Capítulo 16:

Ainda fiquei parado alguns instantes, e voltei para o quarto de Suzannah. Caminhei lentamente e me sentei no acento da janela, e observei com calma o movimento da água no mar. Lembrei-me dos momentos que passei olhando por esse mesmo lugar. E tinha uma grande diferença, tudo parece diferente, mas não me refiro somente à paisagem, digo sobre mim também.

Estes dias que passei com ela, com esta menina corajosa e teimosa, parecem ter sido parte de minha vida por anos. É curioso pensar, que não faz tanto tempo assim que descobri sobre a venda da casa. O tumulto que fizeram daqui, do meu esconderijo, do meu lugar de paz. Meu lar, já não era, mas meu. Eu teria de dividi-lo. Pensamentos estes que agora soam tolos, como muitas coisas que Suzannah faz e fala.

Nunca antes havia notado com que freqüência sentia falta de estar... Vivo. E agora, muitas vezes me pego pensando nisto. Este sentimento de impotência. Ás vezes imagino como seria se eu estivesse vivo e pudesse conviver com ela no dia-a-dia. Quero dizer, poder fazer coisas normais como ela faz. Sair, conversar, ou apenas ficar sem pressa alguma conversando com os amigos.

Mesmo com seu jeito meio rude, ela conquista a todos. Outra vez um sentimento de nervosismo corroeu-me por dentro.  Sua atitude destemida uma vez mais a pôs diante do perigo. Seria possível em algum momento ela não conseguir arranjar um problema? Balancei minha cabeça sabendo muito bem a resposta. No, no es posible. Suzannah parece ter o dom de se meter em problemas, fato este, que também se deve ao seu dom.

Então, a imagem de Heather voltou a minha cabeça. E sem ter muito que fazer decidi-me por checá-la, apenas por segurança, é claro. Fiquei de pé, e me desmaterializei de casa. Ao parar de tremer vi a nevoa que me envolvia uma vez mais. Andei por ali, notando as diversas portas que se estendiam nas laterais daquele imenso corredor. Segui reto, uma vez mais, e deparei-me com uma espécie de salão. Ele estava totalmente vazio, e somente a nevoa, em seu constante movimento tirava a sensação de solidão.

Um som, que agora me parece conhecido, soou. Ele era alto e destemido. Mesmo tendo o tom de alegria, podia sentir o imenso tom de ironia no som de suas risadas. Mexi-me seguindo o som, e parei a alguns metros de distância. Podia observar o que acontecia ali, mas ninguém mais tomaria ciência de minha presença. A menina loira deixava seus cabelos caírem sobre seu rosto com o movimento que fazia com seu corpo. Estava satisfeita com algo.

Seu riso fazia com que seu corpo fosse para frente e para trás, numa sequência contínua. Como se precisasse de ar a vi levar a mão ao peito, tentando se acalmar de sua diversão. Vê-la assim causou-me uma raiva inexplicável. Algo me dizia que havia aprontado alguma das suas. Esta menina era um dos espíritos mais complicados que vi em meus cento e cinquenta anos. Nem mesmo o bondoso padre Dominic havia conseguido tirá-la de sua tentativa de assassinato.

Ela é somente mais uma dessas almas, que se mantém presa pela cobiça. Ainda que saiba não pertencer mais a este mundo, sua alma permanece aqui, ela se vê ainda ligada aos objetos daqui. E neste caso é pior, pois não está presa a objetos, ou bens materiais, está ligada a pessoas. A um desejo de vingança e posse. Seu espírito quer tomar o que ela crê que lhe pertence. E não tem mais noção do que seja certo ou errado. Somente visa seu objetivo.

Bueno... Talvez ela nunca tenha aprendido a diferença entre o que é certo ou errado, pois seu jeito me parece ter sido sempre o mesmo. Luta pelo que quer, sem se importar com as conseqüências. Somente pensa no seu próprio bem, e no de mais ninguém. Seu jeito me fez lembrar o de... Maria. Desviei meus olhos de volta a menina e ela estava encurvada sobre sua barriga, segurando-a enquanto seguia rindo. Sem me conter mais, me fiz ser notado.

-Não quer dividir? – Perguntei educadamente.

-Você de novo. – Bradou exasperada.

-Desculpe-me, señorita. Apenas queria saber o motivo de sua alegria. – Respondi-lhe como se não me importasse.

Um sorriso maldoso voltou aos seus lábios e ela sorriu mais feliz ainda. Parecia estar lembrando-se do motivo de seu ataque de risos.

-Ok, eu conto. – Falou triunfante. – Eu vi quando contaram a aquela mediadorazinha que o Bryce e o Padre Dominic estavam mortos.

Sua risada ecoou pelo espaço vazio, e eu senti meus músculos ficarem rígidos. Minha vontade era sacudi-la e ver se tinha algum neurônio funcionando ali dentro, mas eu precisava de informações. Então, tinha de tomar cuidado com o que eu faria. Não podia tratá-la mal. E não ter certeza do que aconteceu, porém estava convicto de que nada bom poderia lhe deixar tão feliz e satisfeita. Seja lá qual tenha sido seu plano havia saído como queria, ou melhor, se duvidar.

-Como assim? – Perguntei baixo.

-Oh, foi simples. Eu fiz o crucifixo que fica na sala de espera da sala do padre Dominic cair em cima de Bryce, mas infelizmente, aquele padre maluco se meteu na frente, acabando por levar quase o peso todo do crucifico. Tolo. – Terminou séria.

Eu fiquei parado tentando assimilar tudo o que ela havia me dito. Bryce e padre Dominic estavam machucados, e provavelmente, seriamente. E nada poderia fazer. Precisava ir até a escola e ver se tinha noticias sobre eles. Com certeza escutaria alguém falar sobre o caso. Afinal, não é todo o dia que um crucifixo que está preso ali há anos, despenca e machuca duas pessoas. Ainda mais sendo um deles o diretor da escola que é muito querido por todos.

-Por Dios! Será que estão bem? – Perguntei para mim mesmo.

Eu não conhecia o padre, mas sempre ouvi falar muito bem dele. É uma boa alma. Sempre está tentando ajudar os outros. E vejo-o numa tentativa incansável de corrigir Suzannah em seu método de mediação. E eu... Bem, eu faço o mesmo, mas do meu próprio jeito. E sei o quanto ela gosta dele. Já o Bryce, bom... Ele, eu simplesmente não gosto de pensar que alguém se machucou sem motivos. Não desejo algo assim a nenhuma pessoa.

-Então o que acha?

A voz de Heather me despertou para a realidade e lembrei-me que ainda estávamos ali. Tinha que saber notícias. Conhecendo Suzannah como conheço sei muito bem que fará alguma coisa. Ainda mais tendo esse jeito impulsivo. Deve, inclusive, agora mesmo estar tramando alguma ideia que irá colocá-la em perigo para vingar-se da menina que machucou as pessoas que ela gosta. Sem dúvida alguma a atitude contra eles não será impune. 

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Promoção: Um ano de "A terra das sombras - POV Jesse"

Bom, meus amores, desculpem a demora, mas estava em semana de prova. Portanto, somente pude vir aqui hoje. = D Decidi fazer a promoção e espero que gostem e participem. E a promoção é a seguinte. Ela terá três fases:

1ª fase: Os concorrentes tem que ter comentando em pelo menos OITO capítulos;

2ª fase: Uma recomendação da fanfic ou divulgação da mesma (mas se divulgarem devem mandar uma MP com o lugar onde está sendo divulgada, certo?);

3ª fase: Deve escrever uma cena (não precisa ser grande) de como acredita ter sido a vida de Jesse na fazenda;

Premiação:

- A pessoa que ganhar receberá uma fanfic com o casal que escolher (seja a vencedora a protagonista ou não) com qualquer personagem da Saga A mediadora;

- Terá a divulgação de sua ou suas fics na att (se for mais de uma em cada atualização aparecerá uma em cada).

Inscrição:

-Mande uma MP com o seu perfil no Nyah e se estiver com as duas primeiras fases "Ok", mando o e-mail para onde devem enviar o texto.

-Envie por e-mail com o seguinte assunto "Promoção: Um ano de "A terra das sombras - POV Jesse":

* A one-shot ( Não pode passar de cinco páginas,ok?);

*O nome;

*O shipper (casal);

* Um aviso com o endereço de suas fics caso tenha.

OBS: Somente serão aceitas as inscrições que seguirem as regras.

Então,

BOA SORTE, para quem participar.

Beeeeijos!