Secrets: Year One escrita por Moony Dragon


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

"Quem iria nos querer? Bianca estúpida. Porque se acha que vai encontrar algum motivo, você está errado. Nós não temos família. Nico e eu-", sua voz quebrou um pouco, "Nós não temos ninguém além de um ao outro."

—Bianca di Angelo, A Maldição do Titã



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NICO

Nico di Angelo sempre foi considerado diferente. Seja porque era um menino italiano vivendo entre americanos, a incapacidade de ler corretamente ou focar, ou como se sentia perto de certos meninos, mas sempre teve sua irmã.

Bianca di Angelo está morta e Nico não pôde ajudá-la.

Por que confiou em Percy? Deveria ter ido na busca, talvez se tivesse descoberto suas habilidades mais cedo poderia ter a salvado. 

Seus pensamentos foram interrompidos por uma coruja atravessando a janela do motel. Penas cinzentas e grandes olhos esverdeados pousaram na fresta da janela, e entre suas garras uma carta de aparência antiga se destaca. Annabeth deve ter a enviado. O acampamento deve estar atrás do filho de Hades, perigoso demais para ser deixado sozinho. 

Nico atira sua adaga que atravessa a carta entre as garras da coruja.

— Deixe-me em paz! – exclama, fazendo a coruja voar para longe. Suspira e volta para a cama do motel.

Sendo o filho do deus das riquezas era de se esperar que o garoto fosse rico, e não vivendo em um motel degradado que é provavelmente mais velho do que ele. Adicione sua idade à lista de razões do porquê Nico di Angelo não é nenhum menino normal de “onze” anos de idade.

    Sente suas pálpebras ficarem mais pesadas. Não, Nico não pode dormir. Os pesadelos não o deixam em paz. Toda vez que tenta, sua mente é inundada com imagens de Bianca.

Ele se levanta da cama, determinado a não dormir, e começa a praticar as habilidades de espada.

O ferro estígio da espada parece se tornar ainda mais escuro quando a usa para comandar as sombras e erguer esqueletos do chão. Eles atacam e o jovem responde cortando-os com a espada, antes de esquivar de outro ataque e matá-los por trás.

Antes de poder entrar em colapso, depois de terminar de destruir todos os esqueletos, vê uma coruja voar pela janela carregando outra carta.

— Você está brincando comigo?! – grita, antes de usar o que resta de energia para manipular as sombras em lâminas afiadas que rasgam a carta.

 Nico desmaia quase instantaneamente.

•••

A luz do Sol entra pela janela do velho motel e berros vem do quarto do jovem di Angelo que acorda com outra coruja sentada em sua cabeça. 

— Vá embora! – grita, fincando a espada através de uma das cartas que estava flutuando em direção ao chão.

O pássaro o encara fixamente antes de sair pela janela.

Nico franziu o cenho e jogou todas as posses que tinha em uma pequena mochila preta, juntamente com o resto do material que tinha "pegado emprestado".

Annabeth sabe onde ele está. Precisava sair daqui antes que a filha de Atena resolve procurá-lo pessoalmente.

Ele sabe que não deveria odiá-la. Não é culpa dela que Bianca morreu em uma missão para salvá-la, ou que Percy esteja obviamente apaixonado por ela, mas isso não significa que Nico tenha que gostar dela.

O garoto bufa, caminhando até a saída do motel, sem poupar um olhar para o homem sombrio na caixa registradora.

— Hey miúdo! Você esqueceu de pagar! – ele grita, mas é ignorado.

Nico poderia viajar pelas sombras, mas não se sente muito disposto. A última vez que tentou, acabou na China e não estava ansioso por uma segunda dose.

  Resmungando começou a andar.

•••

 

Uma semana depois.

 

— Bianca, espera! – exclama enquanto o cabelo negro de sua irmã desaparecia ao virar a esquina.

— Não é minha culpa que você é lerdo! – ela grita passos a sua frente, rindo.

Nico ri e acidentalmente acaba batendo em um dos soldados que rondava a esquina. Ele o encara com frieza. – Você está vindo comigo, escória.

— E-Eu n-não  s-sei do que você está f-f-falando – gagueja, antes de tentar fugir, mas o soldado segura seu braço.

— Você sabe exatamente do que estou falando, sua bicha.

  O menino luta contra seu aperto, mas uma risada fria o faz parar de lutar. Nico vira para ver o rosto familiar de Bianca zombando dele.

— Estou tão feliz por você estar indo embora, você merece isso – diz Bianca.  – Você tem alguma ideia do quanto odeio estar perto de você?

— Não, isso não é real – o garoto se lembra.

 – Então por que eu fui embora na primeira oportunidade que tive? Para me livrar do fardo horrível de estar relacionada a você – ela fala com um sorriso cruel.

 O soldado puxa o menino gritando.

 

E o mesmo menino acorda gritando, encharcado de suor.

Foi apenas um pesadelo, repete para si mesmo. Mas será que isso o torna menos verdadeiro? Sussurra uma parte obscura de sua mente. Sua infância era assim? Brincar com Bianca e se esconder dos soldados?

A porta se abre para revelar um homem de aparência cansada. Era o mesmo sujeito que ofereceu estadia no apartamento acima de seu bar por uma noite para Nico descansar.

— Nico? Você está bem? – André, o dono do bar, era um homem amável e ao avistar a criança magra na rua teve que oferecer ajuda.

— Sim, foi apenas um pesadelo. Desculpe por acordar você – resmunga, tentando recuperar o fôlego.

— Não tem problema, eu estava acordado – ele diz, com um sorriso amável  – Precisa de alguma coisa?

— Estou bem – responde sinalizando que André poderia voltar a dormir. Olhou ao redor para ver uma coruja na janela, olhando-o com curiosidade.

Frustrado, atira seu sapato em sua direção e sai para tomar um pouco de ar fresco.

Seu pesadelo estava correto. Ela agarrou a primeira oportunidade que teve para ficar longe dele.

Encostado contra a parede avista um homem gigante caminhando em sua direção. Ele tem o cabelo e a barba escuros desgrenhados que cobrem quase toda sua cara exceto seus pequenos olhos preto que, apesar de sua cor, parecem quentes e reconfortantes. Esse homem era ou um monstro, ou tomou esteroides em excesso.

— Se perca, está fechado, encontre outro lugar para evitar a sua esposa – diz cautelosamente, não querendo bêbados atrapalhando André.

O homem ri.

— A coisa mais próxima que eu tenho de uma esposa é o meu cachorro Rúbeo.

Sotaque forte.

— Parece um cão simpático – Nico afirma, lembrando-se da doce Sra.O'Leary 

— Não estou aqui pelo bar, rapaz – o adulto diz.

 O garoto observa atentamente, esperando o sujeito dar o primeiro passo.

— Estou aqui para conversar com você sobre Hogwarts, e sobre o porquê de você não estar retornando as cartas.

 – O que em nome de Hades é Hogwarts?

— Você não leu a carta? – retomou, coçando a barba.

— Espere, foi você que enviou as cartas através de corujas? 

— Bem, não fui eu exatamente, mas sim a Escola.

Nico o encarou confuso. – Que escola?

— Ora rapaz, está na hora de ler as cartas que recebe – ele bufa e entrega um envelope meio amarelado ao garoto.

 

ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS

 

Diretor: Alvo Dumbledore

 

    (Ordem de Merlim, Primeira Classe, Grande Feiticeiro, Bruxo Chefe, Cacique Supremo, Confederação Internacional de Bruxos)

 

  Prezado Sr. Di Angelo,

 

 Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.

  O ano letivo começa em 1˚ de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

 

Atenciosamente,

Minerva McGonagall

 

Diretora Substituta

 

 

— Você está brincando certo? É coisa dos Stolls? Enviando um troll para me dizer que eu sou um feiticeiro?

— Eu não sou um troll, muito obrigado! E isso é muito real – ele responde indignado.

Talvez isso seja verdade. Semideuses são reais, então por que bruxos não?

— Prove – exige.

— Eu não deveria fazer isto, mas okay – ele diz, tirando um guarda-chuva cor-de-rosa e apontando-o para a espada que estava na bainha do garoto.

Ele exclama algo em outra língua e balança seu guarda-chuva, fazendo a espada se transformar em uma margarida anormalmente grande.

Di immortales, ele está realmente dizendo a verdade.

— Minha espada! 

— Você é muito jovem para andar com uma arma de qualquer maneira – ele afirma.

— Hagrid, está tudo bem? – um garoto magricela por volta da idade do di Angelo pergunta, atravessando a rua. Tinha cabelos escuros e óculos circulares, roupas desajustadas e sotaque britânico. Ele lembrava Percy, de alguma forma.

  — Sim Harry, apenas explicando nosso mundo a Nico – Hagrid responde.

— Está mais para destruindo minha espada! – o garoto exclama, sinalizando a flor em sua mão.

Harry tenta sufocar o riso.

Algo sobre ele invoca um sentimento doentio em Nico.

— Bem, você não estava pretendendo explicar toda essa história sobre magia? – pergunta a Hagrid.

— Isso mesmo! Meu nome é Hagrid. Eu sou o guardião das Chaves na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e você, Nico di Angelo, é um bruxo.

A cabeça do menino vira um turbilhão de perguntas e pensamentos perturbadores – Isto é ridículo – murmura. 

— Nós não tínhamos conhecimento sobre você até recentemente, quando seu nome apareceu em nossa lista... O nome de sua irmã também apareceu no terceiro ano, mas em seguida desapareceu.

Como assim terceiro ano? Ela já havia entrado na escola antes? Quando? Antes de serem presos no Cassino?

Nico desvia o olhar para longe. Dúvidas explodem como fogos de artifício e um calafrio percorre seu corpo ao tentar lembrar de seu passado.

— Não espere ela montando numa vassoura em breve ou em qualquer momento futuro –, diz com a tristeza embargada na voz.

Harry lhe lança um olhar compreensivo.

— Bem, eu acho que você não tem nenhum material escolar, então venha conosco para a cidade – Hagrid diz, mudando de assunto.

— Vou poder voltar?

— Claro que sim, nós não desejamos tirar você de sua família – Hagrid aponta.

Nico cerrou seus dentes na menção da família. Por que só ele tinha sobrevivido?

— Eu irei – concordou. – Mas só se você transformar minha espada de volta ao normal – só com ela ficaria a salvo dos monstros. Sobreviver. Essa era a única coisa que podia fazer em nome de sua família.

Hagrid relutantemente acena, e segura seu guarda-chuva novamente, transformando a flor de volta em espada. – Agora melhor buscar suas coisas. A viagem vai ser longa.

Nico rapidamente corre ao quarto, jogando tudo que possuía em sua mochila preta. Sobreviver e conhecer o meu passado, pensou.

Bianca tinha feito o primeiro e segundo ano da escola. E sua mãe? Sua família é inteiramente bruxa? Que tipo de novo mundo é esse?

Podia ter medo do passado, mas também sabia que não podia mais continuar vivendo desse jeito. Em motéis e bares, sem saber quem realmente foi. Sem lembrar dos entes queridos e suas verdadeiras histórias. Querendo ou não precisava investigar. Se você não tem responsáveis, você mesmo tem tomar as decisões sozinho, pensou.

Olhou seu entorno. Um lugar desconhecido e solitário. Depois da morte de Bianca, não teve conexão familiar com nada. Até agora.

Seguiu Hagrid e Harry para longe do bar e do homem que gentilmente o acolheu nele, em direção a um ursinho de pelúcia deitado no meio da estrada.

— Vamos comprar livros com um ursinho de pelúcia? – perguntou confuso.

— Isso é uma Chave de Portal – Hagrid diz – Ponha a mão nela para se teletransportar para a Inglaterra.

— Espere, Inglaterra? – perguntou surpreso. Sua família era constituída de bruxos italianos que cursaram uma escola de magia britânica e depois se mudaram para os Estados Unidos? Sentia-se repentinamente tonto.

— De onde você pensava que éramos, Kansas? – Hagrid responde, sarcasticamente.

Além de sobreviver e investigar, admitia que isso iria tornar a tarefa de se esconder de Percy e do Acampamento muito mais fácil se estivesse do outro lado do oceano...

— Vamos então – diz decidido, colocando a mão sobre o ursinho de pelúcia. Eles repetem o movimento e logo sente uma magia misteriosa o direcionado para frente, puxando-o para o urso.


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