Nada é real até que se acabe escrita por asthenia
Notas iniciais do capítulo
Antes de mais nada, mil perdões pela demora!
Vida adulta que é um saco, como sempre.
Obrigada pelos comentários maravilhosos de vocês, vejo que estão todos compartilhando o ódio mútuo pelo Toneri, UHASHUA
Espero que gostem desse capítulo ♥
“Put your hand in mine
You know that I want to be with you all the time
You know that I won't stop until I make you mine.”
“Coloque sua mão na minha
Você sabe que eu quero ficar com você o tempo todo
Você sabe que eu não vou parar até que eu te faça minha. ”
“Observou todo o time indo em direção ao campo. Inclusive, seu alvo, Toneri, a pessoa que estava fazendo seu inferno pessoal nos últimos dias. Foi caminhando rapidamente até a biblioteca da escola. Sabia que Hinata estaria lá e aquele era o único momento em que poderia falar com ela sem que ninguém o atrapalhasse, mesmo que isso custasse perder seu treino de futebol.
Entrou no local e não demorou para achá-la, concentrada em um livro qualquer em uma das mesas laterais. Caminhou até onde estava e se sentou a seu lado. Os olhos dela se assustaram assim que focaram nele.
— Nós podemos conversar?
Ela olhou em volta, consternada. Baixou o volume da própria voz.
— O que faz aqui?
— Eu quero me desculpar direito com você, Hina. Eu não quero ficar numa situação ruim com você.
Ela fechou seu livro, enfiando-o em sua bolsa, desviando seu olhar do dele.
— Por favor Naruto, vai embora. Me deixa.
— Não, Hinata, você tem que me ouvir. – Ele segurou seu braço, impedindo-a de continuar mexendo na bolsa. – Eu fui um idiota, eu sei! Eu quero voltar a ser seu amigo!
— Você não entende, não é? – Hinata olhou para ele, séria. – Eu preciso me distanciar de você! Preciso-
— Não, não precisa! – Naruto a interrompeu, desesperado. – Eu sinto a sua falta, falta das aulas, das nossas conversas.... Até – a voz dele falhou por um momento – até daquele pão de canela que você fazia, lembra?
Hinata notou que alguns alunos que estavam por perto pararam o que faziam e começaram a encarar os dois. Ela puxou seu braço, bruscamente e pegou sua mochila mais uma vez a abrindo e tirando um objeto de dentro. Era uma vasilha com tampa plástica. Ele podia ver que eram rolinhos de canela.
— Pronto. Está aí. – Ela colocou na frente dele. Naruto apenas a observava sem reação. – Por favor, Naruto. Me deixa em paz.
A Hyuuga saiu dali, às pressas, antes que se desmanchasse em lágrimas. ”
—/-
Hiashi era um homem bastante inteligente. Ele era capaz de perceber situações sem, precisamente, ter que fazer perguntas ou analisar muito a frente. Foi assim que conquistara grande prestígio no mundo dos negócios. O Hyuuga era sensato e rígido ao gerenciar todas as áreas em que atuava – tanto em sua vida pessoal quanto profissional. Havia conseguido uma estrutura financeira de destaque, conquistando bens por Konoha. Suas filhas cresceram, estudaram nas melhores escolas, e a ele sobrou a ansiedade de vê-las juntas e se sentirem uma família de novo.
Hiashi era um homem inteligente não só por esses atributos. Ele entendia a razão de dois homens estarem, naquele momento, sentados à mesa de sua casa, sem trocar qualquer palavra um com o outro. Ele via os olhares de Toneri a sua filha. Olhares que duravam mais do que o normal, esperando algo em troca. Já, o convidado surpresa, Naruto Uzumaki, não se limitava nos olhares. Falava mais alto distribuindo sorrisos fáceis, chamando a atenção de Hinata, que devolvia os sorrisos com o rosto levemente avermelhado a ambos. O patriarca Hyuuga sabia, superficialmente, o histórico de sua filha com o candidato a Hokage.
— Hinata, isso aqui tá uma delícia! – O loiro disse, mal contendo a sua empolgação.
— Obrigada. – Hinata respondeu, envergonhada. – Não é um prato difícil, na verdade.
— Isso não importa! Você tá de parabéns!
Era perceptível que cada vez que Naruto sorria, Hinata se acanhava ao olhar para ele.
— Como está a sua candidatura, Uzumaki-san?
O loiro tomou um gole de vinho antes de responder a Hiashi.
— Está indo bem, senhor.
— Soube de alguns problemas de sua candidatura junto ao sindicato empresarial de Konoha.
Toneri mal pode disfarçar o sorriso de triunfo em seu sorriso. Hinata olhou para seu pai, apreensiva. Ela entendia aquela tática, seu pai estava tentando intimidá-lo.
— Eles entraram com um pedido para que eu não pudesse me candidatar. Eu tenho algumas metas que não vão agradá-los.
— E quais metas são essas? – Toneri voltou seu olhar ao loiro ao seu lado. – As empresas Hyuuga e Otsutsuki têm muito interesse no assunto.
De repente, o ar parecia palpável. Hinata sabia que Toneri estava com o mesmo propósito de seu pai. Observou quando Naruto terminou de mastigar, engoliu e limpou sua boca com o guardanapo, para que em seguida um novo sorriso aparecesse em seus lábios.
— Era para ser uma surpresa, mas eu vou contar a vocês. Existe um terreno grande em que vamos usar no primeiro projeto assim que me tornar Hokage. – O Uzumaki transmitia confiança. – Vamos ampliar o orfanato e transformar esse terreno em uma área de lazer e esportes para crianças, com piscina, quadra, aumentar o refeitório, entre outras coisas. Esse terreno era de interesse do sindicato. Eles queriam vender para uma empresa de fora.
Hanabi não disfarçou sua animação.
— Isso é maravilhoso!
O loiro se encabulou por um momento, coçando a nuca.
— Ainda precisamos de patrocínio, mas tô certo que vai funcionar!
Toneri voltou sua atenção ao próprio prato, assim que viu que Hinata sorria a Naruto.
— Depois quero saber em detalhes desse projeto. – Hiashi voltou seus olhos a Toneri. - Podemos ajudar no patrocínio. O que acha, Toneri?
A voz de Hiashi tirou a atenção do Otsutsuki de seu prato.
— Claro.
Ele respondeu sem humor, limpando sua boca com o guardanapo.
— Na verdade, Hiashi-sama, esperava vê-lo amanhã, assim que viesse buscar Hinata. Isso depende, claro, se ela aceitar ir a um encontro comigo.
— Encontro? – Hinata disse, sem entender, esperando não parecer mal-educada.
— Você aceita?
O silêncio que se seguiu não incomodou Toneri. Ele percebera o sorriso na face do pai de Hinata e o olhar surpreso de Naruto.
— Sim.
A Hyuuga respondeu, sem pensar muito, sem emoção na voz. Toneri arrumou sua postura, sorrindo, olhando para a primogênita de Hiashi. Hinata viu que Naruto também a olhava, sem sorrir. Pelo resto do jantar, o loiro se manteve mudo. Hinata não sabia o porquê, porém, sentia que devia explicações a ele.
— Não acredito que ficaremos sem sobremesa. – Hanabi disse, assim que colocara alguns pratos na pia, seguindo Hinata que levava as taças. – Só temos o sorvete de creme, mas sem outro acompanhamento.
— Não se preocupe, Hanabi.
— Eu tenho uma sugestão.
A voz de Naruto deixou Hinata surpresa. Ele caminhava até a pia, deixando algumas louças próximo ao lugar onde ela havia deixado as taças.
— Não precisava se incomodar, nós já estávamos indo pegar as outras louças.
O Uzumaki apenas sorrira para Hanabi.
— Eu sei de um lugar que fica aberto até tarde e vende rolinhos de canela. Eles ficam ótimos com sorvete. Podemos ir buscar, não é longe daqui.
— Ótima ideia! – A Hyuuga mais nova se animou. – Vocês podem ir indo e eu vou avisar o papai!
Ninguém teve tempo de falar alguma coisa. Hanabi saiu da cozinha, indo em direção ao salão de jantar.
— Obrigada.
Hinata agradeceu, assim que os dois ficaram sozinhos.
— Eu espero que você ainda goste de rolinhos de canela.
Naruto tinha uma áurea diferente. A Hyuuga tentava evitar o pensamento de que, todas as vezes em que ele estava por perto, sentia que não havia o porquê medir as próprias palavras. Ele a fazia se sentir confortável quando os dois estavam sozinhos. Por algum momento esquecia toda a ansiedade e insegurança. Os dois foram caminhando até a entrada da casa e pararam ao lado de fora para esperar Hanabi. Algum momento depois, em um silêncio pacífico, Hanabi aparecera.
— Vão vocês dois. Toneri e papai estão falando de negócios e eu mal consegui falar com eles.
— Nós podemos esperar, Hanabi.
— Ah não, Hina. Podem ir e não demorem, pois eu quero a sobremesa logo!
Hinata não teve tempo em responder. Hanabi logo fechou a porta.
O silêncio prevaleceu por alguns segundos após entrarem o carro de Naruto. Era um modelo de carro confortável, provavelmente semi-novo. Hinata pensou, rapidamente, se a quantidade de mulheres que sentaram ali, ao lado dele, era alta. Mas decidiu logo afastar o pensamento.
— Você vai amar esses rolinhos de canela. – Naruto disse, olhando para a rua, enquanto dirigia. – Eles não são secos, sabe? Se você esquenta fica ainda melhor!
— Parece bom mesmo. A loja é longe daqui?
— Não é não. É perto da universidade de Konoha.
Ela sorriu ao ver o entusiasmo dele, porém, percebeu que ele parecia ainda incomodado com alguma coisa, desviando olhar para ela e prestando atenção na direção.
O lugar era um café, extremamente simples, localizado em uma esquina não movimentada. Ao entrarem, Hinata sentiu o aroma forte de café e açúcar. Naruto indicou com a cabeça onde ficava o que procuravam. Os dois seguiram por um corredor apertado – o local era bem pequeno – que terminava com um conjunto de cestas cobertas por um fino tecido. Ali havia uma variedade grande de pães e rolinhos doces. Hinata logo viu uma cesta cheia de rolinhos de canela, do tamanho da palma de sua mão.
— Você me ajuda a escolher?
O Uzumaki já havia pego um saco de papel e um pegador, indo até a cesta.
— Achei que não o veria mais por aqui, Naruto!
Atrás deles havia uma senhora idosa, sorrindo sincera.
— Yasu-sama! – O loiro retribuiu o sorriso. – Como a senhora está?
— Muito bem! E vejo que você também, acompanhado de uma linda moça!
Hinata enrubesceu com o comentário.
— Essa é minha amiga, Hinata. – Naruto disse, parecendo também encabulado.
— É um prazer conhecê-la, senhorita! Naruto é um cliente assíduo daqui. Vem aqui já faz alguns anos buscar os rolinhos de canela.
Naruto coçou sua nuca, sem graça.
— É, faz um tempo mesmo.
— Ele me contou que vinha aqui pois amava o cheiro de canela, mas eu tenho uma teoria. – A senhora falava mais baixo, enganchando um de seus braços a Hinata, caminhando para a frente da loja. A morena a seguia. O sorriso dela deixava sua pele mais enrugada, ainda assim, era encantadora. – Comidas são lembranças, assim como cheiros. Acho que esses rolinhos traziam lembranças a ele. Ainda tento descobrir o que são exatamente, mas ele nunca conta.
Os olhos de Hinata se voltaram para Naruto, que pegava os rolinhos, sem ouvir a conversa das duas.
— Lembranças? – Ela disse. Assim que encarou a idosa de novo, esta sorria mais aberto.
— Você sabe me dizer o que é?
Não teve tempo de responder. A aproximação de Naruto fez o assunto se dissipar.
— Escolheu os melhores?
— Sim, os mais dourados e úmidos. – O loiro disse, repetindo as palavras de forma tediosa. – Já aprendi com a senhora.
— Ótimo, eu o ensinei direitinho! – A idosa disse.
Naruto pagou pelos pães e os dois se despediram da senhora, que continuava a sorrir. Ao saírem do lugar, ainda na porta, o loiro abriu a embalagem de papel, tirando um rolinho e dando a Hinata.
— Toma, experimenta! Quero ver o que acha!
Não teve tempo para negar, ele havia sido mais rápido, colocando o rolinho a sua frente, próximo a seu rosto. Ela aceitou, logo mordendo o pão. Ele não estava errado. Era realmente muito bom.
— O que achou?
— É uma delícia! Há muito tempo não comia um pão tão bom!
— Um colega meu da faculdade que me indicou a loja da Yasu-sama. – Ele disse, mordendo outro pãozinho – Depois que eu descobri esse lugar, eu comecei a vir aqui quase todos os dias antes das aulas.
Hinata não respondeu, ainda mastigando seu rolinho. Naruto olhou para ela. Um sorriso enigmático apareceu em seus lábios e ele logo desviou o olhar.
— É engraçado ver você, aqui, comendo esses rolinhos.
— Por que? – A morena perguntou, assim que terminou de mastigar.
— Nada, esquece. – Naruto esticou e deu o saco de papel a Hinata. – Obrigado por me convidar para jantar, Hinata. Eu sei que ia ficar chato se não me convidasse para entrar.
Os olhos dele ainda se desviavam dos olhos dela.
— Eu não o convidei por educação.
Naruto a encarou.
— Não? Não mesmo?
Hinata riu da expressão infantil que Naruto fazia.
— Não, eu juro.
O loiro sorriu e soltou o ar com força, de forma exagerada.
— Ótimo, então vamos levar os rolinhos antes que a sua irmã mate a gente!
Assim que cada rolinho foi esquentado, Hanabi serviu com o sorvete de creme. Hinata, assim como Hanabi e Hiashi, admitiram que a ideia de Naruto havia sido muito boa. Toneri, no entanto, não parecia ser muito fã da sobremesa, já que mal havia comido uma única vez. Todos foram até a sala de estar e Hanabi estava servindo café a todos. Toneri aproveitou o momento em Hiashi conversava com Naruto e se sentou ao lado de Hinata.
— Me desculpe acabar convidando ele para jantar conosco. Sei que foi inconveniente.
A morena olhou para o Otsutsuki, surpreendida pela aparição dele.
— Não se preocupe com isso.
— Amanhã será diferente, só eu e você. – O tom baixo de Toneri incomodava Hinata. – Sei de um restaurante ótimo.
Ela sorriu em resposta.
Não percebeu quando estava sendo observada do outro lado da sala.
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Perto das onze e trinta começaram as despedidas. Hinata, junto a Hanabi, acompanhava Naruto e Toneri até a porta de entrada. Os dois não trocaram nenhuma palavra um com o outro, mas eram amáveis com as irmãs Hyuuga. Assim que a porta da casa Hyuuga fora fechada, cada um se encaminhou até seu carro, que coincidentemente, estavam estacionados do mesmo lado, um a frente do outro.
Assim que Naruto destrancou seu carro, ouviu um riso baixo pouco mais afastado.
— Eu avisei que você não deveria ter participado desse jantar.
Viu Toneri destrancar seu carro, aos risos.
— Se eu não falei com você a noite inteira, por que acha que eu falaria agora? – Naruto respondeu.
— Desculpe, você ainda deve estar putinho por ter saído perdendo, não é? Eu vou me lembrar dessa sua cara patética quando eu e Hinata estivermos tendo um belo jantar amanhã. – Toneri entrou em seu carro, ligando-o. – Boa noite, capitão.
Ouviu o barulho do motor e em seguida Toneri deu acelerou, saindo dali.
Naruto ficou alguns segundos parado, observando o carro do Otsutsuki sair. Fechou o próprio punho, com raiva. Não podia deixar aquele infeliz sair por cima, mais uma vez. Observou a luz da entrada da casa dos Hyuuga ainda acesa. Rangeu baixo os dentes. Sem pensar muito caminhou, rapidamente até a porta, tocando a campainha. Suas mãos suavam. Ele tinha que tentar.
Agradeceu, mentalmente, que fosse justamente Hinata quem atendera a porta.
— Naruto! Está tudo-
— Eu sei que você só vai ficar por mais cinco dias. Só me deixa tentar, por favor Hinata!
— Eu não sei se é uma boa ideia.
O Uzumaki parou a frente dela, encurtando a distância entre os dois em apenas centímetros. Os olhos dela se arregalaram com a aproximação.
— Eu odeio o Toneri. Sério. Odeio porque eu sei que, de uma forma estúpida ele merece você mais do eu. – Naruto soltou o ar com força, colocando as mãos em sua cintura, movendo as mãos inquieto. – Mas sério, ele é um babaca!
Hinata começou a rir baixo, tampando sua boca.
— Qual é Hinata, o cara não gosta de sorvete! – Ele disse, exagerado. – Que bom que você ri disso, porque é no mínimo engraçado.
— Naruto, ele é meu amigo, pare de falar assim dele.
O loiro a olhou para ela, sorrindo em seguida. Seus olhos tinham um brilho diferente.
— Depois de amanhã vai ter um evento para os candidatos a Hokage. A Sakura e o Sasuke irão e eu realmente queria que você fosse. – Os olhos dela se desviaram dele. – Não é um encontro em um restaurante fresco que nem do seu amigo, mas eu juro que te pago um lámem, o melhor do mundo!
O coração dela batia forte e a sua respiração havia ficado mais difícil. Suas mãos suavam. Mas, assim que levantou seu rosto, e viu Naruto a olhando daquela forma, não pode negar, tampouco esconder o rubor de sua face e a alegria que sentira. Concordou com a cabeça.
Com certeza sonharia com o sorriso que ele lhe retribuiu.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Música do capítulo foi Make You Mine do PUBLIC, porque eu tô viciada nessa banda e aquele vocalista é um sonho de homem e é meu (ele só não sabe ainda)
Obrigada, mais uma vez, vocês são simplesmente sensacionais ♥