The Divorce escrita por Amanda
Sentia-se mais leve do que lembrava ser possível. Seus músculos pareciam relaxados e completamente confortáveis exatamente onde estavam. Sentia uma pressão gentil, porém firme em sus costas e cintura.
Não queria sair dali.
Mas então sentiu um roçar suave descer por seu rosto até alcançar seu pescoço, onde um suspiro fez com que estremecesse. Despertou instantaneamente e arregalou os olhos ao notar que Harry a segurava contra sem corpo, apertados dividiam o pequeno sofá.
Seu olhar buscou Harry, mas a expressão de serenidade em seu rosto a desarmou completamente. O ressonar baixinho em seu peito, o cabelo desgrenhado e suas mãos apertando-a fez com que se sentisse preenchida. Não entendia aquilo, mas tampouco queria se afastar.
Seu olhar, no entanto, buscou o relógio pendurado na parede.
— Merda!
Girou seu corpo bruscamente e no segundo seguinte sentiu o impacto de seu corpo contra o tapete.
— Hermione? — Harry sentou-se sonolento, seu cabelo completamente desgrenhado. — O que aconteceu?
— Estou atrasada! — Levantou-se com pressa. — E você também!
Derrapando no piso frio, correu para o seu quarto.
***
— Seu café!
Draco olhou-a e sorriu com sarcasmo.
— Sabe que não precisa me bajular, não é? — Arqueou uma sobrancelha. — Apenas salvei sua pele.
Hermione revirou os olhos.
— Salvou mesmo? — Perguntou. — Me atrasei duas horas e agora vou passar uma semana sendo sua assistente.
— Foi o único jeito que encontrei para explicar seu atraso. — Disse com sinceridade, não queria que Hermione se encrencasse e fez o que pode para isentá-la da culpa. — Além do mais, quero mostrar para aqueles velhos que você está acima do nível desse programa.
— Realmente acha que estou pronta?
Draco levantou-se e vestiu o jaleco, ajeitando a gravata no pescoço.
— É o que veremos, Granger. É o que veremos!
Abriu a porta e sinalizou para Hermione passar.
Para justificar o atraso de Hermione, Draco conversou com os diretores do programa de residência e explicou que havia pedido para que ela fosse mais tarde e o auxiliasse durante a semana. Como sua assistente. De modo que pudesse observá-la atuando e avalia-la de forma mais complexa.
E agora, a observava durante um atendimento.
O caso era simples. Um garoto havia caído da vassoura e batido com a cabeça. Era um dos casos mais comuns, que ainda assim trazia inúmeros pacientes todo o mês.
— Eu já caí da vassoura também... Algumas vezes! — Dizia para o garoto enquanto analisava o corte. — Mas é isso que faz bons jogadores de Quadribol. Sabia?
Ela não podia ver a expressão do garoto, mas Draco sorriu quando ele estufou o peito orgulhoso.
— Eu vou ser um grande jogador. — Disse e produziu uma careta rápida quando Hermione pingou uma poção no ferimento. — Mas primeiro vou jogar pela Corvinal em Hogwarts!
Draco estava perto da porta, ao seu lado a mãe do garoto observava o filho enquanto Hermione conversava e cuidava de seu machucado. Entretido no que contava e sequer reclamou durante a aplicação do restante da poção.
— Ela é muito boa no que faz! — A bruxa comentou com Draco.
— Realmente, ela é!
Sorria orgulhoso enquanto a observava trabalhar, não que fosse admitir com facilidade, mas ela era incrível.
***
— Acho que logo você terá seu próprio assistente! — Comentou enquanto caminhava ao lado de Hermione.
Haviam saído juntos do hospital, e Draco resolveu acompanha-la até sua casa.
— Isso foi um elogio? — Arqueou a sobrancelha e parou na calçada em frente a porta de número 12.
— Como que eu aguento você há tanto tempo? — Perguntou, mas havia humor em seu tom.
Riu de Draco.
— Obrigada por hoje!
Antes que Draco pudesse responder o som de aparatação o calou. Da porta, Harry os olhou, com certa surpresa.
— Hermione... Malfoy! — Sacudiu a cabeça como um cumprimento rápido e abriu a porta, mas não entrou.
— Ele está fazendo de novo. — Vendo o olhar confuso de Hermione, aproximou-se e sussurrou em seu ouvido: — Marcando território!
Olhou por cima do ombro, Harry não os olhava, mas tampouco entrara em casa. Fingia observar o fim da rua, como se quisesse lhes dar privacidade, mas também dar um aviso de que ainda estava ali. Era um comportamento, no mínimo, estranho.
— Nos vemos amanhã, Hermione. — Deu as costas e poucos passos depois voltou a olhá-la. — E não se atrase!
— Não vou! — Gritou de volta e riu.
Entrou atrás de Harry, que fechou a porta e ajudou-a com o casaco.
— Vou preparar o jantar. — Sequer esperou por uma resposta, deixou-o no corredor e seguiu em direção a cozinha.
Ainda não tinha certeza de como agir depois que acordara nos braços do melhor amigo. Até o momento, não tivera que pensar no assunto, mas pretendia encarar a situação toda como simples e puramente platônica.
Vocês pegaram no sono. Apenas isso!
Repetia a frase em sua mente enquanto picava os tomates para só então, jogá-los na panela. O calor dos alimentos sendo cozidos a aquecia, sentia as bochechas afogueadas e pequenas gotículas de suor em sua testa. As mangas da camiseta puxadas até os cotovelos lhe conferiam o ar de concentração, bem como o olhar firme e minucioso sobre as panelas.
— Harry, o jantar está pronto! — Gritou no mesmo momento em que sacudiu sua varinha.
A toalha se acomodou sobre a mesa, enquanto os pratos saiam das prateleiras e juntavam-se aos talheres, Harry desviou bem a tempo dos guardanapos.
— Parece delicioso! — Comentou e sentou-se de frente para Hermione que riu e tentou disfarçar, desviando o rosto para o lado e produzindo uma tosse falsa. — Do que está rindo?
— Seus óculos estão tortos.
Harry os tirou do rosto e analisou.
— Realmente! — Sacudiu a cabeça. — Esqueci de tirar antes de dormir. Quando acordei estava partido ao meio!
Engasgou-se só de lembrar como haviam passado a noite e tratou de bebericar seu copo de água para desobstruir a garganta. Se aquela era uma tentativa de Harry para conversarem sobre a noite, não daria certo, estava decidida a não entrar naquele discussão. Ao menos não até que se sentisse preparada.
Sorriu complacente e voltou-se para seu prato, um sinal de que não estava afim de conversar.
Obteve sucesso.
Comeram em silêncio e então, enquanto a louça se lavava, usou seus relatórios como desculpa e se trancou no quarto para terminar o trabalho acumulado.
Era madrugada, e ainda escrevia seus relatórios. Ou tentava, sua concentração oscilava desde que Harry enfiara a cabeça para dentro de seu quarto para desejar boa noite.
— A libertação de dezesseis elfos domésticos ocorreu na noite de 25 de fevereiro, no condado de... — Lia em voz alta, como se para dizer ao seu cérebro que tinha de se concentrar nas palavras ali.
Sua mente no entanto voltava vividamente para a hora em que acordou nos braços de Harry, podia até mesmo sentir as mãos dele em seu corpo, apertando-a de encontro a seu peito. Além de sua barba malfeita arranhando-a suavemente na bochecha pescoço.
— Foco, Granger!
Bufou frustrada.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Meio atrasadinho, mas um suspense é sempre bom! Haha
Espero que gostem e fiquem bem ;)