A Terra das Sombras - Pov Jesse escrita por Ane Viz


Capítulo 13
Capítulo 9: parte final


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, eu não postei antes porque o Nyah estava fora do ar, mas aí está o capítulo.

No último capítulo:

—Não acha que já é um pouco tarde para sair, Suzannah?- perguntei-a naturalmente como se estivéssemos conversando há muito tempo.

—Hmm. -fez ela tirando o capuz.-Olha só, sem querer ofender, Jesse, mas isto aqui é o meu quarto. Que tal você tenta se mandar?E que tal deixar que eu cuide da minha vida?

Boa leitura!



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Eu simplesmente fiquei parado olhando para ela. Sim, fiquei realmente sem  me mexer e decidi argumentar.

-Sua mãe não vai gostar de saber que você está saindo tão tarde da noite.

-Minha mãe?-perguntou-me incrédula e me analisando de cima a baixo. -Que é que você sabe da minha mãe?

    Está era uma boa pergunta. Eu não sabia nada sobre a mãe dela, mas eu pude perceber que ela se preocupa muito com Suzannah. E pelo pouco que a conheço não lhe falta motivos para preocupar-se. Dios ela só pode estar louca em pensar em sair numa hora dessas. E eu me preocupando com ela. Respondi-lhe calmamente como se fosse algo óbvio.

-Gosto muito da sua mãe. - E isso é uma verdade. Parece-me uma boa mulher e boa mãe. Acrescentei para justificar-me. -É uma boa mulher. Você tem muita sorte de ter uma mãe que a ame tanto. Acho que ela ficaria muito preocupada em ver que você está se expondo ao perigo.

- Tudo bem. Segura esta agora, Jesse. Há muito tempo eu saio de noite e minha mãe nunca disse uma palavra sobre isto. Ela sabe perfeitamente que eu sei cuidar de mim.

Disse com segurança, mas senti que estava mentindo pela expressão em seu rosto.

-Sabe mesmo? –questionei dubitativamente com uma sobrancelha.

   Suas reações sempre são inesperadas para mim. Ela focou-se em meu rosto. E fez uma expressão engraçada. Seu olhar estava perdido apesar de virado em minha direção. E reparando que tinha mentido soltei uma risadinha de satisfação e completei.

-Acho que não sabe não, hermosa. Não neste caso.

¡Dios, no creo que he dicho eso!1

Eu havia passado horas e horas tentando encontrar uma palavra que a definisse e “hermosa” era perfeita para ela. Sim, ela é linda. E ainda assim não creio que falei isso. Meus pensamentos foram cortados por ela levantar as duas mãos e eu prendi a respiração.

-Ok. Para começo de conversa: não fale comigo em espanhol. Número dois: você nem sabe aonde estou indo, de modo que sugiro que largue do meu pé.

 Pensei voltando a respirar. Suzannah não havia entendido o que dissera. Melhor assim... bem melhor. Outra vez falei sem pesar as palavras.

-Mas eu sei perfeitamente aonde você está indo, Suzannah. Você está indo para o colégio para tentar falar com aquela garota que está tentando matar o rapaz, aquele de que você parece estar... Gostando.

Engoli em seco antes de pronunciar a próxima palavra. Não entendia o porquê aquilo me incomodava tanto. Segui com o que dizia afinal já tinha começado.

-Mas estou lhe avisando, hermosa, você não agüenta com ela sozinha. Se tiver mesmo de ir, devia levar o padre com você.

¡No lo creo!2 Gritei mentalmente. Chamara-a de hermosa outra vez. Tinha de tomar cuidado, pois ia acabar virando um costume. E somente aí me dei conta da enorme encrenca que havia me metido. Pela sua expressão havia falado demais.

-O quê? Como pode estar sabendo de tudo isso? Por acaso você está... Me perseguindo?

     Perseguindo? Não... Não de jeito nenhum. Digamos que apenas estava cuidando, mas decidi tomar cuidado. Endireitei-me e faleic om calma e segurança tentando deixar este ponto para trás.

-Não sei o que significa esta palavra, perseguindo. Só sei que você está se expondo ao perigo.

    Levei o assunto para o lado que realmente me parecia importante. E rezava para ela deixar este assunto de lado, mas não. Claro que não. Ela era teimosa demais.

-Você anda me seguindo. –Ela insistiu, apontando um dedo acusador para mim. – Vai dizer que não anda? Tenha dó, Jesse, eu já tenho um irmão mais velho, não preciso de outro não. Não preciso que ande por aí me espionando...

      Irritado com a forma dela de agir e por ter apontado o dedo para mim eu decidi implicar com ela como fazia com as minhas irmãs quando estavam neste estado. E sem contar que não poderia deixá-la me comparar com ele. Nunca agi tão desleixado quanto ele.

-Oh, claro. – Eu disse com todo sarcasmo possível. – Esse irmão cuida muito bem de você. Quase tão bem quanto cuida do próprio sono.

 Fugindo de todas as minhas expectativas ela rebateu defendendo o irmão.

-Espera aí!- exclamou defendendo. – Ele trabalha de noite, está sabendo? Está economizando para comprar um Camaro!

      Ainda irritado fiz um gesto grosseiro, mas nem me importei. Ela não entenderia mesmo. Minha mãe teria um enfarto se visse isso, porém ela não está mais aqui. Então continuei com o motivo de ter ficado de uma forma que ela me visse e fui sucinto.

-Você não vai a lugar nenhum. - disse sério.

-Ah, é mesmo? – desafiou-me, rodando no calcanhar e tentando sair porta afora. –Tente me segurar, bafo de cadáver.

      Ignorei a ofensa e me concentrei nas suas ações. Esperei ela chegar bem perto da porta e quando ela colocou a mão na maçaneta eu fechei a tranca da porta. Ela era a única forma, em 1850, de ter um pouco de privacidade ali. Então, eu tinha a plena consciência de sua existência ao contrário de Suzannah que pareceu espantada.  

      Ela ficou parada por meio minuto como se estivesse tentando entender o que havia acabado de acontecer a sua frente. Tentou sem sucesso, é claro, girar a maçaneta enquanto sua vista estava focada na mesma. Observei-a respirar fundo com o intuito de se acalmar e aguadei para ver qual seria sua próxima reação. Aos poucos ela ficou calma.

-OK – Disse-me ao voltar-se na minha direção. – Jesse, isto não é nada legal.

      Eu me senti mal por isso, porém não podia deixar uma dama, mesmo como a Suzannah, ir de encontro à morte e ficar de mãos atadas. Não estava satisfeito com a minha atitude. E meus pais também não estariam, mas eu tinha de impedi-la. Eu respondi da melhor maneira que consegui formular em minha mente.

-Eu não posso... -eu disse caminhei até estar frente a ela e parei.- Suzannah, não vá.-tentei apelar para o bom senso dela. – Essa mulher... essa garota, a Heather, não é como os outros espíritos que você pode ter encontrado. Ela está cheia de ódio. Se puder, vai matá-la.

 Deu-me um sorriso encorajador antes de comentar e tentar me convencer.

- Aí mesmo é que eu devo acabar com ela, não? Vamos lá, abra a porta.

      Senti-me uma criança quando a mãe tenta convencer de falar algo que julga certo. Hesitei por um momento, mas permaneci da mesma forma. Mantive minha atitude. ¡Por Dios, sólo quiero que se quede bien! ¡Eschuchame Suzannah!3

Estes eram meus pedidos silenciosos. Fiquei sem graça, mas me mantive firme. Assim como eu ela não desistiu de seu intento.

-Como quiser.

        Disse-me e me contornou, caminhou direto para a janela quando vi que ela iria e já estava com uma perna passando sobre o peitoril fiz minha última tentativa de mantê-la a salva. Sem pensar direito, aflito com a possibilidade dela se machucar eu segurei seu pulso. Senti-a olhar para mim, mas não conseguia ver meu rosto por conta da luz ligada por trás de mim. Agradeci mentalmente, pois devia estar com uma expressão preocupada.

       Lancei então a minha última chance. Sabendo que não daria certo, mas tentei. Falei com a voz mais suave possível e pedi a ela. Na verdade, eu diria que parecia mais uma súplica, porém não liguei para isso no momento. O importante era fazer esta garota não ir para a missão suicida na qual se colocara, mas somente o que disse foi o seu nome.

-Suzannah...

      Ela afastou seus olhos de mim e focou-se em algo. Reparei que estava fazendo força, mas sabia não estar a machucando. Acompanhei seu olhar para ver o que prendia sua atenção e vi que olhava para baixo e fitei a mesma direção. Reparei que ainda estava segurando seu pulso então soltei de repente. Eu não havia reparado como era quente a sua pele. Ou fora somente para mim que pareceu assim?

      Vi-a depois de estar solta continuar a subir na janela. Acompanhei-a até atravessar o telhado da varanda e me certificar que estava bem e somente aí pude desmaterializar-me de lá. Saí do quarto sabendo que não tinha nada mais que pudesse fazer para não se meter em encrencas. ¿Porqué ella no puede quedarse por lo menos un rato sin hacer tonterias?4 Foi este meu pensamento ao estar vagando pela terra das sombras uma vez mais.

 

Tradução:

1-    Deus, não creio que falei isso!

2-    Não acredito nisto!

3-    Por Deus, só quero que fica bem!Escuta-me Suzannah!

4-    Porque ela não pode ficar pelo menos um instante sem fazer besteira?

5-    Hermosa : linda, formosa.

6-    Graças a Deus



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Notas finais do capítulo

Oi meninas, eu queria agradecer a Srta_Rose, Milaa-07 e Adaryrml pelos reviewa=s!Obrigada amores!*-*

Desculpem a demora mas minha semana é complicada e no final de semana o Nyah não funcionou =/

Espero que gostem do capítulo e aguardo a opinão de vocês.


Beeeeeeijos e até o próximo capítulo!