Secrets: Year One escrita por Moony Dragon


Capítulo 3
Capítulo 2




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NICO

Nico não esperava que uma aterragem em concreto fosse ser suave, mas nada é previsível quando se trata de magia.

— Por este caminho, rapazes – Hagrid diz, liderando-os através da multidão, que não prestou nenhuma atenção em meninos magros e um meio-gigante.

 – Onde estamos indo? – Harry pergunta, tentando domar o porco-espinho que ele chama de cabelo.

— Para o Beco Diagonal, mas duvido que você tenha ouvido falar dele – Hagrid responde – É onde vamos conseguir todos os materiais escolares.

Materiais escolares? Nico procurou o olhar de Harry em busca de informação. Aparentemente ele já estava informado. O italiano buscou a carta de Hogwarts no bolso de sua jaqueta de aviador para ver se nela continha alguma informação que tinha deixado passar.

ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS

1° ANO

Uniforme:

1. Três conjuntos de vestes comuns de trabalho (pretas)

2. Um chapéu pontudo simples (preto) para uso diário

3. Um par de luvas protetoras (couro de dragão ou similar)

4. Uma capa de inverno (preto com fechos prateados)

Obs.: As roupas do aluno devem ter etiquetas com seu nome.

Livros:

O Livro Padrão de Feitiços (1ª série), de Miranda Goshwak

História da Magia, de Batilda Bagshot

Teoria da Magia, de Adalberto Waffling

Guia de Transfiguração para Iniciantes, de Emerico Switch

Mil Ervas e Fungos Mágicos, de Fílida Spore

Bebidas e Poções Mágicas, de Arsênio Jigger

Animais Fantásticos e seu hábitat, de Newton Scamander

As Forças das Trevas: Um Guia de Autoproteção, de Quintino Trimble

Outros equipamentos:

1 varinha mágica

1 caldeirão (estanho, tamanho padrão 2)

1 conjunto de frascos

1 telescópio

1 balança de latão

Obs.: Os alunos podem ainda trazer uma coruja, um gato ou um sapo.

LEMBRAMOS AOS PAIS QUE OS ALUNOS DO PRIMEIRO ANO NÃO PODEM USAR SUAS VASSOURAS PESSOAIS.

Nico encarou chocado sua lista de materiais. Não sabia se aquilo era incrível ou maluquice, mas de uma coisa tinha certeza, as escolas de bruxos eram únicas. Ficou tão fascinado com a lista que quase perdeu a conversa que se desenrolava a sua frente.

— Mas Hagrid – Harry diz timidamente. – Eu não tenho nenhum dinheiro.

— Nem eu – afirmou Nico. Não tinha pensado nisso e logo se desanimou na perspectiva de não poder estudar por causa disso.

— Não se preocupem com isso, crianças – confortou Hagrid – Os pais de vocês certamente têm um cofre reservado em Gringotes.

Gringotes?

•••

— É aqui –  Hagrid fala, parando na frente de um bar sujo. – O Caldeirão Furado. É um lugar famoso.

Além das pessoas com trajes estranhos e chapéus fazendo magia não parecia ser nada especial, principalmente famoso. Todavia o baixo zumbido da conversa parou quando entraram. Todos pareciam conhecer Hagrid, eles acenavam e sorriam para ele.

— O habitual Hagrid? – o barman pergunta.

— Não posso Tom, estou a serviço de Hogwarts – disse Hagrid, dando uma palmada com a manzorra no ombro de Nico e de Harry.

Todo mundo se vira, olhando para Harry. – Meu Deus – o barman murmurou, encarando Harry. – É... Será possível?

Antes que Nico pudesse piscar, todos começam a se envolver em torno de Harry. Por que eles estavam tão interessados ​​nele?

Nico sentiu um alívio quando percebeu que era praticamente invisível para eles. Nunca soube se destacar e não seria capaz de, alguém poderia descobrir seus segredos.

Depois de vinte minutos de Harry apertando as mãos de estranhos, di Angelo começou a ficar muito inquieto até vislumbrar um homem nervoso sacudindo a mão de Harry.

— Professor Quirrell! – exclamou Hagrid. – Harry, Nico, o professor Quirrell será um de seus professores em Hogwarts.

— P-P-Potter – balbucia o professor Quirrell, agarrando a mão de Harry. – N-n-nem sei d-dizer que p-p-prazer enorme é c-c-conhecê-lo.

— O que você ensina, professor Quirrell? – Harry pergunta a ele.

— D-Defesa contra as art-t-tes das t-t-trevas – murmurou o professor Quirrell, como se preferisse não pensar nisso. – N-não que você p-precise, hein? – ele riu nervosamente. – Você vai ter que pegar todo o seu material, suponho? Eu tenho que pegar um novo livro sobre vampiros – ele diz, parecendo aterrorizado com o próprio pensamento.

O professor Quirrell foi rapidamente afastado do caminho pela vasta multidão.

Eventualmente, Hagrid consegue se fazer ouvir naquela balbúrdia. – Precisamos nos apressar. Temos muitas compras a fazer. Vamos, rapazes – depois de se afastarem Hagrid sussurra. – Eu lhe falei, não foi? Falei que você era famoso. Até mesmo o professor Quirrell estava tremendo de emoção de o conhecer, mas, em geral, ele está sempre tremendo.

— Por que ele é famoso? –  Nico pergunta, confuso quanto o que há de tão impressionante em Harry.

Harry olha para baixo. – Costumava haver um feiticeiro malvado chamado Voldemort, ele não foi visto desde a noite em que ele matou meus pais.

 Nico sentiu uma empatia maior pelo menino, sabendo a dor de perder um familiar, mas sua curiosidade foi maior. – Sinto ser rude, mas eu não vejo como isso o tornaria famoso.

— Harry sobreviveu à maldição da morte, ele foi o único – Hagrid explica.

— Quirrell está sempre tão nervoso? – Harry pergunta, obviamente ansioso para mudar o tópico.

— Oh, sim. Coitado. Mente brilhante. Era ótimo estudando livros, mas depois tirou um ano para aprender na prática... Dizem que encontrou vampiros na Floresta Negra, e teve um problema desagradável com uma feiticeira, nunca mais foi o mesmo. Tem pavor dos alunos, tem pavor da própria matéria que ensina, agora, onde está o meu guarda-chuva? – Hagrid parou para contar tijolos na parede acima da lata de lixo.

Vampiros? Nico pensava receoso, mais um para minha lista de “monstros que tenho que evitar”

— Três para cima... Dois em frente – Hagrid murmurou. – Certo, cheguem para trás.

Ele bateu a parede três vezes com a ponta de seu guarda-chuva. O tijolo que ele tinha tocado tremeu, contorceu - no meio. Um pequeno buraco apareceu, que foi se alargando cada vez mais- um segundo depois eles estavam enfrentando um arco grande o suficiente até para Hagrid, um arco  que abria para uma rua de pedras irregulares, serpeava e desaparecia de vista.

— Bem-vindos ao Beco Diagonal! – Hagrid sorri.

Os meninos olhavam espantados, estudando a cena a frente. Nico sempre teve uma ótima visão, mas sentia que seus olhos estavam perdendo a maior parte das coisas a sua volta. Bruxas e bruxas de todas as idades circulavam pelas ruas, lojas que vendiam as coisas mais impensáveis que poderiam existir para um humano comum. Sentia o pequeno Nerd Nico de antigamente começando a pular.

— Gringotes – anunciou Hagrid. Tinham alcançado um prédio branco que se erguia sobre as outras pequenas lojas. De pé ao lado de suas portas de bronze polido, usando um uniforme de escarlate e ouro, era.. – Sim, isso é um duende – Hagrid sussurra calmamente enquanto subiam os degraus brancos de pedra em sua direção.

O duende curvou-se quando entraram. Agora se depararam com um segundo par de portas, prata desta vez, com as seguintes palavras gravadas:

Entrem, estranhos, mas prestem atenção

Ao que espera o pecado da ambição,

Porque os que tiram o que não ganharam

Terão é que pagar muito caro,

Assim, se procuram sob o nosso chão

Um tesouro que nunca enterraram,

Ladrão, você foi avisado, cuidado,

pois vai encontrar mais do que procurou

— Não te disse? Só um louco tentaria roubar o banco – Hagrid diz.

Um par de duendes curvou-se quando passaram da porta de prata para um vasto salão de mármore. Cerca de uma centena de duendes estão sentados em bancos altos atrás de um longo balcão, escrevendo em grandes livros, pesando moedas em escalas de bronze, examinando pedras preciosas através de óculos.

Havia muitas portas para contar que levavam para fora do corredor, e ainda mais duendes que acompanhavam as pessoas que entravam e saiam por elas. Seguiram em direção ao balcão.

— Bom dia – Hagrid diz a um duende desocupado. – Nós viemos pegar um pouco de dinheiro para o Sr. Harry Potter e, possivelmente, para o Sr. Nico Di Angelo.

— Você tem as chaves, senhor?

— Não as de Nico, mas eu tenho as de Harry. Espere, está aqui em algum lugar – Hagrid diz, antes de esvaziar seus bolsos no balcão, espalhando um punhado de biscoitos de cão mofados sobre o livro do duende. O duende enruga o nariz.

— Consegui – Hagrid disse, finalmente, segurando uma pequena chave dourada.

— A chave de Potter parece estar em ordem – o duende diz, antes de se virar para Nico – Poderíamos fazer um teste sanguíneo para ver se ele herdou alguma coisa.

O menino concordou e o duende pegou um pedaço de pergaminho, derramando algum tipo de poção nele. Ele pede seu dedo e relutantemente o garoto ergue. O duende pica o dedo e quando o sangue alcança o pergaminho vê as palavras “Cofre Di Angelo” se formarem, Nico encara surpreso. Ele tinha herança?

— Muito bem, senhor Di Angelo, vou pegar a chave de reposição – o duende resmunga. – Tente não perder dessa vez.

— Amigáveis, não? – Nico murmura.

Uma vez que o duende retornou com a chave, o menino a guarda no bolso da jaqueta.

— E eu também recebi uma carta do professor Dumbledore –  diz Hagrid, batendo no peito. – É sobre Você-Sabe-O-Que que está na abóbada setecentos e treze.

O duende lê cuidadosamente a carta. – Muito bem –, ele diz, antes de entregá-lo de volta a Hagrid – eu vou chamar alguém para levá-los a ambas abóbadas.

Uma vez que Hagrid tinha empacotado todos os biscoitos de cachorro dentro de seus bolsos, ele e Harry seguem o duende Grampo até uma das portas que saíam do corredor.

— O que é o Você-Sabe-O-Que na abóbada setecentos e treze? – Harry perguntou.

— Não posso lhe contar – Hagrid afirma misteriosamente. – Muito secreto, negócio de Hogwarts, Dumbledore me confiou, meus emprego vale mais do que a vontade de lhe contar.

Depois de um passeio nauseante para a abóbada misteriosa onde Hagrid só pegou um pequeno pacote, eles chegam a abóbada de Harry, onde ele começa a encher seus bolsos com todo o ouro que pode carregar.

Quando Nico alcança sua abóbada, vê uma boa pilha de ouro e bronze. A criança fica alarmada. Minha família era rica? Nunca mais precisaria passar fome ou frio, isso Nico poderia confirmar, pelo menos. Depois de ter enchido a mochila com vários punhados de ouro, segue os outros de volta para o carrinho.

•••

Depois de Hagrid explicar para os meninos o valor de cada tipo de moeda, ele os conduz para a loja "Madame Malkin - Roupas para Todas as Ocasiões" para comprar os uniformes.

— Ouça, vocês se importariam se eu der uma corrida para pegar um tônico no Caldeirão Furado? Eu odeio aqueles vagões de Gringotes.

 

 

 

— Hogwarts? – pergunta a senhora Malkin quando chegam à loja das vestes. – Tenho tudo aqui. Para falar a verdade, tem outro jovem agora ajustando uma roupa.

Nico olha para a parte de trás da loja para ver um menino de rosto pálido com cabelo loiro em pé em cima de um banquinho enquanto uma segunda bruxa fixa suas longas vestes pretas.

Senhora Malkin coloca os garotos em cima desses mesmos banquinhos em ambos os lados do estranho rapaz. Outra mulher aparece e joga longas vestes sobre suas cabeças antes de começar a ajustá-las.

Nico resiste ao desejo de distanciá-la. Odiava ter pessoas o tocando.

— Olá – o menino pálido cumprimenta. – Vão estudar em Hogwarts também? 

— Sim – Harry responde.

— Meu pai está comprando meus livros e minha mãe está na rua procurando varinhas – o menino diz em um tom entediado. – Então eu vou arrastá-los para dar uma olhada nas vassouras de corrida. Eu não entendo por que os primeiros anos não podem ter a sua própria. Eu acho que vou obrigar meu pai a obter-me uma e eu vou contrabandear de alguma forma.

Nico era contra julgar alguém imediatamente, era como uma regra para ele, mas este menino fortemente o lembrava de alguns dos pirralhos mimados de Westover Hall.

— Algum de vocês têm sua própria vassoura? – o menino continua.

— Não – Harry responde.

— Jogam Quadribol?

— Não – Harry responde novamente, parecendo confuso.

Talvez eu deva falar também, pensou o italiano. Mas também não sabia muito sobre magia e nem tinha o interesse em falar com este garoto.

— O pai diz que vai ser um crime se não for escolhido para jogar na minha casa, e devo dizer, concordo, sabe em que casa você vai estar?

— Não – Harry diz, parecendo um pouco chateado.

— Bem, ninguém sabe realmente até que eles cheguem lá, mas eu sei que eu estarei na Sonserina, toda nossa família ficou lá. Imagine estar em Lufa-Lufa, eu acho que eu iria embora, não é?

— Eu não vejo por que qualquer casa seria melhor do que a outra – di Angelo fala, já que Harry estava claramente envergonhado por não saber.

Nico estava supondo que as casas eram como as cabanas que tinham no acampamento. Talvez ele não pertencesse a nenhum delas como no acampamento. Iria ter que sair de lá também.

— É claro que algumas casas são melhores – o garoto bufou.

— Talvez se uma das casas estiver cheia de você e do resto de sua família esnobe – Nico responde, fazendo-o virar roxo.

  – Como você ousa!? – ele chia.

  Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, o garoto fala de novo. – Esta aberração está com você? – ele pergunta com um sorriso presunçoso.

   – É o Hagrid – Harry diz nervosamente. – Ele trabalha em Hogwarts.

   – Ah, sim, ouvi dizer que ele é um selvagem. Ele é seu pai?

    – Nós não somos parentes – murmurou Harry, corando.

   – Quem são seus pais então? Eles eram do nosso tipo, não eram? – o garoto pergunta, olhando para Nico.

    – Eles eram bruxos, se é isso que você quer dizer – Harry responde.

     O menino claramente se acalma, obviamente ainda assumindo que Nico e Harry eram irmãos.

   – Eu realmente não acho que eles deveriam deixar o outro tipo entrar, não é? Eles não são iguais a nós, eles nunca foram criados para conhecer o nosso modo de viver. Alguns deles nunca ouviram falar de Hogwarts até que eles receberem a carta, imagine, eu acho que eles deveriam manter as coisas entre as velhas famílias bruxas, qual é o seu sobrenome?

Mas antes que pudesse argumentar com ele ainda mais, a bruxa que faz as vestes de Harry diz. – Você terminou, querido – E Harry, obviamente não perde a chance de ir embora para evitar de falar com o menino, e já salta do banquinho.

— Bem, eu vou ver você em Hogwarts, eu suponho – o menino arrasta, claramente infeliz de estar preso com Nico.

— Então, o seu sobrenome? – ele pergunta novamente quando Harry foi embora.

— Di Angelo – Nico respondeu, ainda olhando para ele. O garoto parece um pouco assustado com seu olhar, o que quase o faz sorrir.

Ele pareceu pensativo por um momento. – Não eram uma velha família de bruxos italianos?

     Bem, tudo indica que sim, pensou. Será que existe uma escola para bruxos na Itália também?

— E você também, querido – A bruxa que estava costurando suas vestes diz.

— Obrigado – diz, saindo do banquinho, nem mesmo dizendo adeus ao loiro.

•••

Enquanto tentava tomar o sorvete (não querendo desperdiçar algo que Hagrid foi tão gentil em dar), Nico nota que Harry estava muito quieto.

— Estás bem? – Hagrid pergunta a ele.

— Estou – Harry mente.

Hagrid os leva para comprar pergaminhos e penas. Nico não entendia o do porquê utilizar pergaminhos e penas atualmente, era simplesmente ridículo.

— Hagrid, o que é Quadribol? – Harry pergunta.

—Caramba, Harry, eu continuo esquecendo o quão pouco você sabe. Raios, não saber sobre Quadribol?

— Não me faça sentir pior – diz Harry, antes de explicar o que o menino da loja disse.

— Se ele soubesse quem você é, Harry, ele cresceu sabendo o seu nome se os pais dele são bruxos. Você viu como todo mundo no Caldeirão Furado agiu quando viram você. De qualquer forma, o que ele sabe sobre isso? Alguns dos melhores bruxos que eu já vi nasceram de uma linhagem de trouxas. Olhe para sua mãe, olhe o que ela tinha como irmã!

Hagrid parece estar certo. Nascidos-trouxas provavelmente trabalham muito mais do que as pessoas que cresceram com magia, para não mencionar que eles não teriam o mesmo preconceito, pensou di Angelo.

— Então, o que é Quadribol? – Harry pergunta.

— É o nosso esporte, esporte mágico, é como o futebol no mundo trouxa, todos praticam  Quadribol, é jogado no ar em vassouras e há quatro bolas- é meio difícil explicar as regras.

— O que são Sonserina e Lufa-lufa? – Nico pergunta.

— Casas na escola, há quatro, todos dizem que Lufa-lufa só tem panacas, mas-...

 – Aposto que estou na Lufa-lufa – disse Harry deprimido.

 – Melhor Lufa-Lufa do que Sonserina –  Hagrid sentenciou, sombriamente. – Não há um único bruxo ou bruxa desencaminhados, que não passou pela Sonserina. Você-Sabe-Quem era um.

 – Isso soa como um estereótipo – afirmou Nico, lembrando o que as crianças no acampamento diziam sobre os filhos de Hades.

  Hagrid parece pensativo por um momento. – Vocês não conhece eles. Eu tenho trabalhado em Hogwarts há anos e os Sonserinos sempre foram sombrios.

  Nico cerrou seus dentes. Hagrid é um cara legal, mas isso não podia ser verdade. – Duvido que um quarto da escola seja malvada.

  – Você verá quando você chegar lá –  Hagrid diz, terminando a conversa.

 

Em seguida foram a uma loja chamada Floreios e Borrões, onde compraram os livros, depois disso Nico foi direto para a seção de história, esperando aprender mais sobre o papel que os Deuses desempenhavam neste mundo.

 Após não encontrar nada, desistiu e foi até Harry, que estava enrolado na seção Maldições e Contra-maldições.

 Antes de chegar a Harry, um livro voou em sua direção, quase o derrubando. Nico se virou, pronto para se defender contra quem o atacou parando para ver uma garota da sua idade parecendo estar em uma mistura de constrangimento e tentando segurar a risada.

  Ela tem a pele pálida, cabelo longo louro, características angulares e olhos cinzentos travessos.

  – Desculpa! – ela grita, não conseguindo segurar sua risada.

  – Cuidado – Nico chia, franzindo o cenho.

  – Não precisa ficar tão mal humorado – ela diz, revirando os olhos

  – Não ataque estranhos – o menino responde, dobrando os braços.

   – Foi um acidente, eu sou nova nesta coisa de magia – ela resmunga.

  O rapaz nota que ela está usando roupas trouxas. Calças brim pretas rasgadas e uma camisa marrom larga com as palavras "Shhhh or the voice in my head will have to shout."

  – Tanto faz – murmurou, caminhando em direção a Harry enquanto Hagrid tentava afastá-lo de seu livro.

  – Eu estava tentando descobrir como amaldiçoar o Duda – Harry resmungou.

    – Ter o nome Duda soa como punição suficiente – Nico diz, anunciando sua presença e fazendo Harry rir.    

    – Não vou dizer que não é uma boa ideia, mas você não deve usar magia no mundo trouxa exceto em circunstâncias muito especiais –, diz Hagrid – de qualquer forma, você não conseguiria fazer nenhuma dessas maldições ainda, precisará de muito mais estudo antes de chegar a esse nível.

   Foram para mais algumas lojas, obtendo caldeirões e depois que deixaram a farmácia, onde compraram algumas coisas para poções básicas, então Hagrid verifica a lista novamente.

     – Falta apenas a varinha. Ah é, eu ainda não comprei o seu presente de aniversário, Harry – Hagrid diz, fazendo Harry ficar vermelho.

     – É seu aniversário? – Nico pergunta.

     – Você não precisa... – Harry diz, claramente envergonhado.

   – Eu sei que não precisa. Vamos fazer o seguinte, vou comprar um animal para você. Não vai ser sapo, os sapos saíram de moda há muitos anos, todo mundo iria rir de você. Eu não gosto de gatos, eles me fazem espirrar. Vou comprar uma coruja, todas as crianças querem corujas, são úteis, levam cartas e tudo mais – Hagrid diz.

    Vinte minutos depois, Harry ganhou uma coruja e os meninos estavam a caminho de pegar as varinhas.

   – Você pode pedir emprestado, às vezes, se você quiser. Sua família provavelmente vai querer conversar com você – Harry diz, parecendo um pouco triste com a menção de família.

       – Eu não tenho família – Nico diz calmamente. Harry lhe lança um olhar compreensivo. Sabia o que era ser órfão.

•••

     A última loja era estreita e decaída. Letras de ouro descascadas sobre a porta diziam Olivaras: Artesãos de Varinhas de Qualidade desde 382 a.C.

    Um sininho tocou em algum lugar nas profundezas da loja quando entraram. Era um lugar minúsculo, vazio, exceto por uma única e esguia cadeira que Hagrid sentou para esperar.

       – Boa tarde – uma voz suave diz.

    Um homem velho estava parado na frente dos meninos, seus olhos largos, pálidos que brilham como luas através da obscuridade da loja.

       – Olá – Harry cumprimenta desajeitadamente.

     – Ah sim –, diz o homem. – Sim, sim. Pensei que ia vê-lo em breve. Harry Potter. Você tem os olhos de sua mãe, parece que foi ontem, ela estava aqui sozinha, comprando sua primeira varinha com vinte e seis centímetros de comprimento, farfalhante, feita de salgueiro – Olivaras se aproxima mais de Harry.

       Nico estava feliz que ele não tinha o notado ainda, duvidava que iria se sentir a vontade de ter alguém tão perto dele.

     – Seu pai, por outro lado, favoreceu uma varinha de mogno: vinte e oito centímetros, flexível, um pouco mais poderoso e excelente para a transfiguração… Bem, eu digo que seu pai o favoreceu, é realmente a varinha que escolhe o feiticeiro, é claro.

      – E foi aí que… – Sr. Olivaras tocou a cicatriz relâmpago na testa de Harry com um dedo comprido e branco – Desculpe-me por ter vendido a varinha que o fez – Ele disse suavemente. – Trinta e cinco centímetros... Poderosa varinha, muito poderosa, e nas mãos erradas... Bem, se eu soubesse o que essa varinha ia fazer no mundo…

       – Hagrid, Hagrid, Hagrid! Que prazer em vê-lo de novo... Carvalho, quarenta centímetros, meio mole, não era?

          – Era sim, senhor – Hagrid confirma.

      – Boa varinha, essa, mas eu acho que eles partiram-na ao meio quando você foi expulso? – , pergunta Olivaras, de repente severo.

          – Er - sim, eles a partiram, sim – diz Hagrid, arrastando os pés. – Eu ainda tenho as peças, no entanto – ele acrescenta brilhantemente.

          – Mas você não as usa? – Olivaras pergunta bruscamente.

        – Oh, não – , disse Hagrid rapidamente. Nico percebe que ele está segurando seu guarda-chuva cor-de-rosa muito apertado enquanto ele falava. Sr. Olivaras murmurava, dando a Hagrid um olhar penetrante, antes de virar-se para o menino.

           – Humm... você eu não conheço – ele diz, estudando Nico. 

           – Minha família era italiana – diz rapidamente.

        Nico notou Harry sorrindo um pouco, murmurando "explica o sotaque".

         – Hmm – Olivaras murmura suspeitosamente. – Bem, agora.. Sr. Potter, deixe-me ver – ele diz, retornando sua atenção para Harry, começando a fazer testes diferentes, medindo-o.

— Cada varinha da Olivaras tem um núcleo de uma substância mágica poderosa, Sr. Potter. Nós usamos pêlos de unicórnio, penas de cauda de fênix, e as cordas de coração de dragões. Não há duas varinhas Olivaras iguais, assim como não há dois unicórnios, dragões ou nem fênix iguais. E, naturalmente, você nunca obterá resultados tão bons com a varinha de outro feiticeiro – Olivaras explica, medindo as narinas de Harry.

— Já chega – ele diz, e a fita métrica caiu no chão. – Certo, Sr. Potter… – ele diz antes de pegar uma varinha para Harry.

— Experimente esta. Faia e corda de dragão. Vinte e três centímetros. Agradável e flexível. Apanhe e experimente – Harry apenas acenou durante alguns segundos antes que Sr. Olivaras o arrebatasse da mão dele.

Se Harry tem tanta dificuldade em encontrar imagina eu?, pensou Nico. Nem sequer era inteiramente humano, e se nenhuma delas funcionar? E se a escola simplesmente confundiu suas habilidades de semideus com magia?

A mesma cena se repetiu até Harry finalmente encontrar uma que se adequa a ele.

— Oh, bravo! Sim, de fato, oh, muito bem... Bem, bem, bem... Que curioso... Que curioso… – ele coloca a varinha de Harry de volta em sua caixa e embrulhou-a em papel pardo, ainda murmurando. – Curioso... Curioso.

— Desculpe – , Harry diz – mas o que é curioso?

Olivaras observou Harry com seu olhar pálido. – Eu me lembro de cada varinha que vendi, Sr. Potter. Cada varinha é única.  Acontece que a fênix cuja pena da cauda está em sua varinha, deu outra pena, apenas uma outra. É muito curioso que você foi destinado a esta varinha, por que seu irmão lhe deu essa cicatriz. Sim, trinta e quatro centímetros. Curioso, de fato, como essas coisas acontecem. A varinha escolhe o bruxo, lembre-se... Eu acho que devemos esperar grandes coisas de você, Sr. Potter... Afinal de contas, Quem-Não-Deve-Ser-Nomeado fez grandes coisas, terríveis, sim, mas grandes.

 Harry treme visivelmente.

— Sua vez, qual é o seu nome? – Olivaras o pergunta.

— Nico Di Angelo – responde, fazendo seus olhos se iluminarem.

— Ah, eu só servi um Di Angelo, uma senhorita, Bianca Di Angelo em 1931 uma varinha bastante peculiar eu devo dizer… – ele afirma. – E eu conheci sua mãe, Maria Di Angelo, há noventa anos, vencedora do torneio Tribruxo, acredito, precisava de sua varinha consertada depois que um dragão quase a queimou... – ele se lembra sonhadoramente.

Maria Di Angelo? Disse que era a mãe de Bianca... minha mãe, pensou Nico.

O lembrete de que nem conseguia lembrar o nome da própria mãe era como um soco no estômago.

Antes que pudesse dizer qualquer outra coisa Olivaras fala novamente. – Qual é o seu braço de varinha?

— Esquerdo.

Ele balança a cabeça e começa a medi-lo como fez com Harry. Nico resiste ao desejo de afastá-lo quando ele chega mais perto.

Quando ele finalmente parou, ele traz uma varinha que parece meio torcida.

— Vinte e sete centímetros, carvalho, corda de coração de dragão, bom para a defesa – ele diz, colocando a varinha na mão de Nico antes de quase imediatamente removê-la.

— Não, não, não – ele murmura, trazendo outra varinha.

— Vinte e dois centímetros, cabelo de unicórnio, salgueiro – ele diz com um olhar de incerteza em seu rosto.

Nico balançou a varinha, quebrando um vaso.

— Não – ele murmura, arrancando-o de sua mão, fazendo-o sentir desprezível.

Várias varinhas mais tarde, ele retorna com um preto longo e torcido com esculturas intrincadas.

— Experimente – ele diz nervoso.

Quando Nico a segura um sentimento de calor o rodeia e luzes disparam no fim da varinha.

— O que é essa? – Hagrid perguntou, claramente surpreso por não ter anunciado.

— Trinta e três centímetros, núcleo de pêlo de rabo de Testrálio e madeira de um salgueiro, aparentemente, do jardim de Perséfone – ele anuncia, parecendo orgulhoso de si mesmo.

Claro que madeira seria, para o horror de Nico, do jardim de sua madrasta. Mas como algum bruxo teve acesso a ela? Pelo que observará os bruxos não estavam cientes da existência dos Deuses.

— Você não mencionou esses ingredientes antes – Harry diz, parecendo confuso.

— Eles são muito raros – Olivaras afirma, colocando sua nova varinha de volta na caixa e embrulhando-a como ele tinha feito com a Harry.

Deu-lhe os sete galeões e saíram.

•••

Estavam todos muito quietos enquanto deixavam o Beco Diagonal e faziam o caminho até o jantar. Hagrid tinha se oferecido para comprar hambúrgueres já que, aparentemente, estavam ambos demasiados magros.

— Vocês estão bem? Ambos estão muito quietos – disse Hagrid.

— Não é nada... Só que todo mundo pensa que eu sou especial – Harry responde. – Todas essas pessoas no Caldeirão Furado, Professor Quirrell, Sr. Olivaras... Mas eu não sei nada sobre magia. Como eles podem esperar grandes coisas? Eu sou famoso e não consigo lembrar o que Vol-desculpe Você-Sabe-Quem, fez na noite em que meus pais morreram.

— Não se preocupe, Harry. Você aprenderá rápido. Todo mundo começa em Hogwarts sem saber quase nada, você vai ficar bem. Apenas seja você mesmo. Eu sei que é difícil, sempre é. Mas você vai se divertir muito em Hogwarts de fato.

Depois de deixar Harry na estação de trem, Hagrid trouxe Nico de volta para a América pela Chave de Portal. – Você vai ficar bem? Quer que eu o traga para o trem de Hogwarts no início das aulas?

— Eu vou ficar bem – Vou apenas ter que viajar pelas sombra, pensou. – Eu tenho algum dinheiro trouxa para um bilhete de avião – mente.

— Não tenha medo de entrar em contato comigo, apenas encontre uma coruja – ele diz com um sorriso gentil.

     Nico quase sorri.

Uma vez que Hagrid se foi, di Angelo viaja para o submundo para deixar suas compras no quarto do palácio, evitando ser notado pelo pai. Se ele o encontrasse, seria... bem, um inferno.


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