A Terra das Sombras - Pov Jesse escrita por Ane Viz


Capítulo 11
Capítulo 8:


Notas iniciais do capítulo

No último capítulo:

Senti uma necessidade imensa de vê-la outra vez. Não deveria fazer isso, mas devo culpar a Heather. Ela deixou-me preocupado com Suzannah. Pude notar em seus olhos a raiva que sentia por ela. Refleti e cheguei à conclusão que dar apenas uma olhadela não faria tão mal. Não deixaria ver-me. Simplesmente certificaria que estava bem e sairia de lá. Certo. Eu vou. Desmaterializei-me de casa e apareci na escola.


Boa leitura!



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   Materializei no pátio da escola e notei que havia uma grande movimentação. Devia ter acabado agora o horário do almoço. Ouvi um barulho e virei meu olhar em direção ao ruído ensurdecedor e desejei nunca tê-lo feito. Aconteceu algo que não imaginava jamais presenciar. Uma pontada em meu coração. Uma raiva desmedida por duas pessoas ao mesmo tempo. Eu fiquei em choque sem saber o que fazer. Fitei a cena e balancei a cabeça repreendendo-me pelos pensamentos. Eu não tinha motivos para queixa. E não era nada dela. Olhei para o chão mesmo sem querer fitando o que menos queria.

    Ali estava Suzannah voando pelo chão. Um tempo depois estava ela no chão sobre um rapaz. Até agora não podia crer no que via. Ela havia se jogado sobre o mesmo com o intuito de protegê-lo.  E agora tudo o que se via era pedaços de madeira ao redor dos dois. ¿Dios cuál es el problema con esta niña?1 Estou preocupado com ela enquanto a mesma não se esforça em manter-se viva. Disse-me como um mantra ser só uma revolta por não querer vê-la machucada, mas então... Porque me irritara tanto vê-la numa situação dessas?

    Respirei fundo esperando para ver o que iria acontecer. Suzannah levantou seu rosto devagar fitando o rosto do garoto que parecia realmente assustado. Atitude correta diferente da de Suzannah que parecia estar tranqüila. Virou seu rosto e olhou para a tora que poderia ter causado-lhe sérios problemas. E ao longe o Padre Dominic, pelo que ouvi este é seu nome, ia em direção aos dois com uma expressão preocupada. Pude escutá-lo tentando passar entre os alunos.

-Dá licença, dá licença – disse o padre com a voz assustada conseguindo passar entre os alunos.

Fitou os dois alunos no chão indo até eles.

-Deus do céu!-exclamou - Vocês estão bem, crianças? Suzannah, você se feriu?Bryce?

    Suzannah enquanto ouvia o padre foi levantando-se lentamente como se conferindo se estava tudo certo. E depois estava de pé. Prendi a respiração com medo de vê-la sentindo dor, mas nada aconteceu.

-Deus de misericórdia!-dizia o padre atordoado- Tem certeza de que estão bem?

-Estou bem- ela disse se sacudindo toda.

        Assim pude finalmente respirar aliviado outra vez mesmo que não precisasse respirar. O que podia fazer? Era um hábito que não mudaria. Fitei-a atentamente e ela estava bem.

     -Meu Deus!-exclamou o Bryce aproximando-se dela. Aparentemente estava bem somente um pouco abalado. - Caramba, você está bem?- ele perguntou. –Obrigado. Meu Deus!Acho que você salvou a minha vida.

   Eu olhei chocado para o tal Bryce. Ele “acha”? Qual o problema dessas crianças?É claro que ela havia lhe salvado. Dios. Eu olhei revoltado para ele. Primeiro, pela forma com a qual a olhava. E segundo pelo seu comentário desmedido. Voltei minha atenção e escutei um senhor falar com o padre de uma forma rude. Em minha época ninguém trataria um padre assim. Somente escutei a última parte da conversa.

-Sinto muito, monsenhor, sinto muito mesmo – disse ele. Ah ele é monsenhor eu pensei. Ele se encontra em uma posição superior ao padre. -Não sei como uma coisa dessas foi acontecer. Graças a Deus ninguém ficou ferido- e, voltou-se para os alunos – Vocês dois estão bem mesmo? Parece-me que a senhorita Simon está meio pálida. Vou levá-la para ver a enfermaria, se não se importa Suzannah. E vocês, crianças, voltem todas para a sala de aula. Todos estão bem. Foi apenas um acidente. Agora vão indo.

    Todos o obedeceram e eu percebi que não mais precisava permanecer ali. Suzannah estava em boas mãos agora. O padre também é um mediador. Eu descobri isso assim que ele veio para Carmel trabalhar na missão. De certo, o padre gostaria que a Suzannah explicasse o motivo do acidente. Tenho certeza que ele desconfia ser algo relacionado ao dom deles. Lancei um último olhar em direção a eles e fitei o pátio a procura da Heather, mas ela não estava por ali.

    Eu materializei-me no quarto de Suzannah. O tempo passava e eu não tinha o que fazer. Então me decidi por dar uma olhada em seus cd´s que estavam localizados na estante em cima da escravinha de seu quarto. Passei os dedos pelos nomes e não reconheci nenhum. Claro Jesse, esperava o quê? Balancei a cabeça e decidi-me por um que tinha um nome engraçado. Coloquei no som, como eles chamam, abaixei o volume e eu escutei as músicas sentado na cama.

    Queria fazer alguma coisa, mas não tinha a mínima idéia do quê. Então decidi dar uma volta na terra das sombras outra vez. Desmaterializei-me e no instante seguinte estava onde queria. Tudo estava calma aparentemente. Ledo engano o meu. Um grito histérico e furioso ecoou por lá. Reconheci a voz e sem pensar duas vezes fui até ela. Andava de um lado para o outro balançando as mãos e proferindo palavras baixas.

Lá estava a Heather bradando revoltada por algum motivo desconhecido por mim. Alguém devia tê-la irritado muito. O que em minha opinião não precisaria fazer muita força. Ela parece ser bastante nervosa. Aproximei-me com calma tentando ver se poderia ajudar em algo. A me ver ali ela abaixou as mãos e colocou-as na cintura tentando parecer perigosa. Mal sabia ela que eu tinha cento e cinqüenta anos de prática.

-O que está olhando?

-Só vim saber o que estava acontecendo.

-Aquela vaca quer além de tudo roubar meu namorado!- gritou exasperada.

     Posso não conhecer muito das gírias atuais, mas estou certo de que “vaca” não é um elogio. E somente aí parei para refletir “além de tudo”. Eu fitei-a nervoso ela não podia estar falando da Suzannah, podia? Tentei pensar em como perguntar, porém não foi necessário. Heather estava tão irritada com o acontecido e ao mesmo tempo satisfeita por alguém lhe dar atenção que decidiu explicar-se.

- A aberração ainda por cima quer roubar meu namorado. Ah, mas eu não vou permitir!Não mesmo! – ela virou-se dando alguns passos e retornou falando – Primeiro o meu lugar, depois minhas amigas e agora o MEU NAMORADO?

    Neste momento parei de ouvi-la. Aberração. Por Dios, ela estava se referindo a Suzannah! Sim, deve ser por conta da mediação, mas é melhor verificar antes.

-Aberração?

- Sim, ela pode falar com os mortos.

Sem pensar segurei-a com força pelo braço e falei rudemente não me importando de estar fazendo isto com uma dama.

-Fique longe da Suzannah! Se relar um dedo nela eu não responderei por mim. - sacudi-a fortemente olhando-a nos olhos.- Está me entendo?

-Me solta idiota!Esta me machucando!

Segurei mais firme e perguntei irritado.

-Estamos entendidos?

    Seus olhos arregalados e seu corpo um pouco tremulo mesmo que com raiva mostraram-me ter sido muito bem compreendido. Ela acenou positivamente com a cabeça e desapareceu depois de soltá-la. Materializei na casa e está estava silenciosa. Fui para o quarto, mas somente em espírito e assim quem sabe nem mesmo ela conseguiria me ver.

 

Tradução:

1- Deus qual é o problema com esta garota?


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Notas finais do capítulo

Oiie gente, queria agradecer a Lizzy_16, Adaryrml, MaariMag, Milaa-07, Srta_Rose e Mascarada. E queria agradecer especialmente a Milaa-07, Suze e Srta_Rose, pois eu sempre as leio e me dão muito ânimo para escrever mais! Obrigada a todas pelos reviews e recomendações vocês que me fazem querer escrever cada vez mais!
Espero que gostem do capítulo e que deixem comentários, sim?

Beeeeeeijos e até o próximo capítulo!

P.S: Minha comunidade no orkut em que coloco as fics e outros textos como contos para quem tiver interesse segue abaixo:

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