A Terra das Sombras - Pov Jesse escrita por Ane Viz
Notas iniciais do capítulo
No último capítulo:
Um barulho do lado de fora da casa fez=me ficar na posição defensiva e prestar atenção no que acontecia. Aos poucos o som estava mais perto. Comecei a ouvir que a origem dele estava dentro da casa. Pensei por um momento e cheguei à conclusão que não faria mal nenhum ver o que queriam ali. Fui até lá sem saber o que veria e mão tinha nada do que vi pensei poder ser real um dia.
Boa leitura!^ ^
Na ampla sala onde antes era uma recepção encontrava-se dois homens parados olhando tudo a volta. Aproximei-me deles e os observei. Um era alto e parecia ser um senhor muito sisudo. Usava um terno preto e carregava uma maleta em suas mãos. O outro girava nos calcanhares examinando o local com cuidado. Ele usava uma bermuda e uma blusa simples. As roupas dele não me agradavam nem um pouco.
O homem mais novo, com aparência de ter mais ou menos 30 anos, por um momento ficou parado olhando em uma determinada direção e eu acompanhei seu olhar. Encarava boquiaberto com atenção redobrada os furos de bala que tinham na sala. De certa forma parecia encantado com aquilo. Por Dios, o que ele poderia ver em buracos numa parede? O senhor de terno aproveitou a oportunidade e tentou conversar.
- Está é a única casa da colina que tem furos de bala na parede.
- Eu acredito senhor, posso dar uma olhada melhor na casa?
- Claro, me acompanhe.
Segui os dois bem atrás deles tentando entender aonde queriam chegar com esta “tour” por lá.
Em cada cômodo paravam e analisavam com calma. O senhor de terno não cansava de discorrer maravilhas sobre a propriedade deixando o outro animado. Examinaram tudo e eles pareciam estar bem contentes. E naquele momento talvez estivesse a mudança tanto desejada por mim.
Claro que devia ter pensado antes. Cuidado com o que desejas, pois bem, não tomei. E não sabia o porquê, mas algo me dizia que essa visita poderia alterar muitas coisas. Perdi em meus pensamentos e não notei que ambos os homens haviam saído de minha casa. Sem saber o que fazer eu retornei ao meu quarto e por lá permaneci um bom tempo.
Quando dei por mim era o dia seguinte e a casa estava em constante movimento. Não estava acostumado com isso e acabei saindo mais vezes de lá para dar uma volta pela praia de Carmel. Havia se passado uma semana e novamente me encontrava em meus aposentos. O ruído, agora já conhecido, da porta abrindo fez-me descer até a sala. Diferente das outras vezes o homem, aquele da primeira visita o de mais ou menos 30 anos, estava radiante conversando com os empregados.
Minha curiosidade era tamanha que eu permiti-me escutar a conversa. Assim, entreouvi que ele iria casar-se novamente. Primeiro choque para mim. Este era um caso de escândalo, com o qual nenhuma família de honra teria cogitado ao menos mencionar isso em voz alta. Ao contrário da minha opinião ele parecia muito contente com a situação. Explicava aos homens que precisavam adiantar as obras.
Queria mudar-se na semana seguinte. Contou que por hora seriam ali apenas ele, seus filhos e sua nova esposa, mas disse que ainda faltaria a filha dela. Irritei-me com a idéia de ter que dividir o teto com quatro crianças Não teria paz em minha própria residência. A questão era o que poderia fazer? Bem, nada! E não poderia fazer nada, pois eles não me veriam e muito menos escutariam. Passei como de costume a mão pelo cabelo e tentei me acalmar.
Tentei em vão, sem dar-me conta fiz com que houvesse um tremor na estrutura da casa e antes de fazer qualquer coisa que pudesse me arrepender sai de lá. Vi-me dessa vez na missão. Caminhei lentamente até a capela e sentei-me em um dos bancos apoiando minha cabeça no estrado de madeira. Uma brisa passou por meu rosto como um calmante. Relembrando a sensação de galopar pelos terrenos da fazenda e alguns próximos de lá em meio à mata.
Escutei passos perto da basílica e me afastei. Ao sair de lá escutei que um homem conversa com uma garota como aquilo não me interessava de nada voltei para a casa que por sorte agora encontrava-se em um silêncio incrível. Dei uma volta pela casa e quando voltei encontrei um assento ao lado de fora da janela. A partir deste dia seria o meu lugar preferido para passar o tempo.
Sentei-me ali e comecei a pensar nas medidas que deveria ter para afastar quem quer fosse ficar em meu quarto. Não agüentaria ter de dividi-lo com uma criança. O tempo passou e tudo estava escuro minha vista aos poucos se ajeitava a escuridão e meu plano estava traçado. Iria assombrar o novo dono de meu quarto. Não o entregaria de mãos atadas. Sim, assombrar. Bom, eu posso fazer porque na verdade eu estou morto.
Sei que parece estranho, mas é a verdade. Eu fui morto neste quarto por mando da...ah ainda não consigo falar sobre isso. Encostei-me na janela e observei o céu clarear aos poucos. Em questão de segundos o barulho no andar de baixo começou e sabia que pelo menos depois estaria livre dele. O tempo passou voando e o dia da nova família se mudar havia chegado. O barulho do motor do carro fez-me descer.
Deve achar maluquice, não? Só que gostaria de saber quem moraria ali. Havia um casal de mãos dadas. Aquele homem das visitas anteriores e uma mulher bonita pararam diante da sala. Parecem-me ter a mesma idade e um relacionamento de sentimentos verdadeiros. Ela sorria para o marido, mas olhava tudo com cautela. Estava receosa por algum motivo que não falava ao seu companheiro. O homem, Andy, como eu vim a descobrir no outro dia também percebeu e decidiu descobrir.
- O que houve amor?Algum problema?
-Oh não, Andy. Tudo está perfeito. Olhava com a vista marejada o seu novo lar.
Simpatizei-me de cara com ela. Sabia que era uma mulher boa e parecia preocupada com algo sério. E acredito não ser nada agradável, pois não se abriu com o seu marido.
- Está sentindo falta dela,não está?
- Sim, acho que deve ser isto.
Decidi que era o momento de analisar as crianças não sem antes reparar na troca apaixonada de olhares. Afastei meus olhos deles e vi não serem tão crianças assim os meninos mencionados. Um parecia que cairia a qualquer momento dormindo. Este devia ser apenas um ano mais novo que eu. Tinha o olhar vago e suas pálpebras fechavam a todo instante. Ao seu lado esquerdo tinha um que deveria ser um ano mais novo que o primeiro. Era um típico “valentão” por Dios o que esses meninos viam na idéia de se sentirem rebeldes.
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Oii, bom queria agradecer a Mila pelo review e se estiver gostando da fic e puder divulgar eu agradeço,viu?
Bom...se quiser entrar na minha comunidade onde posto tudo que escrevo o link é: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=103043283
Beeijinhos, e até o próximo capítulo!