Uma Canção de Sakura e Tomoyo: Finalmente Juntas escrita por Braunjakga


Capítulo 45
A mulher mais corajosa que eu conheci




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Capítulo 43

A mulher mais corajosa que eu conheci

 

Barcelona, Espanha

23 de abril de 2016

Parc de la Ciutadella 

 

I

 

A fonte do parque da Ciudadella fluía uma água vermelha com tons amarelados por causa do Sant Jordi. De vez em quando, as duas cores se uniam e formavam redemoinhos alaranjados.

Eram os mesmos tons alaranjados dos cabelos de Neus, lembrou-se Kero. 

— Bem, como eu posso começar… Só consigo dizer que Neus Artells foi a mulher mais corajosa que eu conheci.  

— Mais corajosa que você conheceu, Kero? Mais do que eu? — perguntou Sakura.

— Convenhamos, Sakura. Eu conheci a Neus no meio de uma guerra, com gente morrendo e tudo o mais. Você, eu conheci em tempos de paz… Apesar de que, com os ataques da Ordem, não são mais tão pacíficos assim… — disse o guardião. 

— O que tornou essa Neus em uma mulher Corajosa, Kero? — perguntou Sonomi.

— Conta pra gente como foram esses tempos de guerra! — perguntou Marcela. 

— Calma, gente, um por vez. O que eu sei é que há trezentos anos, apesar de serem tempos difíceis, eu tinha o Clow do meu lado e o Yue também. A gente foi preso, sabe, e exilado em Gibraltar.

— Preso, Kero-chan? — estranhou Tomoyo.

— Sim, preso. Clow tinha um poder mágico enorme, gigantesco, capaz de peitar, se ele quisesse, os cinco grandes magos da Europa. 

Todos ficaram surpresos.

— Isso por si já traria muita inveja, mas Clow não tinha medo. Não tinha medo de se arriscar, experimentar, explorar coisas que ninguém se atreveu a explorar antes. Muita gente na Inglaterra não gostou disso. O rei Jaime I exilou Clow numas ilhas do atlântico sul, a gente só tava de passagem em Gibraltar… 

— Hoe! — disse Sakura, boquiaberta.

— Acredito que vocês iriam para Tristão da Cunha, Santa Helena ou quem sabe as Malvinas… Mas, pelo visto, não deu certo, né? E pelo que eu posso entender, Clow foi exilado com as cartas? — perguntou Felipe.

— Sim, foi sim, mas as cartas foram roubadas antes. 

— Pela Neus? — perguntou Sonomi.

— Não. Foram dois aventureiros que souberam da presença delas. As cartas Clow foram a única coisa que Clow quis levar da Inglaterra pro exílio. Mesmo assim, elas tinham um poder tão grande que um vidente da Catalunha descobriu elas. As cartas eram a chave pros separatistas virarem a sorte a favor deles na guerra. Mas Clow, quando criou as cartas, quis ter certeza que ela não pararia em mãos erradas… 

— Kero-chan, eu me lembro que você disse para a Sakura que qualquer um com magia pode abrir o livro das cartas… — disse Tomoyo.  

— Sim, qualquer um depois que Clow morreu… — disse Kero. 

— Entendi… — disse Tomoyo. 

— Mas, antes disso, ele colocou um selo no livro que impedia que qualquer pessoa gananciosa pudesse usar as cartas pra uma coisa como uma guerra… 

— Caramba! Será que o Presidente Santi não tentou abrir o livro e não conseguiu? Daí, ele pediu ajuda pra Neus? — suspeitou Sonomi, com o dedo no queixo.

— Foi isso que aconteceu. A Neus era uma camponesa de Sabadell. Ganhava a vida vendendo melancia em Barcelona. Mas Neus não era uma santa, ela usava magia pra fazer crescer as melancias. 

— Olha ela! Duvido que nem foi presa! Isso é preconceito com os japoneses! — disse Sakura, contrariada. 

— Você que pensa, Sakura! A Neus ia sofrer com isso depois. O pior jeito que ela sofreu foi ser amiga do presidente Santi. Ele queria uma guerra e ela só queria se vingar pela fazenda queimada dela. 

— Fazenda queimada? — perguntou Marcela.

— Um dia, a Ordem do Dragão queimou a fazenda de Neus. Ela prometeu ir atrás de quem fez isso… — disse Kero. Todo mundo ficou em silêncio.

— Ela nunca quis participar de uma guerra pra separar a Catalunha da Espanha, mas fazer parte dessa guerra levou Neus a descobrir quem queimou a fazenda dela… Infelizmente, ela se tornou famosa desse jeito, do jeito mais sofrido possível…

— Como vocês chegaram a encontrar a Neus, Kero? — disse Sonomi.

— Quando as cartas foram roubadas, os ingleses sabiam que só o Clow podia ir atrás delas. Eles deixaram o Clow, eu e o Yue livre por um tempo, mas ele não tinha a intenção de voltar. O único jeito de ele encontrar as cartas sem chamar atenção era com o rashinban. Os ingleses sabiam que Clow não tinha a intenção de voltar e mandaram caras atrás dele pra descobrir que jeito ele usaria pra localizar as cartas sem chamar a atenção dos magos espanhóis. Eles descobriram, tentaram lutar contra o Clow, mas a Ordem do Dragão foi mais ligeira. Descobriram o Clow, prenderam a gente e tentaram descobrir coisas nossas.   

— Hoe! — Exclamou Sakura. — O mago Clow deve ter descoberto também um jeito de escapar, não é?

— Sim, ele descobriu. Mas pagou caro pra escapar. Clow foi preso numa cela anti-magia, mas nada era obstáculo pro Clow, por isso, tinha muita gente com medo dele. Ele transformou o Yue nele, deixou eu e ele invisível e, quando abriram, a cela, a gente escapou. O Yue ficou com eles… Eles descobriram a farsa e torturaram o Yue.

— Puxa vida! — exclamou Tomoyo.   

— Sabe aquele Enric Miró da peça? 

— Sei… — disse Marcela.

— Ele foi o cara que torturou o Yue! — disse Kero, com raiva no olhar.

— Então… O General Enric era parte da Ordem? — perguntou Felipe.

— Sim, era sim. Pensei que o senhor soubesse disso, majestade.

— Eu até poderia saber, mas nunca tive curiosidade de consultar os arquivos. — disse Felipe, lamentando-se. — Esse Enric era um interventor?

— Não exatamente, tinha alguém maior que ele… — disse Kero.

— Quem era o superior dele?

— O general Gerard Bernat.

Todos ficaram surpresos novamente. 

— Mas não é o momento de eu contar a história deles agora. Vou contar do meu encontro com a Neus… 

— Então, diga, Kero-chan! O que aconteceu depois que você saiu da cadeia com o Clow? — perguntou Sakura. 

— O Clow não se importou uma vírgula que fosse pego pelas autoridades espanholas. Ele foi atrás das Neus, das cartas, antes que elas causassem uma tragédia. Quando ele encontrou a Neus, ela se negou a entregar as cartas Clow. E mais: ela lutou contra o Clow… E venceu!

— Venceu o mago Clow! Nossa, gente, eu não conheço muito de magia, mas dá pra ver que esse Clow tinha um poder enorme! Como foi possível que… — perguntou Sonomi.

— O Clow se deixou vencer. O único medo dele era que as cartas parassem em mãos erradas. As mãos da Neus não eram as mãos erradas, apesar de não ser pra ela que as cartas foram feitas. Foi para você, Sakura, desde aquela época! — disse Kero, olhando para a mestra. Ela arregalou os olhos. Kero continuou:

— Mesmo assim, Neus foi uma garota valente, ousada, de atitude. Neus não temia morrer, só queria justiça. Clow tinha medo de morrer. Ela não. Por isso, quando eu vejo a Tomoyo dizendo que a Sakura é a garota mais corajosa que já viu eu… 

Tomoyo ficou corada ao se lembrar do elogio.

— … Eu dou risada e me lembro da Neus e de tudo o que ela perdeu. Pra mim, A Neus é a mulher mais corajosa que eu conheci. 

— Para ela ter essa coragem toda, ela teve que perder muita coisa além de uma fazenda, não é? — perguntou Tomoyo.

— Perdeu sim. Perdeu o irmão nas mãos do Enric Miró. Teve a fazenda queimada pelo Enric Miró e o pior de tudo: descobriu que o namorado que tanto amava era o Interventor da Catalunha, descobriu que era da Ordem do Dragão! — disse Kero.

Sonomi, Tomoyo, Sakura, Felipe e Marcela ficavam mais surpresos à medida que a narração caminhava.

— Isso é um choque e tanto! — comentou Marcela.

— Mas ela não se deixou levar pelo medo, nem pelo choque. Foi corajosa até o fim. Encarou até mesmo o Rei Felipe III na cara dele e falou que não ia parar de lutar. Que ia até o fim mostrar que a luta do irmão dela e a dela mesma não era em vão. E ela foi. Pagou com a própria vida, com o próprio futuro. Ela só tinha vinte anos. O resto da história acho que vocês já conhecem… — disse Kero, terminando a narração.

— Neus foi julgada, condenada por traição e bruxaria. — disse Felipe.

— Bruxaria? — perguntou Marcela.

— Se esqueceu do leão no desfile? Pois bem… Tudo o que a gente sabe da execução da Neus está nos diários do General Andreu Coll, vice-comandante dos Milquelets e do General Theodor Bassa, vice-comandante dos Coronelas. Eles ficaram na cidade e testemunharam tudo. Depois, fugiram pras ilhas Baleares. Fora os arquivos militares do Quartel-General do exército em Barcelona. O exército fala que Neus foi fuzilada como os outros, mas os diários dos Generais discordam disso. Eles falam que o General Gerard Bernat esfaqueou Neus com um único golpe. Ele quis executá-la pessoalmente. — disse Felipe.

— Acho que ele se sentiu culpada pela morte dela e quis tomar toda a culpa nas costas… — comentou Tomoyo.

— Isso é tão Romeu e Julieta… — comentou Sakura.

— E é mesmo. No dia seguinte à execução, o General Gerard Bernat foi encontrado morto nos seus aposentos, com uma faca cravada na barriga. Parece suicídio, mas… Por muitos anos, acharam que foi algum separatista radical de Barcelona que se infiltrou nos aposentos. Isso foi desculpa pro General Enric executar os outros Miquelets e Coronelas que caíram prisioneiros…  

— Puxa vida, Kero-chan! Nunca pensei que você tivesse uma história tão triste assim… — disse Sakura. — Agora eu entendo essa coisa de você não querer falar do passado… 

— Por isso, Sakura, quando você tiver dúvidas sobre a Ordem, sobre se as pessoas são seus amigos ou não, lembra da Neus. Ela sempre teve um foco na cabeça e não desistiu até lutar contra os caras que queimaram a fazenda dela… E ela venceu, sabia? — disse Kero, sorrindo de nostalgia.

— Venceu? Como assim, se ela foi presa e executada? — perguntou Sakura.

— Isso é outra história que não quero contar agora. Vou deixar pra depois… Quando a nossa luta contra a Ordem ficar mais intensa Só quero que… Você continue pensando que vai dar tudo certo, Sakura. A Neus lutava sem ninguém do lado dela, só o irmão e olhe lá. Agora você, tem todo mundo aqui do seu lado, não é, gente? — disse Kero, olhando para a galera. Todo mundo fez sim com a cabeça. Sonomi se aproximou de Sakura e apertou calorosamente os ombros dela.

— Sakura, continue confiando que a gente vai encontrar o seu pai e o seu irmão… Isso é tudo o que você precisa saber… Está bem?

Sakura sorriu.

— Vou tentar, Sonomi. Sei que eu sempre fui uma menina muito otimista, mas, as coisas que acontecem na vida da gente acabam minando esse otimismo… 

— Faz parte de ser adulto, Sakura, sofrer esses abalos, mas faz parte de ser adulto também conseguir a força pra superar tudo isso… Do lado das pessoas que você ama, é claro! — disse Felipe, abraçando os ombros de Tomoyo com um dos braços. Sakura sorriu, sentindo-se desafiada por aquele gesto, de alguma forma.

 

II 

 

Já era de tarde e o pessoal estava casado. Sakura aproveitou que havia se distanciado um pouco da Turma para dar uma olhada nas barracas de livros mais uma vez, no Passeig de Gràcia. Ela pegou nas mão um livro que dizia “Arquitetura moderna: de Gaudí até os nossos dias”. Folheou o livro e colocou de volta no lugar. 

— Ela já deve ter esse aqui… 

Depois, pegou outro livro que dizia “Corte e costura: 1001 ideias sobre como fazer bordados e babados”.

— Como eu vou ensinar o padre a rezar? Fora que esses babados ela já sabe costurar… 

Sakura pegou um terceiro livro que dizia “Barça, 115 anos de história! Guia ilustrado com as imagens e linha do tempo de cada jogador”.

— Puxa vida! Esse aqui também ela deve ter! — disse Sakura. Ela mordeu os lábios com força, fechou os olhos e ficou agitando os braços para cima e para baixo. A moça na barraca de livros sorriu com gesto dela. 

— Oi, Dona, posso te ajudar?

— Hoe! Bem, é que eu tô na dúvida pra dar um presente pra uma amiga minha nesse dia de São Jorge! Sabe como é, ela é catalã, muito catalã e muito catalã e… — disse Sakura. A vendedora gargalhava. — Eu acho que esses livros que falam da história do Barça, de arquitetura, ela tem todos, sabe?

— Ora, livros a gente dá pros homens! — disse a lojista.

— Então! Minha amiga é meio masculina e… Ela têm uma arma! Ela tem licença e… — Sakura não sabia por que queria dar um livro para Tomoyo. Coçou a cabeça e embananou-se toda tentando  se explicar até que ficou com a cara vermelha como morango.

— Que amiga é essa que você não sabe os gostos e fica nessa dúvida toda? — A lojista sorriu mais uma vez com Sakura, com o jeito destrambelhado dela. Sakura respirou e tentou falar mais uma vez com a vendedora. 

— Olha, moça, eu queria era dar uma rosa pra ela, como todo mundo daqui faz, mas ela já ganhou um buquê de rosas enorme de uma pessoa muito especial! Meu presente nem vai fazer falta… — disse Sakura, tristonha.

— Que é isso! Não se deixe trocar por um buquê de rosas! Cada flor dada num dia de São Jorge é única!

— Ah, mas um buquê de rosas caro… 

— Deixa disso, menina! O tamanho do buquê não quer dizer nada! A pessoa que dá o buquê é o mais importante!  

— Isso é tão auto-ajuda… 

— Não é não! O que adianta comprar um buquê caro se a gente não coloca todo o nosso sentimento nele? O que adianta receber um buquê caro se não tem tanta química assim? — disse a lojista, olhando Sakura com um sorriso malicioso nos lábios. A cardcaptor, contrariada, cedeu. 

— Tá bom! Só porque eu sou diferente daquele reizinho e só por isso! — disse Sakura! A vendedora sorriu.

— Aproveita e leva esse livro pra sua amiga, com certeza ela não tem… — disse a vendedora, entregando um livro pra ela com o título “El azul es un color cálido”. O livro estava fechado e na capa havia o desenho branco de uma mulher de costas com o cabelo azul. 

— “El azul es un color cálido”... Hum… Ele fala do quê? 

— Leve, leve! Depois, você me diga! — disse a vendedora, dando o cartão da loja de livros onde trabalhava. 

 

III

 

— Tomoyo-chan, posso falar com você um pouquinho… — disse Sakura, cutucando as costas da arquiteta.   

As duas foram para um restaurante das Ramblas e sentaram-se nas mesas expostas ao ar livre, na calçada. Sakura tremia, com a sacola em mãos, mas precisava entregar o presente que comprou. 

— Fala, Sakura, você quer me entregar alguma coisa? — adivinhou Tomoyo, sorridente, apoiando o queixo com a palma da mão, o cotovelo em cima da mesa com tampão de vidro.  

Por um instante, Sakura ficou envergonhada. Mas aquela não era ela e foi direto ao ponto, sorrindo para segurar o nervosismo. A respiração da Cardcaptor arfava. 

— Olha só, Tomoyo. Não sou tão catalã quanto você, mas… Não queria deixar em branco esse dia especial pro povo daqui… Toma! é pra você… 

Sakura entregou a sacola para ela e Tomoyo viu os dois presentes: o livro e a rosa. Ela tirou a rosa de dentro da sacola e arregalou os olhos. Na realidade, os olhos dela cintilavam com as coisinhas que Sakura  trouxe. Tomoyo tentou disfarçar, fechando os olhos. 

— Uma rosa de plástico! 

— Na verdade é de papel! Só a haste é de plástico. Eu não quis rivalizar com o Felipe e resolvi dar uma coisa mais simples pra esse dia. Tem até umas fitinhas com a bandeira da Catalunha e tudo mais, sei que você gosta dessas coisas e… 

Tomoyo apertou a rosa no peito e tentou disfarçar que gostou muito daquele gesto. Tentando esconder o brilho no olhar, pegou as mãos de Sakura. a jovem médica prendeu a respiração, não sabendo o que a roxinha faria. A costureira simplesmente apertou as mãos calorosas da amiga querida, transmitindo seu calor.

— Eu fico muito feliz mesmo, Sakura, pelo seu gesto. Não se intimide… com o Felipe… — disse Tomoyo. As bochechas da branquela ficaram rosadas pela primeira vez em muito tempo. 

— Me intimidar com o Felipe? — disse Sakura, voltando a ficar vermelha como um morango. 

— Sim! — disse Tomoyo, sorrindo. — O buquê dele foi maravilhoso, mas a sua rosa é única! — A roxinha levantou-se e deu um beijo na bochecha de Sakura, abraçando-a em seguida.

“O abraço da Tomoyo-chan é tão quente…”, pensou Sakura, deixando se envolver pelos braços da parceira.

— Disse alguma coisa?

— Eu disse? Nada não! Só acho que você devia abrir o livro… — disse Sakura. “Ai, ai, ai, ai! Será que eu pensei tão alto que a Tomoyo-chan escutou?”, pensou Sakura. Tomoyo pegou o livro e olhou Sakura com olhos estreitos.

— O que é isso, Sakura? 

— O que isso o quê?

— Isso aqui… — disse Tomoyo. Ela manuseou o livro como se o conhecesse e abriu numa ilustração onde a moça da capa beijava outra menina. Sakura deu um pulo de susto. 

— Eu já li esse livro… — disse Tomoyo, olhando maliciosamente para Sakura. — O que você está tentando dizer com isso, Sakura?

— Não tô querendo dizer nada!

— Sério mesmo?

— Eu fui enganada, isso sim! Vou atrás dela! — disse Sakura, furiosa, pegando o livro de volta. Tomoyo sorria de olhos fechados. 

— Não se preocupa! Você pode ler também. Eu queria tanto o “Barça, 115 anos de história! Guia ilustrado com as imagens e linha do tempo de cada jogador” e ninguém pensou em me dar… — disse Tomoyo, com o dedo no queixo, olhando para o alto. 

— Eu vô lá comprar pra você! — disse Sakura, correndo com o livro na mão. 

— Estava brincando… — disse Tomoyo, sorrindo. Não sabia se estava satisfeita com a corrida dela ou com o presente que ela deu sem saber o que era, mas, de certa forma, naquele fim de dia de São Jorge, uma satisfação grande e uma felicidade enorme crescia no peito de Tomoyo que ela não soube dizer o que era.

 

IV

 

— Llibrería Anticuaria Comellas… Acho que é aqui! — disse Sakura, olhando para o pórtico na entrada. Ela rapidamente reconheceu a moça de óculos que lhe vendeu o livro “El azul es un color cálido” e gritou:

— Hey, moça, você me enganou! 

A moça não aguentava de gargalhar com as caras e bocas de Sakura. 

 

Continua… 

 

 


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