Porque tudo acontece uma vez em Nova York escrita por SouumPanda
Tinha se passado quase duas semanas de todos episódios, Katherine ouviu toda explicação de Matthew, mas agora mantinha uma certa distância dele no momento e era visível a tensão dele nas últimas semanas. Boyle o pressionava e com o afastamento de Katherine ele não conseguia mais procurar pelo pendrive que Elizabeth tinha.
— Kath, vamos conversar. Um jantar no meu apartamento e te explico tudo. – Matthew andava pela empresa falando atrás de Katherine que revirava os olhos o escutando e quando parou o fez trombar com ela, ela se virou e o fuzilou com o olhar. – Por favor.
— Não faz seu tipo ficar suplicando assim. – Ela disse em tom irônico e respirou fundo relaxando os ombros e abraçando a pasta de documento que levava para Tomás. – Tudo bem, um jantar para me explicar seja lá o que você fazia no quarto da minha irmã enquanto ela estava lá com Tomás. – Ela forjou um sorriso sádico e se virou indo para o elevador e subindo para a sala de Tomás. Logo que ela entrou ele a recebeu cordialmente com um sorriso e ela fez o mesmo ao vê-lo.
— Bom dia Katherine, como estão as coisas? – Ele disse pegando a pasta que ela prontamente estendeu a ele.
— Bem, só a fúria incessante do Matthew em me levar para jantar. – Ela disse bufando e Tomás arqueou a sobrancelha escutando atentamente ela. – Brigamos a quase duas semanas e dei uma afastada.
— E não querendo me intrometer, porque? – Tomás questionou e engoliu seco se sentindo invasivo na relação de Katherine.
— Acho que tomaria mesma atitude que eu, porque não se tem o que pensar. – Ela respirou fundo e tentou parecer não tão abalada com a situação. – Mas lembra a duas semanas atrás que Chloe e eu estávamos brigando sobre onde ele estaria? – Ela fez uma pausa e Tomás afirmou com a cabeça. – Quando você e Liz saiu aquele dia, Matthew saiu do quarto dela minutos após vocês. – Ela suspirava tentando controlar o desgosto que sentia ao falar e Tomás estava visivelmente perturbado e com os olhos arregalados. – Desculpa jogar isso em cima de você, mas precisava falar disso com alguém.
— Acha, tudo bem Katherine. – Tomás engolia seco e tentava não parecer transtornado em imaginar o que Matthew poderia ter visto e principalmente ouvido aquele dia. – Mas sei que vocês, vão achar um equilíbrio nisso tudo e ele falará para você o que estava fazendo lá. E da próxima vez que a gente conversar vai me contar como está animada novamente com ele. – Tomás tentava parecer tranquilo, mas já sentia o sangue ferver ao imaginar Matthew olhando Elizabeth principalmente. – Bom, se me de licença Katherine tenho uma reunião, mas adoraria conversar mais com você. – Tomás falou o mais cordial que conseguia, se levantando e fechando o paletó e saindo da sala em modo automático e deixando Katherine ali sentada olhando tudo a sua volta.
John e Elizabeth estavam na cafeteria sentados esperando o pedido, em um silencio absoluto, tinha um certo tempo que eles não tinham mais tanto contato e muito menos tempo para ficarem tomando café juntos. Quando o pedido chegou, eles se olharam e forjaram sorrisos desconfortáveis e John respirou fundo olhando a amiga.
— É estranho, estarmos tão desconectados assim, me conte como está com Tomás. – Ele disse tentando quebrar o gelo, Elizabeth olhava para seu café mexendo e logo tomando um gole e sorrindo ternamente.
— Bom, estamos bem. Não temos nada sério apenas ficamos algumas vezes. Mas voltamos a realidade logo. – Ela engoliu seco e logo tomou mais um gole do café. – É mais negócio do que qualquer outra coisa.
— Só se for para você, ele parece bem afim de você Liz. – John falava sorrindo e tentando confortar a amiga que revirava os olhos.
— Sério, nem sei se ele terminou com a noiva mesmo e foi um erro que quero evitar ficar cometendo. – Ela falava rindo em bom humor e logo respirando fundo e fixando o olhar em John. – E você e Chloe? Percebi que estão afastados, ela não fala o que aconteceu e falei que não ia tomar partido, mas me preocupo com os dois posso ajudar em algo?
— Eu gosto dela Liz, muito, me surpreendi o tanto que passei a gostar dela e a intensidade. – Ele fez uma pausa tomando o café. – Mas, a umas duas semanas fico pensando o quanto ela pode sentir também e me sinto inseguro. – Ele riu do que falou. – Sim, inseguro em relação a isso.
— John, ela deu motivos para se sentir assim? Inseguro? – Ela pegou na mão no amigo que apertou gentilmente e sorriu em conforto. – Visivelmente eu via minha irmã apaixonada por você.
— Não me julgue, mas a duas semanas no dia da boate. – Ele não conseguia olhar Elizabeth nos olhos. – Acabamos que fazendo um ménage. – Ele disse baixo e quando olhou Elizabeth ela se encontrava com os olhos arregalados e sem sangue na face com uma expressão de surpresa e espanto que ele não conseguia decifrar. – Liz, não me julgue estávamos alterados e foi uma ótima experiência.
— Não estou te julgando John, me desculpe se pareceu. – Elizabeth falava baixo e com a voz terna e sorria para o amigo. – Mas se foi boa experiência, que ótimo. Mas porque isso te deixou inseguro em relação a Chloe? Se ela quis te incluir nisso é que confia em você, que é com você que ela quis ter essa experiência também, não deixe o que era para ser algo bom para vocês, se tornar algo ruim.
— Senti tanto sua falta. – Ele disse saudoso beijando a mão da amiga que sorria gentilmente.
— E eu a sua. – Ela sussurrou e logo pediram mais um café e continuaram ali a conversar de uma forma que algum tempo já não faziam.
Tomás olhava no relógio enquanto escutava a sua diretoria conversar, sem tirar o olhar de Matthew que o olhava aflito pela feição fechada do amigo, quando todos se despediram, Tomás continuou sentado e Matthew permaneceu percebendo que o amigo queria conversar.
— Aconteceu alguma coisa? – Matthew perguntou ao amigo se inclinando e ficando mais relaxado na cadeira.
— Aconteceu, o que fazia no quarto da Elizabeth? – Tomás perguntou secamente se levantando e se aproximando do amigo que fechou o sorriso frouxo que dava.
— Tomás, Boyle anda me ameaçando e você sabe como ele é. – Matthew falava em tom preocupado olhando desesperado para Tomás que espreitava o olhar.
— Elizabeth não sucumbiu as ameaças dele, você não deveria. – Tomás disse baixo e com a voz grossa. – O que você está envolvido nisso Matthew, Elizabeth não vai te poupar se descobrir.
— Eu sou responsável pelo livro. – Ele disse baixo e um tanto constrangido com o que confessava. – Eu sei o nome de cada menina que ele abusou, de cada pessoa que esteve lá. Era uma forma de me proteger de ameaças, mas ele está fazendo parecer que eu sou cumplice. – Matthew estava envergonhado e quando olhou Tomás viu o olhar do amigo perplexo.
— E porque não entrega esse livro para Elizabeth, como prova. Explica e falava que conseguiu isso investigando, não sei. – Tomás via a preocupação do amigo e tentou achar uma solução e Matthew o olhou interessado na proposta. – Entregue o livro, deixe que o resto eu e Elizabeth se encarregamos, nada vai te acontecer.
— Você não entende, se eu entregar esse livro e Katherine saber, ela saberá que eu sabia o que acontecia dentro das salas privativas com Boyle e eu vou perder ela. – Matthew disse em baixo tom tentando não demonstra ao amigo o que sentia.
— E isso te preocupa? – Tomás pareceu surpreso e se pegou rindo. – Pela primeira vez isso te preocupa, ela é uma garota que vale a pena amigo, daremos um jeito nisso também. Seja sincero com ela. E ela vai te perdoar. – Tomás disse dando tapas no ombro do amigo que sorriu com o conselho. – Agora, tenho que ir. – E assim Tomás saiu deixando Matthew sorrindo atoa e sozinho na sala pensando em Katherine e negando com a cabeça enquanto ria de si mesmo tudo que sentia por ela.
Chloe chegou em casa e já encontrou Elizabeth fazendo o jantar, sorriu e foi em direção a irmã que bebia um vinho e dançava a lenta música de Creedence Clearwater Revival— Long As I Can See The Light, Chloe parou e analisou a irmã que os olhos brilhavam enquanto dançava sozinha, Elizabeth olhou a irmã virou um gole do vinho e a puxou dançando as duas juntas quando começou Proud Mary elas dançavam freneticamente se mexendo e rindo, logo Chloe já estava bebendo o vinho também, nada era dito apenas mergulhadas na música dançando, ambas ria do momento aproveitando o que a muito tempo não faziam. Katherine abriu a porta e da sala teve a visão das irmãs e começou a rir sem fechar a porta ambas buscaram Katherine a puxando e dançando de formas descoordenadas, elas jogavam as pernas, os braços e bebiam. Rindo, quase no final da música ela, Elizabeth parou de dançar fazendo Chloe trombar nela e ambas olhando na porta aberta Tomás olhando elas rindo, coçando a cabeça sem entender exatamente o que via. Elizabeth engoliu seco, tinha um tempo que evitava ver Tomás pessoalmente trocando mensagens e e-mails, Chloe pegou a taça da mão da irmã e virou e aqueles olharem cruzados que pareciam uma eternidade, Elizabeth riu sem graça e foi ao encontro de Tomás o recebendo.
— Me desculpe entrar assim, a porta estava aberta. Parece que atrapalhei uma comemoração. – Ele disse a acompanhando até a cozinha onde baixou o volume do radio e as irmãs estavam sentadas.
— Não precisamos de comemoração para fazer isso, só um pouco de vinho barato. – Elizabeth disse animada e quando percebeu sua alteração respirou fundo tentando baixar o volume da voz. – Se junte a nós, meros mortais.
— Pelo menos, bom gosto vocês têm. – Tomás elogiou sentando ao lado de Katherine que já estava parada quieta fingindo dignidade após Tomás ver elas dançando. Elizabeth serviu um pouco de vinho a todos e se sentaram todos a mesa. - Tenho que conversar com vocês e sei que isso cabe a vocês, mas acho que Katherine deveria estar junto de nós agora e saber de tudo.
— Saber exatamente do que? – Katherine disse fixando olhar em Tomás e tomando um gole de vinho.
— Bom, no dia da boate. Elizabeth e eu gravamos Boyle. – Tomás disse calmamente com as mãos em volta da taça e olhando Katherine que mudou sua feição ao ouvir o nome do senador. – Sempre fui convidado para essas salas privativas que Boyle fazia, é uma forma dele ter o que usar contra homens poderosos, manipular e conseguir dinheiro para sua campanha, nunca aceitei. Mas após o que aconteceu com você. – Tomás e Katherine se olhavam e logo os olhos da mesma marejou e lagrimas rolaram involuntariamente pelo rosto da mesma que limpou rapidamente e respirou fundo. – Elizabeth e eu resolvemos expor Boyle o que não é fácil, porque ele é um cara poderoso. Mas fomos até a sala privativa. Elizabeth seria a menina que Boyle teria interesse e não aconteceu nada, mas aconteceu o suficiente para termos a prova contra ele. – Tomás falava calmamente e nesse momento Chloe já tinha virado sua taça e Elizabeth já estava virando a garrafa.
— Fez isso por mim? – Katherine olhou a irmã com olhos tristes e Elizabeth segurou a mão da irmã e sorriu gentilmente afirmando com a cabeça. – Liz, você não devia se expor assim. – Ela disse em tom preocupado. – Mas agradeço. – Ela sorriu apertando a mão da irmã e voltando o olhar para Tomás. – O que temos que fazer agora?
— Boyle não é idiota e percebeu que foi armação e ligou você e Elizabeth. E me ameaçou, que se tivéssemos a prova contra ele para entregar, porque senão ele pegaria Elizabeth e a estruparia na minha frente. – Tomás disse de um jeito desconfortável e bebendo o vinho e olhando Elizabeth com ternura e preocupação. – Mas não permitiria que nada aconteceria a ela, jamais. – Ele completou. – Mas, Matthew também vem sendo ameaçado. E isso ele terá que se explicar com você Katherine, você é a maior preocupação dele. – Tomás completou e sorriu a Katherine que os olhos brilharam ao ouvir de Matthew. – Ele tem um livro, bom conseguiu um livro com nome com todas pessoas do grupo de Boyle e o nome de cada menina que passou por lá. – Tomás disse calmamente e Katherine mudou seu semblante lembrando do que ouvirá no camarote sobre o tal livro. – E ele vai nos entregar e vamos ter provas contra Boyle, mas por conta de estar em poder do livro ele está sendo ameaçado, então temos que agir logo e Boyle sair de circulação e podermos respirar.
— Concordo com você, quando ele consegue entregar o livro? – Elizabeth disse empolgada. – Vamos pegar esse desgraçado. – Ela fez uma pausa e Tomás a olhava ternamente. – Vamos poder voltar a normalidade, o que restou dela. Cada um para sua rotina e vida. – Ela disse baixo, tornando a respirar fundo e pressionando os lábios. Chloe apenas olhava os três conversando virando uma taça atrás da outra e percebendo o desconforto da irmã. Que se levantou sem jeito. – Vou ver o assado. – Elizabeth saiu da mesa deixando o silencio e indo até o forno e logo voltando colocando o assado no centro da mesa.
Após o jantar Elizabeth arrumava a louça e Tomás a olhava na passagem da porta, Chloe e Katherine tinha ido buscar sorvete, mas Elizabeth sabia que era apenas para deixar ela e Tomás sozinhos. As músicas continuavam a tocar baixo, com toda coletânea do Creedence e quando começou a tocar I Put A Spell On You, Tomás se aproximou de Elizabeth que guardava o ultimo prato. Eles se olharam e Tomás sorriu.
— Sério? Voltar à normalidade? Cada um com sua vida? – Tomás questionava baixo, sorrindo sarcasticamente e encurralando Elizabeth no balcão. – Percebi como me evitou nessas últimas semanas Elizabeth. – Ele falava baixo e roucamente com os lábios próximos do dela. – E acha que consigo deixar você voltar para normalidade e te excluir da minha vida? – Ele colocou ambas as mãos na lateral do balcão para que ela não saísse. Elizabeth respirava fundo e mordia o lábio com cada palavra rouca que Tomás falava.
— Sejamos sinceros, não temos nada para agregar um ao outro. – Ela disse sem jeito. – Olhe para sua vida, olhe para minha. – Ela respirava profundamente podendo sentir o cheiro dele e pensando o quanto aquela música demorava para acabar. – Estou sendo realista e me poupando, nos poupando de uma frustação e ... – Antes que acabasse de falar Tomás a beijou, intensamente a prendendo com o corpo e levando uma das mãos prontamente no cabelo da mesma e enroscando a mão ali e puxando suavemente, e do mesmo jeito que começou o beijo o interrompeu deixando Elizabeth desnorteada.
— Está errada e isso prova. Isso que sentimos quando apenas se beijamos. – Ele disse baixo mordiscando o lábio dela que fechava os olhos sentindo a mão dele deslizar pela pele dela, pelo rosto, pelo braço e entrando por baixo da sua blusa e acariciando seu abdômen que tremeu ao toque. – E não vou permitir que seu orgulho e seu pensamento atrasado de classes sociais nos façam perder o que temos aqui. – Ele disse beijando o pescoço dela suavemente e logo a porta da sala bateu anunciando a chegada de Chloe e Katherine e Tomás se endireitou deixando Elizabeth desnorteada e um tanto descabelada.
— Vamos tomar sorvete e mais vinho. – Chloe anunciava animada colocando as sacolas sobre a mesa e Elizabeth desnorteada sorrindo.
Chloe terminava seu sorvete, Katherine dormia no sofá e Tomás e Elizabeth tinha subido para deitar, quando constantes batidas na porta a fez fechar a cara pelo horário. Quando abriu John estava parado e abriu um sorriso ao ver Chloe e sem dizer nada a beijou intensamente a fazendo perder o folego.
— Me desculpe por me afastar linda. – Ele falava beijando ela que sorria entre o beijo. – Eu fui imaturo e inseguro e só me afastando por uns dias consegui ver.
— Ver o que? – Ela falava ainda recebendo os beijos de John.
— Que eu te amo Chloe Evans. – Eles se olhavam e Chloe com os olhos marejados beijou John que foi entrando e com o pé bateu o na porta sem perder o ritmo do beijo e sorrindo com o que acabara de escutar.
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