A Terra das Sombras - Pov Jesse escrita por Ane Viz


Capítulo 4
Capítulo 2 - parte 2:


Notas iniciais do capítulo

No último capítulo:

Decidi que era o momento de analisar as crianças não sem antes reparar na troca apaixonada de olhares. Afastei meus olhos deles e vi não serem tão crianças assim os meninos mencionados. Um parecia que cairia a qualquer momento dormindo. Este devia ser apenas um ano mais novo que eu. Tinha o olhar vago e suas pálpebras fechavam a todo instante. Ao seu lado esquerdo tinha um que deveria ser um ano mais novo que o primeiro. Era um típico “valentão” por Dios o que esses meninos viam na idéia de se sentirem rebeldes.

Aí segue o final do capítulo 2!



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   Dava-me a impressão de querer socar qualquer coisa próxima a ele. Ouvi-o falar algo, mas parecia ser referente a algum programa de luta livre. Desliguei-me do que falava e voltei minha atenção ao último deles. O mais novo dos três. Ele olhava para todos os lados com uma curiosidade contagiante.

    Diferente dos outros, ele era magro e baixinho. Tinha cabelos vermelhos, acredito ser seu maior diferencial, e usava óculos. Sua aparência deixa-me crer ser bem delicado, não no sentido de afeminado, não me levem a mal. E sim, de que qualquer coisa pudesse fazê-lo se desmontar. Comentava sobre várias coisas que achava importante.

   De fato, era o mais inteligente dos três. Um ganido vindo da porta chamou minha atenção e ali estava um cachorro. Seu pelo estava arrepiado e ele rosnava baixinho. O menor dos Ackerman foi até ele e o puxou para outro lado da casa. Saí de lá porque nada mais poderia fazer. Materializei-me em meu quarto e o casal estava por lá, mas assim que cheguei eles saíram.

   O tempo passou e eu me acostumei com os sons feitos por eles e não mais me incomodava. A tensão na casa e o latido do cachorro é que agora eram desconfortáveis. Escutei que no dia seguinte os moveis chegariam. Não sei do que falavam, mas não fiz questão de tentar descobrir. Saí de casa e acabei por passar este dia e outro fora. Voltei e quando entrei no meu quarto levei um susto. Se meu coração ainda batesse teria tido um ataque cardíaco.

   Não conseguia reconhecer o meu adorado canto. Tudo a minha volta era rosa. ROSA! Choquei-me ao saber que pela cor a garota é quem ficaria com o quarto. Por Dios, agora estava decido iria assombrar a garota até sair de lá. A porta do quarto sendo aberta quebrou meus pensamentos. O garoto menor entrou segurando um aparelho estranho e veio andando pelo quarto.

   Ao aproximar-se de mim o aparelho fez um barulho ensurdecedor e o cachorro na porta começou a latir mais alto. A situação era revoltante então me desmaterializei de lá e fui dar uma volta na casa. Agora estava com todos os moveis e podia distinguir onde cada membro da família ficaria. Talvez se eu deixasse a menina com medo um dos meninos se mudaria para lá.

   Claro isto aconteceria. Porque não podia dividir o quarto com uma dama. Mesmo ela sendo menor de idade um dia ela irá crescer e tenho certeza que minha mãe não ficaria nada satisfeita se eu me submetesse a uma situação dessas. E por mais umas três vezes o garotinho adentrou meu quarto com o tal aparelho e sussurrava comentários que eu não queria desvendar.

      E isso se tornou uma rotina. Todos os dias por pelo menos três vezes eu recebia a sua visita. E o tempo assim passou. Durante dois dias consecutivos a mãe da tal garota entrava no quarto e verificava se tudo estava em seu devido lugar. A noite chegou e eu desci, pois ouvia um burburinho deles. Descobri que a chegada da garota estava marcada para amanhã. Seu vôo como falaram chegaria de tarde.

   E por conta disso eles estavam ansiosos com a chegada da última integrante da família. E eu também. Estava nervoso e não tinha a mínima noção do motivo. Decidi-me que devia isso ao fato de saber que iria assombrá-la. E vi o quão fácil seria tirá-la de lá pela forma como haviam montado o seu “quarto”. Afinal de contas, o que uma dama poderia fazer contra um fantasma? Isso é ridículo. Não há razão para esse meu comportamento tolo. Nesta noite depois do jantar o menino voltou com o estranho aparelho.

    Ele apitou freneticamente quando estava a alguns centímetros de distância de mim. Desta vez pude ouvir com clareza o pequeno falar que a casa era mal assombrada. Senti-me de certa forma incomodado, pois eu não havia feito nada para assombrá-los. Este rótulo deixava-me deprimido. Era uma forma negativa a meu ver.  O tempo passou voando nem senti a madrugada e quando reparei o casal olhava o quarto com afinco.

    Fizeram todos os últimos ajustes e verificaram o quarto. Reparei que agora além da cor também tinham muitos babados um sorriso se formou em rosto ao constatar que não teria dificuldades em tirá-la de lá. Devia ser uma menina doce e delicada. Observei melhor e reparei uma porta que antes não fazia parte do cômodo. A porta estava aberta e dei uma olhada. Era um banheiro como vim a descobrir com o tempo.

    Agora todos estavam animados e em segundos a casa toda estava vazia. Pela primeira vez me senti mal por estar sozinho. O tempo passava e nada da garota aparecer. Saí de casa e fui dar uma volta na praia. Sentei em uma das rochas e me perdi por lá. O sol antes fraco estava forte e se eu pudesse sentir estaria com uma ardência em minha pele. Ele estava a pino. Bufei pensando ter perdido a hora de ver menina e dar as “boas-vindas”.

    Materializei-me direto no quarto e olhei a janela. Tudo vazio. Quem sabe não decidiram sair para comer fora? Caminhei lentamente até a janela e me sentei ali. O quarto deixava-me saudoso de minhas irmãs. A lembrança delas brincando e sorrindo partiam meu coração. A dor parecia aumentar. Balancei a cabeça e passei a mão por meus cabelos. De nada adiantava ficar assim.

   Um barulho do lado de fora fez-me paralisar. Olhei pela janela a tempo de ver todos deixando o carro. Por último saiu o que pensei ser a garota. Em nada parecia com uma. Usava uma roupa estranha tão diferente das damas que eu conheci em minha época.  A decisão de afastá-la de lá aumento ao perceber que era quase uma mulher formada. Precisava saber mais sobre ela. Claro, que com o intuito de descobrir melhor uma maneira de tirá-la de lá.


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Notas finais do capítulo

Mila, muitoo obrigada pela recomendação e pelo apoio, viu? Caso eu pare de postar aqui depois deste livro na minha comunidade e na Fanfics de A mediadora devem ter as outras versões dele dos livros.

Beeeeeijinhooooos,
e até o próximo capítulo!