como se temesse uma maior aproximação comigo. – Eu não posso concordar com algo assim... É insano!

- Claire! – chamei-a, tentando acalmá-la. – Posso até estar louca mesmo, mas quem se importa? – neguei com a cabeça quando ela fez menção de falar algo. – Nada que me dirá agora me fará mudar de ideia. Eu o amo. Essa é a única certeza que tenho. Não posso entregar-me a outro sem amor. Não sou capaz de fazer isso comigo mesma, entende? Já terei que suportar isso minha vida inteira. - suspirei. - Se não puder me ajudar, não tem problema. Apenas peço para que não conte a ninguém. – estava surpresa em como minhas palavras soaram calmas e decididas, levando em conta o nervosismo que sentia por dentro.

- É óbvio que não contarei. – pareceu ofendida. - Mas e se descobrirem? – ela transmitia uma apreensão maior que a minha.

- Arriscarei. – disse simplesmente, dando de ombros.

Claire permaneceu encarando-me com seus olhos temerosos, talvez duvidando se eu teria tamanha audácia para levar aquilo adiante. Por fim, suspirou, dando-se por vencida.

- É loucura. – repetiu. Limite-me em assentir em concordância, tinha plena ciência desse fato também. – Tudo bem, então. Posso estar imensamente errada e possivelmente me arrependerei disso depois, mas... - maneou a cabeça com força, como se quisesse espantar uma mosca. - O que quer que eu faça? – indagou após segundos em silêncio.

Um sorriso involuntário foi, gradativamente, formando-se em meu rosto, assim como um enorme alivio perpassava meu corpo.

- Oh, fala sério? – bati palmas, animada. Ela assentiu, rolando os olhos para minha empolgação absurda, contudo, sem deixar de sorrir minimamente também. – Obrigada! Obrigada! Obrigada! – joguei-me em seus braços, saltitando contente e levando-a comigo. – Estarei lhe devendo uma!

- Uma das grandes. – completou rindo da minha nítida alegria.

- Claire? – uma voz feminina chamou ao longe, fazendo-me soltar a garota imediatamente.

- Acho que é minha mãe. – minha prima supôs.

Assenti, também tendo a mesma impressão.

- É melhor sairmos daqui. – propus, puxando-a pelo braço em direção a porta do porão.

- Espere. – parou bruscamente, fazendo-me cambalear de leve. - Você ainda não me falou o que eu vou fazer...

- Eu cuido disso. – assegurei. Ela lançou-me um olhar ainda mais preocupado.

Entramos na cozinha, deparando-nos com três mulheres. Sue, minha mãe e, como já havíamos previsto, a mãe de Claire.

- Olá tia! Quanto tempo! – cumprimentei a mulher morena com feições já marcadas pela idade a quem eu tanto adorava.

- Nessie! – Susan Young exclamou pousando seus bondosos olhos em mim. – Mas como está bela! – adiantou-se para me abraçar. – Sua mãe estava contando-me as boas novas. – ela afastou-se, permanecendo com seus braços em cima de meus ombros e mantendo um sorriso alegre no rosto. – Meus parabéns pelo noivado, querida. Desejo-lhe toda a felicidade do mundo.

- Obrigada, tia. - esbocei meu típico sorriso forçado para essas ocasiões. Estava virando especialista em atuar.

Ela ampliou seu sorriso, voltando, então, seus olhos para a garota ao meu lado.

- Então, vamos meu amor?

– É... – lancei um olhar de canto para Claire, que parecia não ter a mínima ideia do que fazer. – Então, tia, será que ela pode dormir aqui hoje? – propus puxando minha prima pelo braço. – Nós mal temos tempo para conversar direito, não é Clai? – belisquei levemente o braço da garota que me encarava ainda um tanto perdida.

- Ah... É... Verdade, sim. – concordou voltando seus olhos, suplicantes, para sua mãe.

- Ora, mas vocês passaram o dia todo juntas! – Susan franziu o cenho para a filha. – Amanhã, se for o caso, você volta aqui cedinho. Não quero que fique atrapalhando ninguém aqui, ainda mais quando estão organizando uma cerimônia tão importante.

- Ah, por Deus, Susi. – Bella adiantou-se parecendo indignada. – Sabe muito que a Claire sempre é bem-vinda aqui. Não será incomodo algum. – sorriu para a sobrinha bondosamente.

- Mas...

- Mas nada. – minha mãe interrompeu a possível contra-argumento de sua irmã. – Deixe as meninas passarem a noite juntas. Assim quem sabe a Nessie se distrai um pouco desse casamento. Fará bem.

Eu sabia que minha mãe quis dizer que provavelmente eu estava ansiosa para a tal cerimônia, e, portanto, necessitava de uma companhia para pensar outro assunto. Bem, ela não está completamente errada. Quer dizer, eu estava mesmo pensando demasiadamente no casamento, porém, não era exatamente no bom sentido. E, de certa forma, a minha ideia era mesmo distrair-me um pouco, a diferença é que não pretendia fazer isso com Claire.

POV DESCONHECIDO

- Mandou chamar, senhor? – entrei pela porta da sala escura do Duque, ainda surpreso por ter sido chamado ali, e fiquei ainda mais surpreso pelo que vi assim que entrei.

Charlie Russeau estava, surpreendentemente, sorrindo. Sim, um tanto atípico de sua parte, devo dizer. Fazia, no mínimo, quatro anos que o mesmo não esboçava nem o mais remoto sorriso, e no momento, ele estava simplesmente radiante. Sua depressão sempre fora nítida e contagiante, mergulhando a maior parte da mansão em um ambiente sombrio e angustiante.

Franzi o cenho, buscando inúmeras explicações para aquela anormalidade - sendo nenhuma coerente o bastante - quando ele respondeu-me:

- Sim. Entre, entre. – fez sinal para que eu me aproximasse. Assim o fiz. - Chegou esta carta agora mesmo para mim. – seus olhos brilharam quando a mencionou, estendendo-me o pedaço de papel. – Leia, leia. – encorajou-me, animado.

Franzi o cenho, desconfiado. Ainda estava encontrando certa dificuldade em entender seu absurdo entusiasmo. Voltei meus olhos para a carta e li o pedaço de papel rapidamente.

Então eu compreendi.

Céus, de novo não!

- Senhor... – comecei a falar um tanto cansado de retornar ao mesmo tópico, já tão discutido no passado, novamente.

- Você, com certeza, entende o que quer dizer, não é? – ele sorriu animado, interrompendo-me.

 - Sim... Acredito que sei o que está pensando, senhor.

Refleti sobre o melhor modo de lhe dizer que estava, com certeza, ficando louco.

- Então? É ele! Tenho certeza que é ele! - interrompeu-me ainda mais entusiasmado agora. - Eu quero que você traga-o aqui imediatamente...

- C-Como é? - gaguejei, abismado. - Senhor, perdoe-me, mas, não creio que seja ele, afinal este é um nome bastante comum, e...

- Como? - irritou-se. Fiquei surpreso em como sua expressão de felicidade foi capaz de mudar tão rapidamente. - Quem lhe garante isso? - não aguardou resposta alguma. - É ele. Eu sinto que é. E o quero aqui o mais rápido possível. - revoltou-se, sentando-se em sua cadeira estofada com uma expressão autoritária.

- Senhor...

- Agora! - ordenou severamente, batendo com força na mesa de madeira.

Louco! - pensei assim que sai de sua sala, revoltado. - Charlie está obcecado, isso sim. Não há outra explicação plausível, uma vez que não admite dar-se por vencido e interromper sua interminável busca por alguém que, muito provavelmente, já está morto. Inferno!

POV NESSIE

Considerei por um momento a possibilidade de fazer um buraco no chão, devido ao modo em que eu andava de um lado para o outro, rendo minhas unhas, enquanto aguardava - obviamente impaciente - Claire voltar da cozinha.

Não havia nada de muito diferente do que faria com Sam dessa vez comparado a anterior. Havia pedido apenas para minha prima descer no horário em que eu sabia que o empregado de meu pai estaria na cozinha aguardando por seu chá. Seria um tanto suspeito se eu aparecesse por lá pela segunda vez em duas noites, por essa razão, supus ser mais seguro fazer com que Claire se encarregasse de colocar o remédio para dormir de minha mãe na bebida de Sam.

Ela, no entanto, estava demorando demasiadamente. Quer dizer, já se passou muito mais tempo do que eu levei da primeira vez. Será que deu algo errado? E se Sam desconfiou que há algo em sua bebida? Será que devo desistir dessa ideia absurda que estava tendo? É. Possivelmente é melhor eu desistir e...

- Por que demorou tanto? – sussurrei entre dentes, assim que a porta do meu quarto se abriu, revelando uma Claire um tanto preocupada.

- Eles ficaram fazendo um bilhão de perguntas para mim. O que eu podia fazer? Tinha que disfarçar, oras. – respondeu-me irritada. – E de nada, a propósito. – acrescentou jogando-se na cama improvisada que minha mãe montara para que ela dormisse aqui hoje.

- Oh, desculpe-me Clai. – repreendi-me por ter sido tão rude com ela, afinal, estaria perdida sem sua ajuda. – Eu estava preocupada, apenas isso. Você demorou demais, então eu pensei que talvez... – tentava explicar-me desesperadamente, contudo, minha prima calou-me colocando sua mão em minha boca.

- Está tudo bem. – sorriu divertida. – Ele bebeu, e deu tudo certo. Agora é só... Esperar.

Ela gargalhou assim que gemi frustrada, deixando-me cair no colchão de minha cama. Esperar. Era apenas isso que eu fazia nessas últimas horas.

- Então... - voltei meu olhar para ela, que encarou-me curiosa devido minha mudança de humor. - Conte-me sobre Quil.

Claire corou levemente, fazendo-me rir baixinho.

- Ora, o que quer saber? - mexeu-se, inquieta.

- Tudo. - dei de ombros. - Como começaram a conversar, quem deu o primeiro beijo... Essas coisas.

- Ei, quem disse que nos beijamos? - ela estava demasiadamente corada agora.

Rolei meus olhos, segurando o riso.

- A sua reação quando eu mencionei essa possibilidade, meio que lhe entregou, sabe? - brinquei, recebendo um olhar mortal.

Claire jogou uma almofada em minha direção, gargalhando junto comigo.

- Ah, foi apenas uma vez. – admitiu por fim. – Ali no jardim mesmo. Foi tão... Mágico. – seus olhos brilharam, enquanto ela encarava o teto de meu quarto, perdida em lembranças.

- Ah, que lindo! – cobri minha boca com as mãos, sorrindo. – Você está apaixonada!

Ela deu-me a língua, praticamente confessando minha afirmação. Rimos cúmplices. Estávamos vivendo quase a mesma situação. A diferença é que Claire não estava noiva... Ainda. De qualquer modo, deixava-me imensamente mais aliviada saber que não era única a discordar com as malditas normas dessa sociedade injusta!

- Acredito que ele já dormiu. – Claire indagou após um momento em silêncio. Cada qual, possivelmente, imersas em devaneios com seus amores proibidos.

Meu coração disparou no meu peito devido a ansiedade.

- Será? - mordi meu lábio inferior quando minha prima assentiu. - Estou com medo. - admiti. - Talvez não seja uma boa ideia... Acho que vou ficar em casa...

- AH NÃO! - Claire gritou, sem pensar. Cobriu a boca com a mão rapidamente, assim que lhe adverti com um olhar. O remédio faria efeito apenas em Sam, mas o resto da casa ainda podia acordar. - Olha aqui Nessie, eu não fiz todo esse teatrinho para você se acovardar agora. - ela apontou-me um dedo, decidida.

- Pensei que fosse contra essa minha ideia. – ergui uma sobrancelha, surpresa.

- E sou. Quer dizer... Eu entendo você em partes. - suspirou. - Prima, eu sei que você o ama. E sei que é isso que quer. Dará tudo certo.

Sorri agradecida por seu apoio.

- Eu já disse o quanto eu amo você? - abracei-a, tentando mostrar com todas as minhas forças o quanto eu era grata por tudo que ela fizera.

- Não, mas eu já sabia. - riu baixinho. - Agora vai, Ness. Ele está te esperando.

Suspirei fundo, como se assim a coragem surgisse do nada. Claire sorriu para mim, encorajando-me.

(...)

Alguns minutos depois, eu estava aqui. Parada em frente à casa de Jacob, mordendo o lábio e refletindo sobre aquela insana ideia. Eu estava agindo corretamente, não é? É claro que Nahuel perceberá que não sou mais virgem quando... Uma sensação de repulsa tomou conta de meu corpo assim que imaginei meu noivo tocando-me.

Antes mesmo que eu pudesse bater na porta, ela se abriu. E ali estava ele, sorrindo timidamente para mim, com a testa ligeiramente franzida, possivelmente perguntando-se o porquê de eu não ter anunciado minha presença até então.

Qualquer dúvida, qualquer relutância ou qualquer medo que eu pudera ter sentido até o momento, simplesmente evaporou-se quando o vi. Como pude duvidar tanto disso? Está mais do que claro que é isso que eu quero.

- Você demorou. - ele observou, fazendo sinal para que eu entrasse. Pude notar certo nervosismo em sua voz.

- Sim. Tive que certificar-me de que Sam não iria me ver sair. – relatei adentrando no casebre.

- E ele não irá? - sua voz realmente tremeu agora.

- Não. - sorri para ele, confortando-o. Agora estávamos na sala. A mesma onde a poucos dias atrás Jacob fez-me um curativo, e a partir de então, comecei agir insanamente.  - Isso não será um problema hoje. Fique tranqüilo.

Jacob sorriu de volta, nitidamente mais aliviado.

- Então... - ele passou os dedos pelos cabelos da nuca após alguns segundos em silêncio.

- É. – disse simplesmente. Eu não fazia à mínima ideia do que falar ou do que fazer.

O silêncio permaneceu intacto, se não levar em conta o vento leve que assolava a janela uma vez ou outra. Nossos olhos se cruzaram por um segundo e rimos constrangidos. Aos poucos, porém, Jacob retomou sua expressão séria, e muito lentamente, caminhou até onde eu permanecia parada.

Senti seus dedos fazerem um leve carinho em minha face, enquanto me perdia naquelas duas grandes esferas negras que fitavam-me intensamente.

- Tem certeza do que está fazendo, Ness? - sussurrou sério, jorrando seu hálito quente em meu rosto. - Sabe que Nahuel irá perceber quando... - engoliu em seco, fechando imediatamente os olhos e fazendo uma careta involuntária.

Coloquei um dedo em seus lábios, a fim de silenciá-lo. Ele abriu os olhos, encarando-me tristemente.

- Nunca estive tão certa de algo em toda minha vida. - respondi-lhe com toda a sinceridade que fora capaz de reunir.

Jacob sorriu graciosamente, levando meu coração a atrasar uma batida. Sorri de volta. Eu sentia medo, é claro. Contudo, não era um medo que inclinava-me a desistir daquilo tudo. Não. Era um medo que fazia-me ansiar cada segundo mais para aquilo acontecer realmente.

Ele segurou meu rosto com um pouco mais de força agora, aproximando-se lentamente. Fechei meus olhos, concentrando-me unicamente no seu toque quente e macio. Senti seus lábios passarem levemente por minhas pálpebras fechadas, seguindo, terminantemente devagar pela minha bochecha. Distribuiu leves beijos em meu nariz, queixo e por toda a extensão de minha mandíbula.

Aquilo era simplesmente torturante. Ele parecia evitar meus lábios voluntariamente, como se quisesse testar até onde eu era capaz de suportar.

Ele beijou o canto dos meus lábios, e eu suspirei impaciente. Jacob riu contra minha pele, fazendo cócegas.

- J-Jake. - implorei com a voz entrecortada.

Para meu imenso alívio, ele terminou com aquele joguinho que acabara de inventar. Seus lábios foram pousados levemente sob os meus, e suas mãos desceram lentamente em direção a minha cintura. Joguei meus braços ao redor de seu pescoço, a fim de aprofundar o beijo no mesmo instante em que sentia sua língua pedir passagem por meus lábios entreabertos.

Beijar Jacob era simplesmente indescritível. As borboletas dançavam livremente em meu estômago, minhas pernas perdiam por completo o equilíbrio, e arrepios involuntários perpassavam meu corpo como uma corrente elétrica.

Estava tão compenetrada nos movimentos ritmados de sua boca na minha, que nem ao menos dei-me conta de que estava sendo carregada em seus braços. Abri meus olhos levemente, e percebi que encontrava-me em seu pequeno quarto, onde nunca estivera antes em minha vida.

Jacob pareceu perceber minha hesitação, porque interrompeu o beijo, fitando-me cuidadosamente.

- Ness, se você não quiser tudo bem, eu...

Silenciei-o com um beijo rápido.

- Não seja bobo, Jake. – sorri do melhor modo que consegui. Contudo, meu nervosismo estava tão nítido que eu não era capaz de disfarçar. Mordi o lábio, enquanto Jacob colocava-me de volta no chão. – É só que... Bem... Eu não sei bem o q-que fazer. – admiti com a voz falha, fitando meus pés. Senti minhas bochechas pinicarem devido ao constrangimento que me assolava.

Ele riu de leve, puxando meu queixo para que eu voltasse meus olhos para os seus.

- Não há com o que se preocupar, meu amor. – afanou de leve minha bochecha corada. – Faremos tudo com calma, e se sentir que não está pronta, eu irei parar. – prometeu, confortando-me.

- Eu estou pronta. – afirmei, recebendo seu mais lindo sorriso em troca.

Jacob voltou a me beijar, talvez um pouco mais intensamente do que antes. Seus dedos agora estavam em minhas costas, travando uma pequena batalha com os botões do meu vestido. Senti o traje escorregando pelo meu corpo, enquanto, timidamente, desabotoava a camiseta branca que ele usava. Minhas mãos estavam ligeiramente trêmulas, o que dificultava demasiadamente meu trabalho manual. 

Jacob percebeu tal fato, e sorriu entre meus lábios. Ele mesmo retirou sua camisa, voltando sua atenção, logo em seguida, a minha boca. Meu espartilho fora arrancado sem muita cerimônia, fazendo-me arfar surpresa.

O contato de sua pele quente diretamente em meu corpo, levemente mais gelado, causou-me arrepios ainda mais intensos devido ao choque de temperaturas. Jacob estava um tanto menos tímido agora, apertando fortemente minha cintura e pernas.

Estava encontrando imensa dificuldade em respirar quando senti meu corpo ser inclinado e, segundos depois, o colchão frio da cama entrou em contato com minha pele.

Jacob agora distribuía beijos molhadas em meu pescoço, enquanto meus dedos traçavam um caminho pelas suas costas, arranhando seus músculos salientes ociosamente.

- Ah! – arfei involuntariamente, assim que senti os seus dedos quentes rondarem meus seios desnudos.

Fechei os olhos com força assim que ele tomou um com sua a boca, e no outro iniciou movimentos circulares, acariciando-o delicadamente. Meu coração estava em uma velocidade surpreendente, enquanto eu sentia meus pêlos se arrepiarem cada vez mais.

Seus dedos correram pela minha barriga em direção ao meu ventre, brincando perigosamente naquela região. Senti, então, a única peça que restava em meu corpo ser arrancada, talvez tão desesperadamente quando o espartilho. Mordi meu lábio inferior com força para não gritar assim que senti seus dedos estimulando-me em movimentos de vai-e-vem.

- J-Jake. – gemi arqueando as costas no colchão devido ao imenso desejo que sentia.

Tudo era extremamente novo, e indiscutivelmente prazeroso. Nunca sonhei em sentir nada parecido como naquele momento.

Ele afastou-se levemente, a fim de retirar por si mesmo seus trajes que ainda impediam um contado maior entre nós. Percebi, então, que sua respiração estava tão falha quanto a minha, e, possivelmente, seu coração estava tão acelerado quanto o meu.

Jacob posicionou-se em cima de mim, fitando-me cuidadosamente. Seus olhos transbordavam em puro desejo, mostrando o quanto ele queria aquilo. Era agora, eu tinha ciência disso.

Um leve calafrio abrangeu meu estômago, detectando o quão ansiosa eu estava. Pousei minhas mãos, uma em cada lado de seu rosto, sustentando seu olhar, a fim de lhe mostrar que estava realmente pronta.

Ele compreendeu. Muito lentamente nossos sexos se tocaram, fazendo-me fechar os olhos e engolir o gemido que ameaçou escapar por meus lábios.

- Ness? – chamou-me. Encarei-o imediatamente. – Isso irá doer um pouco. – confessou relutante.

Assenti. Eu já sabia daquilo. Havia conversado um pouco sobre o assunto com minha mãe e minhas tias, contudo, eu tinha plena ciência de que Jacob seria o mais cuidadoso possível, por isso, estava completamente segura.

Ele, contudo, nada fez. Apenas continuou roçando de leve seu membro em minha área sensível.

- Jake, por favor! – pedi inquieta. Ele estava torturando-me com aquela demora.

Ouvi-o rir baixinho, e então, uma dor profunda assolou meu corpo assim que seu membro rijo entrou com força em mim. Prendi a respiração, sem conseguir conter um leve gemido de dor.

Jacob permaneceu parado, distribuindo pequenos beijos em meu rosto, enquanto afanava de leve minha face.

- Relaxe, meu amor. – aconselhou. - Já vai passar.

Fiz o que ele pediu e aos poucos a dor, de fato, foi sucumbindo, dando lugar a um prazer inigualável. Silenciosamente, movi meu quadril, mostrando-lhe que não machucava-me mais tanto assim.

Arfava cada vez mais alto à medida que Jacob aumentava a velocidade de suas estocadas, ignorando os resquícios de dor ainda presente, e concentrando unicamente no imenso prazer que estava sentindo.

Soltei um gemido baixo assim que um turbilhão de sensações explodiu dentro de mim, balançando meu corpo em espasmos violentos e fazendo-me desabar no colchão. Jacob chegou ao seu ápice um pouco depois, desfalecendo seu corpo quente e suado em cima de mim. 

Permanecemos parados apenas sentindo nossas respirações voltarem ao normal lentamente.

Jacob deitou-se ao meu lado, puxando-me para me aninhar em seu peito musculoso. Beijou o topo da minha cabeça de modo carinhoso.

- Eu te amo, minha pequena. – sussurrou, fazendo meu coração pular no peito.

Ergui minha cabeça, a fim de fitá-lo. Era a primeira vez que ele verbalizava isso, e minha alegria de ouvir sua voz rouca pronunciar que me amava, é indescritível. Jacob fixou seus olhos em mim, e neles eu pude perceber uma mescla de desejo, carinho, e, talvez, tristeza.

- Eu também te amo, meu amor. – admiti, recebendo seu sorriso radiante como resposta. – Mas acredito ser melhor eu ir agora. – suspirei sem vontade alguma.

Jacob assentiu desviando seu olhar do meu.

- Vamos nos ver ainda. – puxei seu rosto para voltar a fitá-lo nos olhos. – Daremos um jeito. – assegurei.

Ou assim esperava... 





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Notas finais do capítulo

Tudo bem tudo bem, vocês devem estar querendo meu coro, mas POR FAVOR, perdoem-me =( - carinha do gatinho do shrek ahaha

Eu JURO que eu me esforcei o máximo pra não demorar tanto. Semana passada, eu tava escrevendo o cap e estava quase no final quando deu pau no pc e não salvou nada --'
Isso me desanimo né, mas enfim, fiz de tudo pra ficar o melhor possível.

Eu queria que a NC fosse mais delicada, então fiz um pouco mais leve =) E o que será esse POV DESCONHECIDO, ãhm? =D ahaha suspensei ;x

Espero sinceramente que vocês tenham gostado meus amores, tentei escrever o melhor, porque vocês merecem! *-*

Agradeço de coração a todas que compreendem minha demora, e não abandonaram a fic. Tentarei não demorar dessa vez.

Um grande beijo, e não esquecem de comentar ;*