Entre Nós escrita por unalternagi


Capítulo 5
Temos que falar sobre o caso: eu não acho que estou pronta para isso de novo


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal

Olha, eu achei esse capítulo extremamente complexo de escrever e, óbvio, eu não conheço nada sobre direito americano, mas tentei ser coerente nas coisas que escrevi e, sim, apesar de saber que algumas coisas podem parecer um pouco demais, espero que vocês gostem do que coloquei nesse super post, não quis economizar nas palavras e sensações, ficou bem grande.

Vou explicar como vou finalizar a história nas notas finais.

Boa leitura!!



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Temos que falar sobre o caso: eu não acho que estou pronta para isso de novo

O primeiro a ser escutado foi Riley.

Depois de dois dias e incontáveis petições, Margaret e Garrett conseguiram fazer o juiz aceitar escutar o garoto antes de começar o julgamento para que, duas coisas fossem evitadas: a primeira era que Riley não tivesse que olhar para Royce, a segunda para que ele não escutasse uma só das coisas que todos aprenderiam naquele julgamento.

Apesar de ser um caso “aberto”, ainda assim, todos os envolvidos estavam sensíveis demais e a audiência foi fechada para os autores dos processos, família, réus e família.

Athenodora e Caius Hale foram um dos primeiros que chegaram, estavam hospedados em um hotel perto do local junto com Royce Sacramento, mas o casal e o deputado chegaram em carros separados.

Depois de uma hora no trajeto de Forks até seus destino, os Cullen, Denali, Brandon, Swan, Jasper, Tia e Rosalie chegaram no local. Era em Port Angeles e, apesar de não ser uma cidade grande, era maior que Forks e Emmett sentiu seu sangue ferver ao reparar a quantidade de repórteres ali.

—Que porcaria eles acham que está acontecendo? – ele rosnou irritado.

—Acalme-se – Charlie ordenou – Tia vai buscar os Brandon, Emmett vá com Rosalie e eu protejo Bella e família, tem alguns guardas ali, vou chama-los como apoio.

O chefe saiu sério, foi muito assediado, ignorou cada singular pergunta até cumprimentar os seis guardas que o encontraram no meio do caminho.

—Cada vítima está em um carro – ele apontou.

Rosalie estava com Kate e família. Bella com os Cullen. Alice com os pais e Jasper.

A doutora Margaret White entrou com passos firmes no local, estava mais acostumada com aquele tipo de assédio por parte de repórteres já que ela já havia participado de alguns outros grandes casos. Manteve o rosto sério e passou sem responder nada, logo ela estava dentro do local cumprimentando algumas pessoas.

Garrett estava ansioso com Emmett em sua janela.

—Tanya e Liam não vão passar por isso – ele murmurou para que apenas Emmett escutasse.

—Relaxa, Victoria e Laurent já concordaram em cuidar deles – Emmett disse e olhou por sobre o ombro vendo o pai se aproximar – Certo, todo mundo presta atenção, vamos passar como um bloco, Kate cuida de Tanya, Garrett de Liam, eu vou ficar com Rose, mas ela estará no meio de vocês, não a soltem – Emmett pediu sério e todos concordaram.

Tanya e Liam não entendiam bem o porquê, mas seguraram a mão da tia quando a voz do agente Swan foi séria.

—Está tudo bem – Rosalie murmurou para eles.

No carro dos Cullen, a comoção era maior.

—Para que tudo isso de gente? – Victoria deixou a preocupação escapar de sua boca.

—Mamãe, estou com medo – Riley disse se retraindo no colo da mãe, o rosto enterrado no cabelo castanho pesado.

—Shh, não é preciso ter medo, filho, a mamãe e o papai não estão aqui? – Bella perguntou docemente enquanto ela mesma tentava se convencer de que não tinha o que temer.

A verdade era que, da primeira vez, não houve julgamento nenhum, apenas acordos, então ela não tinha certeza do que estava prestes a enfrentar.

Alice mexia a perna inquieta.

—Eu tenho que me concentrar, tenho que me concentrar – ela repetia sem parar.

Jasper abraçou seus ombros.

—Linda, eu estou aqui, você só tem que respirar fundo. A doutora Siobhan está nos esperando lá dentro – ele sussurrou docemente no ouvido dela.

Logo as portas dos carros foram abertas e a quantidade de flashes disparados contra as vítimas era de causar revolta. Nenhum dos repórteres, fotógrafos ou cinegrafistas pensavam em quão desumano era toda aquela sede por conhecer uma história que as vítimas não queriam nem elas mesmas guardarem, imagina divulgar para o mundo.

Rosalie, quantos anos você esteve em cativeiro?

Isabella, qual é a sensação de estar tão perto do seu abusador?

Alice, como está o controle de suas personalidades?

Foram algumas das perguntas gritadas para as vítimas que estava confusa por ouvirem seus nomes tantas vezes. Algumas pessoas chamavam por Jasper, Emmett, Tia e Edward também e até escutaram Marie e Mary por entre todo o burburinho, mas ninguém parou para responder nada.

Riley estava escondido no pescoço do pai, Isabella segura entre o chefe Swan e Laurent enquanto Carlisle e Victoria andavam abraçados logo nas costas dela. Rosalie saiu do carro ladeada pelos sobrinhos que eram ladeados pelos pais e Emmett logo em seu enlaço, as mãos nos ombros dela a levando pelo caminho correto. E Alice abraçada em Jasper, com Tia a encaminhando, tapando-a dos flashes e jornalistas.

Dentro do local onde o julgamento aconteceria tudo foi mais pacífico. Eles foram para uma sala ampla, mas não realmente grande. Tinham alguns bancos acolchoados na cor vinho, as paredes eram de madeira e dava um aspecto aconchegante e quente para o local. Edward colocou Riley no chão apenas quando foi obrigado.

Isabella, Rosalie e ele acompanharam Riley para a sala do juiz antes do começo de tudo.

—Entendo que vocês são os pais do garoto – o juiz disse com a voz grave e ambos assentiram de prontos – E a senhora é a progenitora? – o homem perguntou e Rosalie também se contentou em anuir.

Riley não entendia bem, mas se mantinha distraído com brincar com uma mecha do cabelo da mãe, já que era no colo em que havia escolhido se sentar.

Edward mantinha o braço nas costas de Isabella, tentando manter os dois em seus cuidados.

—Riley, se importa em responder algumas perguntas? – o homem pediu sério, começando tudo.

O escrevente no canto da sala estava pronto, já começara a digitar tudo no programa destinado a aquilo, escutando tudo com clareza devido a boa acústica da sala.

Riley encarou a mãe e depois o pai, ambos mantiveram sorrisos acolhedores para o garoto.

—Posso ficar no colo da minha mãe? – o garoto perguntou.

—Por mim, tudo bem – o juiz disse e então o garoto anuiu para ele – Certo.

As perguntas não foram realmente complexas. Tudo foi respondido com rapidez e a sinceridade infantil de Riley. Ele contou como se parecia com o pai e o que gostava na mãe, então falou boas coisas sobre Rosalie, como ela gentil e sempre o tratou muito bem. Por fim, falou de sua família, os avós e tios tão amorosos, sua vida na Inglaterra e como estava feliz em estar ali com os pais, em suas “férias fora de hora”, como Bella o tinha dito outro dia.

Aquela parte da sessão foi encerrada e depois de duas maçantes horas dentro do gabinete do juiz, finalmente, os quatro saíram da sala. Riley parecia mais leve ao saber que poderia ir para a praia.

—Tanya e Liam também vão – Rosalie contou e o garoto se animou ainda mais.

Depois daquilo, as crianças junto com Victoria e Laurent foram escoltados pelos seis guardas de antes até o carro que os Cullen haviam alugado e seguiram para a praia de La Push, para almoçar a beira mar e passar uma tarde mais tranquila.

O juiz deu quinze minutos antes de começarem a sessão e todos os envolvidos foram para a antessala onde tinha café e coisas para beliscarem.

—Sem senso, querida, eu preciso estar aqui com vocês – Carlisle disse quando a nora o disse que ele deveria ter ido com Laurent e Victoria.

—O senhor não precisa-

—Bella, você não precisa temer nada. Eu não vou te julgar por nada o que aprender hoje porque nada disso é a sua culpa, querida, entende isso? – o sogro disse amorosamente segurando a mão dela nas dele – Você é a esposa do meu filho, minha filha, para todos os efeitos, e minha vida é dedicada para amar os filhos que meu coração escolhe, você está no comboio de tudo. Passado algum anula a Isabella que eu conheço e amo, a melhor assistente pessoal que eu já tive – Carlisle falou e Bella se emocionou, abraçando o sogro em agradecimento.

Edward estava com Rosalie tomando chá.

—Eles vão querer discutir a questão de Riley dentro disso tudo – Rosalie disse baixo e Edward assentiu.

—Sei disso – ele murmurou.

—Mas para todos os efeitos, a guarda tecnicamente é minha – ela disse e ele assentiu – Eu não quero ficar no meio de nada – Rosalie finalizou tomando seu chá.

Edward não sabia o que aconteceria com a guarda de seu filho e, se fosse ser sincero, era sua maior tensão, mas pensou que se o pior acontecesse, se Riley fosse tirado dele e de Isabella, ele estaria feliz se fosse para ficar com Rosalie, mesmo que fosse doer como perder seu coração.

Carmen trançava o cabelo de Alice com carinho.

Rosalie jogou o olhar para os Brandon enquanto Eleazar parecia tenso e Carmen tão amorosa com Mary.

—Eles parecem ser boa gente – Rosalie observou apontando com o queixo até onde toda a interação acontecia.

Edward olhou por sobre os ombros e torceu o lábio.

—Não sei até onde acredito que realmente o sejam – Edward bufou.

—Temos que ser realistas, dos males o menor – Rosalie rebateu – Ao menos parece que eles a amam, verdadeiramente.

—Vamos voltar? – Garrett chamou se aproximando da cunhada e então todos seguiram para dentro da sala, novamente.

Atrás da bancada dos autores do processo as cadeiras estavam praticamente preenchidas enquanto atrás da bancada dos réus apenas Royce Sacramento, uma mulher jovem e os pais de Rosalie sentavam.

O mesmo juiz que interrogou Riley a pouco entrou na sala, a feição grave.

Logo a porta próxima a cadeira dele foi aberta e James saiu de lá. Sorria e mandou uma piscada para o avô.

Na bancada de autores estavam apenas Margaret e Garrett, Rosalie e Bella estavam na primeira fileira sentadas lado a lado. Ao lado de Rosalie estavam Kate, Tia e o chefe Swan, do lado de Bella estava Edward e então Carlisle. Atrás de Rose, Emmett se mantinha sério, do lado dele Jasper, então Alice, Carmen e Eleazar.

James não demorou em achar Alice e sorriu amplamente para ela, acenando para ela com as mãos algemadas.

Alice desviou o olhar, segurando o tremor que sentia lhe tomar.

A sessão foi iniciada. Garrett tomou a frente contando sobre a viagem ao Havaí do casal, então sobre toda a versão de Alice da história.

O discurso de um dos três advogados de James foi mais longo, mais cheio de detalhes visando demonstrar ser mais integral, como se cada detalhe fosse importante e houvesse sido cuidadosamente calculado.

Em resumo, eles tentavam vender a ideia de que Alice havia procurado James atrás de uma vingança contra o pai deles. Eleazar fechou as mãos em punho quando escutou o advogado apontar outro pai para sua filha.

Jasper foi chamado ao banco de testemunhas e contou, concisamente, desde o momento em que conheceu Alice até o momento em que acordou sozinho no Havaí. Garrett já o havia o instruído sobre o que era importante trazer à tona.

—Senhor Whitlock – Garrett começou ao ser chamado para interrogar a testemunha – É correto afirmar que se manteve quieto por dois meses enquanto sua noiva ficou desaparecida? – o advogado traçou.

—Sim.

—E por quê?

—Primeiro eu realmente não me lembrava de nada e, quando lembrei, apenas soube que Alice demandou que eu não contasse, me disse que corríamos risco de vida e eu fiquei quieto para proteger a mim e a ela, como a prometi antes de ela sumir.

Garrett aproveitou o gancho para falar sobre a substância que James colocou na bebida de Jasper. Haviam encontrado uma gravação, um pouco borrada, mas boa o bastante para mostrar que era James no restaurante, servindo vinho a Jasper. Garrett apontou sobre as coisas que a substância fazia quando misturada ao álcool e fez mais poucos questionamentos de Jasper antes de se dar por satisfeito.

—Senhor Whitlock, é verdade que sua noiva sofre de uma condição chamada de Transtorno Dissociativo de Identidade?

—Sim.

—E o senhor não sabia antes do desaparecimento dela?

—Não.

—E há quanto tempo estão juntos?

—Dois anos – Jasper resumiu.

—Interessante como não sabemos quem dorme ao nosso lado por tanto tempo – o advogado ironizou – Quantas coisas mais será que o senhor não saber sobre sua noiva, senhor Jasper? Que ela tinha um irmão? Que seus pais não eram seus pais...

Jasper o encarava friamente, não deixava nada o abalar, Garrett e Margaret o atentaram ao fato de que tentariam acabar com a boa imagem de Alice durante o julgamento de James.

—Sabia que os Brandon haviam comprado Alice? – o advogado perguntou.

—Protesto, meritíssimo, não há provas do que o advogado do réu aponta – Margaret disse altiva.

—Ó, peço perdão – o homem ironizou – Peço a juntada de novos documentos aos autos, meritíssimo.

Houve um burburinho, Margaret foi para a frente do juiz junto com outro advogado de James e o que ela viu a fez travar o maxilar. Era um contrato assinado por Carmen e Eleazar Brandon sobre a adoção de Alice e um outro obrigando Royce abrir mão da guarda da garota e prometendo nunca ir atrás dela, sob nenhuma circunstância.

—Decreto quinze minutos para que os advogados dos autores possam deliberar – o juiz anunciou batendo o martelo de madeira contra o suporte.

Margaret pegou sua cópia e saiu apressada atrás de Carmen e Eleazar, os tirando da sala, com Garrett logo atrás. Os quatro conversaram por todo o tempo do recesso, em frases rápidas e objetivas antes de voltarem para a sala de julgamento, prontos para o que eles acusavam ali.

—Meritíssimo, em razão da nova prova do réu, gostaríamos de adicionar uma testemunha nos autos – Margaret avisou de pé.

—Concedido.

—O senhor Eleazar Brandon – Margaret avisou.

Eleazar levou seu documento até o escrivão, foi adicionado aos autos.

O interrogatório de Jasper foi terminado com pressa pelos advogados do réu. O surfista saiu dali leve, sabendo que tinha sido o mais transparente possível. Apressou-se para o lado de Alice, a abraçando pelo ombro. Siobhan estava atrás dela, conversando baixinho com Alice enquanto o julgamento continuava.

Eleazar escapou de todas as perguntas sobre o contrato, provando que era incoerente a apresentação daquela prova no processo de James e, o juiz concordou com ele e Garrett depois de um tempo, jogando o depoimento de Eleazar quanto a qualquer coisa do gênero para o julgamento de Royce, já que era ele a outra parte do contrato.

Alice se sentou na cadeira que seu pai ocupou antes e contou com clareza tudo o que ela, Alice, lembrava-se. Desde seu primeiro contato com James até sua última memória na cabana, que era uma arma em sua mão e James a tentando convencer a soltá-la.

As lembranças eram piscantes demais, apenas momentos.

Siobhan então foi para o local da testemunha, contou sobre a condição de Alice e como era delicada, disse sobre o que vinham trabalhando nas terapias e, por fim, foi a vez de James de ser interrogado.

Seus advogados fizeram perguntas genéricas a ele, ele respondia sem prestar atenção e muitas vezes não passava de ombros levantados e múrmuros pouco interessados.

Então Garrett levantou, sorridente.

Depois de alguns dias presa naquele caso, algo chamou a atenção de Rosalie. Ela sabia que Royce era uma psicopata, na colocação mais crua da palavra e, havia aprendido ainda na faculdade que aquilo poderia ser passado nos genes, então depois de algumas coisas que Alice e Mary contaram a ela, além das lembranças que Bella a ofereceu, ela tinha conversado seriamente com o cunhado sobre a sua teoria.

Teoria essa que havia sido acabado de ser comprovada. James era um sociopata.

... pode ser caracterizado por comportamentos impulsivos, desprezo por normas sociais e indiferença ou desrespeito pelos direitos e pelos sentimentos dos outros— Rosalie disse ao cunhado quando ele pediu para ela o explicar como ele poderia ter certeza sobre a condição de James – Ele pode demonstrar também baixa consciência ou sentido de moral provavelmente ele tem um histórico de problemas legais e comportamentos agressivos ou impulsivos.

E sim, aquela parte Garrett já tinha checado, tudo batia. James era fichado por brigas em bar e roubo de carros – mesmo que tivesse uma fortuna em sua disposição. Agora sua displicência com seus próprios advogados fechou o diagnóstico dele para Garrett que sentiu quando Rosalie o cutucou, como para dar embasamento aos pensamentos do advogado.

—Senhor... – o advogado começou fingindo se esquecer – James, certo?

James fechou a feição instantaneamente.

—Leia o processo – demandou.

—Tanto faz, vamos ver... – Garrett fingiu pensar – Francamente, tenho dificuldade com o que dizer, entende. A autora do caso contou sua versão e parece correta, mas eu olho para o senhor e tudo o que seus advogados disseram... Há algo que não fecha, o senhor entende? Essa ideia genial de quem conseguiu tirar Alice do Havaí...

—Mary – James corrigiu entredentes.

—Alice foi muito bem presa na ideia e em seu passado, apenas alguém muito perceptivo teria entendido sobre suas personalidades – Garrett atentou.

—Eu soube ainda no primeiro dia – James bufou.

—Como?

—Vê essa pose de alto suficiência que ela segura? – James apontou a cabeça para Alice que se retraiu ao estar na mira dele de novo – Caiu assim que eu contei a minha ideia para ela – ele sorriu cheio de si.

—Sua ideia?

—Vocês sequer entendem – ele ridicularizou – Ele matou a minha mãe, ela morreu de desgosto e tristeza quando juntou um mais um com o caso da garota Hale, mais a existência de Marie e Mary em nossa casa – James rosnou se levantando, completamente fora de si.

—Senhor King, controle-se – o juiz demandou altivo.

—PARA O INFERNO TODOS VOCÊS, SE ACHAM SUPERIORES A MIM, MAS CONSEGUI FAZER O QUE NENHUM AQUI DENTRO CONSEGUIU, NEM O POSUDO ALI PERTO DA MINHA IRMÃ – James gritou apontando para Emmett – Se acham espertos, mas os ultrapassei, achei Royce no buraco que ele se escondia, comprei a maldita cabana, aquela casa nojenta e o levei até lá. Mary morreu de medo quando a contei que estaríamos lá, mas falei que Marie chegaria em poucos dias e eu acertei, não acertei? – ele riu – O plano original iria ao contrário, mas o cego a levou para o Havaí e eu apenas tive que agir – James contou cheio de si.

—Cita esse tal plano como se houvesse mais de um – Garrett ridicularizou fingindo estar concentrado no documento a sua frente.

James bateu a mão na madeira a sua frente. Os seus advogados tentaram o conter, protestaram para Garrett parar de tentar enganar o cliente deles a assumir algo que não existia, mas o juiz estava interessado com a abordagem do advogado e a resposta do réu.

—Houve o plano original e o que foi interrompido pelo enxerido – James disse, novamente seus olhos irritados virados a Emmett – Eu ia atrás do meu pai— falou irônico – Aquele lixo estava tão mal escondido como eu sabia que estaria, nada mais que alguns cliques e o imbecil usava o mesmo sobrenome, mudou o nome de Royce para Roy – revirou os olhos bufando – Ia leva-lo a cabana fingindo que a garota Hale estava lá, então o torturaria e só depois ia atrás de Mary, o obrigaria a contar onde minha irmã estava e a faria o matar. Ela ia adorar o sentimento, eu sei disso. Mas quando soube que ela estava no Havaí, pareceu mais interessante ir busca-la primeiro, então a deixei na cabana antes de voltar com o papai— ele gargalhou – A feição dela ao vê-lo, foi impagável, mas é claro que eu não o deixaria a machucar, eu a amo, é minha irmãzinha – James disse se acalmando instantaneamente, olhando amorosamente para Alice – Eu contei com o fator Marie, principalmente quando vi que a história tinha chegado na América.

Edward tapou a visão de James para a esposa, a verdade é que desde que ele apontou uma arma para ela, Edward não se sentia nada confortável perto daquele homem, claramente, descontrolado.

—Mas ela chegou mais rápido do que eu esperei – ele estalou a língua – Realmente, depois de tudo, talvez meu pai tivesse razão de tê-la como favorita – o homem finalizou recostando, o rosto novamente impassível, entediado.

Garrett olhou para ele, o sorriso vitorioso o tomou os lábios.

—Acho que não tenho mais o que dizer aqui, meritíssimo.

A sessão foi suspensa para deliberação. Ninguém se moveu de seu lugar, além do juiz. Alice chorava com o rosto enterrado no pescoço de Jasper. Bella tremia enquanto Edward tentava a acalmar e Rosalie acariciava suas costas em um carinho ritmado.

Quando o juiz voltou, tinha seu veredito.

—James King, pela abdução de Royce King II e Mary Alice Brandon, além dos abusos físicos contra o homem e o abuso psicológico contra alguém que você clama tão veemente amar, eu o condeno a pena máxima de centro e trinta e dois anos e quatro meses, sem chance de fiança – o juiz finalizou.

James parecia ainda inabalável.

Carmen relaxou em sua cadeira, sorrindo para Eleazar.

—O julgamento de Royce King II acontecerá amanhã às sete horas da manhã – o juiz anunciou e James se levantou para ser levado de volta para o centro de detenção antes de ser enviado para o presídio.

Ele pulava para enxergar Alice.

—Venha me ver, Merry Mary, eu te amo – o irmão gritou sorridente.

Alice se enterrou ainda mais em Jasper.

Depois de quatro horas dentro daquele local, parecia que a cabeça de todos pesava. Já eram quatro da tarde quando estacionaram na frente da casa do chefe Swan, Carlisle e Charlie no banco da frente da viatura. Bella subiu as escadas rapidamente se fechando no quarto de Emmett.

Rosalie e Kate seguiram diretamente para pousada. Garrett, Margaret, Emmett e Tia foram para a delegacia para se preparar para o dia seguinte sabendo que era o grande monstro e, esperançosos, não queriam que o julgamento dele durasse mais do que um dia.

Alice foi para o consultório de Siobhan para conversar com ela.

—É arriscado, eu preciso que vocês dois entendam isso e me digam que, com a consciência de que podemos perder tudo o que já conseguimos aqui, ainda assim querem tentar fazer isso – a doutora Siobhan pediu a confirmação de sua paciente.

—Eu tomo toda a responsabilidade, preciso fazer isso, doutora – Alice dizia certa.

—Tudo bem, podemos voltar lá amanhã e, eu pedirei espaço para tentarmos induzir Mary de volta – a doutora falou a contra gosto.

—Apenas se necessário – Jasper lembrou – Eu penso que as suas lembranças condigam com as que Bella tem.

—De qualquer jeito, eu quero que me apoiem caso seja necessário – Alice disse suspirando pesadamente – Eu posso contar com vocês? – ela pediu e recebeu a afirmativa das duas pessoas que ela mais confiava.

Ainda que aceitasse a presença e carinho dos pais, era muito para si descobrir que havia sido uma transação financeira dos dois com um psicopata, por isso ela não estava completamente rendida aos seus pais adotivos, não ainda, precisava de tempo e entender corretamente tudo o que seu futuro escondia e, amanhã seria o dia.

—Eu sei que foi difícil – Edward murmurou ao deitar ao lado da esposa que chorava abraçada ao travesseiro.

—Não é isso – ela disse com a voz abafada pelo travesseiro.

—Se não foi, qual é o problema, meu amor? – o médico pediu desesperado.

—Edward, eu não vou conseguir abrir mão de Riley – ela soluçou – Percebe como o mundo é vil? James, meu próprio irmão, me odeia, eu não consigo pensar na possibilidade de Riley desenvolver o mesmo sentimento a mim. Estamos condenando os Brandon por algo, mas nós fizemos o mesmo, tomamos uma criança que não era nossa.

Edward levantou, verdadeiramente ofendido com a colocação de Bella.

—Não é verdade.

—Não? – ela ironizou.

—Não – ele disse firme, voltando a se sentar na cama. Tomou uma respiração firme antes de exprimir seus pensamentos sobre o assunto – Você foi atrás do seu irmão, quis saber como ele estava e o tirou de uma enrascada, Emmett mesmo falou que o casal que o adotou foi preso por negligência, eles sequer prestaram queixa do desaparecimento do bebê. E você o salvou, o trouxe até mim numa das piores pneumonia infantil que eu já presenciei na minha carreira. Se não fosse você, Riley estaria morto agora – a voz de Edward falhou e ele fechou os olhos, balançando a cabeça para limpar seus pensamentos – Nós não o compramos, o adotamos, sem nem precisarmos, porque poderíamos tê-lo voltado para o sistema depois de curado, mas nós o amamos Bella, como apenas pais amam seus filhos. Você não mentiu para ele naquela noite, realmente ele é o nosso filho de coração, aprendemos a cuidar dele para o oferecer o melhor que tínhamos e ele virou o melhor de nós dois. Isso não é errado – o médico dizia docemente – Não digo que os Brandon tenham tido más intenções, mas não compare as nossas situações – ele pediu.

—Desculpe, eu estou nervosa – Bella disse arrependida ao ver o marido chateado – Eu realmente não sei mais o que pensar, eu estou tão tensa.

—Não vai ser nada fácil, meu amor, mas eu estarei com você, o tempo todo, como eu tenho prometido desde-

—Sempre – ela sussurrou se sentando perto dele – Prometido e cumprido desde sempre. Eu te amo, Edward – ela disse baixo.

—Eu amo você, Isabella Cullen e Marie Hale Uley ou qualquer sobrenome que queira atribuir a sua solteirice.

—Hale parece correto – ela murmurou.

No quarto de hotel de Kate, a irmã mais velha penteava com calma e cuidado os cabelos cumpridos de Rosalie, desembaraçava os nós dos fios dourados querendo que pudesse desembaraçar todo pensamento ruim ou pesado que a irmã estivesse segurando.

—Vai ficar tudo bem – Kate sussurrou.

Rosalie estava perdida em inúmeros pensamentos e lembranças, pensando se as pessoas teriam estômago para tudo o que ela iria contar no dia seguinte.

—Ele não gostava do meu cabelo cumprido – Rosalie disse silenciosamente depois de um tempo, quando Kate posicionou a escova de cabelo na penteadeira de seu quarto.

—O que?

—Royce. Ele sempre cortava o meu cabelo, por isso gosto tanto dele cumprido assim – Rosalie contou passando os dedos pelos fios sedosos.

Kate sentiu sua garganta travar, mas não era justo, ela não tinha vivido nada. Rosalie tinha. E Kate sentia que tinha que escutar a irmã se a mesma quisesse desabafar.

—Você fica linda dos dois jeitos – Kate sorriu, abraçando os ombros de Rosalie.

Rosalie se retraiu com aquele elogio que parecia simples, deixou o choro que estava preso em seu peito sair em arfadas pesadas.

—O que foi? Rose...

—É a minha maldição, não é? – ela disse – De que me adianta ser bonita, Kate? Se foi exatamente isso que o atraiu para mim. Mamãe e papai sempre reforçaram essa beleza, é sempre a primeira coisa que as pessoas reparam quando me vêem e de que essa maldição serve para mim? Não sou mais feliz por estar dentro de todos os padrões que obrigam as pessoas a dizerem isso – a mulher chorava, inconsolável – Eu não quero ser bonita, quero ser feliz, de uma vez por todas, em paz com o meu passado – ela chorava.

Kate a abraçava mais firme, chorando silenciosamente com ela.

—Desculpa, irmãzinha, não foi o que eu quis inferir...

—Eu sei que não – Rose a tranquilizou -  Eu sei que você me enxerga por trás dessa futilidade.

Kate beijou o cabelo dela e, com uma rápida mensagem a Garrett, ela deitou com Rosalie na cama da irmã mais nova e a ninou para que ela estivesse, ao menos, descansada para tudo o que iria se desenrolar no dia seguinte.

.

O dia amanheceu cinza, o que não era presságio algum naquela cidade, mas para as vítimas do caso que, finalmente, teria resolução, parecia apenas um dia pesado demais, como se as nuvens se preparassem para descarregar tudo o que vinham guardando por anos, assim como as mulheres. 

Bella acordou agitada, saiu do quarto deixando Riley dormindo com Edward e desceu as escadas da casa do chefe Swan, apressada, vestida para a audiência.

—Caiu da cama, garota – o chefe reparou.

Isabella começou a chorar instantaneamente.

—O senhor acha que demorei muito para contar, não é? E tudo piorou com isso, porque Alice ficou doente e tudo de ruim que trouxe a minha primeira omissão e a minha fuga da casa dos Uley... – ela chorava copiosamente e o chefe, apesar de ser um homem frio, se sentiu partir ao ver a garota chorando, e se apressou para abraça-la oferecendo conforto.

—Você fez o que julgou o certo e nada de ruim que proveio de tudo o que lhes aconteceu é atribuído a sua conta, Marie, escute o que lhe falo, querida, você é uma vítima, talvez a maior de toda a história. Nasceu de um crime hediondo e se manteve firme por sua mãe, omissa por anos e, então, lhe arrancaram seu porto – o chefe dizia com a voz embargada – E mesmo assim você foi atrás de outro pedaço seu, a forma que ama o seu filho... Poucas pessoas fariam isso dessa forma Marie e a única coisa que você faz demais é amar, isso não é pecado – Charlie disse e Bella o agarrou com mais força, deixando toda a angustia abandonar o peito. 

Por isso que foi de braços dados com Charlie que Isabella entrou na sala de audiências naquela manhã. Passaram o mesmo perrengue com os repórteres que no dia anterior, mas ao menos vieram preparados. Tia com Alice, Emmett com Rosalie e Charlie com Bella.

Carlisle acompanhou o filho e nora novamente e, tomando aquilo como a melhor atitude, Victoria e Laurent ficaram encarregados pelas crianças, recebendo toda a gratidão de Kate, Garrett, Isabella e Edward, ao saber que os filhos estariam longe de toda a podridão que seria exposta naquele dia.

Os primeiros trâmites foram cansativos, quando Royce entrou na sala, ao contrário do que todos esperaram, foi atrás de Rosalie que Alice se escondeu, amedrontada, e não foi um reflexo de Mary, ainda era Alice que dominava a mente, mas seu íntimo reconhecia a pessoa que a protegeu por anos do homem.

—Está tudo bem, querida, eu estou aqui – Rosalie sussurrou acariciando os braços de Alice que a circundavam.

—Desculpe, eu... – Alice pareceu desconcertada quando viu o que fazia. 

—Não tem problema nenhum – Rosalie disse rapidamente, sorrindo para ela – Eu ainda estou aqui e nada de ruim vai acontecer hoje e nem nunca mais – ela jurou.

O juiz avisou que haveria mais de um processo sendo julgado ali naquele dia, a pedido dos advogados dos autores ele julgaria o crime de tráfico humano – provindo da venda de Alice para os Brandon – então o de sequestro, carcere privado, omissão contra a justiça e abuso cometido contra Rosalie e, por fim, os trâmites referentes ao menor Riley Cullen.

Rosalie foi a primeira a ser chamada para depor. Ela conhecia cada pessoa que estava naquela sala assistindo a audiência, mesmo assim, ficou envergonhada ao se sentar exposta da forma que se sentia. 

—Antes de tudo, em nome da lei e justiça para a qual eu sirvo, quero pedir-lhe desculpas públicas pelo descaso com o qual o seu caso foi tratado em sua primeira audiência, senhorita Rosalie – o juiz disse ainda sério.

Escutar aquilo do juíz significou muito para a mulher, que anuiu em gratidão.

—Quando você quiser – ele avisou.

Rosalie tomou uma lufada de ar. 

Em sua cadeira, com a visão perfeita que tinha da mulher, Royce a encarava completamente apaixonado, mesmo depois de todos aqueles anos e crimes. 

—Vou começar pela abdução, sim? – ela pediu insegura.

—Como preferir – o juiz disse sensível à dificuldade da vítima para contar tudo aquilo.

—Eu tinha nove anos e estava na praia com a minha irmã – Rosalie começou – Ela estava conversando com os amigos e eu estava pegando conchas, fui lavá-las para poder mostrar a Kate e já me desfazer das que estivesse danificadas – a mulher dizia perdida em lembranças – Foi quando Royce apareceu. Eu o via sempre nas festas que ia com os meus pais, ele sempre foi muito gentil comigo, conversávamos por bastante tempo e, naquele dia, ele disse que estava me procurando, porque queria mostrar o cachorro que ele havia comprado. Ele sabia que eu sempre quis ter um, mas nunca tive por conta da alergia de Kate – ela disse respirando fundo – Entrei no carro dele porque meus pais sempre disseram para não sair com desconhecidos, mas nunca alertaram-me sobre conhecidos... Eu lembro de ficarmos tempo de mais no carro, então dormi e só acordei quando já estava dentro da cabana, com uma camisola de algodão – a voz de Rosalie morreu, todos a encaravam sérios, a sala estava em um silêncio absoluto, as faces graves eram reparadas em quase todos os presentes. 

Salvo Royce King II, para ele, era como escutar sua história de amor narrada por sua garota.

—Pode pedir para parar se precisar – o juiz disse docemente para Rosalie, a voz era branda, tentava não piorar as lembranças – Gostaria de água? – ele perguntou e a mulher aceitou.

Depois de se sentir melhor, Rosalie continuou a contar.

—Ele não apenas abusava de mim, houveram as relações sexuais, mas ele sempre era carinhoso e dizia que me amava que ficaríamos juntos para sempre, então cerca de dois anos depois... Eu lembro que já havíamos comemorado meu aniversário de onze anos, foi quando minha barriga começou a crescer muito – ela chorou – Foi a primeira coisa boa que aconteceu comigo desde que eu fui tirada da minha irmã – Rosalie contou olhando para Marie.

Isabella se debulhava em lágrimas, assim como Edward que a abraçava acariciando-lhe as costas.

—Marie nasceu dia treze de setembro, foi o que Royce disse, e ela foi nosso presente. Ele ficou mais carinhoso depois que ela veio. Ela sempre foi um bebê muito calmo, obediente, quase não chorava – Rosalie contou amorosamente – Royce comentava sobre o outro bebê que ele tinha tido com a esposa dele, dizia que sempre estava com cólica e era barulhento demais, mas eu sempre tinha que acordar Marie para mamar. A chamávamos assim porque era o nome da minha avó – Rosalie contou – Não foram anos muito difíceis, Royce era meu marido e eu cuidava da nossa bebê pela semana quando ele não podia nos visitar. Ele não nos deixava sair da cabana porque não tinha muito o que ver do lado de fora e, bom, ele nos dava tudo o que precisávamos. Ainda tínhamos relações adultas quando ele dizia que queria e foi assim que, um pouco antes do meu aniversário de treze anos, eu vi minha barriga crescendo de novo. Royce disse que chamaríamos aquele bebê de John por conta do avô dele, mas recebemos nossa linda garotinha e, eu não conhecia muitos nomes, não queria a atrelar a alguma pessoa que eu não gostava, então a chamei de Mary – Rosalie disse olhando Alice – ela era diferente de Marie, era mais agitada e sofreu de muitas cólicas no começo. Royce não gostava do barulho, ficava gritando tentando ser mais alto que ela e aquilo amedrontava Marie também, a fazia chorar, ele odiava. Mary sempre se mijava quando Royce a pegava e chorava toda a vez que ele se aproximava – Rosalie contou soluçando – Foi quando ele ficou mais violento, ele me batia quando eu o impedia de pegar o neném...

Rosalie discorreu por um bom tempo sobre os anos que seguiram, as meninas crescendo e Royce passando de seu melhor ao seu pior. As coisas em casa estavam ruins com Irina que não conseguia mais engravidar, mesmo querendo muito, e James era mimado. 

—Quando completei dezenove anos, Marie tinha oito e Mary cinco, eu temi pela minha filha mais velha, ela era menor e mais magra que eu naquela idade e, bom, estava chegando aos nove e foi quando ele tirou-me da minha casa, então sugeri a Royce que, apesar de eu não ver necessidade para sair de lá, achava que as garotas tinham que ter uma vida mais normal, ele concordou depois de muita insistência e ficou meses as treinando para como se portarem em sociedade. Elas logo começaram a frequentar a escola e eu passava meus dias esperando a sexta-feira quando elas vinham depois da escola e passavam o final de semana comigo – Rosalie limpou as lágrimas de seu rosto – Parecia que tudo ia bem, mas Mary começou a se juntar com James, os dois sentiam muito ciúme de Marie e, apesar de amar a irmã, Mary ficava diferente quando o garoto estava por perto – Rosalie contou franzindo o cenho, pensando se desde crianças ele já conseguia trazer outra personalidade de Alice para a superfície – Royce perdia a paciência com ela com muita facilidade e, depois de um tempo, veio me contar que tinha “dado um jeito nela” – Rosalie voltou a chorar naquele ponto, Carmen sentiu-se culpada ao ver a dor da jovem garota – Eu tinha certeza que ele a tinha machucado e comecei a me negar a comer e já não respondia a ele, ele começou a perder a paciência, me batia mais, forçava relações, mas tudo o que eu tinha era nojo dele, foi quando recebi a primeira foto dela. Linda, bem tratada, sorridente. Foi o bastante, voltei a ser obediente e Marie o mesmo.

Kate encarava a irmã com admiração, como tão nova ela foi tão forte. Emmett balançava a perna irrequieto, não suportava ter que deixá-la exposta a Royce daquela forma, mesmo com os guardas perto dela, ele queria estar ali.

—Então completei vinte e seis anos, Marie já tinha catorze para completar quinze, e minha barriga cresceu pela terceira vez – Rosalie contou – Dessa vez foi diferente, Royce não ficou menos violento, não quis tanto a gravidez e quem me manteve viva, saudável e salvou o bebê e eu foi Marie, ela escapava da grande casa sempre que conseguia. Alimentava-me, trazia remédios, cuidava dos meus machucados e continuou treinando minha resistência física. Um dia, as dores foram demais, Royce foi me ver, mas se irritou com as minhas reclamações, saiu jurando que voltaria e logo para tirar aquela coisa de mim. Comecei a sentir as dores, eu já as conhecia àquele ponto. Royce tinha me ajudado nos dois primeiros partos, então eu me mantive calma e trouxe sozinha o último neném que gerei para esse mundo. Foi quando eu percebi que não sobreviveria, apenas torci para que Marie chegasse na cabana antes de Royce, ela cuidaria daquele bebê como ninguém mais no mundo poderia.

Isabella chorou naquele momento olhando para Rosalie, entendendo o que ela deixou subentendido naquela frase. Ela reconhecia que Bella deu tudo o que tinha para Riley, mesmo que tenha o ganhado em condições diferentes.

—Ela era nova, mas ela o amaria como apenas eu amava – Rosalie chorou – Então escutei a porta ser aberta rudemente e o policial Emmett Swan entrou, me tirou da cabana junto com a policial Dorothea, uma grande amiga minha hoje – ela contou olhando para Tia com um sorriso singelo nos lábios.

—Rosalie, se sente bem? Quer parar por um tempo ou eu posso lhe fazer mais algumas perguntas? – o juiz pediu.

—Pode perguntar, meritíssimo.

—Depois disso tudo, você abdicou dos seus dois filhos...

—Minha mãe disse que seria o melhor, atentou-me que comigo eles não tinham futuro algum, que eu os deveria deixar com uma família funcional, então assinei todos os papéis que me entregaram com a promessa de que eu veria Marie de novo. 

—E você concordou com o arquivamento do processo?

—Eu... – Rosalie pareceu perdida – Eu não sei, mamãe disse que seria o melhor deixar tudo para trás, viver o presente e esquecer o passado.

—Se sentiu melhor?

—Eu só queria que ele pagasse pelo que fez a mim e às minhas filhas – Rosalie disse entredentes.

—Mas a senhora está ciente que forçou uma obstrução à justiça? – ele indagou, ainda sem tom algum de acusação.

—Eu sei.

—E pelos termos que leio no processo, a senhorita sentiu-se induzida a o fazer, estou correto em dizer isto?

—Sim, senhor meritíssimo – Rosalie murmurou de cabeça baixa.

—Senhorita Hale, por último, a sua próxima resposta é de grande importância para a sequência de um segmento daqui, então preciso que a senhorita pense com calma antes de responder, certo? – o juiz demandou e a mulher assentiu, amedrontada com o que poderia ser.

—Ilegalmente, Isabella e Edward Cullen estão com, como se chama agora, Riley Cullen. O exame de DNA foi feito e demonstrou que ele é o último bebê da sua história e, com conhecimento dessa informação, o tribunal de justiça do condado de Clallam entende que a guarda é sua. Entretanto, como sabemos de todas as nuances dessa história, quero que a senhora responda, e pode tomar o tempo que precisar para isso, se a senhora gostaria de tomar a guarda para si ou se a abdica para que os trâmites legais de adoção sejam feitos para Isabella e Edward conseguirem a certidão de nascimento correta de Riley, expedida pelo condado de onde ele nasceu.

Isabella e Edward encaravam Rosalie com o que tentavam transparecer da maior paz que poderiam sentir. Eles a enfretariam em um processo judicial se necessário e, apesar de não ansiarem por aquilo, gostariam de saber qual era o sentimento de Rosalie sobre aquilo.

—Meritíssimo, eu não preciso de tempo – Rosalie disse friamente, sem encarar ninguém além do juiz – Pelos últimos anos Isabella e Edward Cullen nutriram, amaram, cuidaram e se doaram para Riley. Eu não sou a mãe dele, fui a barriga que o gerou, mas os únicos pais dessa criança são Isabella e Edward Cullen – ela disse certa – Meu advogado entrou com a cessão de direitos no processo da guarda dele. Eu já abdiquei de tudo e passei para o casal Cullen, de plena e espontânea vontade com todo o amor que nutro por eles e pelo filho deles – Rosalie disse suspirando, então olhou para o casal que a olhava com reverência, chorando abraçados.

Rosalie finalmente foi deixada sair da cadeira de testemunha para seu lugar ao lado de sua irmã que beijou-lhe os cabelos. 

Emmett foi o próximo a sentar no local privilegiado. Diferente do que foi com Rosalie, o juiz deixou que os advogados prosseguissem fazendo eles mesmos os questionamentos que achavam pertinentes. Então Garrett pediu para o agente discorrer sobre o dia em que encontrou Rosalie.

—Dorothea e eu estávamos fazendo nossa ronda perto da Forks High School quando vimos uma jovem andando apressada dois quarteirões a frente da escola e em horário de aula. Quando a abordamos reparamos que ela estava muito agitada e parei para conversar com ela, ela era muito tranquila em suas atitudes, apesar do medo óbvio que sentia e, não sem esforço, mas finalmente a convenci a me deixar ajudar e ela nos levou sem erro algum até a cabana que ficava no meio da mata. Uma adolescente, meritíssimo, completamente assustada andando por raízes, desviando e as pulando como se fizesse aquilo sempre. Dentro da cabana foi pior, encontramos a senhorita Hale com o bebê ao lado, respirando com dificuldade e, apenas quando a tirei do chão que ela gritou por Marie, como se apenas naquele momento tomasse conta de seu entorno.

O juiz assentiu, Garrett o interrogou sobre mais pequenos detalhes, então Tia sentou-se ali, embasou todo o discurso de Emmett antes de contar sobre seu primeiro contato com Rosalie e os anos que se passaram.

—Quando falamos sobre crimes nós contamos muito sobre o momento que aconteceu, mas além dessa violência ter sido constante, ela foi traumática para as três mulheres que sofreram anos de abusos, não é algo que se apague, e não é justo que elas tenham que ser submetidas, novamente a tudo isso por omissões forçadas à elas – Tia falou altiva, encarando os pais de Rosalie com desgosto.

Isabella sentou na cadeira de testemunhas e o juiz concedeu a leitura do laudo psiquiátrico dela, reforçando que ela não sofria de nenhuma condição que preocupasse a psiquiatra designada pelo tribunal. O depoimento dela foi cheio de detalhes, sobre Royce, sobre James e Irina. Rosalie chorou ao escutar a filha dizer como a madrasta a odiava por ser tão bem cuidada por Royce e Isabella foi completamente sincera ao dizer que, apesar de todas as coisas ruins que fizera, quando queria, Royce era bondoso e amoroso com ela.

—Mas eu nunca o consegui amar, porque ele machucava Rose e... Ela é tudo o que eu tenho, tudo o que eu mais amava – a menina contou olhando para Garrett que sorriu de canto.

—Obrigada pela sinceridade, Bella – ele disse acariciando a mão dela.

Os advogados de Royce ainda forçaram alguns pontos que foram completamente excluídos dos autos por faltas de provas além de que toda a questão envolvendo Riley estava completamente excluída para o juiz, uma vez que Rosalie já tinha dado seu filho para o casal Cullen.

Outra parte delicada da sessão chegou quando Eleazar Brandon foi chamado a bancada.

—Senhor Brandon, a sua falta de advogados, realmente, me espanta – Garrett falou assim que começou seu interrogatório – mas também me causa curiosidade, por isso, começarei com o simples. Conhece o homem parado na bancada de réu?

—O conheci em uma viagem que fiz para a América – Eleazar assentiu.

—Gostaria que me contasse como acabou com Alice sob sua tutela, senhor – Garrett demandou.

—As coisas começaram quando Carmen, minha esposa, descobriu que era estéril depois de perder nosso terceiro bebê. Era difícil e nós decidimos tentar um último tratamento antes de partirmos para a adoção – ele suspirou – Viemos para Washington atrás disso e, conheci Royce num mercado de Port Angeles – Eleazar contou – Ele estava com essa linda garota no carrinho, mas ela não parava de chorar e, quando Carmen se aproximou, a garota agarrou-lhe as pernas. Eu não acho que qualquer pessoa já tenha sentido isso aqui, mas imagem andar a vida toda a procura de algo se se dar conta e, quando menos espera, essa coisa está abraçada as pernas de sua esposa e seu mundo inteiro se realoca. Foi como nos sentimos. Nossa filha havia nos encontrado. A conversa com o senhor King não foi difícil, ele disse que sua esposa tinha morrido e ele já não sabia como lidar com a pequena Mary, Carmen sugeriu que a adotássemos, mas ele disse que precisava de dinheiro e eu concordei, contanto que ele assinasse documentos. Foram os documentos que o senhor me pediu e, penso que está nos autos? – o senhor perguntou tentando ter certeza.

—Da página trinta até a trinta e seis, meritíssimo – Garrett avisou e fez sinal para Eleazar continuar.

—No contrato Royce jurou se manter longe de nossa filha, não a poderia preocupar e nunca a tomar de volta. E tudo o que ele pediu foi duas fotos anuais.

—Então vocês não conheciam as condições que trouxeram Alice ao mundo?

—Juro que não tínhamos conhecimento de nada, apenas quisemos fazer o que parecia o certo em nosso peito – Eleazar falou sinceramente, sentindo-se mais leve.

Jasper abraçou o ombro de Alice que segurava as mãos da mãe e Carmen chorava copiosamente.

—Eu amo você, filha – ela sussurrou para Alice que continuava inconsolável desde que Rosalie citou seu nome a primeira vez.

O juiz deu uma pausa à uma hora da tarde e chamou a continuação para às duas e meia. Os Hale e o deputado Sacramento correram para o lado dos advogados enquanto o resto se retirou da sala. O almoço pedido para ser entregue e já bancado por Rosalie os esperava do lado de fora.

Pela primeira vez, desde que se viram pela primeira vez, Rosalie se aproximou de Carmen Brandon.

—Obrigada – a mulher mais nova disse, docemente.

—Eu não fazia ideia – Carmen jurou voltando a chorar.

—Eu acredito em você – Rosalie disse rapidamente – Estou feliz que ela tenha sido tão bem cuidada e amada nesse tempo. Eu não poderia pedir por mais que isso – ela jurou.

A verdade é que Rosalie não se sentia, realmente, a mãe daquelas mulheres e nem de Riley. Apesar de tudo, se fosse fora de situações de perigo iminente, ela era apenas como uma irmã mais velha deles todos. Os amava, claro, mas não tinha instinto maternal nenhum e estava feliz em ver que dois de seus três filhos teria boas referências maternas para si.

—Obrigada por não colocá-la contra mim – Carmen disse segurando a mão de Rosalie que sorriu de canto, assentindo.

Logo foi se sentar com Tia que tagarelava sobre as mais absurdas amenidades com a ajuda de Kate. Bella conversava com Jasper enquanto Alice estava focava em seu pai, almoçando juntos e conversando baixo.

—Você foi insana – Jasper disse rindo.

—E você mais por acreditar em mim de cara – Bella apontou. 

Edward sentou perto deles com o prato em mãos.

—Eu entendi porque confiei em vocês – Jasper anunciou – Têm os mesmo olhos, a cor é meio única demais, esse azul terroso, parece – ele murmurou.

Bella engoliu em seco.

—Conheço outros dois homens que dividem essa característica conosco – ela murmurou.

Não precisava continuar. 

James e Royce.

Quando terminaram de comer, Isabella e Edward seguiram até onde Rosalie estava com Tia e Kate e pediram para falar com ela.

—Obrigada por não tirá-lo de nós.

—Significa tudo para nós, verdadeiramente, obrigado – Edward complementou.

—Só estou tentando ser justa – ela disse.

Não demorou para a audiência ser chamada novamente e foi a vez de escutar Athenodora Hale já que ela foi a citada nos depoimentos de Isabella e Rosalie como a pessoa que as convenceu a obstruir a justiça de tal forma. 

Margaret se levantou quando o advogado de defesa acabou seu questionamento.

—Senhora Hale – a advogada cumprimentou – Senhor Meritíssimo, tudo o que quero pedir é para que os documentos das páginas setenta até setenta e três sejam considerados nesse ponto do julgamento. Eles demonstram os lucros do banco dos Hale a partir do ano que Rosalie desapareceu e como caiu quando ela voltou a aparecer até voltarem a crescer depois que o processo foi arquivado – a mulher dizia sério – Não tenho nada a perguntar a senhora Hale.

Com argumentos bem fundamentados e planilhas, Garrett explicou o que tinha concluído com a ajuda de Emmett, Margaret e Kate

—Depois da última demonstração, senhor meritíssimo, eu defendo que Caius Hale não vendeu sua filha, mas sim o seu silêncio. Em primeira instancia foi apenas o desconhecimento, mas quando a história explodiu de verdade, a omissão proveio da falta de investimento com a qual o deputado Sacramento afrontou o senhor Caius Hale. Quando a omissão foi acatada, os investimentos voltaram e, de um lado, tínhamos Royce King II sendo protegido pelo dinheiro do pai, cuidado para ser escondido e garantido de uma nova vida e, do outro lado, Rosalie Hale mandada para outro país, sustentada e, apesar da segurança para que nada mais acontecesse a ela, a frieza dos pais apontam para a culpa. A história é clara – o advogado argumentou.

Eram especulações e nem Caius ou Athenodora jamais as confirmariam, mas foram precisas, era exatamente daquela forma que a história foi discorrida.

Toda a audiência durou mais do que qualquer um imaginava, foi massante e, depois de defesas e ataques contínuos entre as partes, finalmente, às nove horas daquela noite, o juiz tinha seu veredicto para todos os processos.

—Sobre  o menor Riley Cullen, devido a abstenção do pai do menor e a abdicação da mãe, entrego a guarda para o senhor Edward Anthony Cullen e para a senhora Isabella Cullen, como demandado pela mãe biológica nos autos do processo de guarda – o juiz bateu o martelo e Carlisle sorriu para o filho que parecia extasiado – Sobre o processo de tráfico humano, com todas as acusações abonadas eu decreto o arquivamento dos autos e nomeio Carmen e Eleazar Brandon, absolvidos de todas as acusações – mais uma vez o martelo foi escutado – Pelo crime de obstrução de justiça, e indução de menor eu condeno Athenodora Hale... Culpada, com a pena de doze anos de cadeia e uma fiança de duzentos mil dólares além de uma pensão de quatro mil dólares mensais até o fim desses anos para Isabella Cullen e Rosalie Hale por danos morais – decretou.

Bella ficou surpresa com aquilo e Garrett a olhou sorridente, ele demandou a parte de danos morais sem falar com elas e piscou para Bella quando ela ficou chocada com a colocação. Não era uma quantia exorbitante de dinheiro, mas para quem não esperava mais do que a guarda de seu filho, aquela era uma surpresa.

—Por fim e como principal sentença da noite, sem a chance de defesa do acusado por seus crimes hediondos e com a moção de repúdio apresentada a essa casa de leis por todos os eleitores de Royce Sacramento. Eu declaro o senhor Royce King II culpado pelo crime de abdução de menor, cárcere privado, estupro, violência doméstica contra Irina King e Rosalie Lilian Hale, violência doméstica contra os menores Marie e Mary Hale e James King, tráfico humano e falsa identidade. A soma de todos os crimes equivale a um total de seiscentos e quatro anos e um mês de prisão, não financiáveis e coloca o deputado Royce Sacramento para pagar uma multa por danos morais de quinhentos mil dólares para Mary Alice Brandon, seiscentos mil, quatrocentos e oito mil dólares para Isabella Cullen e novecentos e trinta mil dólares para Rosalie Lilian Hale – o juiz determinou altivo batendo o martelo – Que a paz do senhor e sentimento de justiça os acompanhe até em casa nessa noite. Declaro essa audiência, encerrada – finalizou.

Isabella estava abraçada fortemente a Edward no segundo seguinte. Alice chorava com Jasper e Emmett encarava Rosalie, emocionado ao vê-la chorando abraçando o cunhado.

—Obrigada por tudo, obrigada – ela repetia a ele e Margaret.

—Eu te amo, loirinha, eu estou feliz – ele disse a ela, sorridente a abraçando firmemente.

A verdade era que dinheiro nenhum ou tempo algum que ele passasse na cadeia as devolveria qualquer paz de espírito que nunca lhes foi ofertada, entretanto, o sentimento de justiça foi extasiante depois de onze anos na omissão de fatos e sentimentos. 

O pouco já era muito, e elas tomariam a tranquilidade e amparo de finalmente estarem livres de mentiras e medos. Depois de vinte e oito anos, Rosalie finalmente tinha conseguido justiça para si. Isabella não temia mais nada e tinha o apoio incondicional que nunca nem sonhava e Alice estava pronta para lutar a batalha de sua vida com a certeza de que as pessoas que ela não conhecia bem, mas com certeza admirava muito, estava fora de perigo.

O silêncio foi sepulcral o momento que as três se encontraram na antessala do local, as três fecharam um círculo, rodeada de todas as pessoas que estavam dispostas a lhes oferecer um futuro todo a frente, muito brilhante e feliz.

—Apesar de tudo, eu não desistiria de vocês – Rosalie jurou – Por nada nesse mundo, nem pelo esquecimento de cada singular fragmento do maior e mais longo pesadelo da minha vida inteira.

—Eu as amo – Isabella contou, chorando – Muito – disse se permitindo as abraçar.

—As admiro por tudo o que passaram e porque, mesmo com todas as dificuldades e tropeços, percebo que não desistiram de mim, nem quando talvez teria sido o caminho mais fácil e menos doloroso – ela falou com a voz rouca – Obrigada por não manterem essa história entre nós.

 


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam de tudo? Viajei muito?

Rosalie abdicou do Riley por amor e também foi ela quem quis cancelar todas as acusações contra os Brandon...

Seguinte: pensei em fazer, em cada seguimento das histórias um apanhado geral de alguns anos depois e como a vida deles seguiu, apenas para termos uma ideia geral de tudo para conseguir finalizar e, se quiser, finalizo essa daqui com a versão do Royce do porque ele fez tudo aqui. Deixem suas opiniões, por favor.

Espero que tenham gostado, de verdade, eu adorei desenvolver essa história, apesar de todos os pesares. Estou muito ansiosa para os comentários!!!