The Divorce escrita por Amanda


Capítulo 7
Capítulo seis




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Naquele dia, que amanheceu estranhamente ensolarado e com uma perspectiva bastante positiva, Harry teve a casa somente para si pela manhã. A sensação de solidão já não lhe era mais familiar ou com alguma conotação agradável, o silêncio tornou-se perturbador logo na primeira hora após acordar. Viu-se estalando os lábios ou batucando nos móveis de madeira somente para ter algo em que se concentrar, mais de uma vez.

Gina sempre fora falante, alegre, irradiava felicidade de um modo que simplesmente não o fazia incomodar-se com nada, dava forças para sorrir quando o dia fizera de tudo para derrubá-lo. E então percebeu-se numa rotina silenciosa onde somente os talheres conversavam durante as refeições, o rangido da porta avisava quando alguém saía ou chegava. Viviam juntos numa completa solidão.

Reencontrar Hermione fizera com que a vida amargurada em que estava enterrado ganhasse algum propósito, que saísse logo do escuro e voltasse a viver. Ficar sozinho era como deitar-se numa armadilha criada por sua própria mente, a qual recitava todos os erros que cometera com Gina. Listando-os enumeradamente em ordem alfabética.

Não suportava.

Quando já estava cansado de simplesmente vagar pela casa, decidiu sair. O Beco Diagonal parecia um bom destino, precisava mesmo passar em uma loja o quanto antes.

***

—Soube que você e Gina tiveram uma discussão. Está tudo bem?

— Como você...? Rony! — Revirou os olhos.

— Almoçamos juntos e ele comentou. — Estreitou os olhos, arrependida por ter tocado no assunto.

— Não foi um encontro muito... Amigável. — Coçou a cabeça sem jeito.

Encontrara com Gina e Rony no meio do Beco Diagonal, carregava duas sacolas, as quais foram rapidamente notadas pela ruiva que começou uma série de insinuações sobre aquela situação.

“Você não faz compras, alguma razão especial?” , dissera ironicamente.

Rony tentara amenizara situação, mas Harry acabou por explicar-se com mais agressividade do que realmente gostaria. A situação acabou saindo do controle e assim, atraindo olhares curiosos.

— Sinto muito por isso, não imagino como deve ser. — Baixou o rosto um tanto envergonhada e ajeitou uma mecha para trás da orelha. — Mas então, preparado para o jogo?

— Ansioso pela cerveja!

Hermione riu, concordando.

O clima pesado dissipou-se assim que o jogo de Quadribol passou a ser assunto. Hermione estava verdadeiramente animada para assistir a partida, Harry queria apenas uma noite para relaxar e esquecer-se dos problemas, não havia como aquela equação dar errado.

***

— Acho que nunca ouvi alguém gritar tanto! — Harry comentou num tom divertido enquanto pegava os dois canecos de Cerveja Amanteigada.

— Eu não lembrava que jogos de Quadribol podiam ser tão divertidos. — Pegou seu caneco e acompanhou Harry por entre as pessoas. — Pensei que Archibald perderia o pomo naquele último segundo.

— Avante Cannons! — Uma mesa cheia de torcedores gritou para Hermione que levantou o caneco em concordância.

Antes de saírem, Harry lhe entregara uma sacola e pedira que se vestisse apropriadamente para o jogo, só não comentou que ficaria parecendo uma fanática. Vestia uma chamativa camiseta laranja estampada com dois canhões atirando balaços, um cachecol listrado em diversos tons de laranja e pintara o rosto com duas listras, laranja e vermelho, em cada bochecha.

Se Rony a visse ficaria orgulhoso.

— Não acredito que me comprou todos os itens de vestuário do Chudley Cannons e você se limitou a pintar o rosto, me sinto um outdoor ambulante! — Reclamou ao sentarem-se em uma mesa com alguns aurors, amigos de Harry, que também haviam assistido a partida.

— Queria que você vivenciasse o que é torcer por um time de Quadribol, não dá pra comparar os jogos de Hogwarts. — Explicou-se. — Posso ter exagerado um pouco, mas você se divertiu!

Hermione limitou-se a assentir e sorrir.

— Harry contou à vocês que é um grande apanhador? — Perguntou aos rapazes que pareceram interessados no que tinha a dizer.

Harry observava com curiosidade e animação de Hermione conversando com tamanha familiaridade com seus colegas, parecia que se conheciam há anos. Em meses, não lembrava-se da última vez que se divertira tanto, ao menos, até que um dos rapazes gritasse a plenos pulmões:

— Você pode até ser uma heroína de guerra, mas duvido que consiga beber mais que eu! —Apontava o dedo para Hermione, que em resposta abriu um sorriso longo.

— É o que veremos!

No inicio a competição pareceu divertida e inofensiva, mas chegara a um ponto que simplesmente fugira do controle. Hermione provou-se tão boa quanto o bruxo, mas passou a tropeçar nas palavras e ficou suscetível às besteiras comentadas pelos rapazes. Quando deu-se conta, a amiga já cantarolava o hino dos Chudley Canons abraçada com um grupo de bruxos.

— Vamos para casa? Está ficando tarde! — Tocou o ombro da amiga, e quando a resposta demorou a vir, segurou-a pelo cotovelo, como uma ordem para que o acompanhasse.

— Claaaaro. — Sorriu e acenou para os homens que ainda bebiam. — Até mais!

Harry ajudou-a com o casaco e abriu a porta para que saíssem, mas antes, Hermione virou-se para as mesas espalhadas no salão e gritou:

— Avante Cannons!

Todos gritaram de volta e ergueram seus canecos em apoio.

Harry riu e voltou a segurá-la pelo cotovelo, mas com pouca firmeza nas pernas a bruxa acabou escorregando nos degraus congelados. Seu tornozelo virou e nem mesmo o puxão no cachecol de Harry foi o suficiente para equilibrá-la sobre o pés, fazendo-a cair na neve após um sonoro “crec” seguido da dor latejante que espalhou-se por seu tornozelo.

— Você está bem? — Harry desceu rapidamente para ajuda-la, o cachecol completamente torto em seu pescoço.

— Acho que torci meu tornozelo... — Reclamou com bastante firmeza.

A queda foi suficiente para fazê-la recobrar os sentidos e sair da embriaguez.

Harry tocou seu tornozelo e cuidadosamente levantou a barra de sua calça para analisar a situação.

— Vou leva-la ao St. Mungos! — Automaticamente passou os braços sob as pernas e costas de Hermione, içando-a do chão com bastante facilidade. — Consegue se concentrar? Aparatar será mais rápido.

Hermione assentiu com algum esforço enquanto realmente concentrava-se em morder os lábios tentando afastar a dor.

***

— Nunca me contou que você e Draco se conheciam.

Hermione que mancava em direção ao sofá parou para olhá-lo.

— Acho que o conheci na mesma época que você o conheceu, tínhamos onze anos, você sabe...

Aproximou-se da amiga e acomodou-a no sofá pequeno.

— Você entendeu o que quis dizer.

Fora Draco quem a atendera no St. Mungos, ele fizera piadas e deixara Harry deslocado e sem compreender a situação, principalmente quando a convidou para tomar uma bebida quando se recuperasse. Sabia que seria questionada assim que surgisse oportunidade.

Ajeitou-se melhor e elevou o tornozelo desconfortavelmente. Não doía, mas a dormência provocada pelo feitiço parecia tirar-lhe a força e toda a sensibilidade do local.

— Nos conhecemos melhor em Amsterdã, ele fez residência num hospital de lá. Acabamos nos aproximando e, bem, nos conhecendo realmente. — Baixou os ombros. — Ele é melhor do que realmente faz parecer.

— Se você está dizendo!


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Notas finais do capítulo

Descobri esses tempos que li todos os comentários e esqueci de respondê-los. Mas acreditem, li todos eles e amei ♥



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