Capítulo 10:

    Fiquei vagando por lá impaciente. Queria encontrar a Heather ali e me certificar que Suzannah estaria a salvo indo até a escola. Puxei o ar como de costume e passei meus olhos pela neblina constante que me rodeava. Suspirei passando as mãos pelo cabelo. Balancei minha cabeça e materializei-me outra vez no meu quarto. No dela na verdade. Bom, isto é o que menos importa no momento. Somente precisava chegar onde queria.

    O quarto estava vazio para meu desespero. Fitei o relógio e parecia ainda não ter passado nada mais que alguns minutos. Dios, ¿ Qué hago? Estoy quedandome loco. ¡Perfecto! Se meu coração ainda batesse ele estaria descontrolado. Como ela pode me deixar assim? Inspirei e expirei o ar bem devagar. Lembrava-me de fazer isto nos momentos em que brigava com minhas irmãs. Claro! Eu me preocupo com ela como uma irmã. É isto. Sentei-me no acento e fitei o mar.

    Poderia ir até lá, mas não tinha vontade. Tenho certeza que ver a água balançando constantemente me acalmaria. Eu adorava ir à praia com minha família. Sem perceber meu olhar prendeu-se a sua estante e caminhei até lá. Tinha de procurar algo para ocupar minha mente e o melhor do que uma boa leitura para distrair a mente? Não sabia até quanto tempo seria preciso esperar.

     Havia alguns livros e passei meu dedo pelas bordas analisando os títulos. Por fim, achei um que poderei ser de leitura promissora. Afinal de contas eu era bem atualizado com muitas cosias. Menos com os costumes. Eu reprovo completamente a forma como tratam as damas atualmente. Bom, apesar de que elas não parecem ter o mesmo problema. Peguei o livro e caminhei até a janela.

    Abri-o e passei as primeiras páginas onde tinha os dados dos quais não tinha interesse algum. Comecei minha leitura, mas em raros momentos ela detinha minha atenção. Decidi-me por deixá-lo de lado. Levantei e tentei escutar passos pela casa, mas ela estava completamente silenciosa. Olhei a hora e me dei conta de ter passado muito tempo me controlando. A decisão surgiu em minha cabeça e decidi efetuá-la antes de me arrepender.

    Eu materializei-me no estacionamento da escola e estava tudo num silêncio que me pareceu terrivelmente agourento. Percorri o local e avistei atrás da lixeira a bicicleta na qual Suzannah viera. Aparentemente tudo estava bem. Fiquei um pouco mais tranqüilo.  Deixei o estacionamento e adentrei a escola para procurar por ela. Avistei a janela arrombada e passei por ali.

      Uma vibração negativa passou por mim e eu sabia de onde viera. Apertei meu passo e segui procurando por ela.  ¡Suzannah, por favor, esté bien! Este era meu pensamento enquanto ia em direção ao pátio onde estava concentrada toda a agitação espiritual. Heather era forte e poderia machucá-la facilmente. A voz furiosa da fantasma ecoou em meus ouvidos e eu segui a direção.

-Você vai se arrepender disto.- Bradou a Heather

     Avancei para o local do grito e vi a água da fonte chegando ao ponto de ebulição. A garota estava tão irritada que fervera a água inconscientemente e não me pareceu um bom indício. Os pássaros que ali ficavam voaram alvoroçados para longe dali. O extinto de sobrevivência falou mais alto. E porque o dela não funcionava assim? Podia dizer pela expressão da garota a seriedade de sua falha.

      Sua irritação e determinação ajudaram-na a aumentar sua força. Fazendo com a intensidade de seus sentimentos que de repente a cabeça de Junipero Serra fosse arrancada abruptamente do corpo da estátua. A cabeça afastou-se do local onde estava e flutuou no ar por alguns instantes. Estava completamente descontrolada e eu temi pela vida da garota parada a frente olhando insistentemente para o objeto que parecia leve como uma pluma.

    E de um momento para o outro senti como se meu corpo estivesse totalmente congelado enquanto uma fúria desmedida tomava conta do meu ser. Somente voltei a agir quando a preocupação superou minha revolta. Suzannah estava paralisada vendo algo que lhe era enormemente interessante. ¡Por Dios! Esta garota é suicida só pode ser não há outra resposta.

     Tentei mover meus músculos ao ver o mergulho que a cabeça deu em direção a ela. Voou zunindo rapidamente em direção a menina estática. Meu organismo estava divido entre a raiva e a aflição. Um duelo interno ocorria em minha mente. A próxima situação desencadeada foi que me fez voltar a comandar meu corpo, pois numa fração de segundos depois a cabeça de metal atingiu o estômago de Suzannah a projetando no chão.

      Eu olhei aterrorizado a situação e pude comprovar que ela realmente não extinto de sobrivivência. Ela ficou deitada no chão observando o céu. ¡No le compreendo! Casi muere. ¿Y lo que haz? Nada. Mira el cielo. Impaciente andei até ela e falei rudemente. Tenho certeza que minha voz soou áspera em seu ouvido, pois me abaixei para não ter dúvidas de que me ouviria sem problemas.

-Levante-se- Foi a primeira frase que saiu de minha cabeça e suas palavras voltaram e minha mente e não evitei retrucar. – Pensei que você era boa nisso!

     Exclamei exasperado, mas tive de conter as palavras duras causadas pelo nervosismo e a bronca a qual ela merecia ao ouvir uma explosão no chão a menos de um palmo da bochecha dela. Suzannah do nada virou o rosto e fitou a cabeça que pairava perto dela. Sem ter mais idéia do que fazer decidi agir sozinho, pois estava claro que ela não me ajudaria em nada. Levantei-a e comecei a empurrá-la em direção da galeria que se estendia pela frente.