A Terra das Sombras - Pov Jesse escrita por Ane Viz


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Prólogo:

É incrível como o tempo passa e a dor não some. A solidão cada vez aperta mais o meu peito. A falta de minha amada família ainda queima meu coração. O tempo não cura as feridas como dizem, mas elas diminuem. A cicatriz como a de uma perda grande permanece intacta na alma para sempre. A luz da esperança pode aparecer de forma diferente. E a minha foi totalmente inesperada.
Noto com um nó na garganta a tristeza a qual foram submetidos meus parentes. Por Dios! Se soubesse que tudo terminaria assim talvez não aceitasse o compromisso como mi padre queria. O rosto deles dançava por trás de meus olhos fechados. E por fim, as palavras que dominam minha mente até hoje. As últimas que ouvi. ¿Soledad cómo puedes dejarme así?

Aí está o primeiro capítulo!
Boa leitura!^ ^



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Capítulo 1:

 

  Monotonia era a palavra que descrevia os meus dias. Estava cansado de viver ali. Tudo sempre igual e tendo somente a solidão como companheira constante. A terrível sensação de perda permanecia gravada em meu coração. A causa desta era a falta de meus pais e irmãs, sim, a ausência deles deixa-me completamente sem chão. Sei que havia se passado muito tempo, mas as feridas seguem em mim.

    A marca dela gerou uma cicatriz profunda em meu ser. Acredito estar sem entender o porquê de toda essa conversa totalmente sem nexo e deprimida, mas ainda não é o momento para falar abertamente sobre ela. Com o tempo quem sabe eu consiga falar sem tanta agonia em meu semblante. Decidi-me por dar uma volta e quando dei por mim estava caminhando nas areias da praia de Carmel.

    Estava tarde e por isso, não me sentiria incomodado com nada. O céu antes escuro por ser de madrugada estava começando a clarear.   A visão do sol nascendo e empurrando a escuridão lembrava-me dos dias em que ficava até tarde nos bailes oficiais de Carmel. Sempre fui obrigado a participar deles e nenhum fui por vontade própria. Eram horas intermináveis de nada para fazer.

    Tinha de andar por lá e fazer companhia a minhas irmãs. A música calma dava sono e a conversa tediosa deles deixava-me irritado. Ás vezes, eu fugia de lá para o quintal de onde quer que fosse a “reunião”. Sentava-me embaixo de alguma árvore e desligava meus pensamentos. E, infelizmente, meu pai ia atrás de mim mandando-me de volta ao centro da festa. O nome da família de Silva era um símbolo ao qual devia ostentar.

    O tempo passou enquanto me perdi em meus pensamentos e agora o céu estava quase todo claro. O dia de hoje seria de calor não que isso importasse realmente para mim. De vez em quando uma brisa balançava meus cabelos e eu me sentia bem. O sol começava a aquecer e em breve as pessoas estariam passando atordoadas e apressadas de um lado para o outro. É incrível como a qualidade de vida havia caído.

    Ainda pareciam felizes e bem humorados nesta cidade ensolarada, mas todos gastavam seu tempo com coisa que para mim parecem tão desnecessárias. Os primeiros movimentos do dia chamaram minha atenção e decidi voltar para minha casa. Ninguém iria me atrapalhar, porém não queria ficar no meio de tanta gente sem nenhuma delas me notar.

    Então rapidamente voltei para a minha casa. Meu lar por tantos anos davam-me certo conforto. Sentia-me bem ali apesar de em alguns momentos trazer-me lembranças nada boas, mas não quero falar sobre isso. Segui pela casa até o meu cômodo favorito. O único em que me sentia realmente ligado meu quarto. ¡ Por Dios! ¿ Cuándo esto va acabar?1E eu sabia muito bem a resposta. Nunca! E isso era terrível.

     Olhei pela janela do meu quarto puxando o ar com força. Mesmo os tempos sendo outros a visão da baia de Carmel continuava incrível. Suspirei melancólico vendo o balanço das águas no mar. Os movimentos contínuos lembravam minha condição. Estava sempre do mesmo modo. Até que pego de surpresa uma nuvem escura surja no céu azul. Mostrando o contraste daquele céu claro com algumas nuvens brancas espaçadas e quando isso acontece faz-me lembrar das tarde em que saia para cavalgar.

      Outra vez minha vida aparecia impiedosa em minha mente. Eu tinha como hobby cavalgar pelos terrenos da fazendo após os dias árduos de trabalho. Sabia que cabia a mim o dever de manter tudo no melhor estado possível. Eu fora devidamente avisado que meu pai precisaria de minha ajuda. Uma doença havia acometido meu pai deixando-o muito debilitado. Esta informação era somente do meu conhecimento e de minha mãe.

     Por conta disso eu gastava mais e mais horas dedicando meu tempo a fazenda para poder cuidar do sustento de minha família. Como o único homem da família havia deixado meu sonho de lado. Queria ser médico, mas nunca disse isso a ninguém e nem contaria. Posso garantir isto por vários motivos. Sei que não poderia deixar meu pai sozinho e ainda mais agora sabendo de sua doença. Quais as chances de me ausentar por tanto tempo sem gerar um grande problema?

    Apoiei-me melhor na janela e fitei as ruas agora movimentadas. Diversas vezes escutava o barulho de carros passando pela estrada e as correntes de ar que passavam por mim faziam um ruído forte. Decidi encarar o céu e não mais estava claro. Notava algumas nuvens pretas em constantes movimentos. A tempestade era como a vida, em um momento o céu está claro e no outro escuro e chuvoso.

    Foi assim comigo e com muitas pessoas. Podemos acreditar viver o melhor momento de vida, mas a qualquer momento tudo pode mudar. E nem sempre é possível manter-se sem problemas diante de situações inusitadas como uma chuva em um dia de sol. Ou quando algo maior que nos mesmos como quando uma forte ventania torna o mar bravio tirando a paz de um dando alegria a outros.

    Afastei-me lentamente da janela e observei meu quarto. Sentia-me preso a ele. Não sabia muito bem por que, mas algo em meu ser sabia que tudo seria diferente. Ignorei esta sensação, pois tudo permanecia igual. Chateado com o estado que me encontrava bufei e passei as mãos pelos cabelos. Queria tanto que isso fosse verdade. Uma mudança quem sabe poderia ser útil, mas o que poderia mudar?

   Não a situação em que me encontrava. Eu era um caso sem remédio.  Fiz na cabeça uma listagem de coisa que poderia fazer para passar o tempo. Bom, poderia ir até a Missão, a praia, e a ... Tudo bem. As opções acabaram. Os lugares com os quais me identificava eram somente esses. Concentrei-me com o intuito de pensar em mais algum ponto e nada vinha.

   Um sorriso de leve formou-se no canto de meus lábios. Esta postura era totalmente reprovada por minha mãe. Mi madre siempre fue increíble. Ah, como queria poder vê-la. E sabia não ter condição de fazer isso. Não mais, pois...bem, ela está morta e o que poderia fazer para mudar? Nada poderia ser feito. Se soubesse que poderia ter tornado tudo tão mais fácil ao ter recusado aquele ordem de meu pai.

    Sei que iria causar uma dor a ele, mas também sei que ele poderia ter sido muito mais feliz. Balancei a cabeça reprovando meu comportamento. De nada adianta pensar em como poderia ter sido se o passado não volta.    Minha revolta agora de nada valia para eles. Olhei bem meu quarto e ali no centro estava a minha cama com um lençol corroído.

   Ao lado da mesma havia um criado mudo com um lampião velho. Sim, um lampião. Do outro lado havia um armário e em cima dele uma bacia enferrujada com uma jarra dentro dela. Na porta tinha um trinco que parecia correr o risco de cair a qualquer momento. Monotonia, a palavra voltou para o centro de meus pensamentos.

   Um barulho do lado de fora da casa fez-me ficar na posição defensiva e prestar atenção no que acontecia. Aos poucos o som estava mais perto. Comecei a ouvir que a origem dele estava dentro da casa. Pensei por um momento e cheguei à conclusão que não faria mal nenhum ver o que queriam ali. Fui até lá sem saber o que veria e mão tinha nada do que vi pensei poder ser real um dia.

 

Tradução:

 1. Por Deus! Quando isto vai acabar?


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Notas finais do capítulo

Espero reviews para saber o que estão achando. E queria agradecer a Mils pelo seu comentário.

Beijinhos e até o próximo capítulo!