Amor Proibido escrita por paular_GTJ


Capítulo 3
Sensações


Notas iniciais do capítulo

LEIA AS NOTAS FINAIS, POR FAVOR! =)



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- Senhorita Renesmee? - Jacob chamou pela milionésima vez, enquanto eu ainda tentava encontrar minha voz sem muito sucesso - A senhorita se sente bem? Machucou-se?

 

Diversos pensamentos distintos rodeavam a minha mente em apenas um mísero segundo, fazendo com que permanecesse momentaneamente muda. Inesperadamente, porém, uma lembrança fez com que eu enfim saísse do meu transe.

 

- A COBRA! Cuidado Jake! - exclamei alarmada, olhando para todos os lados ao mesmo tempo em que tentava me levantar desesperada.

 

Assim, porém, que apoiei meu braço direito na terra fria, uma fisgada violenta e dolorosa abrangeu toda a extensão de meu pulso, fazendo com que eu soltasse um gemido de dor involuntário.

 

- Por favor, se acalme senhorita Renesmee! - Jacob falou com eminente tranquilidade, estendendo sua mão prontamente em direção a mim para auxiliar minha subida.

 

- Mas... mas... - gaguejei um tanto atordoada focando enfim meus olhos no animal - que há poucos segundos fiz com que meu coração praticamente estagnasse em meu peito - que agora jazia imóvel ao lado de um machado coberto por manchas vermelhas.

 

- Não se preocupe senhorita Renesmee, a cobra não lhe fará mais mal algum - sorriu calmamente ao mesmo tempo em que me ajudava a ficar em pé.

 

- Oh, como...? Aí! – reclamei de dor assim que Jacob tocou levemente em minha mão direita a fim de examiná-la.

 

- A senhorita se cortou! – brandiu aflito analisando um corte aparentemente profundo em minha palma estendida. – Isto precisa de cuidados! – continuou, puxando-me para frente do casebre de madeira agitada, possivelmente sem refletir direito no que estava fazendo.

 

Permiti ser guiada por Jacob, sentindo-me estranhamente segura. Tinha plena consciência de que o mais apropriado seria recusar seus cuidados, dirigindo-me imediatamente de volta a minha casa, onde então receberia os cuidados adequados. Contudo o simples fato de retirar minha mão da sua era absurda para mim aquele momento.

 

Cruzei a soleira da porta, enquanto tentava acostumar-me com a corrente elétrica que preenchia meu corpo desde o momento em que minha pele entrou em contato com a de Jacob.

 

Aquela sensação era inegavelmente desconhecida por mim. Reação essa que desprendia outra, ainda mais inusitada para mim. Sentia como se diversas borboletas estivessem dançando harmonicamente em meu estômago.

 

- Fique a vontade senhorita Renesmee. Voltarei em um minuto para cuidar de sua mão. – Jake se dirigiu a mim formalmente, como sempre, assim que chegamos a uma salinha incrivelmente pequena e simples.

 

Apesar de estar acostumada com cômodos gigantescos e exageradamente luxuosos, surpreendi-me em como me sentia consideravelmente mais confortável naquela humilde sala em que estava.

 

Enquanto aguardava a volta de Jacob, analisei o ambiente ao meu redor. A dor em minha mão já não incomodava mais. Aliás, estava meramente ligando para o corte que havia ganhado. O fato de estar na casa de Jacob bloqueava temporariamente qualquer outro pensamento de minha mente.

 

Havia apenas um velho sofá preto um tanto gasto, e diversas estantes recheadas com milhares de livros. Aquilo não me surpreendeu. Desde que conhecia Jacob sempre soube do seu fascínio pela literatura. Apreendeu a ter amor por livros com Billy Black, a pessoa mais próxima de um pai que tivera.

 

Biologicamente falando, Jacob nunca conheceu sua família – ou pelo menos até onde meu conhecimento vai. Assim que chegou completamente perdido em Londres anos atrás, meu pai propôs ao atual ferreiro da cidade na época, Billy, a cuidar do garoto como se fosse seu próprio filho.

 

O homem aceitou prontamente e de muito bom grado aquela oferta. Ele sempre fora um homem solitário, tendo perdido sua mulher ainda jovem, e nunca aparentou desejo de casar-se novamente. Contudo, a proposta de ter enfim uma companhia, ainda mais de uma criança, concedeu aquele homem, enfim uma chance de ter uma família novamente.

 

Minha amizade com a de Jacob já estava enfraquecida quando Billy adoeceu, e veio a falecer logo depois.

 

Nunca me perdoarei inteiramente por não ter estado perto de meu amigo naquele momento terrivelmente doloroso. Eu sabia, talvez melhor do que ninguém, como Jake amava seu pai adotivo.

 

Fora com Billy que ele aprendera, não apenas a ter uma adoração pela literatura inglesa, mas como também pela arte de fabricar espadas.

 

- Desculpe não poder oferecer-lhe muito conforto, senhorita Renesmee – Jacob voltou à sala interrompendo meus devaneios distantes – Sei que poderia estar tendo um serviço muito mais sofisticado em sua casa, mas acredito que sua mão precise de algum cuidado por hora, depois...

 

- Pelo amor de Deus Jacob, as vezes você aparenta não me conhecer. – bufei rolando os olhos. – E quer parar de me chamar de senhorita? Sou eu, a Nessie, lembra? – falei impaciente. - Deus, por que persiste em me tratar de forma tão formal, mesmo estando sozinhos?

 

Sozinhos. Aquela simples palavra ecoou em minha cabeça, fazendo com que minhas pernas tremessem por um breve momento.

 

Jacob riu baixinho, tirando-me do meu transe importuno. Chacoalhei de leve a cabeça, ao mesmo tempo em que ele fazia sinal para que me acomoda-se no sofá velho do cômodo, despejando alguns materiais para curativo que trazia em seu braço em uma mesinha.

 

- Perdoe-me senho... Nessie. – um sorriso tímido preencheu seu rosto ao pronunciar meu nome – Apenas força de habito, entenda.

 

- É, eu sei. – suspirei cansada.

 

Prendi a respiração assim que Jacob tocou em minha mão novamente, limpando cuidadosamente o sangue em minha palma com um pouco de água, aproveitando para retirar os resquícios de terra que havia naquela área.

 

Céus, o que estava acontecendo comigo afinal? Que sensações estranhas são essas? Por que diabos sensações tendiam a me invadir assim que sua pele entrava em contato com a minha?

 

Senti meu coração disparar contra meu peito ao perceber o quão próximo Jacob estava de mim.

 

- Obrigada. – murmurei após um momento em silêncio, onde apenas assistia Jacob cuidar prestativamente do meu machucado.

 

Ele ergueu os olhos do que estava fazendo, e fitou-se visivelmente confuso.

 

- Você salvou minha vida. Literalmente. – agradeci sincera – Não sei como lhe gratificar o suficiente pelo que fez hoje.

 

Jacob desviou seu olhar com um sorriso disfarçado em seus lábios, voltando sua atenção ao curativo que fazia antes de responder.

 

- Não há de quê, Nessie. – Sorri internamente por ele enfim estar me tratando informalmente – Não fiz mais do que minha obrigação. – deu de ombros desmerecendo-se.

 

Rolei os olhos para a sua modéstia costumeira, porém ele não viu. Perguntei então algo que martelava em minha cabeça há alguns minutos:

 

- Como foi que conseguiu agir tão rápido? Encontrar um machado a tempo de matar aquela cobra?

 

- Não precisei encontrar o machado, eu já estava com ele. – respondeu passando uma pasta viscosa branca em minha mão. Estremeci disfarçadamente com aquele contato. – Eu avistei você vindo a cavalo, e cheguei a pensar por um momento que você estaria perdida. Eu me encontrava a poucos metros de você, porém como estava tão compenetrada em minha casa, não me viu. – sorriu, analisando-me com curiosidade. – Assim que vi o seu cavalo derrubar-lhe, me apressei a ir socorrê-la, e por sorte ainda estava com o machado em minha mão. – finalizou terminando de massagear levemente minha mão.

 

- Oh, nossa... – foi tudo o que eu consegui pronunciar. Então um pensamento de minha infância me veio em mente, e eu não pude controlar a risada.

 

- Do que está rindo? – ele perguntou interessado desenrolando uma faixa branca.

 

- Estava apenas recordando-me... – comecei com um leve sorriso – Tenho que agradecer aos Céus por você não ter se apavorado mais do que eu. Quero dizer se fosse uma minhoca, acredito que poderia ter sido mais apavorante.

 

A expressão de curiosidade de Jacob se transformou radicalmente em choque, seguido por ofensa.

 

- Ei, eu não tenho culpa se estava usando aquelas lentes que aumentavam a visão. E além do mais, aquela minhoca devia ter alguma espécie de anomalia. Como é possível que fosse tão grande? – Ele terminou por fim, cerrando os olhos para meu riso contido sem muito sucesso.

 

- Ora Jake, você simplesmente saiu correndo, deixando-me completamente desnorteada no meio do nada. – gargalhei abertamente lembrando-me de sua expressão cômica de pavor enquanto brincávamos inocentemente em alguma tarde maravilhosa de nossa infância.

 

Jacob continuou olhando-me carrancudo, contudo após dois segundos uma risada baixinha acompanhou a minha.

 

- Considere-se de sorte então! – piscou debochado terminando enfim de enfaixar a área do meu machucado.

 

Continuamos, porém, com nossas mãos unidas, e por minha vontade não iríamos separá-las tão cedo.

 

Por Deus, que espécie de pensamento foi esse? Por mais que eu me repreendesse mentalmente, não era capaz de encontrar forças em meu corpo para quebrar nosso contado físico.

 

- Definitivamente. – comentei pensativa.

 

Jake sorriu abertamente, e como de costume, desandando uma batida do meu coração. Seus dedos, talvez inconscientemente, fizeram um leve carinho em minha mão. Algo em meus dedos lhe prendeu a atenção, fazendo com que desviasse os olhos dos meus e os abaixasse ligeiramente.

 

Talvez não estivesse prestando atenção em seus atos quando virou minha mão, deixando minha palma para baixo.

 

Senti aquele bolo familiar em meu estômago – o oposto do que sentia na presença do homem que segurava minha mão – revirar dentro de mim assim que foquei meus olhos no anel que Jacob analisava com uma mínima ruga em sua testa.

 

Uma moça de uma muita sorte. – pensei com sarcasmo retirando por reflexo minha mão da de Jake.

 

Ele olhou-me expressando confusão ao mesmo tempo em que podia visualizar um quê de tristeza em sua face, ainda deixando sua mão pairar inutilmente no ar, como se ainda segurasse a minha.

 

- Oh, eu não... Eu não sabia. Meus parabéns! – esboçou um sorriso amarelo em minha direção.

 

Por que me sentia muito mais desconfortável em tratar deste assunto com ele? Não deveria ser assim. Não poderia ser assim.

 

Suspirei analisando o anel que pesava de maneira irritante em minha mão.

 

- Obrigada... Eu acho. – respondi sem vontade.

 

- Não parece estar muito contente. – Jacob ponderou, sua afirmação tendo um leve toque de curiosidade – O que houve Ness?

 

Voltei meu olhar para ele por um segundo, perdendo-me momentaneamente naquelas órbitas negras que transmitiam sincera preocupação.

 

- Não quero me casar! – desabafei, sentindo que estava proferindo aquela frase muitas vezes em um curto período de tempo. – Não gosto de Nahuel e tenho certeza de que não serei feliz com ele.

 

Um silêncio incomodo se fez na sala, onde ambos permanecemos mergulhados em devaneios próprios. A ideia de matrimonio não deveria ser vista de maneira tão repugnante por mim. Contudo, por alguma razão, agora mais do que nunca eu tinha a plena certeza de que de fato esse casamento não é o ideal para mim.

 

- Está ficando tarde, acho melhor eu voltar para casa antes que mandem alguém me procurar. – suspirei levantando-me contra gosto.

 

Jake imitou meu gesto, parecendo que minha frase havia o acordado de algum transe momentâneo. Ao me por em pé, a corrente que ganhei a tantos anos dele, balançou livremente em meu colo, atraindo instantemente seu olhar para aquela área.

 

Timidamente Jacob ergueu sua mão, e quase como se temesse perseguir em seu ato, tocou o metal frio com seus dedos quentes. Mais uma vez aquela - agora - conhecida corrente elétrica passou pelo meu corpo, despertando as borboletas adormecidas dentro de mim.

 

- Por que... Por que ainda usa isso? – indagou relutante, elevando seu olhar até meus olhos sem largar o pequeno coração prateado.

 

- Porque foi... o presente mais... lindo que eu já ganhei. – respondi sentindo certa dificuldade em respirar.

 

Jacob abriu um sorriso reluzente, mostrando uma fileira de dentes brancos. E se antes eu estava tendo problemas em aspirar o ar, agora com esse gesto, fez com que o simples fato de respirar se tornasse absurdamente impossível.

 

O seu sorriso, porém, foi murchando lentamente, à medida que subia sua mão demorada e tortuosamente até minha face, afanando levemente minha bochecha.

 

Meus olhos se fecharam involuntariamente àquele toque, agitando ainda mais as borboletas em mim, e acelerando consideravelmente as batidas de meu coração.

 

Notei meu peito subir e descer cada vez mais rápido ao mesmo tempo em que sentia a respiração de Jacob cada vez mais perto, acariciando prazerosamente meu rosto, indicando-me – mesmo estando de olhos fechados – que ele estava mais perto do que jamais chegou a estar.

 

Um milhão de pensamentos se passou por minha mente, até que tudo o que eu podia pensar naquele instante era em como aquele ato era indiscutivelmente inapropriado, mas ao mesmo tempo era estranhamente correto.

 

Onde uma batida na porta fizera tudo desaparecer.

 

Uma batida. Uma maldita batida na porta foi o suficiente para que eu voltasse à realidade percebesse o que estava preste a fazer. Recuei dois passos, vacilante. Céus, onde estou com a cabeça?

 

Jacob parecia estar tendo um pensamento semelhante ao meu, intercalando olhares as batidas barulhentas na porta, e a mim, mostrando certo receio e constrangimento ao me encarar.

 

- Por Deus Black! Morreu ou algo do tipo? – desdenhou uma voz impaciente do lado de fora do casebre.

 

Senti meu coração estagnar dentro do peito, e um frio de pavor percorreu todo o meu corpo assim que reconheci a voz do homem que insistia em esmurrar a porta sem cuidado algum. Jake congelou seu olhar, entreabrindo a boca levemente, percebendo o mesmo que eu.

 

- Fique aqui. Quieta! – sussurrou apreensivo, rumando para o outro cômodo na direção da entrada.

 

Fiz exatamente o que ele mandou, ainda sentindo meus músculos rígidos pelo medo de ser pega ali, sozinha com Jacob. Eu estava definitivamente maluca. Como pude agir tão imprudentemente? Não que eu me importasse com o que os outros pensam, ou muito menos preocupada pelo fato de estar noiva, contudo não ficava bem pela minha família eu agir deste jeito.

 

- Por que demorou tanto para abrir essa bendita porta, Black? – Sam Uley resmungou parecendo entrar na casa. – Estou aqui há horas batendo na porta. Ficou surdo homem?

 

Rapidamente corri os olhos pelo aposento, procurando desesperada algum esconderijo provisório, ao mesmo tempo em que ouvia a resposta de Jacob.

 

- Deixe de drama Uley. – podia jurar que ele estava rolando os olhos – Estou aqui agora, não estou? O que quer? Ei! Onde está indo? – perguntou um pouco mais urgente.

 

- Para a sala, oras. – Sam respondeu simplesmente deixando-me ligeiramente em pânico. – Estou cansado da viajem.

 

Postei-me atrás de uma das grandes estantes do cômodo, ao mesmo tempo em que vislumbrava o empregado de meu pai adentrar na sala despreocupadamente. Quase no mesmo instante Jacob entrou no ambiente praticamente correndo.

 

Sua expressão de desespero se transformou em incerteza assim que correu os olhos curiosos pela sala.

 

- Qual é seu problema Black? – Sam indagou bocejando, jogado descontraído no sofá preto, que há pouco tempo eu estava sentada.

 

- Hum... Nada. – Jacob respondeu duvidoso coçando a nuca. Lançou mais um olhar avaliativo ao ambiente, e pareceu respirar um pouco mais aliviado. Voltou então sua atenção ao homem acomodado em seu sofá. – O que veio fazer aqui afinal?

 

- Quero saber se a encomenda do Sr. Cullen já está pronta. – respondeu simplesmente, analisando o material usado por Jacob para fazer meu curativo, ainda em cima da mesa. – Machucou-se Black? – questionou lançando um olhar calculista ao referido.

 

- Sim. Minha perna. – Jacob mentiu dando de ombros – Não, ainda não terminei a encomenda de seu patrão, mas não se preocupe, hoje mesmo estará finalizada.

 

- Ah, tudo bem. Eu espero. – Sam aconchegou-se melhor no sofá velho.

 

- NÃO! – Jake gritou, assustando o outro – Quer dizer... Hum... Não se será necessário. Eu mesmo levo quando estiver pronto.

 

Sam franziu o cenho desconfiado para ele.

 

- Tem certeza? Poupará o trabalho de você ter que viajar até a casa...

 

- Não me importo! – Jacob interrompeu-o rapidamente – Não sei o quanto irei demorar, portanto não o farei esperar inutilmente aqui.

 

- Sinceramente não é um problema, mas já que insisti. – Sam levantou-se do sofá, ainda parecendo desconfiado. – Falarei para Edward que você mesmo entregara no final do dia.

 

- Faça isso! – Jacob concordou com um aceno na cabeça visivelmente aliviado.

 

Esperei paciente, ainda em meu esconderijo, os dois homens deixarem o cômodo e ouvir a porta da casa se fechar. Jacob voltou à sala mais relaxado.

 

- Essa foi por pouco. – comentou suspirando assim que eu apareci de trás da estante.

 

- Pouquíssimo – concordei baixinho, sentindo meu rosto ficar vermelho.

 

Fitamos-nos por um momento, até que o ambiente tornou-se embaraçoso demais, fazendo com que ambos desviassem o olhar instantemente.

 

- Acho que já vou então. – quebrei enfim aquele silêncio perturbador.

 

- É, acho que será melhor.

 

- Vejo você depois? – falei incerta, precisando estupidamente de uma confirmação para aquele fato.

 

- Com certeza! – Jacob sorriu torto, fazendo, como sempre, minhas pernas fraquejarem.

 

(...)

 

Cheguei a casa mais para a metade da tarde. Encontrei, felizmente, meu cavalo próximo à casa de Jacob, pastando despreocupadamente. Por um momento questionei-me se Sam pudera de algum modo ter reconhecido o cavalo, contudo duvida que se de fato ele o visse, tivesse ido embora sem investigar mais a fundo.

 

Durante todo o trajeto, um pensamento importuno não parava de me ocorrer. Se não fosse por Sam ter aparecido naquele momento, eu teria beijado Jacob. Teria beijado pela primeira vez em minha vida se ele tivesse esperado apenas um misero minuto para bater naquela bendita porta.

 

Eu tinha plena consciência de que deveria me dar por aliviada pelo que aconteceu. Deveria ser eternamente grata a Sam por ter impedido, mesmo que involuntariamente, que aquele ato realmente se realizasse. Contudo, não era assim que eu me sentia.

 

Sentia agora uma raiva extrema em relação ao empregado de longa data de meu pai. Até então eu nunca havia me dado conta em como desejava isso. Porém agora eu tinha essa ciência.

 

Mesmo sendo inapropriado, não havia nada que eu almejasse mais nesse momento do que beijar aqueles belos lábios carnudos de Jacob Black.

 

- Nessie! – uma voz distante me chamou, retirando-me de meus inadequados devaneios assim que entrei em casa.

 

- Claire! – sorri contente ao ver minha prima parada ao lado de minha mãe no hall de entrada.

 

Ela veio entusiasmada em minha direção com os braços ligeiramente abertos, prontos para um abraço.

 

- Estávamos mesmo falando sobre você. – ela comentou em meus cabelos.

 

- Mesmo? Está aqui há muito tempo? – questionei afastando-me um pouco para poder encará-la.

 

- Estávamos falando o quanto você estava demorando. – minha mãe respondeu analisando-me com cuidado.

 

- Pelo que eu conheço a senhora, já estava pronta para chamar alguém para ir ao meu resgate, estou certa? – comentei sarcástica rolando os olhos.

 

Claire riu baixinho, e minha mãe esboçou um sorriso acanhado em minha direção.

 

- Pois ela estava mesmo comentando isso. – minha prima entregou-a, piscando para mim.

 

Rimos as três, até que meu pai, Sam e o mais novo empregado de meu pai, Quil, adentraram no cômodo parecendo curiosos pela momentânea alegria.

 

- O que as três estão tricotando? – Edward perguntou enlaçando um braço ao redor da cintura de Bella, e beijando-a afetivamente em sua face.

 

- Nada demais. – respondeu minha mãe, desnorteada pela presença de seu marido.

 

Analisei os dois sentindo certa inveja. Duvidava que algum dia eu e Nahuel tivéssemos esse tipo de carinho um pelo outro.

 

- Nessie! – minha mãe chamou-me alarmada. – O que fez na mão?

 

Todos os olhares dos presentes desviaram para minha mão enfaixada. Pelo canto do olho visualizei Sam franzir o cenho, e eu definitivamente não precisa ser um gênio para saber no que ele estava pensando.

 

- Nada, mãe. Apenas cortei-me na cozinha mais cedo. – dei de ombros virando-me instantemente para Claire a fim de mudar o assunto do momento.

 

Por um momento fiquei surpresa pela expressão em seu rosto. Ela encarava quase hipnotizada Quil, que por um rápido olhar meu, estava da mesma forma que minha prima.

 

- Hum, Claire? Quer dar uma volta? – perguntei receosa. Talvez ela não estivesse no mesmo planeta que eu para escutar minha pergunta. Contudo, ela chacoalhou a cabeça de leve, olhando-me com os olhos ainda sem foco.

 

- Claro. – respondei prontamente, lançando mais um olhar admirando em direção ao seu objeto de fascínio.

 

(...)

 

Passei o resto da tarde praticamente conversando besteiras com Claire na cozinha, onde desfrutávamos de um delicioso bolo de cenoura com chocolate, feito por Sue, a cozinheira mais talentosa que eu já conheci em toda a minha vida.

 

Minha prima estava um tanto distraída, espichando o pescoço diversas vezes em direção a onde Quil trabalhava do lado de fora da casa. Apesar de eu ter feito alguns comentários um pouco maliciosos para sobre isso, ela limitava-se apenas em corar absurdamente sob sua pele morena e desconversar logo em seguida.

 

Entretanto, eu não estava muito apta em exigir atenção dela, quando eu mesma apresentava apenas meio interesse na conversa, ansiando pelo momento em que veria Jacob novamente. Pode parecer estranho, mas apesar de eu ter o visto há apenas algumas horas, eu já sentia uma absurda falta de sua presença quente próxima a mim.

 

Assim que Claire se foi, Sue pediu gentilmente que eu buscasse uma cesta no porão para que ela pudesse levar comida a Leah, sua filha, que havia adoecido e por conta disso estava impossibilitada de ajudar a mãe nas muitas tarefas da casa.

 

Fui até ao porão, fazer o que Sue havia pedido-me e demorei um pouco por lá. Queria encontrar uma cesta suficiente grande para que Leah estivesse bem abastecida de comida. Nunca fomos exatamente amigas, porém eu sentia certo afeto pela garota que tinha mais ou menos a mesma idade do que eu.

 

Estava extremamente escuro no porão pelo fato do sol já ter praticamente se posto. Sai distraída de uma pequena salinha dentro do lugar, onde as cestas eram guardadas, e sem aviso prévio me choquei com um corpo absurdamente grande.

 

Um estrondo audível preencheu o ambiente assim que as várias espadas que ele carregava se chocarão ao chão. Eu teria feito o mesmo que elas se os grandes braços músculos dele não tivessem me amparado prontamente da certa queda.

 

Apesar da escuridão do ambiente eu sabia quem era a pessoa que me firmava consideravelmente próxima a mim. Eu ainda corria o risco de desabar no chão, por conta do quão bambas minhas pernas estavam.

 

Pensei em um milhão de frases para dizer naquele momento, contudo permaneci calada. Ele me fitava com uma expressão duvidosa - e do mesmo modo que eu - intercalava olhares de meus olhos para minha boca.

 

- Oi pequena! – Jacob sussurrou jorrando seu hálito quente e doce no meu rosto.

 

Meu coração acelerou ainda mais e minhas pernas tremeram prazerosamente. Não sei de onde tirei coragem para fazer o que fiz, - talvez fosse o fato de ter ouvido ele me chamar do modo como sempre me chamava quando nós éramos crianças - contudo quando me dei conta de meus atos minha boca já estava grudada na dele, e meus braços já estava ao redor de seu pescoço.

 

Abri meus olhos, e o encontrei me encarando surpreso, ou até mesmo assustado por conta da minha reação inesperada. Aos poucos, porém, ele foi fechando lentamente seus olhos, abraçando-me com mais força, como se desejasse que nossos corpos permanecessem colados para sempre. Eu, sinceramente, não me importaria se isso acontecesse.

 

Senti uma língua pedir passagem pelos meus lábios, e sem pensar duas vezes, lhe dei espaço. Jacob traçou lentamente o contorno de minha boca com seu língua quente e macia, fazendo com que eu arfasse baixinho. Meu peito subia e descia aceleradamente, ao mesmo tempo em que nossas línguas faziam uma dança sincronizada e prazerosa.

 

Minhas mãos estavam entrelaçadas em seus cabelos macios, puxando-o mais forte para mim, do mesmo modo que eu puxava-me pela cintura. O gosto doce de Jacob era irresistível. E à medida que separávamos milimétricamente nossas bocas, apenas possibilitando Jacob a sugar meu lábio inferior delicadamente, para então juntarmos nossos lábios novamente, eu percebia como eu estava errada antes. Ao imaginar como teria sido aquele beijo durante praticamente todo à tarde, eu nunca poderia sonhar que seria tão bom assim.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

N/A: OOLÁ MEU POVO LINDO! *-*

 

Eu sei que eu demorei, peço milhões de desculpas para vocês, mas juro que eu e a Lyli fizemos o possível para postar o quanto antes!

 

E eu tenha uma notícia nada boa pra vocês... :(

 

Seguinte: não sei se vocês sabem, mas estou em ano de vestibular ¬¬' e eu quero mto mto uma federal. Vou começar a fazer cursinho amanhã, o que significa que meu tempo livre irá praticamente zerar. Não sei mais quando eu terei tempo para escrever, então não posso prometer postar o próximo cap, tanto dessa fic quanto das outras, logo. Eu só posso dizer que COM CERTEZA ABSOLUTA eu irei escrever sempre que puder!

Espero que entendam... Tenho que dar prioriedade agora ao vestiba, infelizmente. :(  

 

 

Mas mudando de assunto, oqq acharam? Hummmm, um beijinho no escurinho! :9 HAHA

Gente eu fiquei muito, mas MUITO feliz mesmo quando eu vi que a fic já tinha três recomendações, com só dois cap's.

Sério, eu pulei de felicidade pela casa! *-* Então o meu MUUUUUITO obrigada a: mica_black, Adriana18 e a ana elisa.

GURIAS, DE VERDADE, OBRIGAADA! vocês não sabem o quanto isso anima um autor :) Então quem quizer seguir o exemplo delas, ficarei mais feliz ainda OAEHASIEASIO Reviews também me deixam contente! *-*

 

Ahhhh, gente. Acho que vocês já devem ter visto, mas avisar nunca é demais.

Quem acompanha "O despertar de uma Paixão" da Dany, agora a fic vai ser postada aqui:

http://fanfiction.nyah.com.br/historia/86810/O_Despertar_De_Uma_Paixao_-_Continuacao

Ela teve que muda de conta e tals.. Quem não le, eu recomendo! haha

 

Beijão pra todo mundo, amo vocês! 

 

 

 

 

 

N/B: Hello meus bolos de chocolate salpicados com sorvete!*.* Não matem a Paula! A culpa foi minha por o capitulo ter demorado tanto! Mas... esqueçam isso por um momento, já que a culpa não foi minha da Paula ter parado justamente nessa parte do capitulo! *odeio autoras que param nas partes perfas!* UAHSUHAUS Então comentem BASTANTÃO! E quero agradecer muitooooo quem recomendou a fic *-* Eu sou apenas a beta – inútil – mas fiquei que nem louca pulando pela casa de tão feliz!

 

Beijos minhas gatinhas =*


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