A Terra das Sombras - Pov Jesse escrita por Ane Viz


Capítulo 18
Capítulo 12 :(parte 1)


Notas iniciais do capítulo

No último capítulo:

Eu fiquei sem jeito e totalmente embaraçado com as palavras dele. Eu não esperava. Ali, pela primeira vez deixou-se mostrar como uma menina delicada e dengosa. E sem saber o que dizer depois do comentário dela e falei a única coisa inteligente a fazermos.


—Esquece – Isto foi tudo o que consegui dizer e completei. - Vamos para casa.


Boa leitura!



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Eu não devia ter falado “Vamos para casa” porque afinal de contas para ela lá não é a minha casa, mas para mim é. Meu lar, pois foi nela que passei cento e oitenta anos. E posso dizer que ela ainda não se sentia a vontade naquele lugar. Bom, qualquer pessoa não se sentiria se tivesse um fantasma em seu quarto. E com todas as mudanças repentinas em sua vida nada deveria estar sendo fácil para ela.

Esperei Suzannah fazer alguma queixa referente à minha frase, pois ela deixara muito claro que não era para eu continuar em seu quarto. Eu vi-a abrir a boca por um momento, mas depois ela fechou-a novamente por ter mudado de ideia. E neste instante eu constatei que ela não argumentaria sobre a minha frase e deixei minha mente vagar.

Aproveite que ela estava perdida em seus pensamentos e repassei mentalmente como tudo havia mudado. Lembrei-me de uns dias antes de ouvir o barulho na casa em como tinha deseja algo de diferente acontecesse para modificar minha vida. A enorme e eterna dor de meus parentes e como eu ganhei minha esperança de seguir em frente. De fato, foi totalmente inesperada e de uma forma completamente distinta.

Sinto-me vivo outra vez mesmo sendo um fantasma. A saudade de meus pais e minhas irmãs ainda estão em mim, mas aquela tristeza foi-se num passo de mágica quando aquela garota de roupas estranhas entrou em casa e me confrontou. O remorso de ter cedido ao desejo de meu pai, a confusão com... Bom, nada mais me parece tão errado.

Pode parecer loucura de minha mente, porém parece-me que todos os ocorridos foram feitos para eu estar aqui. Poder cuidar desta chica tão teimosa e corajosa. Fitei-a de soslaio e ela permanecia presa em seus pensamentos e eu voltei para minhas divagações. O susto de ter pessoas em minha casa, a decisão de assombrá-las, a revolta por ter crianças.

Olhei atentamente para rua que subia em direção ao nosso destino. As sombras das árvores apareciam nos trechos de luz e o vento em meu rosto fazia-me recordar dos meus passeios pela fazenda. Ou até mesmo do meu longo caminho para ir até meu tio e resolver os problemas de família e acabar com o compromisso estabelecido por eles para nossa vida.

Sem esforço algum eu guiava a bicicleta de Suzannah ao sei lado acompanhando-a. Havíamos tido uma pequena discussão até ela permitir que eu “empurrasse” a bicicleta. Sim, foi esta a palavra “empurrar” que ela sibilou antes de me permitir ajudá-la. Tinha usado como argumento o machucado em sua mão, porém ela não gosta de se sentir frágil.

Deixei isso de lado e pensei na situação. Com certeza esta é uma totalmente inusitada. Seria complicado se alguém fitasse pelas janelas enquanto caminhávamos lentamente pelas ruas de Carmel. A pessoa pensaria que esta vendo o que não existe. Pois somente veria uma garota e uma bicicleta movendo-se sozinha ao seu lado. Eu podia notar que Suzannah estava tendo um pouco de dificuldade para andar.

Porém não iria oferecer ajuda. Já havia a deixado irritada por não levar a bicicleta. Tenho certeza que jamais me permitiria pensar que não tinha condições de caminhar sem apoio até a casa. Fiz tudo o que um cavalheiro devia fazer e não passaria dos limites que sua teimosia lhe deixaria aceitar. Sem dúvidas alguma ela é absurda demais. ¡Por Dios! Qual o problema em deixar alguém lhe ajudar?

Eu posso afirmar que para qualquer pessoa não seria tão problemático assim. Só que não era qualquer pessoa. Era ela. Comparações sem razão entre ela e as garotas de minha época surgiam em minha mente. Não somente ela, mas também as outras. Para mim era tudo completamente diferente. Jamais seria tolerado a uma moça de família andar a sós com um rapaz na rua.

Ainda mais sendo tarde como se tratava do momento. Um simples olhar já podia ser questionado pelas famílias. Atualmente elas andam sozinhas e acompanhadas sem o menor problema. Vestem roupas das quais dariam muito o que se comentar. Nenhuma mulher decente usaria calças ou uma saia curta. Creio eu nem existir estas últimas.

E quanto ás poucas roupas com as quais elas vão às praias? ¡Intolerable! Seria dito no meu tempo. Com toda a certeza esta seria a palavra usada por todos. E estas garotas seriam vistas como damas da noite. Sim, assim que a sociedade veria a todas elas. Não digo isto apenas pela vestimenta, mas pelo comportamento e pela forma de se expressar.

Ainda para mim é estranho vê-las se comportarem. E a que mais me deixou pensativo fora a garota que estava imersa em seus pensamentos. Provavelmente refletindo na confusão que se meteu esta noite. Eu havia a avisado para não vir. Heather era perigosa, mas ela não me ouviu. Refleti o quanto minhas prioridades foram alteradas desde que ela adentrou minha vida.

Balancei a cabeça discretamente e lembrei-me do motivo de minha... Morte. Voltou a minha mente a razão de minha viagem. A decisão de tomar a atitude certa. O receio pela reação de meus parentes, mas eu devia e precisava preservar o brasão dos De Silva. Havia sido criado com esta obrigação e não deixaria que ninguém destruísse o trabalho de meus pais.

Tradução:

¡Intolerable! - Intolerável! 


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Notas finais do capítulo

Oiie gente, queria agradece a Dinha, Luisa, Lollipoop, Rafaela, Saletelicopi e Leekerli pelos reviews e pelo carinho de vocês, pois é por isso que continuo escrevendo.
Queria pedir desculpas pela demora, mas este período está bem difícil. O capítulo não ficou muito longo, pois estou sem tempo, mas espero que tenham gostado. Não deixem de comentar. E gente, eu tenho vinte e cinco leitores, por favor, não deixem de comentar. Agradeço demais as meninas que comentam, pois se não fossem por elas não teria atualizações. A opinião de vocês que me motiva, portanto, façam um pequeno esforço,ok?

Beeeeeeeijos e até o próximo capítulo!