A Terra das Sombras - Pov Jesse escrita por Ane Viz


Capítulo 17
Capítulo 11: final (Agora sim final do capítulo)


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, bem, aquele não era o final do capítulo e sim este aqui.

No capítulo anterior:

— Precisamos fazer alguma coisa. – Ela disse. - Temos de avisar o padre Dominic...E também o Bryce. Meu Deus, temos de avisar ao Bryce que não venha ao colégio amanhã. Ela vai matá-lo. Vai matá-lo no exato momento em que ele puser o pé no campus...

Boa leitura!



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Suzannah não parava quieta e seguia falando conforme permanecia naquele trajeto desorientado como se isto resolvesse o problema. Fiquei preocupado com a possibilidade dela se sentir mal e tentei chamar sua atenção.

-Suzannah. –Eu falei baixo, mas ela continuou.

-Acho que podemos telefonar para ele. É uma hora da manhã, mas podemos telefonar e dizer a ele... Nem sei o que a gente pode dizer para ele. Talvez possamos dizer que houve uma ameaça de morte contra ele, ou alguma coisa assim. Talvez funcione. Ou então podemos mandar uma ameaça de morte. Isso mesmo!É isso aí!Podemos telefonar para a casa dele, aí eu disfarço a minha voz e digo algo do tipo “Não venha ao colégio amanhã ou poderá morrer”. Talvez ele entenda. Talvez ele...

-Suzannah. - Tentei mais uma vez e pareceu-me inútil.

-Ou então o padre Dom se encarrega! A gente faz o padre Dom telefonar para o Bryce e dizer para ele não vir ao colégio, que houve algum acidente ou coisa assim...

Respirei fundo antes de tentar pela última vez de permanecer nesta situação desconfortável. Sem contar que não seria nada fácil levá-la ao hospital caso tivesse um choque. E, sinceramente, isto parecia que aconteceria a qualquer momento.

-Suzannah.

Falei pela última vez e foi em vão. Vi-a continuar o fim do seu percurso e postei-me a sua frente no exato momento em que ela dava meia-volta para recomeçar seu trajeto sem sentido como havia feito anteriormente. E por ter sido tão abrupta minha aparição a sua frente ela teve de parar seu movimento.

Outra vez na mesma noite senti-a perto de mim. Perto de mais. Ela quase bateu em mim, porém conseguiu manter-se em pé mesmo com um pouco de dificuldade por conta do susto. Porém para certificar-me de que Suzannah não teria outro surto de loucura e voltasse a sua “atividade” anterior agarrei rapidamente seus dois braços com firmeza para impedi-la de ter algum problema de saúde.

E ao fazer este pequeno gesto notei-a ficar incomodada. O que é muito irônico. Afinal de contas, fora a mesma que estivera há minutos atrás agarrada a minha camisa. Claro que devia ser desconfortável para ela, mas tinha de fazê-la ficar parada por um tempo afim de que me escutasse. Talvez assim pudesse fazer com que se acalmasse.

-Suzannah. - Eu disse mais uma vez e segui logo com meu discurso.- Tudo bem. Não é culpa sua. Você não podia fazer nada.

Tentei argumentar calmamente com a menina a minha frente e algo inusitado aconteceu. Se bem que desde a chegada desta niña nada mais era o mesmo. Fitei-a ficar irritada e não sabia qual era o motivo para seu repentino nervosismo. E não precisei ficar por muito tempo confuso ela logo me esclareceu ao rebater-me.

-Eu não podia fazer nada? Você está brincando? Eu devia ter dado um pontapé naquela garota para ela ir parar de volta no seu túmulo!

Eu estava incrédulo. Como ela podia achar que poderia resolver todos os problemas? Isto é absurdo. Decidi-me por comentar a verdade.

-Não. – Eu disse sacudindo a cabeça. – Ela teria a matado.

Notei seus olhos ficarem um tom mais claro demonstrando a sua raiva e preparei-me para mais uma enxurrada de palavras rudes e que não fazem sentido algum.

-Uma ova! Eu podia perfeitamente com ela. Se ela não tivesse feito aquilo com a cabeça daquele cara...

Sua idéia das situações são muito equivocadas. Ninguém consegue resolver tudo. Ainda mais com um demônio daqueles. O ódio chega a ser palpável e o único objetivo dela é se livrar das pessoas que estão em seu caminho. E o empecilho de Heather estava a minha frente olhando-me irritada.

-Suzannah. - Comecei para tentar explicar e fui interrompido.

-Eu sei o que estou dizendo, Jesse. Eu podia perfeitamente ter dado conta dela se ela não tivesse ficado tão enlouquecida. Aposto que se esperar só um pouquinho até ela se acalmar e voltar lá dentro, consigo convencê-la...

Era só o que me faltava. Como se não me bastasse ter a visto cometer suicídio uma vez na noite deixá-la cometer outra loucura. Isto está totalmente fora de cogitação. Não permitirei que se arrisque deste jeito outra vez.

-Não. -

Eu a soltei, mas tratei logo de passar um dos meus braços em volta do ombro dela e comecei a conduzi-la para longe do colégio. Eu sabia exatamente onde ela havia deixado a bicicleta e era justamente para lá que a levava. Íamos em direção à lixeira onde estava encostada a sua bicicleta. Antes que ela tivesse tempo de rebater eu completei minha frase.

-Vamos. Vamos para casa.

-Mas e...

-Não. - Cortei-a e apertei mais os seus ombros.-

-Jesse, você não está entendo. Este trabalho é meu. Eu tenho de...

Suzannah tentava me convencer a deixá-la voltar para a escola e falar com a fantasma. E é claro o fato de que o que ela quer não irá acontecer. Comentei o óbvio com ela.

-É uma tarefa do padre Dominic também, não? Deixei que daqui para a frente ele cuida. Não há motivo para você ficar com toda a responsabilidade em cima de seus ombros.

-Pois há sim. Fui eu que estraguei tudo.

-Foi você que encostou o revólver na cabeça dela e puxou o gatilho?

-Claro que não. Mas fui eu que a deixei tão furiosa. Não foi o padre Dom. Eu não vou ficar pedindo ao padre Dom que conserte as minhas besteiras. Não teria o menor sentido.

Suzannah estava certa e sabia disto. Sim, ela havia deixado a Heather realmente irritada, mas ela não precisava saber que eu concordo com algo que ela dissera. Por mais que ela deva pagar por seus atos não poderiam colocar numa missão uma garota contra um ser desses.

-O que não tem sentido nenhum – Eu expliquei tentando soar paciente – é alguém esperar que uma garota como você entre em luta com um demônio dos infernos como...

-Ela não é um demônio dos infernos.

Ela falou contra-atacando-me e continuou.

-Só está com raiva. E está com raiva porque o único cara em quem achava que podia confiar revelou-se um...

-Suzannah.

Eu falei enquanto parei de caminhar de repente fazendo-a quase se desequilibrar e cair, mas como previ que ela levaria um susto mantive-me segurando seus ombros para impedir um acidente. Fitei-a nos olhos e ela parecia perdida em pensamentos. Estava com o rosto focado no meu e seus olhos estavam colados aos meus. Eu pude ouvir seu coração batendo disparado e relacionei-o a nossa pequena corrida para salvar a sua vida.

Outra vez me vi sem reação e sem entender o que se passava a minha frente. Suzannah inclinou um pouco a cabeça para trás e fitou-me com as pestanas meio fechadas e sentia relaxar em meus braços, mas não dei muita atenção. Devia estar com sono e meio perdida. Afastei minha vista dela e passei pelo local até que vi de soslaio uma mancha vermelha.

-Você está sangrando.

Eu disse para apressá-la e podermos ver o que ela tinha. Eu mantive minha voz calma, mas queria saber se fora algo sério. Enquanto eu falava vi-a arregalar os olhos.

-Não estou não.

Ela respondeu-me automaticamente como se eu estivesse inventado. E então ela olhou para baixo e viu que iam surgindo pequenas manchas de sangue no piso debaixo de seus pés. Vi-a levantar o rosto e focar-se em minha camisa. Parecia estar analisando algo. E em seguida passou a se olhar e apalpar s procura de um possível machucado e ela falou o que menos importava.

-Oh!- Ela falou vendo o sangue escorrer. - Mas que horror! Sujei a sua camisa toda...

-Não é nada.

Eu falei aparentando calma enquanto mete a mão num dos bolsos da calça e tirei o lenço que a... A situação de fato é irônica usar o lenço dela para cuidar de Suzannah. Ignorei o pensamento e passei o tecido ao redor do pulso dela algumas vezes e em seguida o amarrei num laço. Mantive-me quieto durante meu trabalho para ficar concentrado e não machucá-la por usar muita força.

-Pronto. Eu falei ao terminar. -Está doendo?

-Não. - Ela falou com certeza na voz. -Obrigada.

-Não há de quê. - Eu respondi.

Não... - Ela falou com a voz embargada parecia estar com vontade de chorar. -Não, obrigada mesmo. Obrigada por ter vindo me ajudar. Mas não precisava... Quer dizer, estou feliz que você tenha vindo. E... Bem, obrigada de novo. Só isso.

Eu fiquei sem jeito e totalmente embaraçado com as palavras dele. Eu não esperava. Ali, pela primeira vez deixou-se mostrar como uma menina delicada e dengosa. E sem saber o que dizer depois do comentário dela e falei a única coisa inteligente a fazermos.

-Esquece – Isto foi tudo o que consegui dizer e completei. - Vamos para casa.


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Notas finais do capítulo

Oiie meninas, primeiro, queria pedir desculpas pela demora, mas estava e ainda estou cheia de provas e trabalhos na faculdade. Se tudo der certo semana que vem diminui.
Queria agradecer a Saletelicopi, Luisa-Luisa, EricaOliveira, Lizzy_16, Leekerli13, Suze, Lollipoop e Dinha pelos reviews. Obrigada de coração.

Espero que gostem do capítulo, pois eu gostei muito de escrevê-lo.

Beeeijos e até o próximo capítulo!