The Divorce escrita por Amanda


Capítulo 10
Capítulo nove




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/784245/chapter/10

— Um segundo encontro em menos de cinco dias. Desse jeito vou achar que está com segundas intenções comigo, Granger!

Draco tocou a cintura de Hermione e passou por trás da garota, sentando-se no banco ao seu lado.

— Uma garota não pode beber em boa companhia?

A risada sarcástica saiu de seus lábios espontaneamente.

— Nós dois sabemos que sou tudo, menos uma boa companhia. — Fez um sinal para o elfo de uniforme que tratou de servi-lo rapidamente. — Potter sabe que está aqui comigo?

Hermione pegou o copo em sua frente e bebericou com vontade, sorvendo mais rapidamente do que realmente gostaria.

— Oh, problemas no paraíso?

— Acho que passei dos limites.

Drco revirou os olhos e então, após pedir mais dois copos de uísque, instigou-a a continuar com a história. E Hermione sabia que podia contar, explicar como se sentia e ouvir as verdades do Sonserino. Em meio a conversa não notaram os três aurors que entraram no bar e sentaram-se numa mesa próxima.

Harry avistou a amiga assim que entrou, não  havia conversado com ela desde a noite anterior, quando praticamente dissera que não precisava de ajuda. Arrependera-se instantaneamente, mas seu orgulho o impedira de desculpar-se, e ainda estava furioso por ela ter guardado uma informação tão importante dele.

Ela bebia com Draco Malfoy, e os dois pareciam extremamente confortáveis juntos, conversavam e riam de algo que não conseguiu ouvir, ela tocava-o vez ou outra e ele parecia bastante familiarizado com a proximidade.

Desviou o olhar e sorveu em um só gole todo o conteúdo da caneca de cerveja amanteigada que acabara de ser colocada na sua frente. Estava tão furioso com sua vida, não sentia-se mais ele mesmo. Sequer sabia como devia se sentir em relação à tudo que estava acontecendo.

Magoara Gina e agora, Hermione. Tudo em poucas horas. Arrependera-se por ter gritado com a amiga, mas estava tão perdido.

Gina. Os Weasley. O trabalho. Hermione. O divórcio. Draco Malfoy.

Tudo parecia girar em sua cabeça, como um carrossel em chamas. Era incomodo, estressante e no mínimo, enlouquecedor.

Depois de alguns canecos sua cabeça já parecia mais leve, a pressão aumentara, mas não se importava mais. Aos menos sentia os músculos relaxados e pôde enfim se concentrar na conversa dos aurors que o acompanhavam.

— Acho que podemos finalizar a noite, não acham?

O restante das bebidas foi deixado no fundo dos copos. Os três levantaram-se e teriam saído sem serem notados, se não fosse por um dos homens que reconhecera Hermione.

— Granger! — A garota virou-se e abriu um sorriso leve. — Temos que marcar outro jogo de quadribol.

— Você foi a um jogo de Quadribol? — Draco riu e bebeu um gole de seu uísque.

— Hermione é fã dos Cannons! — O auror disse com entusiasmo.

— Naquele dia em que torci o tornozelo... — Respondeu para Draco e então notou Harry atrás do auror. — Olá, Harry.

Draco parou o copo próximo aos lábios e virou-se.

— Potter.

— Malfoy. — Seu olhar voltou então para a amiga. — Te vejo em casa?

Hermione notou pelo canto do olho o Sonserino revirar os olhos e voltar para sua bebida.

— Na verdade, já estamos terminando. — Respondeu e Harry se afastou junto dos aurors para aguardá-la do lado de fora.

Draco deixou dois galeões sobre o tampo da bancada e levantou para ajuda-la com o casaco, o olhar grudado em Harry do outro lado da porta de vidro.

— Ele está marcando território.

— O que? — Questionou enquanto ajeitava as mangas do sobretudo.

— Potter acabou de enfatizar que te esperaria em casa. É um aviso. — Explicou. — Quer que eu me afaste.

Hermione olhou para o amigo parado do lado de fora, as mãos nos bolsos.

— Harry não faria isso.

— Veremos...

***

Harry abriu a porta para Hermione passar e então a trancou. Ajudou-a com o casaco e pendurou-o no cabideiro ao lado da porta. O silencio era incomodo, tanto que demorou-se um pouco mais para poder organizar os pensamentos.

A lareira já estava acesa quando entrou na sala, a amiga ainda segurava a varinha entre os dedos. Observava as chamas.

— Eu acho que te devo desculpas.

Hermione não desviou os olhos do fogo, a dança das labaredas parecia extremamente acolhedora — quase como se os chamasse para participar do calor.

— Não, você não me deve desculpas. — Disse com a voz baixa. — Eu me intrometi onde não devia, fiz do seu divórcio um quebra-cabeça e só causei mais sofrimento. Não devia ter vindo.

A última frase, Harry notou, foi mais para ela mesma do que uma continuação da explicação.

— Não diga isso. — Cortou-a. — Você ter voltado foi a melhor coisa que me aconteceu desde o início desse divórcio.

Hermione virou-se com um sorriso suave no rosto.

— Tenho certeza que Draco concordaria comigo. — Ajeitou os óculos e cruzou os braços.

— Não enrole, Potter. O que quer saber?

Harry pareceu confuso e até mesmo constrangido. Não devia ter tocado no assunto, mas vê-los tão próximos estava o incomodando já havia algum tempo. Desde que soubera que haviam se encontrado em Amsterdam. Queria entender o que se passava.

— Vou me arrepender de ter perguntando, não é mesmo?

Sentou-se então no sofá e respirou fundo, elevou o olhar até encontrar Hermione o observando.

— Como já contei, nos encontramos em Amsterdam. Ele tinha iniciado a residência em um hospital de lá e nós, literalmente, nos esbarramos no meio da rua.

A lembrança era vívida em sua mente.

Draco a olhava em completa descrença. Por alguns segundos ficou em silêncio, como se seu cérebro buscasse uma alternativa para simplesmente desaparecer dali.

— Malfoy, o que faz aqui? Não o vejo desde... — Baixou o olhar, não pretendia tocar no assunto.

A última vez que haviam se visto fora no julgamento de Lucius.

— Faz bastante tempo, Hermione. — Disse enfim. — Estou iniciando residência no Dr. Cornellius Hospital. E você? Soube que se mudou, não sabia que era para a Holanda.

— Ministério da Magia, departamento de Proteção às Criaturas Mágicas.

Ele sorriu.

— Suponho que sua prioridade sejam os Elfos Domésticos.

— Sou tão previsível assim? — Brincou e encolheu-se quando a brisa gélida passou e bagunçou seu cabelo.

— Acho que isso é tudo que sei sobre você.

Hermione sorriu com a lembrança.

— A partir disso começamos a sair juntos, ele me ensinou a beber Uísque e depois que voltou continuamos trocando cartas. Não tem nada de especial na história, apenas gosto dele.

Harry entrara na história. Enquanto a amiga narrava buscava por sinais corporais, diferentes entonações e movimentos chaves que significassem que havia algo a mais ali. 

—Mas é claro, não dá para ignorar que Draco é inteligente, bonito e incrível de tantas formas que eu não consigo acreditar que meu melhor amigo está analisando meu comportamento para descobrir se tenho sentimentos por ele.

Havia caído na armadilha de Hermione. Enquanto analisava-a perdera-se no rumo da história e então, fora fisgado.

— Desculpe, não foi minha intenção. — Elevou as mãos em um pedido desajeitado de desculpas. — Achei vocês próximos demais no bar, só queria entender.

— Na próxima vez, vá direto ao ponto. — Virou-se e começou a andar em direção à escada.

— Você realmente acha o Malfoy inteligente, bonito e incrível?

Hermione parou em frente a escada. Harry continuava sentado no sofá, de frente para a lareira. Não a olhava, não a analisava. Mas aguardava por uma resposta.

— Me diga você. Qual o resultado da sua análise?

— Inconclusiva!

Hermione abriu um breve sorriso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E cá está. Um capítulo curtinho, mas que começa a preparar a relação entre eles.
Espero que gostem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Divorce" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.