A Terra das Sombras - Pov Jesse escrita por Ane Viz


Capítulo 26
Capítulo 17 - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

No último capítulo:

A voz de Heather me despertou para a realidade e lembrei-me que ainda estávamos ali. Tinha que saber notícias. Conhecendo Suzannah como conheço sei muito bem que fará alguma coisa. Ainda mais tendo esse jeito impulsivo. Deve, inclusive, agora mesmo estar tramando alguma ideia que irá colocá-la em perigo para vingar-se da menina que machucou as pessoas que ela gosta. Sem dúvida alguma a atitude contra eles não será impune.

Boa leitura!



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Capítulo 17:

Fiquei ainda alguns instantes parado tentando pensar no que poderia lhe dizer, minha mente estava confusa. E a cada momento eu podia ver mais semelhança entre a Maria e a Heather. Fato que me leva a crer que a diferença de tempo não transforma completamente a maneira de ser. Duas pessoas que foram criadas em épocas distintas, mas de um mesmo jeito mimado, levaram-nas a cometer atrocidades contra pessoas próximas. ¿Cómo alguien puede ser tan malo así?

- Não tenho palavras. – Respondi-a.

E era verdade não encontrava palavras para explicar o choque que levei ao entender o que acontecia. Duas pessoas estavam em sérios problemas por conta de um desejo frívolo de manter outras pessoas sobre seu domínio. Ela abriu um sorriso diferente de todos que eu já tinha visto, parecia realmente satisfeita. Aproximou-se de mim lentamente erguendo uma de suas mãos em direção ao meu peito. Dei um passo discreto para trás. Não queria que ela chegasse mais perto.

Desviei-me calmamente e senti seus olhos presos em mim. Dei-lhe um leve sorriso e acenei com a cabeça. E logo me desmaterializei e apareci na escola. Andei por lá procurando por noticias. Consegui escutar algumas conversas e descobri que eles foram levados ao hospital. Não sei precisar quanto tempo permaneci ali fitando a tudo com meus pensamentos... Eles estavam em choque e me sentia incrivelmente frustrado. O que poderia fazer para ajudar Suzannah?

O silêncio no pátio foi quebrado pelo som de vozes e pude ver alunos em grupos saindo de suas salas entrando no pátio. Procurei por um relógio mais não havia nenhum perto de onde estava. Avistei ao longe a pessoa que sempre estava em minha mente. Vinha acompanhada de seus amigos Cee Cee e Adam, ou pelo menos, foram estes os nomes que a escutei mencionar uma vez ou outra entre as conversas. Escutei-os conversa enquanto seguiram juntos e entraram num carro.

Acompanhei com meus olhos por alguns segundos assimilando a pequena conversa. O jeito um pouco animado ao pedido de Suzannah ao Adam. Senti-me irritado por um momento, mas não queria aceitar a dúvida que começou a surgir em minha cabeça. E desviei-me para um ponto seguro. Não teria perigo deixá-la visitar ao padre Dom e ao... Ao Bryce. Ela estava segura, portanto tudo estava bem, ao menos por hora não necessitava preocupar-me.

Andei pela escola seguindo para a sala de direção. Encontrei algumas pessoas conversando e eles não chegavam a uma conclusão. Não podia ser diferente, afinal de contas nunca tinha acontecido algum acidente por conta daquele objeto. Mesmo sendo antigo eles sempre verificavam se estava bem preso para não ocorrer problemas. Tudo parecia estranho demais. Primeiro a estátua e a vandalização da escola e depois a queda do crucifixo.

E apesar de ambas as situações serem estranhas nunca relacionaram os incidentes, ou pensaram que poderiam ter algo em comum. E na verdade estão totalmente entrelaçadas. Os dois problemas tinham o mesmo foco e a mesma tentativa. Matar o menino. Devo dizer que ele tem muita sorte, teve da primeira vez a interferência de Suzannah e depois do bom padre. Suspirei e passei a mão por meus cabelos. De nada adiantará ficar aqui parado, escutando-os se questionar. Não sabem e nunca irão saber a verdadeira causa dos atentados.

No instante em que comecei a me desmaterializar começaram a comentar sobre o estado dos dois. Sendo assim, voltei a ter minha forma material. E os escutei atentamente. Quem estava pior era o padre Dominic, mas logo ficaria bem. Já havia sido cuidado e agora era esperar para reagir. E gracias a Dios não tinha sofrido nada que pudesse matá-lo. Tendo noticias que no momento podia ser consideradas boas, deixei-os seguir com a conversa e voltei para a terra das sombras. Agora tudo parecia silenciosa, mas ainda sentia a presença dela ali.

-Heather? – Chamei-a baixo sabendo que escutaria.

-Sim? – Respondeu-me materializando-se do meu lado. – O que foi?

Em minha cabeça somente tinha uma ideia. Precisava mantê-la aqui. Sim, isto era o melhor. Evitar que fosse até o hospital e causasse mais mal a outras pessoas. Afinal de contas, nem teve preocupação alguma com a atitude do padre que fora seu diretor por muito tempo. Acredito que a única coisa que pudesse deixá-la mal era algo referente a ela mesma. E havia entendido, não aceitado, é claro, que sua nova situação não poderia mais ser alterada.

-Vim lhe parabenizar por seus atos. – Falei com a voz carregada de elogio. – Os dois estão mal.

Dios, que mi madre perdóname, pero necesito ayudarlos. Pensei me sentido de um jeito desconfortável pela situação que enfrentava.  Dei-lhe um sussurro que a fez olhar-me de um jeito engraçado. Qual o problema das adolescentes desse tempo? Mudam de humor com uma facilidade grande. Ao ver-me na escola e outras vezes depois se pôs a gritar ao escutar-me. Agora parece totalmente perdida em pensamentos. Realmente elas são um mistério.

-Oh é mesmo! – Falou abrindo um sorriso. – Que bela noticia!

-E todos parecem muito atordoados com a situação. - Complementei.

-Imagino que sim o que torna tudo muito mais interessante, não acha?

-Sim. – Assenti e logo emendei. – Bom, vim somente comentar isto.

-Para quê a presa? – Indagou-me.

-Vou dar uma volta por aí.

E antes de escutá-la mencionar outra coisa, senti meu corpo tremulizar e desmaterializei-me. Em minha frente à imagem da praia se formou. Notei alguns casais caminhando pela área de mãos dadas, enquanto algumas crianças brincavam na areia. E nas águas bravas do mar eu via surfistas conversando calmamente ao esperar uma boa onda. Sentei-me em uma pedra por ali e assim fiquei por muito tempo. Não sei dizer se foi por uma hora ou mais, porém vi o sol se pôr. E concluí estar faz muito parado aqui fitando o movimento do mar.

Levantei e bati com as minhas mãos na minha roupa, costume humano, e comecei andar novamente pela areia. Desta vez não queria me desmaterializar. Andava pela rua lentamente, era um tempo para pensar. Mesmo ficando sozinho por algumas horas não ficava sem ter interferências. Fossem os sons, as visitas e as entradas inesperadas. E o que mais ficava em casa era o Andy. E várias vezes ele surgia em algum cômodo diferente. Somente por duas vezes entrou no quarto de Suzannah enquanto eu estava lendo. Por sorte eu sempre escutei suas aproximações.

Seria uma cena muito curiosa. Como explicar o fato de um livro estar flutuando?
Não poderia ser algo normal. Passei a mão por meus cabelos e continuei andando calmamente. Nos momentos em que passava debaixo dos focos de luz, lembrei-me do dia que voltei da escola com Suzannah. Ela pareceu pela primeira vez com uma garota amedrontada. Mostrou-me seu lado frágil que sempre lutou para esconder. Ou o fato de estar curiosa por mim.

Segui meu caminho com um sorriso em meus lábios que nem ao menos havia notado estar ali. Não sabia dizer que horas eram, mas também não estava muito preocupado. Ao chegar à porta de casa materializei-me na sala. Olhei a minha volta e tudo estava silencioso, andei até a cozinha e fitei o relógio. Era onze e cinqüenta e nove, quando o ponteiro chegou à meia-noite escutei o som de o despertador soar baixinho no andar de cima. E sabia que era de Suzannah.

Ao invés de subir poupei-me do trabalho e me materializei no jardim que sua janela dava acesso. Procurei um lugar para ficar e notei enquanto me movia para umas das árvores ali, que ela estava pulando do telhado da varanda. Querendo me sentir mais confortável me mexi e somente parei quando me recostei num dos pinheiros gigantes do nosso jardim. Fiquei simplesmente recostado, os braços cruzados, olhando-a com devido interesse.

-Tudo bem – foi dizendo, enquanto se endireitava. – Vamos deixar uma coisa bem clara logo de saída. Você não vai dar as caras lá na Missão esta noite. Entendido? Se aparecer por lá, vai se arrepender, e não será pouco.

Permaneci recostado no pinheiro, escutando-a falar. Parecia extremamente engraçado as suas falas. Estava me ameaçando? Eu queria rir pela sua forma nervosa de falar.

-Estou falando sério. – Continuou. – Não vai ser uma noite nada boa para fantasmas. Nada boa mesmo. De modo que se eu fosse você não dava as caras por lá.

Ao ouvi-la terminar seu discurso não pude resistir e sorri. Ela estava preocupada comigo, mesmo que não quisesse demonstrar. Poder sentir que ela estava curiosa e preocupada por mim era uma situação incrivelmente prazerosa. E mesmo com a luz fraca eu podia ver por sua expressão que Suzannah sabia o fato de eu estar sorrindo. E provavelmente não deveria estar muito feliz com esta recém descoberta. Antes que a chance passasse indaguei sobre o próximo plano suicida que ela iria tentar por em ação. Estava certo de que iria fazer algo.

-Suzannah, – falei e completei – o que você está querendo?

-Nada. – Respondeu, caminhando em direção à garagem e apanhando uma bicicleta. – Preciso apenas acertar umas coisas. 

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Olá meus amores, queria avisar que esqueci de dizer a data do concurso. O ideal seria que me mandassem até quarta-feira que vem  no máximo. Caso fique complicado podem me mandar uma mensagem, ou um review e ficará decidido pela maioria. E se ficar assim, eu talvez demore a entregar a one-shot, pois entrarei em aulas. Queria agradecer as lindas recomendações, muito muito obrigada. 

Vocês são demais!


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Notas finais do capítulo

Olá, queria agradecer a Lilly_Brandon, Dinha e Anna Carolina00 pelos reviews! Muito muito obrigada pelo carinho de vocês! E aproveitando o momento de agradecimento gostaria de dizer a Lilly_Brandon e Anna Carolina00 pelas lindas e emocionantes recomendações! Fique super feliz, vocês são incríveis. Esta fanfic não seria nada sem vocês. É por vocês que eu escrevo.



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