The Divorce escrita por Amanda


Capítulo 14
Capítulo treze




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— Não acredito que me convenceu a fazer isso!

Ajudou Hermione a vestir o sobretudo por cima do vestido estampado com delicadas flores.

— Nem foi tão difícil! — Sorriu. — Acho até que você estava ansioso por isso.

Revirou os olhos e gesticulou em direção a porta, antes que desistisse.

— Vamos logo, Hermione.

***

— Você está linda! — Draco pousou sua mão na cintura de Hermione e indicou seu lugar na mesa que reservara.

— Potter!

Olhava-o de forma curiosa, quase em deboche.

— Malfoy!

Hermione riu baixinho e virou o rosto para o outro lado no momento em que os dois a olharam. Draco se divertia com a situação, enquanto Harry parecia querer desaparecer.

Nunca fora amigo de Draco, após a guerra haviam se encontrado em alguns eventos, mas se cumprimentavam apenas por educação. E agora estava sentado de frente para Hermione, enquanto o Sonserino apoiava o braço no encosto da cadeira de sua melhor amiga. Era uma situação, no mínimo, estranha demais.

Hermione ria de algo que Draco dissera, mas parecia ignorar os detalhes que seus olhos bem treinados de auror reparavam. O Sonserino continuava com o braço sobre o encosto da cadeira, como se quisesse mostrar que podia tocar-lhe o cabelo vez ou outra. Buscava chamar atenção constantemente para si, com assuntos que somente Hermione poderia opinar ou com histórias de Amisterdam, excluindo-o daquela conversa.

Virou rapidamente mais um copo de uísque de fogo e sorriu quando a amiga o olhou procurando qualquer sinal de desconforto.

— Então vocês costumavam sair com frequência? — Questionou, tentando de alguma forma fazer com que a amiga o olhasse.

O sorriso que recebeu foi o prêmio que desejava. Hermione sabia que se esforçava para ser legal e mais receptivo com Draco, aquele sorriso parecia um agradecimento.

— Sempre que podíamos!

— Tínhamos um pub preferido, até que fomos expulsos por causa da sua amiga! — Draco revirou os olhos e bebericou seu hidromel.

— Hermione?

Olhou-a com curiosidade, e timidamente notou suas bochechas enrubescerem.

— Tinha um homem. — Explicou-se. — Ele começou mandando bebidas, depois guardanapos com mensagens e...

— E esse cara tentou beijá-la a força, mas Hermione se afastou e deu um belo soco bem no meio do rosto dele. — Completou entusiasmado. — Quebrou o nariz!

Hermione sorriu, como se vivesse a lembrança.

— Fomos expulsos! — Riu sozinha.

— E onde você estava, Malfoy?

Hermione notou, no segundo que a frase saiu pelos lábios de Harry que ele culpava Draco por quase ter sido beijada à força.

— Bebendo e observando-a, é claro. — Riu como se fosse óbvio. — Hermione sabe se cuidar, Potter.

O silêncio se tornou incomodo, Draco e Harry se encaravam como se desafiassem um ao outro.

— Vou buscar algumas cervejas, o que acham? —Hermione quebrou o silêncio e tocou o peito de Draco, num movimento já bastante natural, como se quisesse quebrar o contato visual entre os dois.

— Eu vou! — Levantou-se e depois de dois passos, virou-se para Hermione. — O seu com gengibre, certo?

— Sim. Obrigada, Draco!

Assim que o Sonserino chegou ao balcão Hermione virou-se para Harry.

— “E onde você estava?” — Repetiu com a sobrancelha arqueada. — Sério, Harry?

— Fala sério, Hermione. Ele não me deixa participar da conversa, fica me alfinetando. Estou me defendendo! — Disse rapidamente, não gostava daquele olhar que Hermione sustentava.

— Eu sei, Harry. — Suspirou. — Apenas tente, por favor.

Assentiu a contragosto.

— Me responda uma coisa. Se sabe bater tão bem a ponto de quebrar um nariz, por que me deixou ensiná-la?

Hermione sentiu as bochechas ruborizarem.

— Não quis ferir seu ego. — Olhou-o e disse com sinceridade, mas havia zombaria em seu tom. — Você ficaria chateado se eu simplesmente mostrasse o que sei.

— Está dizendo que é melhor boxeadora que eu? — Inclinou o rosto e arqueou a sobrancelha esquerda.

Inclinou-se sobre a mesa, olhando-o no fundo dos olhos. Um sorriso ladino brincava em seus lábios.

— Estou dizendo que seus movimentos são desleixados e pouco firmes! — Sorriu e levantou-se. — Vou ver se Draco precisa de ajuda... E buscar algo mais forte!

Olhou para cima e respirou fundo. Estava sendo difícil, mais do que imaginou que seria quando saiu de casa. Hermione tentava apaziguar a situação, queria que os dois conversassem, mas estava se esforçando demais.

Draco tampouco facilitava. Havia notado que os observava, e como provocação olhou-o e depois passou a mão pela cintura de Hermione, abrindo um largo sorriso no processo.

— Idiota!

***

Quando retornaram do balcão com os canecos de cerveja amanteigada Hermione parecia disposta a ignorar os dois e simplesmente beber. A caneca não durou mais que dez segundos em sua mão.

— Onde aprendeu a beber assim? — Harry perguntou quando a amiga bateu o caneco na mesa. — Estou impressionado desde aquele jogo de quadribol.

Draco a observava com um sorriso.

— Com Draco! — Apontou para o loiro, que parecia orgulhoso.

— Fazíamos competição, Potter. — Contou e soltou uma breve risada. — Você tinha que ver, Hermione.... Na verdade!

***

Havia cinco shots de uísque de fogo na frente de cada um. Draco sorria para Harry que incerto, observava Hermione ajeitando milimetricamente o espaço entre seus copos.

— Preparados, meninos? — Sorriu para os dois. — Um...

— Dois...

— Três! — Disseram juntos e começaram.

Apanhavam os copos e sorviam o líquido tão rápido quanto a queimação tomava suas gargantas. Harry tossiu no primeiro.

E então...

— Certo, acabei!

— Sério? — Hermione estava escorada em sua cadeira com os braços cruzados e sorria desafiadoramente. — Não acredito que Harry ganhou de você, Draco!

— Estou sendo gentil com seu amigo, Hermione!

A partir daquele segundo a conversa passou a fluir com mais leveza, os homens ainda se alfinetavam vez ou outra, mas Hermione considerou como uma brincadeira saudável. Não havia ressentimento em suas vozes, ou provocações com duplo sentido. Finalmente conseguiu relaxar desde que chegara.

Era isso que queria desde o início. Harry e Draco conversando, debatendo sobre os jogos de quadribol que disputavam em Hogwarts e rindo sem ressentimentos.

Harry era parte de seu passado, da sua história. Draco era uma parte mais recente, mas tão fundamental quando Harry. Fora ele quem a ajudara a se adaptar ao novo emprego, quem a consolava quando os dias eram difíceis demais e claro, quem de algum modo afastava a saudade da casa.

Bebeu com os rapazes um pouco mais, até sua cabeça estar tão leve que apenas ria e tropeçava nas palavras. Depois disso não teve mais consciência do que acontecia ao seu redor.

Em algum momento Harry a segurava enquanto Draco tentava vestir-lhe com o sobretudo.

— Não pode aparatar!

— Sei disso, Malfoy.

***

Sentia a mão firme de Harry presa em sua cintura, guiando-a pela rua de pedras desniveladas.

— Consigo caminhar, Harry. — Disse, olhando para o chão e piscando com força. Seus olhos precisavam focar.

— Precisamos ir rápido, está começando a chover! — Simplesmente apertou-a um pouco mais e acelerou o passo.

Ainda faltavam dois quarteirões quando a chuva desabou com força sobre Londres. As gotas grossas e geladas pareciam cortar a pele e pesar quando uniam-se aos grossos casacos que usavam.

O sapato de Hermione deslizava na calçada, e na segunda vez que por muito pouco não os derrubou, Harry decidiu que deveriam se abrigar e esperar. Na primeira cabine telefônica que encontrou, empurrou Hermione para dentro e espremeu-se em seguida.

— Que droga, estamos tão perto!

Hermione gargalhava.

— Não sei qual a graça! — Resmungou e tentou ajeitar-se na estreita cabine, mas sentia o telefone alojado entre suas escápulas e Hermione quase apoiada em seu peito.

— Você está pingando em mim!

Harry inclinou-se e sacudiu a cabeça, jogando as gotas em Hermione. Ouvi-la rir fez com que seus músculos relaxassem da tal forma que apenas continuou o que fazia.

— Harry, pare...

Ria enquanto tentava se proteger da água, com as mãos espalmadas em Harry o empurrava como podia. Até que o ataque parou e pode levantar o rosto para olhá-lo. Estavam bastante próximos e num movimento impensado selou seus lábios, surpreendendo-o. Ao afastar-se sorriu, mas num segundo se jogou para fora da cabine e vomitou todo o álcool que bebera.


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Notas finais do capítulo

E aí está!!!!!
Prometo postar o próximo muuuuito em breve.
Até



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