Porque tudo acontece uma vez em Nova York escrita por SouumPanda


Capítulo 11
Juntos vamos pegar Boyle




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Tinha se passado quase duas semanas de todos episódios, Katherine ouviu toda explicação de Matthew, mas agora mantinha uma certa distância dele no momento e era visível a tensão dele nas últimas semanas. Boyle o pressionava e com o afastamento de Katherine ele não conseguia mais procurar pelo pendrive que Elizabeth tinha.

— Kath, vamos conversar. Um jantar no meu apartamento e te explico tudo. – Matthew andava pela empresa falando atrás de Katherine que revirava os olhos o escutando e quando parou o fez trombar com ela, ela se virou e o fuzilou com o olhar. – Por favor.

— Não faz seu tipo ficar suplicando assim. – Ela disse em tom irônico e respirou fundo relaxando os ombros e abraçando a pasta de documento que levava para Tomás. – Tudo bem, um jantar para me explicar seja lá o que você fazia no quarto da minha irmã enquanto ela estava lá com Tomás. – Ela forjou um sorriso sádico e se virou indo para o elevador e subindo para a sala de Tomás. Logo que ela entrou ele a recebeu cordialmente com um sorriso e ela fez o mesmo ao vê-lo.

— Bom dia Katherine, como estão as coisas? – Ele disse pegando a pasta que ela prontamente estendeu a ele.

— Bem, só a fúria incessante do Matthew em me levar para jantar. – Ela disse bufando e Tomás arqueou a sobrancelha escutando atentamente ela. – Brigamos a quase duas semanas e dei uma afastada.

— E não querendo me intrometer, porque? – Tomás questionou e engoliu seco se sentindo invasivo na relação de Katherine.

— Acho que tomaria  mesma atitude que eu, porque não se tem o que pensar. – Ela respirou fundo e tentou parecer não tão abalada com a situação. – Mas lembra a duas semanas atrás que Chloe e eu estávamos brigando sobre onde ele estaria? – Ela fez uma pausa e Tomás afirmou com a cabeça. – Quando você e Liz saiu aquele dia, Matthew saiu do quarto dela minutos após vocês. – Ela suspirava tentando controlar o desgosto que sentia ao falar e Tomás estava visivelmente perturbado e com os olhos arregalados. – Desculpa jogar isso em cima de você, mas precisava falar disso com alguém.

— Acha, tudo bem Katherine. – Tomás engolia seco e tentava não parecer transtornado em imaginar o que Matthew poderia ter visto e principalmente ouvido aquele dia. – Mas sei que vocês, vão achar um equilíbrio nisso tudo e ele falará para você o que estava fazendo lá. E da próxima vez que a gente conversar vai me contar como está animada novamente com ele. – Tomás tentava parecer tranquilo, mas já sentia o sangue ferver ao imaginar Matthew olhando Elizabeth principalmente. – Bom, se me de licença Katherine tenho uma reunião, mas adoraria conversar mais com você. – Tomás falou o mais cordial que conseguia, se levantando e fechando o paletó e saindo da sala em modo automático e deixando Katherine ali sentada olhando tudo a sua volta.

John e Elizabeth estavam na cafeteria sentados esperando o pedido, em um silencio absoluto, tinha um certo tempo que eles não tinham mais tanto contato e muito menos tempo para ficarem tomando café juntos. Quando o pedido chegou, eles se olharam e forjaram sorrisos desconfortáveis e John respirou fundo olhando a amiga.

— É estranho, estarmos tão desconectados assim, me conte como está com Tomás. – Ele disse tentando quebrar o gelo, Elizabeth olhava para seu café mexendo e logo tomando um gole e sorrindo ternamente.

— Bom, estamos bem. Não temos nada sério apenas ficamos algumas vezes. Mas voltamos a realidade logo. – Ela engoliu seco e logo tomou mais um gole do café. – É mais negócio do que qualquer outra coisa.

— Só se for para você, ele parece bem afim de você Liz. – John falava sorrindo e tentando confortar a amiga que revirava os olhos.

— Sério, nem sei se ele terminou com a noiva mesmo e foi um erro que quero evitar ficar cometendo. – Ela falava rindo em bom humor e logo respirando fundo e fixando o olhar em John. – E você e Chloe? Percebi que estão afastados, ela não fala o que aconteceu e falei que não ia tomar partido, mas me preocupo com os dois posso ajudar em algo?

— Eu gosto dela Liz, muito, me surpreendi o tanto que passei a gostar dela e a intensidade. – Ele fez uma pausa tomando o café. – Mas, a umas duas semanas fico pensando o quanto ela pode sentir também e me sinto inseguro. – Ele riu do que falou. – Sim, inseguro em relação a isso.

— John, ela deu motivos para se sentir assim? Inseguro? – Ela pegou na mão no amigo que apertou gentilmente e sorriu em conforto. – Visivelmente eu via minha irmã apaixonada por você.

— Não me julgue, mas a duas semanas no dia da boate. – Ele não conseguia olhar Elizabeth nos olhos. – Acabamos que fazendo um ménage. – Ele disse baixo e quando olhou Elizabeth ela se encontrava com os olhos arregalados e sem sangue na face com uma expressão de surpresa e espanto que ele não conseguia decifrar. – Liz, não me julgue estávamos alterados e foi uma ótima experiência.

— Não estou te julgando John, me desculpe se pareceu. – Elizabeth falava baixo e com a voz terna e sorria para o amigo. – Mas se foi boa experiência, que ótimo. Mas porque isso te deixou inseguro em relação a Chloe? Se ela quis te incluir nisso é que confia em você, que é com você que ela quis ter essa experiência também, não deixe o que era para ser algo bom para vocês, se tornar algo ruim.

— Senti tanto sua falta. – Ele disse saudoso beijando a mão da amiga que sorria gentilmente.

— E eu a sua. – Ela sussurrou e logo pediram mais um café e continuaram ali a conversar de uma forma que algum tempo já não faziam.

Tomás olhava no relógio enquanto escutava a sua diretoria conversar, sem tirar o olhar de Matthew que o olhava aflito pela feição fechada do amigo, quando todos se despediram, Tomás continuou sentado e Matthew permaneceu percebendo que o amigo queria conversar.

— Aconteceu alguma coisa? – Matthew perguntou ao amigo se inclinando e ficando mais relaxado na cadeira.

— Aconteceu, o que fazia no quarto da Elizabeth? – Tomás perguntou secamente se levantando e se aproximando do amigo que fechou o sorriso frouxo que dava.

— Tomás, Boyle anda me ameaçando e você sabe como ele é. – Matthew falava em tom preocupado olhando desesperado para Tomás que espreitava o olhar.

— Elizabeth não sucumbiu as ameaças dele, você não deveria. – Tomás disse baixo e com a voz grossa. – O que você está envolvido nisso Matthew, Elizabeth não vai te poupar se descobrir.

— Eu sou responsável pelo livro. – Ele disse baixo e um tanto constrangido com o que confessava. – Eu sei o nome de cada menina que ele abusou, de cada pessoa que esteve lá. Era uma forma de me proteger de ameaças, mas ele está fazendo parecer que eu sou cumplice. – Matthew estava envergonhado e quando olhou Tomás viu o olhar do amigo perplexo.

— E porque não entrega esse livro para Elizabeth, como prova. Explica e falava que conseguiu isso investigando, não sei. – Tomás via a preocupação do amigo e tentou achar uma solução e Matthew o olhou interessado na proposta. – Entregue o livro, deixe que o resto eu e Elizabeth se encarregamos, nada vai te acontecer.

— Você não entende, se eu entregar esse livro e Katherine saber, ela saberá que eu sabia o que acontecia dentro das salas privativas com Boyle e eu vou perder ela. – Matthew disse em baixo tom tentando não demonstra ao amigo o que sentia.

— E isso te preocupa? – Tomás pareceu surpreso e se pegou rindo. – Pela primeira vez isso te preocupa, ela é uma garota que vale a pena amigo, daremos um jeito nisso também. Seja sincero com ela. E ela vai te perdoar. – Tomás disse dando tapas no ombro do amigo que sorriu com o conselho. – Agora, tenho que ir. – E assim Tomás saiu deixando Matthew sorrindo atoa e sozinho na sala pensando em Katherine e negando com a cabeça enquanto ria de si mesmo tudo que sentia por ela.

 

Chloe chegou em casa e já encontrou Elizabeth fazendo o jantar, sorriu e foi em direção a irmã que bebia um vinho e dançava a lenta música de Creedence Clearwater Revival—  Long As I Can See The Light, Chloe parou e analisou a irmã que os olhos brilhavam enquanto dançava sozinha, Elizabeth olhou a irmã virou um gole do vinho e a puxou dançando as duas juntas quando começou Proud Mary elas dançavam freneticamente se mexendo e rindo, logo Chloe já estava bebendo o vinho também, nada era dito apenas mergulhadas na música dançando, ambas ria do momento aproveitando o que a muito tempo não faziam. Katherine abriu a porta e da sala teve a visão das irmãs e começou a rir sem fechar a porta ambas buscaram Katherine a puxando e dançando de formas descoordenadas, elas jogavam as pernas, os braços e bebiam. Rindo, quase no final da música ela, Elizabeth parou de dançar fazendo Chloe trombar nela e ambas olhando na porta aberta Tomás olhando elas rindo, coçando a cabeça sem entender exatamente o que via. Elizabeth engoliu seco, tinha um tempo que evitava ver Tomás pessoalmente trocando mensagens e e-mails, Chloe pegou a taça da mão da irmã e virou e aqueles olharem cruzados que pareciam uma eternidade, Elizabeth riu sem graça e foi ao encontro de Tomás o recebendo.

— Me desculpe entrar assim, a porta estava aberta. Parece que atrapalhei uma comemoração. – Ele disse a acompanhando até a cozinha onde baixou o volume do radio e as irmãs estavam sentadas.

— Não precisamos de comemoração para fazer isso, só um pouco de vinho barato. – Elizabeth disse animada e quando percebeu sua alteração respirou fundo tentando baixar o volume da voz. – Se junte a nós, meros mortais.

— Pelo menos, bom gosto vocês têm. – Tomás elogiou sentando ao lado de Katherine que já estava parada quieta fingindo dignidade após Tomás ver elas dançando. Elizabeth serviu um pouco de vinho a todos e se sentaram todos a mesa. - Tenho que conversar com vocês e sei que isso cabe a vocês, mas acho que Katherine deveria estar junto de nós agora e saber de tudo.

— Saber exatamente do que? – Katherine disse fixando olhar em Tomás e tomando um gole de vinho.

— Bom, no dia da boate. Elizabeth e eu gravamos Boyle. – Tomás disse calmamente com as mãos em volta da taça e olhando Katherine que mudou sua feição ao ouvir o nome do senador. – Sempre fui convidado para essas salas privativas que Boyle fazia, é uma forma dele ter o que usar contra homens poderosos, manipular e conseguir dinheiro para sua campanha, nunca aceitei. Mas após o que aconteceu com você.  – Tomás e Katherine se olhavam e logo os olhos da mesma marejou e lagrimas rolaram involuntariamente pelo rosto da mesma que limpou rapidamente e respirou fundo. – Elizabeth e eu resolvemos expor Boyle o que não é fácil, porque ele é um cara poderoso. Mas fomos até a sala privativa. Elizabeth seria a menina que Boyle teria interesse e não aconteceu nada, mas aconteceu o suficiente para termos a prova contra ele. – Tomás falava calmamente e nesse momento Chloe já tinha virado sua taça e Elizabeth já estava virando a garrafa.

— Fez isso por mim? – Katherine olhou a irmã com olhos tristes e Elizabeth segurou a mão da irmã e sorriu gentilmente afirmando com a cabeça. – Liz, você não devia se expor assim. – Ela disse em tom preocupado. – Mas agradeço. – Ela sorriu apertando a mão da irmã e voltando o olhar para Tomás. – O que temos que fazer agora?

— Boyle não é idiota e percebeu que foi armação e ligou você e Elizabeth. E me ameaçou, que se tivéssemos a prova contra ele para entregar, porque senão ele pegaria Elizabeth e a estruparia na minha frente. – Tomás disse de um jeito desconfortável e bebendo o vinho e olhando Elizabeth com ternura e preocupação. – Mas não permitiria que nada aconteceria a ela, jamais.  – Ele completou. – Mas, Matthew também vem sendo ameaçado. E isso ele terá que se explicar com você Katherine, você é a maior preocupação dele. – Tomás completou e sorriu a Katherine que os olhos brilharam ao ouvir de Matthew. –  Ele tem um livro, bom conseguiu um livro com nome com todas pessoas do grupo de Boyle e o nome de cada menina que passou por lá. – Tomás disse calmamente e Katherine mudou seu semblante lembrando do que ouvirá no camarote sobre o tal livro. – E ele vai nos entregar e vamos ter provas contra Boyle, mas por conta de estar em poder do livro ele está sendo ameaçado, então temos que agir logo e Boyle sair de circulação e podermos respirar.

— Concordo com você, quando ele consegue entregar o livro? – Elizabeth disse empolgada. – Vamos pegar esse desgraçado. – Ela fez uma pausa e Tomás a olhava ternamente. – Vamos poder voltar a normalidade, o que restou dela. Cada um para sua rotina e vida. – Ela disse baixo, tornando a respirar fundo e pressionando os lábios. Chloe apenas olhava os três conversando virando uma taça atrás da outra e percebendo o desconforto da irmã. Que se levantou sem jeito. – Vou ver o assado. – Elizabeth saiu da mesa deixando o silencio e indo até o forno e logo voltando colocando o assado no centro da mesa.

Após o jantar Elizabeth arrumava a louça e Tomás a olhava na passagem da porta, Chloe e Katherine tinha ido buscar sorvete, mas Elizabeth sabia que era apenas para deixar ela e Tomás sozinhos. As músicas continuavam a tocar baixo, com toda coletânea do Creedence e quando começou a tocar I Put A Spell On You, Tomás se aproximou de Elizabeth que guardava o ultimo prato. Eles se olharam e Tomás sorriu.

— Sério? Voltar à normalidade? Cada um com sua vida? – Tomás questionava baixo, sorrindo sarcasticamente e encurralando Elizabeth no balcão. – Percebi como me evitou nessas últimas semanas Elizabeth. – Ele falava baixo e roucamente com os lábios próximos do dela. – E acha que consigo deixar você voltar para normalidade e te excluir da minha vida? – Ele colocou ambas as mãos na lateral do balcão para que ela não saísse. Elizabeth respirava fundo e mordia o lábio com cada palavra rouca que Tomás falava.

— Sejamos sinceros, não temos nada para agregar um ao outro. – Ela disse sem jeito. – Olhe para sua vida, olhe para minha. – Ela respirava profundamente podendo sentir o cheiro dele e pensando o quanto aquela música demorava para acabar. – Estou sendo realista e me poupando, nos poupando de uma frustação e ... – Antes que acabasse de falar Tomás a beijou, intensamente a prendendo com o corpo e levando uma das mãos prontamente no cabelo da mesma e enroscando a mão ali e puxando suavemente, e do mesmo jeito que começou o beijo o interrompeu deixando Elizabeth desnorteada.

— Está errada e isso prova. Isso que sentimos quando apenas se beijamos. – Ele disse baixo mordiscando o lábio dela que fechava os olhos sentindo a mão dele deslizar pela pele dela, pelo rosto, pelo braço e entrando por baixo da sua blusa e acariciando seu abdômen que tremeu ao toque. – E não vou permitir que seu orgulho e seu pensamento atrasado de classes sociais nos façam perder o que temos aqui. – Ele disse beijando o pescoço dela suavemente e logo a porta da sala bateu anunciando a chegada de Chloe e Katherine e Tomás se endireitou deixando Elizabeth desnorteada e um tanto descabelada.

— Vamos tomar sorvete e mais vinho. – Chloe anunciava animada colocando as sacolas sobre a mesa e Elizabeth desnorteada sorrindo.

Chloe terminava seu sorvete, Katherine dormia no sofá e Tomás e Elizabeth tinha subido para deitar, quando constantes batidas na porta a fez fechar a cara pelo horário. Quando abriu John estava parado e abriu um sorriso ao ver Chloe e sem dizer nada a beijou intensamente a fazendo perder o folego.

— Me desculpe por me afastar linda. – Ele falava beijando ela que sorria entre o beijo. – Eu fui imaturo e inseguro e só me afastando por uns dias consegui ver.

— Ver o que? – Ela falava ainda recebendo os beijos de John.

— Que eu te amo Chloe Evans. – Eles se olhavam e Chloe com os olhos marejados beijou John que foi entrando e com o pé bateu o na porta sem perder o ritmo do beijo e sorrindo com o que acabara de escutar.


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