The Divorce escrita por Amanda


Capítulo 19
Capítulo dezoito




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O frio já deveria ter começado e diminuir àquela altura de março, mas o inverno parecia persistente o suficiente para simplesmente ignorar a eminente primavera e se estender um pouco mais do que lhe dizia respeito. E Hermione, assim como os outros bruxos que resolveram caminhar pelo Beco Diagonal naquele dia, sentiam a fúria do vento e da chuva que ora caía, ora desaparecia. Essa instabilidade climática a incomodava mais do que admitiria.

De cabeça baixa, para se proteger do vento, não desviou do bruxo que vinha em sua direção e esbarrou com força em seu ombro, não a derrubando por muito pouco.

— Me perdoe, você está bem? — Ele a segurou pelo braço, e quando Hermione ergueu o rosto para olhá-lo, abriu um amplo sorriso. — Hermione, o que faz aqui?

Sorriu em resposta.

— Floreios e Borrões. — Mordeu o lábio e deu de ombros. — E você? Alguma investigação?

— Na verdade acabei de sair da loja, mas Fred e George tiveram um imprevisto e terão que pular o almoço. — Explicou-se. — Quer almoçar comigo? Faz algum tempo que não nos vemos!

— Seria ótimo!

***

Assim que o garçom deixou os pratos sobre a mesa, Hermione agradeceu e voltou-se para Rony — já devorando seu prato. Algumas coisas nunca mudavam.

— Como estão todos? Faz tempo que não os vejo. — Realmente sentia falta dos Weasley.

Depois das perguntas invasivas de Molly e de sua discussão com Gina, não sentia-se bem vinda na Toca e sequer sabia se seria recebida. Jamais tivera a intenção de tomar as dores de Harry e defende-lo, mas tampouco poderia deixar que Gina manipulasse a situação toda a seu favor.

— Estão todos bem, acho que Fred e George melhores que qualquer um. — Sorriu como se tivesse algo a mais. — Mamãe fica dizendo que não devemos incomodar Gina, mas que não podemos deixa-la sozinha por tempo demais. É confuso!

Riu com a expressão do amigo.

— Imagino que seja! — Observou seu prato e após tocar o garfo no macarrão, voltou-se para Rony. — E Gina? Como ela está? Nosso último encontro não foi exatamente amigável.

— Ela comentou que vocês se desentenderam. — Concordou, mas não parecia se importar muito com o fato. — Gina, não disse o motivo. Mas quanto a sua pergunta, ela está bem. Acho que superou melhor do que esperávamos.

Suavizou a tensão em seu rosto.

— Fico feliz, de verdade!

Rony manteve-se em silêncio por mais algum tempo enquanto terminava sua refeição, e somente quando cruzou os talheres, foi que olhou para a amiga e abriu um sorriso bastante incerto.

— Como está Harry?

— Pensei que vocês trabalhassem juntos. — Comentou sem entender exatamente o questionamento.

Rony coçou a cabeça e suas orelhas tornaram-se vermelhas.

— Nós não conversamos sobre a separação dele. — Explicou em voz baixa, quase como se quisesse se desculpar. — Não acho que seja uma coisa que ele queira falar comigo.

— Hã... Eu entendo! — Sorriu desconcertada. — Harry está se saindo muito bem, na verdade. Ele não conversa muito sobre o assunto, mas acho que é a forma que ele encontrou de superar tudo isso.

Rony a ouviu com atenção e por fim sacudiu a cabeça e baixou-a.

— É estranho, não é? — Rony falou. — E um dia éramos um quarteto inseparável e no outro...

— Mal formamos um trio!

Rony concordou.

— Deveríamos sair juntos! Sabe, tentar melhorar isso. — Havia um brilho em seus olhos que Hermione julgou ser uma de suas ideias brilhantes. — Tem as finais de Quadribol na próxima semana e os Cannons vão jogar. Sei que foi a um jogo e gostou. Nós três podemos ir, como nos velhos tempos!

— Compre os ingressos, avisarei o Harry!

Sentia falta de momentos com Harry e Rony e aquele jogo seria de longe uma boa forma de coloca-los juntos novamente sem pressão ou questões matrimoniais envolvidas.

Desde que chegara tinha a sensação de ter tirado as coisas dos eixos e bagunçado ainda mais algo que deveria ser simples e concreto. Mas não estava na mesma página que os amigos, deixara de estar no momento em que partiu para a Holanda. No entanto, sentia que aos poucos começava a se encaixar novamente, e a sensação era boa.

***

— Você tinha razão!

Hermione largou a colher ao lado do fogão e virou-se para olhar Harry que entrava na cozinha como um furacão. Ainda vestia a capa do ministério, sob a veste escura e pesada conseguia enxergar o coldre de sua varinha. O rosto estava suavemente afogueado e o cabelo bastante bagunçado, provavelmente por causa do vento.

— Vai ter que ser mais específico!

Jogou as pastas que trazia e baixo do braço sobre a mesa e se debruçou enquanto as abria.

— As investigações! — Hermione aproximou-se e imitou-o, debruçando-se sobre a mesa para olhar as imagens. — Havia passagens para fora, e algumas interligavam-se.

Puxou uma das imagens e observou o túnel, havia marcas nas paredes, em mais de uma das imagens.

— Isso é... — Esticou-se sob o tronco de Harry e puxou uma outra imagem. — Alguém foi detido?

— Na verdade sim, um homem. — Disse enquanto a observava sem entender de onde viera tanto interesse. — Tivemos de leva-lo inconsciente, iremos interroga-lo amanhã.

— Certo.

Hermione juntava as fotos, parecia ter encontrado algum padrão. Sua expressão quando juntava os fatos era única, e a conhecia bem demais para saber que encontrara pistas.

— O que encontrou, Hermione?

— Há essas marcas... — Apontou para riscos, e o que pareciam ser arranhões. Havia em diversas fotos, tuneis, em paredes e até em alguns quadros. — Só que estão longe, não consigo avaliar direito.

— Aqui! — Tirou uma imagem da pasta e colocou próximo às outras, mostrava perfeitamente os arranhões feitos em uma estátua de mármore.

— Harry isso são marcas de garras! — Passou o dedo sobre a figura como se pudesse sentir os detalhes. — Lobisomens, talvez?

— Hã, terei de investigar. — Com o olhar fixo na imagem, aparentava surpresa. — Você, realmente, devia ser auror!

— Só porque deduzi que são marcas de garras? — Arqueou a sobrancelha e olhou.

— Eu trouxe as fotos para mostrar as entradas subterrâneas, e você encontrou mais pistas. — Sorria surpreso e com certa incredulidade, era tudo surreal demais. — Esse caso vai ganhar seu nome!

— Não é nada demais, Harry. — Sorriu, mas logo em seguida movimentou a cabeça em negação. — Mas que droga!

Afastou-se num salto.

— Foi apenas um elogio, não quis te chatear...

Mas então entendeu. A panela deixada esquecida sobre o fogão soltava uma densa fumaça escura, o cheiro era pouco agradável e Hermione parecia não ter certeza do que fazer, de modo que não viu solução melhor que rir.

Hermione, notando que não adiantaria fazer mais nada, e que a fumaça apenas se espalhava mais, acompanhou-o.


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Notas finais do capítulo

Pra quem perguntou onde andavam os Weasley, cá estamos.
Espero que gostem e muito obrigada pelos comentários, vocês são incríveis!



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