The Divorce escrita por Amanda


Capítulo 20
Capítulo dezenove


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado para minha irmã que está de aniversário. Parabéns, Anna! ♥



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Harry parecia ter bebido um frasco de bom humor, porque fazia dias que Hermione não o via carrancudo ou resmungando pelos cantos. Não estava reclamando, era bom vê-lo sorrindo à toa e notar que seus ombros já não pareciam mais tão rígidos e contraídos a todo o instante. Mas tampouco entendia aquela repentina mudança de humor.

— Não existe nenhuma poção ou feitiço que produza felicidade, Hermione. — Draco dizia enquanto almoçavam. — Potter deve ter resolvido algum caso, ou saiu com alguém. Não sei!

— Saiu com alguém?

— Granger, ele é homem. — Apontou o garfo para si mesmo. — Confie em mim, ele deve ter saído e encontrado alguma garota.

Sacudiu a cabeça. Era estranho e desconfortável a imagem de Harry com alguma mulher, só não compreendia o porquê.

— A propósito, quando você está livre?

— Me chamando para um encontro, Granger? — Sorriu sarcasticamente, de um jeito que só ele sabia fazer. — Você sabe que estou extremamente ocupado, mas para você... Amanhã à noite?

— Perfeito! — Levantou-se, pronta para começar mais uma tarde de atendimentos, já afastara-se alguns passos quando virou-se e disse sorridente: — E se vai ser um encontro, quero flores!

***

Hermione havia se arrumado mais do que gostaria de ter feito, mas sentia-se tão inspirada naquele início de noite que depois da maquiagem achou que um vestido combinaria melhor. Mas o vestido pedia um salto e claro, acabou por ajeitar o cabelo num penteado, mesmo que simples.

Sabia que estava tudo um pouco exagerado demais para um simples encontro com Draco, não era como se quisesse impressioná-lo, mas sentia-se poderosa sob os sapatos e atrás o batom vinho que pintava seus lábios. Seu objetivo não era chamar atenção, mas quando entrou no pub e passou os olhos pelo salão notou que vários olhares voltaram-se para si e o tom das conversas diminui consideravelmente. Encolheu os ombros levemente desconfortável com a atenção e iniciou seu desfile até a mesa onde Draco a esperava.

Um sorriso orgulhoso com um misto de sarcasmo dançava nos lábios do loiro, como se já tivesse muito a lhe dizer. Mas quando se aproximou o suficiente, Draco apenas deitou a cabeça para o lado, olhando-a um pouco mais lentamente, e então puxou um buquê com diversas flores em tons de amarelo.

Não conteve o riso que saltou espontaneamente.

— Você está linda! — Afirmou olhando-a novamente de cima a baixo. — Sorte que trouxe as flores. Seria um desastre encontra-la de mãos vazias.

— Eu estava brincando sobre as flores, Draco!

Hermione largou o buquê sobre a mesa e aceitou a ajuda para tirar o sobretudo pesado, e riu quando Draco fez questão de puxar a cadeira para que se sentasse. Tão educado que poderia enganar perfeitamente quem não o conhecesse.

— Sou um cavalheiro, Granger. Sempre levo flores quando vou encontrar alguém. — Um garçom veio com duas taças e uma garrafa de vinho, provavelmente Draco já havia pedido. — Pedi seu preferido!

— Esse cavalheirismo já levou muitas mulheres para seu quarto. — Sorveu o líquido e apreciou o sabor amadeirado e suave do vinho, era sua bebida favorita. — Obrigada!

— O que não me faz menos cavalheiro, sempre dou uma noite inesquecível a cada uma delas! — Estufou o peito, ostentando orgulho e si mesmo. — Se quiser, posso provar meu ponto.

— Agradeço a oferta, mas vou passar!

Draco riu e Hermione o acompanhou. Já fizera aquela oferta mais de uma vez, a garota a conhecia muito bem, era quase como se fosse uma espécie de piada interna dos dois. Uma daquelas que criaram há muito tempo, na época em que Draco ainda estudava médibruxaria e forçava Hermione a revisar matéria acumulada durante as madrugadas.

— Dia puxado hoje?

— Você não faz ideia. — Reclamou e apertou a taça delicada com um pouco mais força. — Os orientadores estão me jogando em casos estranhos e nojentos!

— E como tem se saído?

— Acho que bem. — Mexeu o líquido escuro na taça.

— Estão testando você, é nessa fase que vários desistem! — Explicou e sorriu diante da expressão e surpresa que surgiu no rosto feminino. — Os casos, são relativamente simples, mas os exames são mais invasivos e claro, alguns bastante nojentos. Muitos residentes não suportam!

Compreendendo do que se tratava tudo aquilo, assentiu e sorveu mais um gole de seu vinho. Preferia não pensar nos seus pacientes daquela tarde, gostava de seu estomago exatamente onde estava.

— Então, eu...

Notou que o olhar de Draco não estava mais nela, mas em algum ponto atrás — possivelmente na porta. Conseguia imaginar a linda mulher que acabara de chegar e captara a atenção de seu amigo, uma situação bastante comum quando saiam. Não viraria para olhá-la, esse gesto dava a entender que era uma namorada ciumenta e acabaria com as chances do Sonserino de sair acompanhado. Bebia seu vinho silenciosamente enquanto Draco abria um sorriso bastante convencido. Ela devia estar se aproximando, ou algo assim, pois ele levantou-se  e estendeu a mão.

— Não sabia que frequentava esse tipo de pub, Potter!

O tom de sarcasmo camuflou por alguns segundos, mas então Hermione assimilou o nome e tossiu um pouco do vinho que trancara no meio do caminho. Draco a olhou confuso.

— Harry, o que faz aqui? — Levantou-se e olhou-o curiosa, mas havia diversão em seu tom. Estava imaginando uma mulher e a confusão que fizera era, no mínimo, divertida.

— Você está linda...

Estava boquiaberto com a produção de Hermione, não pode deixar de comentar.

— Não seja simplório, Potter. Hermione está deslumbrante!

Recebeu um olhar de advertência de Hermione, mas deu de ombros. Não mentira, e sabia, pelo olhar do homem ao seu lado, que ele pensava o mesmo. 

— Está sozinho?

— Sim! — Pareceu sair de um torpor bruscamente. — Você disse que iria sair, pensei que seria melhor fazer o mesmo. Não esperava te encontrar aqui!

— Por que não senta com a gente? — Ofereceu a apontou para a cadeira vazia.

Harry olhou por sobre seu ombro e depois do sorriso desaparecer de seu rosto, voltou a olhá-la. A incerteza beirava seus olhos.

— Parece que vocês estão em encontro, não vou atrapalhá-los.

Virou-se e encarou o grande buquê de flores posicionado no canto da mesa, pousando quase que entre as duas taças de vinho.

— Não é um encontro!

Parecia ridículo dizer aquilo em voz alta, mas sabia ser necessário. Havia flores sobre a mesa, vinho, além é claro de toda a produção que fizera... Além é claro, de Draco ao seu lado.

— Vamos logo, Potter!

Draco sentou-se e pediu um copo extra para a garçonete que passava.

— Tudo bem. — Concordou conforme o olhar de Hermione parecia implorar um pouco mais, ajudou-a com a cadeira e sentou-se ao lado, movendo o buquê para o canto da mesa.

Apesar da situação ficar um pouco desconfortável no início a conversa passou a fluir com mais leveza, histórias de Hogwarts vieram à tona e dessa vez, Hermione sentiu que Harry realmente relaxara. Talvez o segredo fosse fazê-lo sentar-se ao seu lado, e não na sua frente como da última vez. 

A noite entrou e tornou-se madrugada, o Pub ainda continuava bastante cheio, o que fez Hermione levantar-se e dizer:

— Vou buscar as últimas cervejas amanteigadas!

Do bar, os observava com certo orgulho, mas principalmente de Harry que se adaptara a tantas mudanças nos últimos meses e agora, bebia ao lado de Draco como se já o tivesse feito inúmeras vezes.

Equilibrava os três canecos nas mãos enquanto caminhava em passos firmes até a mesa, mas por causa de um jogo que vários participavam visivelmente alcoolizados, teve de fazer uma volta maior. Chegaria por trás de Harry, e estava a poucos passos quando ouviu a conversa que seguia ali.

— Desde a ruiva você...? — Draco deixou o questionamento no ar, não precisava se explicar.

— Teve uma garota. — Baixou o olhar para o copo que fazia girar com a ponta do indicador. — Nos beijamos, mas um imprevisto não deixou que continuássemos. Desde então não tentei nada parecido!

Draco então a viu e levantou-se para ajudá-la.

— Sabe de quem Potter estava falando? — Perguntou baixinho em seu ouvido quando aproximou-se para pegar um dos canecos.

— Não tenho ideia!

Estava curiosa para perguntar, mas sabia que aquela conversa fora exclusivamente entre os dois, apenas ouvira o teor por acidente e não devia se meter. Por mais curiosa que estivesse.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Até logo



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