Amor Proibido escrita por paular_GTJ


Capítulo 6
Pedido.




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Lá estava ele. Simplesmente deslumbrante em seu terno preto. Ele sorria para mim, mostrando-me uma fileira de dentes brancos radiantes. Sorri de volta sentindo minhas pernas fraquejarem. Aquele era o dia mais feliz da minha vida!



Meu pai apertou meu braço, que segurava, com força assim que terminamos de cruzar o tapete vermelho que perpassava o corredor da igreja, chegando finalmente ao altar, onde me entregou ao meu futuro marido...



Jacob.



- Nessie. – ouvi meu nome sendo chamado ao longe.

Virei minha cabeça, a fim de averiguar quem era, porém, para minha enorme surpresa, a igreja encontrava-se completamente vazia agora. Passei meus olhos, assustada, pelo ambiente, contudo, não encontrei absolutamente ninguém.

- NESSIE! – a pessoa gritou mais urgente.

Voltei meu rosto então para Jacob, o qual eu ainda sentia segurar a minha mão, entretanto, não era mais ele que se encontrava ao meu lado, e sim Nahuel.


- NÃO! – gritei abrindo os olhos e sentando-me na cama assustada.

Minha mãe encarava-me próxima ao meu leito, com o cenho levemente franzido.

Suspirei, voltando a deitar e afundando minha cabeça com força no travesseiro macio.

Um sonho. Aquilo não passou de um sonho. Ou talvez um pesadelo...

Não.


Era minha realidade.

- Está tudo bem, filha? – Bella sentou-se no colchão, afundando-o ligeiramente. – Estou lhe chamando faz séculos. E você estava se debatendo. – acrescentou, passando os dedos de leve em meus cabelos.

- Estou ótima, mãe. – menti, sorrindo-lhe fracamente. – Apenas... Sonhando. Não se preocupe.

Aquilo não pareceu lhe ser o suficiente, porém, absteve-se de comentários.

- Tudo bem então. Levante-se. Nós temos que sair em uma hora. - falou, puxando-me pelo braço.

- E aonde vamos, posso saber? – perguntei em meio a um enorme bocejo. Estava com muito sono, afinal, havia dormido um tanto tarde esta noite.

- Vamos escolher seu vestido. – Bella abriu um sorriso radiante, fazendo com que minhas lembranças daquela madrugada se dissipassem de minha mente. Não pude evitar gemer baixinho. - O que houve, Nessie? – estranhou minha reação, deixando seu sorriso morrer.

- Nada. – suspirei, sem encará-la – É só... Por que a pressa? – questionei contrariada.

- Pressa? – repetiu surpresa. - O casamento é daqui a um mês. – indagou sem entender.

Engasguei-me com minha própria saliva.

- U-UM MÊS? – não pude evitar em elevar meu tom de voz.

Como assim? Não pode estar tão perto!

Minha mãe encarou-me surpresa.

- Sim, filha. Não estou entendendo a sua surpresa. Nós estávamos comentando exatamente sobre isso no jantar de ontem, esqueceu? – agora ela avaliava-me minuciosamente.

- Eu... Só... Não... Não pensei que fosse tão... Logo. – gaguejei, suspirando logo em seguida.

Ontem todos os meus pensamentos estavam focados somente em Jacob e Sam. Como eu iria saber que deveria prestar atenção na conversa que ocorria na mesa?

- E há algum problema em ser daqui a um mês? – arqueou uma sobrancelha. – Pensei que estava contente com esse casamento. Você e Nahuel parecem se dar tão bem... Ou será que fora apenas impressão minha?

- Sim. – respondi rápido demais. – Quer dizer... – corrigi-me rapidamente, devido à expressão de choque de minha mãe. - Eu... Não acho que estou... – suspirei deixando minha frase morrer. Não sabia como deveria explicar a ele o que de fato estava sentindo.

- Oh, já estendi. – indagou após alguns segundos em silêncio, rindo baixinho. Seu semblante agora estava mais sereno. – Está nervosa, não é? – Não respondi. Não era exatamente isso que me afligia. – Isso é normal, meu amor. Todas nós ficamos nervosas e relutantes quanto a isso, principalmente quando a data se aproxima. – sorriu querendo me confortar. – Não se preocupe, vai dar tudo certo. Agora tome um banho rápido e se vista. Quero voltar antes do almoço.

Suspirei derrotada. Qual outra escolha eu tinha, afinal?

(...)

Alice, Rosalie e Bella conversavam animadamente ao meu lado na carruagem, a qual seguia para a loja da costureira mais careira de Londres. Enquanto atravessávamos a cidade, meus pensamentos viajavam para aquela madrugada. E inevitavelmente um sorriso maroto brotou em meu rosto sem que eu permitisse.

FLASH BACK


Jacob voltou a beijar-me, sugando minha boca com força e fazendo com que leves calafrios abrangessem meu corpo. Minhas mãos correram por seu peitoral musculoso, descendo lentamente pela lateral do seu corpo. Meus dedos entraram por sua camiseta branca, fazendo contato com sua pele quente e macia, e uma corrente elétrica pareceu perpassar minha coluna.

Jacob deixou minha boca, e eu, involuntariamente gemi em reprovação. Ele riu contra minha pele, descendo seus lábios em direção ao meu pescoço e mordiscando aquela região levemente. Nem ao menos dei-me por conta que estava sendo deitada no sofá velho da sala até o momento em que Jacob se inclinou sobre mim. Senti o móvel gelado contrastar deliciosamente com o calor intenso que exalava do homem acima de mim.  

- Jake! – minha voz saiu falha, mediante situação a qual me encontrava.   

- Hum? – indagou, sem interromper sua distribuição de beijos próximos ao meu colo.

Eu definitivamente não queria ir embora, contudo, não tinha conhecimento sobre quanto tempo aquele remédio poderia fazer efeito, e nada impediria Sam de ir averiguar se eu estava de fato em meu quarto.

- Acho melhor... – tentei me concentrar nas minhas palavras, contudo, Jacob mordeu de leve minha orelha, fazendo-me perder completamente o rumo dos meus pensamentos.

Agarrei seus cabelos com força, buscando de forma desesperada por seus lábios novamente.

O cavalo relinchou do lado de fora da casa, fazendo com que ambos se sobressaltassem assustados, como se isso nos fizesse voltar à realidade.

- É melhor eu ir. – falei temerosa, levantando-me rapidamente. Jacob fez o mesmo. – Não sei por quanto tempo Sam ficara inconsciente. – respondi passando os dedos pelas minhas vestes, a fim de desamassá-las.

Senti o sangue de o meu corpo começar a se concentrar instantemente em minhas bochechas, assim que refletia sobre o que acabara de acontecer agora.

- Claro, claro. – Assentiu, sorrindo timidamente.  

Encaramo-nos por um momento em silêncio. Seus cabelos estavam levemente bagunçados, fazendo-me imaginar qual deveria ser o meu estado.

- Daremos um jeito de nos ver novamente. – ele assegurou-me, fazendo com que um sorriso involuntário surgisse em minha face. – Custe o que custar. – acrescentou, aproximando-se com um passo.

- Custe o que custar! – repeti, pondo-me nas pontas dos pés, a fim de encontrar seus lábios como um gesto de despedida.

Retornei para casa praticamente nas nuvens, e para elevar ainda mais a minha felicidade, Sam continuava no seu mais profundo sono. Ri internamente. Iria ter que encomendar mais caixinhas desses remédios de minha mãe para necessidades futuras.


FIM DO FLASH BACK




- Do que está rindo, meu amor? – Rose indagou de repente, fazendo-me voltar ao presente.

Encarei as três mulheres que me fitavam divertidas, sentindo o sorriso bobo que permanecia em minha face, devido às gostosas lembranças, desfazer-se gradualmente ao mesmo tempo em que tentava pensar em algo apropriado para dizer.

- Ela deve estar pensando no seu casamento, não é meu amor? – Alice afirmou convicta, fazendo-me esboçar um sorriso amarelo como resposta.

- É... Claro. – confirmei sem entusiasmo algum.

Minhas tias pareceram não notar meu súbito desanimo apenas com a meação da tão aguardada cerimônia, contudo, pude sentir o olhar inquisitivo de minha mãe sob mim ao decorrer da viajem. Ignorei-a. Ela deveria estar pressentindo que algo estava errado, porém, eu não estava disposta a discutir sobre o assunto no momento.

(...)

- Oh, céus, como está linda! – Alice admirou-se, fitamente maravilhada.

Rose, que se encontrava ao seu lado, secou algumas lágrimas discretamente com um lenço branco, encarando-me com o mesmo olhar fascinado.

Eu não vou mentir, estava usando o vestido de noiva exatamente como sempre quis. Era ainda mais belo do que eu trajava em meu sonho – ou pesadelo – de hoje. O difícil, no entanto, era sentir-me tão feliz como desejava estar naquele momento de minha vida.

Fitei meu reflexo pelo espelho gigantesco, esboçando o que julguei ser o mais próximo de um sorriso convincente.

- Este vestido ficou maravilhoso em você, querida. – a costureira, dona Lílian, elogiou, sorrindo bondosamente. – Acredito que eu tenha algumas jóias que ficariam deslumbrantes em com ele.

Após Alice quase ter um colapso nervoso de tanta emoção ao analisar cada jóia que Lílian nos mostrava, acabamos por levar um par de brincos de diamantes e uma pulseira de ouro branco.

Bella fazia questão que eu usasse acessórias da família, por isso - e para infelicidade de minha tia – levamos apenas essas.

Assim que chegamos ao casarão uma voz rouca despertou minha atenção. Eu a conhecia muito bem para me enganar, e apenas uma pergunta se fez em minha mente: O que ele faz aqui?

- Nessie! – outra voz conhecida, agora feminina, chamou minha atenção, vindo próxima a cozinha.

- Oi prima! – cumprimentei Claire, que sorria para mim de forma simpática. – O que faz aqui?

- Ora, não posso visitar minha priminha favorita uma vez ou outra? – fez-se de ofendida.

Rolei meus olhos, rindo baixinho.

- Como se você tivesse outra. 


Ela cumprimentou minhas tias e minha mãe animadamente, enquanto eu tentava prestar atenção nas vozes masculinas que chegavam aos meus ouvidos de longe. Contudo, era impossível compreender uma palavra se quer que eles diziam.

Eu estava louca para perguntar o que ele fazia aqui, contudo, achei melhor não abusar da sorte. Era possível que Sam estivesse por perto, e preferia evitar possíveis comentários suspeitos que, com certeza, ele não deixaria de fazer.

- Temos visitas? – Alice perguntou, para a minha imensa alegria.

- Oh, sim. O tio Edward está tratando de alguns negócios com o tal ferreiro. – Claire confirmou minhas suspeitas.

No mesmo instante em que ela terminou de proferir tais palavras, quatro homens surgiram na sala, interrompendo o que minha mãe começava a falar.

- Ah, vocês voltaram! – Edward indagou sorrindo satisfeito, atraindo a atenção dos outros três para nós.

Meu olhar cruzou com o de Jacob por um instante, contudo, ele desviou os olhos rapidamente, encarando os próprios sapatos. Compreendi sua atitude, uma vez que Sam encontrava-se logo ao seu lado, e o mesmo fez questão de me lançar um olhar superior, como se quisesse impor medo. Contive minha expressão serena a muito custo. Mal sabia ele que ontem eu havia fugido bem debaixo de seu nariz.  

Do outro lado de meu pai estava Quil, o qual encarava minha prima com um olhar um tanto cúmplice. Voltei meu rosto sorrateiramente para Claire, que mantinha um intenso contato visual com o mais novo empregado de Edward. Franzi o cenho. Teria que ter uma conversa bem séria com ela mais tarde.

- Então, como foi? Encontrou seu vestido de noiva, meu amor? – Edward questionou animadamente, depositando um beijo carinhoso na testa de minha mãe.

Arrisquei um olhar rápido a Jacob, que se limitou em se mexer desconfortavelmente, contudo, permaneceu encarando o chão.

- É... Hum... – desviei meu olhar para minhas mãos, não sendo capaz de afirmar aquilo na frente de Jake.

- Sim, ela encontrou. E ele é tão maravilhoso! – Alice respondeu por mim, batendo palminhas de forma animada, e arrancando risadas baixinhas dos presentes.

- Que bom. Muito bom. – meu pai aprovou, distraído. Voltou-se então para Sam, que me fitava curiosamente. Ele não tem mais o que fazer, não? – Preciso que você leve aquela encomenda de Jacob à casa do Senhor Smith, sim? Faço isso agora, acredito que ele vá viajar a negócios hoje à tarde.

Ele assentiu uma vez com a cabeça e se retirou do recinto. Antes de fazê-lo, porém, lançou-me um olhar de aviso, como se alertasse para que eu não fizesse nada que pudesse me arrepender depois. Reprimi a vontade de bufar. Crápula!

- O almoço está pronto, senhores. – Sue avisou, aparecendo de repente na sala.

- Sim, muito obrigada. Acompanha-nos, Jake? – Bella convidou-o cordialmente, sorriso para ele.

Todos na casa tinham uma grande feição pelo garoto desde sempre, o que me deixava ainda mais revoltada com tudo aquilo. Saber que eu apenas não seria capaz de realizar meu grande sonho devido ao seu status social deixava-me extremamente indignada.

Jacob ergueu seus olhos, pousando-os rapidamente em mim, como se perguntasse silenciosamente minha opinião sobre aquilo. Sorri minimamente para ele, piscando-lhe disfarçadamente um olho. Ele pareceu fazer força para manter a expressão séria.

- Com muito prazer, senhora Cullen. – aceitou, devolvendo o sorriso para minha mãe.

Esperei, de propósito, todos acomodarem-se a mesa para então escolher meu lugar.  Para meu alivio restaram apenas dois acentos. Um ao lado de Jacob, e outro ao lado de meu tio Emmet. Claire, a única de pé a não ser por mim, fez menção de sentar-se ao lado de Jake, contudo, eu a refreei discretamente, segurando seu pulso.

Ela encarou-se sem entender. Sussurrei de modo que somente ela pudesse ouvir-me:

- Deixe me sentar aqui. – seu olhar transmitia ainda mais confusão. Indiquei Jacob com a cabeça. – Eu explico depois. – assegurei, enquanto um sorriso assustado, mas ao mesmo tempo malicioso, formava-se em sua face.

Ora, ela nitidamente estava escondendo algo em relação à Quil, e certamente, não haveria problema algum em ela saber o que estava acontecendo entre mim e Jacob. Aliás, poderíamos fazer uma troca de favores: eu a ajudava com o empregado de meu pai, e ela ajudava-me a despistar Sam uma vez ou outra.

Acomodei-me ao lado dele, e ninguém pareceu de opor a tal situação. Lancei-lhe um olhar de canto, e Jacob continha um sorriso, tentando mostrar que nada fora do comum estava acontecendo.

O almoço seguiu normalmente. Meu tio Emmet estava sempre fazendo graça de tudo que as mulheres tagarelavam, sem descanso, diga-se de passagem. Tio Jasper e meu pai conversavam sobre negócios, e Claire lançava-me olhares furtivos e curiosos, os quais eu fingia não reparar.

Um calafrio perpassou meu corpo assim que senti a mão de Jacob deslizar sobre minha perna disfarçadamente, procurando por minha mão, a qual eu mantinha pousada sob minha coxa. Ele entrelaçou meus dedos por debaixo da mesa, fazendo com que meu coração disparasse no peito.

Primeiro pelo simples contato com sua pele, que sempre me causava reações desse gênero. Segundo pelo fato de eu estar rodeada pelos meus familiares, e o friozinho na barriga com o temor de ser flagrada era inevitável. Contudo, deixava tudo ainda mais fascinante.  

- Ela será a noiva mais linda que Londres já viu. – ouvi minha mãe murmurar orgulhosa depois de um tempo, Senti a mão de Jacob afrouxar enlaçada com a minha. Apertei seus dedos com força, querendo lhe mostrar que aquele fato não me agradava nem um pouco.

- Com toda certeza que será. – Edward afirmou com o mesmo quê de orgulho que sua esposa. – Nem acredito que falta tão pouco. – voltou seu olhar para mim. - Somente um mês e minha filhinha irá embora. – falou melancólico.

Jacob engasgou-se ao meu lado, atraindo a atenção de todos para sua pessoa. Ele pareceu perceber isso, e mais do que depressa, retirou sua mão da minha, colocando-a em cima da mesa disfarçadamente.

- Perdão. – falou, com a voz falha, depositando sua taça de suco sob a mesa.

- Que é isso, querido. – Bella sorriu docemente. – E falando no casamento, com certeza você sabe que será muito bem-vindo, não é Edward? – convidou, provavelmente crendo que estava sendo a pessoa mais gentil do mundo.

Fechei os olhos com força, não me atrevendo a averiguar qual seria a expressão de Jacob no momento.

- Eu... Eu... É muita bondade de vocês me convidarem. – senti-o mexer-se desconfortável ao meu lado.

- Deixe de modéstia, rapaz. – Edward indagou, fazendo um gesto típico com a mão. – Tenho certeza que inclusive o senhor Marshall fará questão de sua presença.

Suspirei desejando com todas as minhas forças que eles parassem com aquilo.

- Eu... Hum... Claro, por que não?! – Jacob concordou, sorrindo fracamente para meu pai.

Assim que o assunto mudou de rumo e atenção dos presentes desviou de Jacob, toquei discretamente sua perna, recebendo seu olhar sorrateiro.

- Encontre-me no porão daqui a pouco. – sussurrei tão baixinho que me questionei se por acaso ele mesmo foi capaz de entender.

Contudo, ele assentiu, deixando-me mais aliviada. Levantei-me da mesa, atraído, novamente, os olhares de todos.

- Claire, gostaria de dar uma volta? – indaguei, sorrindo o mais animada que consegui para ela.

- Claro. – levantou-se prontamente, possivelmente já sabendo o que eu queria.

Seguiu-me para fora do casarão. Assim que já nos encontrávamos no jardim, ela voltou-se para mim, encarando-me nitidamente curiosa.

- Isso é o que eu estou pensando? – ela sussurrou, lançando um olhar receoso pelo ambiente. – Você e o Black...?

- Sim. – afirmei antes que ela finaliza-se. Uns milhões de expressões passaram por sua face e ela permaneceu pensativa por um momento. – Então é isso! – bateu na testa como se estivesse deixando passar algo óbvio.

- O quê? – assustei-me com sua reação.

- É isso que a está deixando infeliz, não é? É por isso que não quer se casar com Nahuel. – adivinhou. Limitei-me em assentir. – Oh, prima! Sabe que isso é impossível, não sabe? Nunca irão permitir o namoro de vocês. Estão arriscando-se a toa. – maneou a cabeça em negativa.

- O que eu posso fazer, Claire? – reprimi as malditas lágrimas que sempre insistiam em aparecer. – Eu o amo. Não posso evitar! – desabafei.

- Mas é errado. – ela insistiu. – Sabe que para sua família ele não passa de um empregado...

- Assim como o Quil. – retruquei, cruzando os braços rentes ao peito.

Claire estagnou com a boca entreaberta. Seus olhos se arregalaram ligeiramente, e ela nada falou.

- Como você... O quê... – gaguejou após alguns segundos.

- Não foi difícil chegar a essa conclusão depois de ver as trocas de olhares de vocês. – arqueie uma sobrancelha, divertida. – Pensei que estivesse vindo para cá com mais freqüência para me visitar. – acrescentei tentando parecer indignada.

Ela encarava-me chocada, enquanto suas bochechas coravam levemente.

- Eu... Eu... – gaguejou, mexendo-se desconfortável.

Gargalhei, mostrando-a que não a julgava por isso. Ela suspirou parecendo mais aliviada.

- Sabe que não é o mesmo. – murmurou após mostrar-me a língua divertida e retomar seu semblante sério. – Minha família não é de uma classe tão alta como a sua, e os meus pais não são tão conservadores quanto os seus. Acredito que não haveria problemas em meu namoro com o Quil. Não tanto quando o seu com o Black, pelo menos.

Suspirei. Eu tinha ciência de que ela estava certa.

- Eu sei, prima. Mas será que você não pode me entender? – segurei suas mãos, encarando-a suplicante. – Apenas ajude-me. Só peço que se coloque no meu lugar. Como se sentiria se seus pais a forçassem a se casar com outro que não seja Quil?

Eu não sabia se o relacionamento deles era tão intenso como o meu e do Jacob, contudo, pela sua expressão facial quando ponderei tal situação eu pude imaginar que sim.

- Vamos lá, Clai. – apertei seus dedos. – Eu lhe ajudo com Quil também. – propus, abrindo-lhe um sorriso malicioso e piscando-lhe de canto.

Ela não conseguiu se manter séria por muito tempo, rolando os olhos em seguida.

- Está bem, está bem! – aceitou, enquanto eu gritava alegre, pulando em seu pescoço. – Você é maluca, sabia?! – acrescentou, abraçando-me de volta.

- Eu sei! – gargalhei. – E você é a melhor prima do mundo! – bajulei, escutando seu riso baixo em meu ouvido.

- Ness? – chamou. - Acho que tem alguém querendo falar com você. – sussurrou divertida, fazendo-me afastar dela e procurar o que ela estava encarando.

Sorri assim que meus olhos pousaram naquelas grandes órbitas negras, as quais me fitavam próximo à porta do porão. Puxei Claire pelo braço até onde Jacob aguardava-me, fazendo o garoto encarar-me surpresa.

- Está tudo bem... Ela sabe. – falei confortando-o. Voltei então meu olhar para Claire, encarando-a sugestivamente.

Ela fitou-me sem entender por um momento, desviando seu olhar para Jacob e depois para o porão. Revirou os olhos quando enfim compreendeu.

- Está bem, eu vigio a porta. – bufou, fingindo estar brava.

- Eu já disse que você é a melhor? – apertei sua bochecha, enquanto ela mostrava-me a língua.

Gargalhamos-nos os três, enquanto eu puxava Jake para dentro do porão. Permanecemos um momento em silêncio ali dentro, cada qual com seus próprios devaneios.

- Ahm... Desculpe. – falei por fim, atraindo seu olhar questionador para mim. – Desculpe por meus pais terem falado aquilo... Eu... – não fui capaz de finalizar, suspirando pesadamente.

Ele não respondeu por um momento, apenas fitando a parede por cima da minha cabeça.

- Não foi culpa sua. Muito menos deles. – deu de ombros. – Eu só... Não sabia que faltava apenas... – deixou sua frase morrer também, suspirando do mesmo modo que eu.

- Nem eu.

Um silêncio constrangedor se instalou entre nós novamente.  

- Quer que vá? – perguntou de repente.

Voltei meus olhos para seu rosto. Jacob fitava o chão.

- O quê? – franzi o cenho confusa.

- Quer que eu vá ao casamento? – ergueu a cabeça para encarar-me. Seu semblante era de dor nítida, e eu não pude deixar de sentir um buraco doloroso se formando em meu peito.

Não respondi. Apenas encaminhei-me até onde ele estava parado me fitando, e joguei-me em seus braços. Abracei-o com força, desejando internamente nunca mais me separar dele. Ele retribuiu meu abraço com a mesma intensidade, afundando seu rosto em meu ombro e inspirando o ar com força.

O pensamento de que em apenas um mês eu seria de outro, e não havia nada que eu pudesse fazer a respeito invadiu minha mente de força avassaladora. Fechei os olhos com força, como se desse modo fosse possível apagar tais devaneios da minha cabeça.

Eu seria obrigada a me entregar a uma pessoa que eu não amava verdadeiramente.  

Não.

Eu não permitiria fazer algo do gênero comigo mesma.

- Jake? – chamei baixinho.

Ele afastou-se milimetricamente, somente o suficiente para encarar-me. Encostou sua testa na minha, permanecendo com os olhos fechados.

- Sim? – ergueu seus dedos até minha bochecha, afanando-a levemente.

Puxei o ar com força, como se assim pudesse tomar coragem para falar o que desejava.

- Eu... Eu quero que me faça sua esta noite. – murmurei convicta.

Jacob abriu imediatamente os olhos, arregalando-os surpreso e afastando-se um pouco, a fim de encarar-me melhor.

- O q-quê? – gaguejou abismado.

- Não quero que ele seja o primeiro homem a me tocar.Contudo, aparentemente eu não tenho escolha, então quero que você seja o primeiro. – expliquei. - Sempre sonhei com a minha primeira vez, e já que o casamento não será, quero que pelo menos isso aconteça com alguém que eu realmente amo.  

Ele permanecendo temporariamente mudo, ponderando o que eu havia falando. Encostou, então, sua testa na minha novamente, suspirando lentamente.

- Encontre-me na minha casa hoje à noite. Vá assim que conseguir despistar o Sam. – indagou baixinho. – Eu estarei lhe esperando. – selou nossos lábios em um beijo terno e demorado, saindo então do porão e deixando-me perdida em meus próprios devaneios.

Meu coração disparou no peito conforme dava-me conta do que estava prestes a acontecer.

N/A: OOOOOOI MEUS AMORES LINDOS QUE EU TANTO AMO *-* haha, emocionei.

Sim, eu consegui postar antes o/ Na verdade eu não consegui não escrever =/ hahah

Fiz um vestibular hoje e provavelmente eu fui BEM mal, ainda bem que nao é onde eu quero :B Alguém me explica porque química tem que ser tão dificil? =(

OSHAEOSAH ok, ok.

Estou sentindo as possíveis ameaças de morte em eu ter parado bem ali, mas bom, vocês me conhecem ;D

Eu acho que consigo postar a Opostos ainda antes de termina o ano, tá quase pronto o cap =)

Espero ser recompesada com vários reviews (os quais eu leio TODOS com muito carinho, mas não tenho tempo pra responder =/ sorry) e recomedações também são super bem-vindas :D

Críticas, sugestões.. O de sempre =)

Obrigada por tudo garotas, vocês são DEMAIS!

Espero que tenham gostado.

Beijão.


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