The Divorce escrita por Amanda


Capítulo 15
Capítulo quatorze




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/784245/chapter/15

Lembrava-se da última vez que bebera daquela forma, havia sido em uma das visitas que Draco lhe fizera, mas as imagens eram todas distorcidas. Assim como os flashes da noite anterior. A única certeza que tinha era a dor de cabeça que sentia naquele momento.

Deitada, olhava para o teto escuro e ouvia sua respiração com atenção, tentando mover-se o mínimo possível para acalmar o latejar de suas têmporas. No fundo amaldiçoava a si mesma pelo descontrole, sequer sabia como voltara para casa ou se Draco e Harry estavam bem. Torcia para que não tivessem se matado!

Não saberia dizer ao certo quanto tempo ficara deitada sobre o colhão macio, e moveu-se apenas quando Harry entrou no quarto lentamente, como se pedisse permissão.

— Trouxe uma aspirina, achei que iria precisar. — Deixou a cartela de comprimidos sobre o criado-mudo, bem como um copo com água.

— Obrigada, Harry. — Sua voz saiu tão baixa que não passou de um sussurro.

Bebeu água e então o comprimido. Torcia para que o efeito fosse rápido, já que somente ao sentar-se sua cabeça pareceu explodir em milhões de pedacinhos.

— Do que você se lembra da noite passada? — Harry perguntou, parecia ansioso e nervoso. Quase agitado demais.

Hermione parou e respirou fundo, suas lembranças estavam confusas e algumas só não pareciam certas. Sacudiu a cabeça e lamentou com um gemido baixo.

— De pouca coisa, na verdade. — Fechou os olhos como se para acostumar-se com as luzes que invadiam o quarto. — Fiz alguma coisa errada?

Harry olhou-a, analisava seu rosto.

— Não, você não fez nada de errado! — Sorriu minimamente. — Irei para o Ministério, mas voltarei para o jantar.

— Estarei aqui.

***

— Você está péssima!

Draco disse assim que entrou no Largo.

Hermione vestia um roupão grande demais para seu corpo e tinha os cabelos enrolados num coque bagunçado. A meia colorida era tudo o que separava seus pés do chão frio.

— Você sempre sabe o que uma garota quer ouvir! — Revirou os olhos e acompanhou-o até a sala.

Draco esticou-se na poltrona e puxou os pés de Hermione para seu colo, movimento este bastante familiar para os dois.

— Da última vez que você bebeu daquele jeito foi quando...

— Eu sei! — Cortou-o.

— Então, o que está acontecendo agora? — Segurou o pé de Hermione e começou a apertar alguns pontos com delicadeza e precisão. — Saudades de casa?

Hermione ajeitou-se no sofá e suspirou.

— Você sabe que não me sinto em casa na Holanda.

— Então volte, definitivamente!

Sacudiu a cabeça.

— Não é tão simples, Draco. — Parecia prestes a chorar. — Eu sinto falta de pertencer a algum lugar. Amsterdam é onde trabalho, e sequer gosto do que faço lá, ao menos não desde...

— Desde o acidente. Sei disso!

— Mas tampouco me sinto bem aqui. — Admitiu em voz alta pela primeira vez. — Acho que foi um erro ter vindo!

— Não acho. — Disse com simplicidade. — Envie uma carta, peça ao Ministério que a deixe enviar os relatórios daqui. Fique mais algum tempo e pense sobre o assunto, converse com seu amigo.

— Não quero encher a cabeça dele com meus problemas!

— Mas a minha cabeça pode? — Arqueou uma sobrancelha e riu quando Hermione deu de ombros.

Com Draco as coisas eram mais simples, quase fáceis demais. Ele falava exatamente o que precisava ouvir e não se intimidade com seus olhares penetrantes e enviesados.

Quando se mudou para a Holanda fugia dos problemas, que julgava estarem concentrados em sua cidade natal. Havia descoberto há pouco tempo que o feitiço que jogara em seus pais era irreversível, vários bruxos tentaram e nenhum conseguiu recuperar suas memórias. Resolvera, por fim, afastar-se e começar uma nova vida.

Sua contratação no Ministério Holandês foi inesperada e rápida, quando se deu conta, já fazia uma semana que estava em território estranho completamente sozinha.

Draco entrou em sua vida algumas semanas depois, e fora como um sopro familiar que tanto necessitava. Viraram amigos rapidamente e, mesmo depois de finalizar o curso, voltava com frequência para visita-la. Fora em uma das últimas viagens que encontrara Hermione completamente desolada em seu apartamento.

— A casa dos elf-fos, foi consumida em chamas. Nenhum s-sob-sobreviveu!

Foi o que dissera enquanto soluçava sob seu abraço.

Hermione resgatara centenas de elfos domésticos, os quais eram levados para uma casa onde recebiam tratamento adequado e se recuperavam dos maus tratos. Um acidente fez com que a casa explodisse em chamas no meio da madrugada. Nenhuma das criaturas sobreviveu.

O Ministério não buscou investigar a explosão e quando Hermione o fez por conta própria, foi rebaixada de seu cargo e suspensa por várias semanas. Desde então desejou se afastar da Holanda, largar tudo e procurar por um novo lugar.

Draco a chamou de covarde, e por teimosia, continuou em Amsterdam, mesmo sentindo que seu coração não pertencia àquele lugar. E tampouco à Londres. Vir para ajudar Harry só provava o que já imagina há algum tempo.

— Não sei se pertenço a algum lugar, Draco. — Seus olhos encheram-se de lágrimas. — A pior decisão que já tomei foi ter ido para a Holanda!

Draco moveu-se de forma lenta e precisa, sentando-se ao lado de Hermione.

— Odeio essa coisa de auto piedade então me escute, Granger! — Passou o braço sobre o ombro da amiga. — Você vai se inscrever no programa de residência do St. Mungos, vai enviar uma carta ao Ministério Holandês e pedir para enviar seus relatórios por coruja. Depois irá decidir o que fazer!

— Programa de residência?

— Sempre achei que você daria uma boa médibruxa. — Deu de ombros. — No pior dos cenários, você vira minha assistente!

Hermione saiu do abraço lateral de Draco e deixou seu queixo cair em descrença.

— Assistente?

— Para sua informação, gosto que me chame de Dr. Malfoy!

Soltou um guincho descontente e jogou uma almofada em Draco, que apenas se protegeu.

— Gosto do meu café forte e sem açúcar!

Hermione ajoelhou-se no sofá e agarrou outra almofada, mas antes que pudesse jogá-la, Draco a derrubou e bateu gentilmente com a almofada no rosto de Hermione que começara uma gargalhada alta e contagiante.

— Está bem, pare, pare! — Ainda ria alto quando Draco soltou a almofada. — Obrigada.

Draco a olhou de canto e assentiu.

— Malfoy?

Harry entrou na sala e confuso, olhou de Hermione para Draco.

— Como vai, Potter?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então aí está, capítulo dedicado à Anna (antes que ela me cobre). Ah, quem quiser ler uma ótima Dramione, segue a fic dela: https://fanfiction.com.br/historia/766915/Pure
Aproveitem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Divorce" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.