The Divorce escrita por Amanda


Capítulo 32
Capítulo trinta e um




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Antes de ir para o Ministério havia deixado Hermione no trabalho, o que não podia ser considerada uma tarefa muito fácil. Para convencê-la fora necessária uma longa discussão com argumentos concisos e alguns beijos roubados entre as tantas recusas.

Mas por fim, ela acabou cedendo. Conseguira, inclusive, um beijo antes de se despedir e seguir seu caminho.

Diferente dos outros dias, ao passar pelo Átrio lotado de bruxos e bruxas, sentia como se pudesse enfrentar um dragão e nada fosse capaz de mudar seu bom humor ou disfarçar o sorriso. Pela primeira vez em muito tempo, sentia-se leve e feliz.

Sua animação não passou despercebida por Rony que o seguiu até seu escritório assim que se livrou de alguns documentos pelo caminho.

— Você não pode me deixar no escuro, é meu amigo.

— Do que está falando, Rony? — Tirou a capa e pendurou-a no gancho ao lado da porta.

— Você está parecendo outra pessoa, está rindo sozinho e seu cabelo... Parece que tentou arrumá-lo! — Apontou para a cabeça do amigo. — Como é essa mulher?

Não conteve a risada baixa.

— Irei apresenta-los, no tempo certo. — Disse e desviou o olhar para as pastas em sua mesa.

— É isso? Só vai me dizer isso? — Harry assentiu e passou a mexer nos pergaminhos enrolados. — Então pelo o menos me diga, ela é bonita?

Harry parou de escrever por um momento e ponderou sobre a pergunta. O que sentia por Hermione ia muito além de sua aparência, sentia-se completamente atraído pela sua coragem, determinação e altruísmo. Além disso, veio em sua cabeça a imagem de Hermione sorrindo ao seu lado, deitada sob o lençol bagunçado logo depois que acordaram.

— Ela é linda!

— Pela sua cara... — Riu sozinho. — Ah, já recebeu o convite para o aniversário do Kingsley?

— Não olhei o correio hoje!

***

— Como foi o dia de folga?

Hermione olhou para a porta onde Draco estava escorado a observando e sorriu sutilmente. Enquanto checava o paciente adormecido, respondeu-o:

— Está me perguntando porque realmente quer saber ou isso é apenas sarcasmo para disfarçar sua inveja? — Voltou seu olhar para Draco e sorriu inocentemente.

— Acordou afiada?!

— Aprendi com o melhor. — Riu e aproximou-se do sonserino.

— Sou uma má influência para você! — Revirou os olhos e seguiram juntos pelo corredor do hospital. — Mas realmente quero saber como foi seu dia de folga. Você devia estar realmente precisando descansar, já que Potter me acordou às seis horas da manhã.

Abriu um sorriso sem jeito, quase como se pedisse desculpas pelo inconveniente.

— Não esqueça que estou trabalhando aqui durante o dia e à noite reviso e faço relatórios para o Ministério Holandês! — Disse entregando os prontuários para a assistente na recepção.

— E quando pretende escolher entre seus dois empregos antes que esse excesso de trabalho te mate?

Olhou-o irritada e começou a andar em direção ao quarto de seu próximo paciente.

— Não penso sobre isso!

— Mas deveria. — Seguia-a de perto. — Até quando acha que seu cérebro aguenta tudo isso? Sei que você entra madrugada à dentro para resolver os problemas Ministeriais depois de um dia longo de atendimentos.

— E assim mesmo eu nunca me atrasei, atendo os pacientes melhor que qualquer residente desse hospital, participo de operações e ainda reviso pilhas de documentos sem errar um ponto. — Argumentou. — Posso fazer as duas coisas!

— Sabe o que acho estranho? O Ministério estar aceitando seu trabalho completamente à distância por tanto tempo. Eles não são muito tolerantes pelo que me lembro.

Baixou o olhar constrangida, e foi nesse segundo que Draco entendeu.

— Eles não estão aceitando, não é?

— Estamos discutindo alguns termos!

Draco a encarou e sacudiu a cabeça

— Faça o que quiser, Granger. Mas sabe que estou certo e logo você terá que tomar uma decisão. — Tocou seu ombro delicadamente e deixou-a.

A breve conversa com Draco foi o estopim para desestabilizá-la pelo resto do dia. Entre um paciente e outro não conseguia deixar de pensar nas palavras do Sonserino e que devia dar certo crédito ao que ele lhe dissera.

Estava ficando cada vez mais complicado lidar com os dois empregos, dividir-se era exaustivo e tinha de admitir para si mesma, o excesso começara a afetar a qualidade daquilo que fazia. A verdade era que estava negligenciando seu trabalho na Holanda há mais tempo do que gostaria. O último relatório que enviara fora devolvido por estar incompleto e conter erros e alguns equívocos em determinados tópicos. Junto do documento, havia uma carta solicitando seu retorno imediato à Holanda — mas não era um pedido.

Teria que tomar uma decisão. E rápido!

No entanto, tomar uma decisão implicava em coisas que iam mais além do que se sentia prepara para lidar. Precisava colocar tudo numa balança e medir o que pesava mais ou listar os prós e contras, de qualquer forma, não era algo a ser feito de supetão ou sem estudo prévio das possibilidades.

Em Londres tinha um emprego que a desafiava diariamente, encontro com os amigos sempre que podia e Harry ao seu lado. E comparado à Holanda, onde possuía apenas um apartamento mobiliado pela metade e um emprego saturado em que sentia-se sufocada, parecia ser uma escolha óbvia. Mas foram tantos anos no Ministério Holandês, tanto esforço para chegar ao cargo em que estava, mesmo com algumas falhas e percalços pelo caminho, alcançou um status positivo. Era respeitada pelo o que era. E foi isso que a motivou pelos últimos seis anos, a busca pela perfeição em um lugar onde ninguém a conhecia. Quando chegara era apenas uma bruxa britânica buscando por uma oportunidade, e com muito suor e noites mal dormidas foi subindo aos poucos. Cada degrau era comemorado como uma nova fase, uma nova oportunidade, uma nova Hermione Granger, cada vez mais preparada e pronta para o que quer que fosse. Jogar sua carreira aos ares por uma nova aventura era perder e ignorar todo o esforço, todos os anos que passara longe dos amigos.

Haviam muitos “e se” a se ponderar, o faria quando estivesse descansada e com a cabeça fria. Por ora, despira-se do jaleco e iria para casa descansar.

O Largo estava silencioso quando chegou e aproveitou aquela calma para finalizar seu trabalho acumulado enquanto um feitiço simples dava conta de misturar o jantar nas panelas e cortar os legumes sobre a bancada.

Aproveitou a solidão e quietude para revisar os relatórios na companhia de uma taça de vinho tinto, porque sentia que merecia um implemento a mais para acalmar sua mente conturbada. E assim começou o trabalho. Abrindo as pastas que chegavam no início de cada semana, com arquivos e material acumulado para que revisasse e montasse os relatórios comparativos e resultados alcançados durante as ações.

Não notou o horário passando, mergulhou nos diversos pergaminhos e só se deu conta quando Harry entrou e chamou sua atenção.

— Pensei que já estaria dormindo! — Beijou-lhe o topo da cabeça carinhosamente e observou a bagunça de papéis e pastas sobre a mesa de jantar.

Hermione elevou a cabeça e mirou o relógio na parede, os ponteiros marcando exatamente onze de quarenta da noite.

— Perdi a noção do tempo. — Confessou sem jeito, e um bocejo longo escapou por seus lábios. — Por que chegou tão tarde?

Harry coçou a cabeça desconcertado.

— Recebi um convite inesperado, acabou que levou mais tempo do que pensei. — Explicou-se sem muitos detalhes. — Você já jantou?

— Sim. — Levantou-se para organizar melhor os documentos e separá-los. — Deixei um pouco para você, ainda deve estar quente.

— Agradeço. — Deu a volta na mesa e encontrou uma pilha de cartas. — O convite de Kingsley!

Hermione virou-se para olhá-lo, em seu olhar questionava do que falava.

— Rony comentou que Kinglsey fará uma festa para comemorar seu aniversário. Parece que fomos convidados! — Sacudiu o envelope púrpura. — Tem uma carta para você aqui. Parece ser importante!

E era.

Pegou o envelope e analisou-o, não o abriria ali ao lado de Harry. Não era difícil deduzir o teor daquela carta, principalmente quando um carimbo “URGENTE” vibrava em vermelho próximo ao selo de cera.

Colocou-a junto dos outros tantos pergaminhos e documentos espalhados na mesa. Ainda precisava separá-los antes de despachar no correio, mas o faria no outro dia.

— Não é urgente?

—Estou certa de que pode esperar até amanhã.


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Notas finais do capítulo

As coisas não serão fáceis daqui pra frente, o que significa também que estamos entrando na reta final da fic...
Espero que estejam gostando!
Até



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