The Divorce escrita por Amanda


Capítulo 9
Capítulo oito




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— Poderia reler a cláusula três, parágrafo se-

— Será que poderíamos prosseguir? — Harry olhou para Gina, estava cansando e visivelmente irritado.

Desde que iniciaram Gina já pedira para o advogado reler algumas cláusulas, explicar-lhes outras e anotava em sua cópia o que possivelmente seriam algumas alterações. Fingia não se incomodar, mas já estava preso naquela sala há duas horas e simplesmente não tinha mais forças para forçar a expressão passiva que mantinha desde que chegara ao Ministério.

— Estou com uma dúvida. — Disse Gina inocentemente.

— Não, não está! — Fechou sua cópia com mais força do que gostaria. — Poderiam nos dar um minuto, por favor?

Os advogados se entreolharam e deixaram a sala junto de suas pastas e documentos. Assim que a porta fechou-se Gina virou-se para olhá-lo.

— E então?

— Você sabe cada palavra que está escrita no documento, já o decorou por completo. — Levantou-se, estava inquieto com toda a situação e não conseguia manter-se parado. — E assim mesmo continua atrasando o processo. Por que, Gina?

— Eu não estou atrasando, só...

Andando de um lado para o outro fez um sinal com a mão para que se calasse. Precisava clarear os pensamentos antes que simplesmente derramasse tudo o que estava preso em seu peito e acabasse por falar alguma besteira.

— Não entendo porque continua fazendo isso. Foi você quem entrou com o pedido de divórcio!

— Porque você desistiu de nós! — Apontou furiosamente.

— Você me disse que estava apaixonada por outra pessoa, como eu poderia insistir depois disso?  — Bateu o punho fechado sobre a mesa com força.

Virou-se de costas e bagunçou os cabelos, perderia o controle e sabia que dependia dele para não magoá-la como já fizera tantas outras vezes.

— Eu esperava que o fizesse por nós! — Confessou com a voz entrecortada. — Imaginei que depois de tantos anos você pediria uma chance, tentaria lutar por tudo aquilo que vivemos, pelos planos que fizemos, por tudo que não conquistamos juntos. Mas você se mudou para o sofá, saía cedo e chegava tarde.

“Não conversamos mais desde então. Eu esperei... Esperei que você se desse conta que eu estava aguardando um passo seu, somente um movimento para que pudéssemos nos dar outra chance. Mas então aquela semana se passou e continuamos nos ignorando e fingindo que não existíamos, vi o divórcio como uma forma para te fazer pensar e talvez, cair em si.”

— Por isso está enrolando tanto. Queria que eu desistisse do divórcio e tentássemos novamente!

Cobriu a boca incrédulo. E então as palavras de Hermione surgiram na sua cabeça, pedia que contasse a Gina como se sentia. Ela sempre soubera, havia entendido o que estava se passando há muito tempo e não falara nada. Hermione sabia e não dissera nenhuma palavra.

Estava furioso!

Sentou-se de frente para Gina e segurou suas mãos, já não parecia tão certo quando um dia fora. Os olhos da ruiva brilhavam por conta das lágrimas que segurava, havia tristeza e mágoa ali, incerta do que aconteceria em seguida.

— Gina, nós terminamos há muito mais tempo do que lembramos. Nosso casamento terminou antes de você se apaixonar novamente ou pedir o divórcio. — Prosseguiu corajosamente, mesmo que seu peito pesasse toneladas naquele instante. — Vivemos tantas coisas juntos, e eu amo cada um dos momentos que dividimos, só não podemos continuar nos baseando no que já foi. Não há futuro para nós, você sabe disso tão bem quanto eu.

A ruiva assentiu, e junto do movimento, uma grossa lágrima escorreu.

Não estava preparado para esse momento. Sequer entendia como conseguira chegar até ali com tanta sanidade. E apesar de seu coração estar pesando o dobro de quando chegou ao Ministério, sabia que estava fazendo a escolha certa.

— Desculpe. — Limpou o rosto e afastou-se, dando as costas para Harry. A esposa nunca gostou que ele a visse chorar, e naquele momento não seria diferente.

— Gina, eu...

A porta se abriu e os advogados retornaram receosos.

— Podemos prosseguir? — O advogado de Gina questionou ao vê-la limpar o rosto.

Seu olhar buscou Gina uma última vez e então tomou a decisão final.

— Podemos!

***

— Você sempre soube, não é?

Hermione permaneceu sentado no sofá, o olhar firme nas páginas surradas do livro que segurava com delicadeza. Não desviou o olhar das linhas para responde-lo.

— Que você é o escolhido ou que derrotaria Voldemort? Nunca tive dúvidas!

Harry sorriu e baixou o rosto.

— Você adquiriu o sarcasmo antes ou depois de começar a conviver com Draco? — Cruzou os braços e escorou-se no batente da porta. — Quis dizer sobre Gina. Você sempre soube que ela queria mais uma chance, não é?

Sua concentração vacilou, fechou o livro e pousou-o no assento ao seu lado.

— Logo que cheguei nós duas conversamos. Depois você me contou o que estava acontecendo e eu... Só juntei as peças!

— Por que não me contou?

O olhar de Harry parecia extremamente atormentando, quase como se tivesse sido traído. Além disso, seus ombros caídos expressavam o cansaço daquela semana, o excesso de trabalho e a estresse emocional que tanto o afligia.

— Não quero ficar do lado da Gina ou do seu, não quero ter que escolher entre meus amigos. — Explicou-se, as mãos buscaram o livro, como se precisasse de algum apoio. Era um assunto delicado, sabia. — O divórcio, os detalhes do documento e todo o resto devem ser escolhas tomadas por vocês dois.

Harry baixou a cabeça. Aceitava, mas não compreendia.

— Estou aqui Harry, mas somente para dar suporte emocional!

— Eu sou adulto, acho que posso lidar com meus sentimentos. — Sua resposta foi brusca e seu tom de voz mais rígido do que gostaria.

Hermione levantou-se e se afastou.

— Também pensava assim!

Deixando-o sozinho na sala, seguiu em direção ao quarto. Não queria admitir, mas a frase de Harry a magoou. Ao fechar a porta não se deitou, ficou apenas andando de um lado para o outro em frente à cama.

De certa forma ele tinha razão. Era um adulto e podia tomar conta de si mesmo, não precisava dela ao seu lado para ficar repetindo que tudo daria certo no fim. Como podia ter sido tão estúpida e acreditar que poderia ajudar, que tinha capacidade para intervir numa situação como aquela, onde não havia espaço para uma terceira pessoa.

Idiota. Idiota. Idiota.

Estava tão frustrada com sua vida em Amsterdã que não pensou duas vezes antes de pedir por uma chave de portal e voltar para Londres, parecia a desculpa perfeita.

Estava apenas se enganando, mais e mais.


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Notas finais do capítulo

Então, estão curtindo o carnaval?? Eu aproveitei para adiantar alguns capítulos, então... Aguardem!

Nos lemos, ;)



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