Uma Canção de Sakura e Tomoyo: Finalmente Juntas escrita por Braunjakga


Capítulo 40
Simone, meu amor!




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Capítulo 38

Simone, meu amor!

 

Barcelona, Espanha

7 de fevereiro de 2016

 

I

 

A história se passava num colégio feminino da França, comandado por freiras. A primeira cena acontecia no escritório da Madre superiora. A protagonista, uma menina loira de cabelos volumosos e franjas encaracoladas na testa, sentava-se educadamente diante da religiosa. A mulher mais velha tinha uma cara severa e olhava para ela como se pudesse ler sua alma.

— Então, senhora Resine de Poisson, qual é o motivo de você ter escolhido essa escola para estudar, contra a vontade da sua tia? 

— Bem… Eu entendo a vontade da titia, mas essa é a escola que a minha mãe se formou. Eu não conheci ela, mas sei que ela se tornou uma dama graças à educação que ela teve aqui. Quem sabe, eu não consiga ser uma mulher melhor se eu entender como a minha própria mãe foi educada? Afinal, vou me casar e ter filhos um dia, então, tenho que estar preparada.

A Madre assinou alguns papéis e dispensou a moça.

 

II

 

Quarto. Resine estava desfazendo as malas em cima da cama quando uma menina da sua idade invade o quarto. Ela tinha cabelos negros, lisos e longos, e carregava consigo uma garrafa de uísque. Resine ficou chocada com aquilo.

— Perdoe-me, senhorita. Acredito eu que estamos em um colégio distinto onde não se admite esse tipo de coisas brutas e selvagens para uma dama. Uísque é uma bebida feita para homens! Você não bebeu a bebida, ou bebeu? — perguntou Resine. Agora quem olhava para a loira como espanto era a moça de cabelos negros. Ela estreitava os olhos e tentava entender quem era ela. 

— Hey, Boneca, quem é você? 

— Está me insultando! Ponha-se para fora daqui, sua meretriz! 

A mulher de cabelos negros agarrou os pulsos de Resine.

— Escuta aqui! Agora quem está me xingando é você! Eu durmo nesse quarto também! 

— Como é que é?

 

III

 

Dia seguinte. Resine de Poisson entrou no quarto e encontrou tudo revirado: roupas espalhadas para tudo quanto é canto, toalha na cama e até mesmo calcinhas fora do lugar. Estressou-se. Abriu a janela para respirar ar puro e viu a colega de quarto correndo na pista de atletismo lá embaixo.

— Simone D’Arc é o seu nome, não? Deve ter procurado o uniforme de educação física e não encontrou! Ainda por cima, deve ter acordada atrasada! Quando eu saí, você ainda estava dormindo, sua miserável! — Resine continuou a olhar a colega na pista e percebeu que ela estava em primeiro lugar. — Ao menos corre bem! Típico de uma troglodita fazer esse tipo de coisa, essas coisas de homem…  

 

IV

 

Concluída a aula, Simone entrou no quarto e viu tudo organizado. Espantou-se, deitando-se em seguida na cama de tão cansada que estava. Pegou um retrato no criado mudo e viu o rosto de sua colega de quarto, deslizando o dedo sobre o vidro.

— Resine… Foi você, não foi? Até que é bonitinha… 

 

V

 

Estavam nos corredores da escola. Simone, sem querer, deu uma trombada tão forte em Resine que derrubou os livros da moça. As duas se agacharam e recolheram os materiais.

— Desculpa, desculpa! 

— Obrigada. 

— Pelo que? 

— Você arrumou minha roupa no outro dia… 

— Eu só fiz isso porque não sei viver num chiqueiro… 

As duas se calaram e caminharam para a sala onde seria a próxima aula. Resine, inexplicavelmente, puxou assunto com a colega.

— Você corre bem. Nada bem. Joga tênis bem… Vejo que não tem esporte que não lhe seja possível… — disse Resine, corando diante dos elogios que fazia à Simone. A morena corou também. 

— Você também… 

— Pena que nada disso vai te servir mais tarde. 

— Como assim? 

— O que se exige de uma dama é ser companheira, gentil e atenciosa. Essa coisa como “esporte” embrutece a mulher e corremos risco de perder nossa única prova de inocência! 

— Ora sua! Se você quiser ser bonequinha de marmanjo, o problema é seu! Tem muita mulher praticando esporte sim! As olimpíadas servem para quê?

— Ser atleta não vai te ajudar em nada na vida, nada se você não tiver uma posição na sociedade! Sei que você quer manter sua pose de “mulher independente” que os comunistas criaram, mas quantas mulheres independentes conseguem se manter e se casar depois, hein? — disse Resine. 

— A minha satisfação é ser livre, fazer o que eu quero e ficar olhando as otárias embuchadas que ficam presas na sua gaiolinha particular, apanhando de marido nojento! 

Simone ficou tão irritada com aquele papo que tomou outro rumo para a próxima aula. 

 

VI

 

Chegando na sala de aula, havia um projeto de apresentar uma peça de Romeu e Julieta a ser executada pelas alunas. O papel de cada uma estava sendo decidido em sorteio.

— Romeu… Resine.

— Romeu, eu? Isso só pode ser um engano! — A loira ficou assustada com o papel que recebeu do destino. 

— Julieta… Simone!

— Isso só pode ser castigo, só pode! — resmungou a morena.

 

VII

 

O dia da peça de Romeu e Julieta chegou e estavam no ato final. Romeu, interpretado por Resine, jazia deitada sobre a sepultura, e Julieta, interpretada por Simone, se aproximava do “amado”, com o frasco de veneno que ele usou para morrer.

— Romeu, aqui ainda têm uma última gota do veneno que usastes para se matar! Permita-me levá-lo comigo para a sepultura! 

Simone “bebeu” o frasco e não conseguiu “morrer”. 

— Bebeste tudo, não deixastes nada para mim! Mas ainda há muito dele em seus lábios. 

Simone se aproximou dos lábios de Resine e pensou:

“Você me paga, cretina, por ter me dito aquelas palavras!”

Beijaram-se. Era só para ser um beijo falso, mas o beijo foi tão real para os espectadores que a interpretação das duas foi muito aplaudida.

 

VIII

 

Camarim. Enquanto Resine tentava se despir das roupas masculinas, que eram muito desconfortáveis para ela, Simone entrou e trancou a porta.

— Simone? Você aqui? 

— Você enfiou a língua na minha boca mesmo, né, Resine? 

— Como assim? 

— Eu vi quando você enfiou! Não mente pra mim! — disse Simone, agarrando os ombros de Resine. A loira desviou os olhos.

— Bem… Você também colocou! Quem mandou você encostar os seus lábios nos meus? Era só para ser um beijo técnico! 

— Tá, eu quis te provocar sim! Mas quem mandou enfiar a língua? 

— E por acaso você gostou, Simone? Por isso tá assim nervosa? Você nunca deve ter beijado ninguém, por isso tá assim! 

— Eu quem te pergunto! Você se aproveitou de mim! 

Irritada com toda aquela conversa, Resine tomou a iniciativa e repetiu o beijo da peça. De língua. Simone arregalou os olhos, mas depois aceitou aquele gesto e fechou os olhos também. 

Depois daquilo, as duas ficaram uma semana sem se falar. 

 

IX

 

Sala de aula. De mão em mão, um bilhete era enviado. O destinatário era Resine. 

“Consegue me encontrar no chafariz, onze horas? Não vai ter ninguém lá, preciso conversar com você… Ass.: Simone”

 

X

 

Chafariz. A luz da lua corria solta no céu e as águas fluíam na fonte de água. Impaciente, Simone esperava, balançando os pés. Passados uns minutos, Resine apareceu. Ela ajeitou o corpo e se levantou. 

— Resine… 

— Simone… 

As duas se olharam e não sabiam o que falar uma para a outra. Nem mesmo Resine achou estranho aquele encontro, justo ela que era tão certinha e tão feminina quanto à tudo. Simone tentou desencalhar.

— Só queria dizer que… Você é boa mesma nesse negócio de costurar, pintar, bordar, fotografar, arrumar… Eu nunca vou ser tão boa quanto você nisso… — Simone sorria, tremendo os lábios de tão nervosa que estava. 

— Você também, Simone. Você é boa atleta, tão boa quanto qualquer rapaz. Se você quiser ir pras olimpíadas é direto seu… 

— Tudo o que eu quero era só poder falar com você… Dane-se as olimpíadas!

— Dane-se as olimpíadas? — Resine sorria. — Não deixa de ser o que você é por causa dos outros.

— Não era você quem queria que eu fosse mais feminina?

— Eu só quero que… Você continue desbravando novos cantos pras mulheres e, quem sabe um dia, seja coisa de mulher praticar essas coisas… 

— Resine… 

— Quanto à mim, é difícil mudar mente de gente velha… — Resine sorria diante da sua própria contradição. 

— Só continua sorrindo pra mim, tá? O resto… O resto eu vou conseguir através dele… 

— Simone… você é tão gentil… — disse Resine, agarrando a mão da colega.

— E você é tão linda, Resine, por mais machista que você seja… — Simone puxou ela para si e Resine arregalou os olhos. De repente, o susto em seu olhar se tornou em expectativa e, sem nem mesmo entender, os lábios já estavam encostados um no outro e as línguas se faziam companhia naquela dança de línguas dentro das bochechas, à luz do luar. 

 

XI

 

Quarto. Dias se passaram desde aquele beijo. Simone esperava sua vez de entrar no banheiro para banhar-se lendo uma revista. 

Resine saiu, mas a toalha que usava caiu. A loira recolheu rapidamente antes que Simone visse mais alguma parte do seu corpo.

— Desculpe-me! Isso não devia ter acontecido! Pode entrar no banheiro, Simone!

Simone arrancou a toalha em volta dela com tudo. Resine tentava se cobrir com as mãos. 

— Por que essa vergonha toda? Não somos duas mulheres?  

— Bem… É que… Não sei se você é daquelas que deseja uma mulher como… Como…  

— Como um homem? É isso que você ia dizer? 

Resine ficou corada. Simone levantou-se da cama e se aproximou da sua ficante. 

— E se eu te desejasse, desejasse seu corpo, eu seria menos mulher por causa disso? 

— A natureza nos criou assim, não é? Homem pra mulher, mulher pro homem!

Simone viu que Resine estava indefesa, protegendo seu pudor, e beijou a moça. A loira não aguentou, tirou suas mãos dos seios e envolveu a cintura de Simone com elas, puxando o quadril dela para si.

— Tô vendo pelo seu beijo que é você quem me deseja mais, Resine… 

— Você sabe fazer isso?

— A gente aprende fazendo… — Simone beijou-a mais uma vez, soltando-a depois.   

— Se você quisesse me beijar, era só ter falado, Simone… Não precisava… 

— Você é tão linda… — disse Simone, acariciando o rosto dela, contemplando seu colo nu.

— Por favor… Seja gentil… 

As duas beijaram-se pela terceira vez. Um beijo mais longo e profundo.

Deixaram-se uma sobre a outra, contemplando as sensações desconhecidas de seus corpos.

 

XII 

 

Jardins. Alguns dias depois. Resine tricotava no banco. Simone aproximou-se por trás dela e deu um beijo na bochecha da companheira. Estava feliz, sorridente. Trazia um buquê de flores nas mãos só para ela.

— Azaléias… Minhas preferidas… — Resine cheirou as flores e, depois de um tempo, jogou o buquê na moita ao lado. Estava cabisbaixa. O sorriso de Simone azedou na hora.

— Que foi? Não gostou? 

— Viram a gente. 

— Quem viu?

— Não posso falar… 

Simone sentou-se no banco do lado dela. Resine continuou a tricotar. Depois de uns minutos de silêncio, Simone explodiu.

— Vou contar pra todo mundo sobre a gente… 

— Você tá louca? — disse Resine, com os olhos arregalados.

— Vou me esconder pra quê? Tô cansada de seguir as regras desse manual de etiquetas que eu nem assinei! 

— Você devia seguir… Ele está por toda parte… 

— Me diz, Resine, quem tá espalhando fofoca por aí? Eu vou atrás agora! 

— Não posso falar… 

— Como não pode falar! Anda! Me diz! A gente não tá juntas nessa? Tudo bem, eu falo pra ela parar, eu vou continuar a manter segredo sobre a gente… Deixa comigo! 

Resine não reagia. Pior, não aguenta a pressão que as palavras de Simone fazia sobre sua cabeça. Uma hora estourou.

— Simone, para!

A morena arregalou os olhos diante do nervosismo inexplicável da companheira. 

— Sei… Era mentira esse negócio dos comentários, não é?

— Não fala isso! 

— Eu te conheço! Sei quando você mente!

Resine não aguentou e explodiu, elevando o tom de voz.

— Você pensa que a gente vai ser aceita lá fora? Você fica me dando flor toda hora… Que menina dá flor pra uma menina? Para com isso! Para! isso não é normal! A gente já foi longe demais com isso… 

Simone não aguentou e agarrou Resine pelos braços.

— Eu tô cansada desse seu papo de “isso não é normal”, “não vão aceitar a gente lá fora”! Tão pagando minhas contas, por acaso? 

— Eu perdi a minha inocência por sua causa! você ainda acha que a gente não foi longe demais?

— Longe demais? Eu perdi a minha também! Foi você quem tirou! Fizemos juntas! Não vem com essa que foi só você… 

As duas ficaram caladas novamente. Simone chorava. 

— É a merda de uma mancha de sangue que define uma mulher? Que mundo de merda é esse que a gente vive! — disse Simone, chorando.

— Simone… 

— Você quer uma mancha de sangue? Eu vou te dar uma mancha de sangue! Tô cansada disso! 

Simone levantou-se do banco e correu até perder-se nos jardins. 

— Simone! — Resine berrou, mas a parceira não ouviu.      

 

XIII

 

Passou se um mês. Quarto. Simone não dormia mais com ela desde aquele dia. Tudo o que restou para Resine foi a cama vazia do lado dela. Abraçou o travesseiro e fechou os olhos, lembrando os momentos aconchegantes que passou com a parceira naquele ambiente. 

— Simone. 

A porta do quarto abriu-se. Era uma das colegas de educação física da companheira. 

— Você que é a Resine? 

— Sou eu sim… 

— Venha comigo…

A menina estava trêmula e o coração da loira começou a palpitar em seu peito.

 

XIV

 

Rua. Uma multidão cercava uma pessoa ferido na rua. As duas meninas atravessaram o mar de gente e se depararam com o corpo de Simone deitado no chão, ensopado de sangue. Havia acontecido um atropelamento. O carro bateu na morena e a estrela da “mercedes” em cima do capô rasgou sua barriga. Os paramédicos estavam a caminho, mas demorariam um bom tempo.

— Simone! 

— Re… Sine… 

Simone abriu os olhos e observou com clareza o rosto da companheira. Tocou os fios de cabelos loiros com as mãos ensanguentadas.

— Não fala mais nada! A ambulância está a caminho… — disse Resine, agarrando as mãos de Simone. Elas estavam tão frias e pálidas que a loira ficou desesperada.

— Eu só espero que todo esse sangue dê pra cobrir o que eu arranquei de você… 

— Você não me deve nada, Simone… Por favor, viva! 

— Não quero viver num mundo que não aceitem a gente como a gente é… 

— Simone, não fala assim… 

— Eu te amo, Resine, eu te amo até o fim… Apesar desse mundo infeliz que a gente vive… 

— Eu também te amo, sua idiota! Simone, não me abandone! Simone, meu amor, não me abandone! 

Ela não respondeu mais nada. O último gesto da morena com ela foi aquele pálido sorriso na face ensanguentada. Resine pousou a cabeça no peito inerte dela e chorou. Chorou até os paramédicos chegarem. Uma das freiras tirou-a de cima do corpo da amiga. 

— Nunca mais eu quero ser feliz na minha vida, nunca! — disse Simone.   

 

XV

 

Um sinal sonoro soou em toda a extensão do teatro e as cortinas baixaram. A peça acabou. Todos que viram a apresentação se levantaram e aplaudiram de pé. As cortinas se levantaram e o elenco curvou-se, em agradecimento à plateia. Sakura Kinomoto ainda estava atônita, tentando digerir a história que havia testemunhado. Nem sequer aplaudia, tamanho choque que levou. Só foi entender a que passo a coisa andava quando o pessoal começou a sair do teatro. 

Finalmente levantou-se, afinal, estava ficando um pouco tarde. Na calçada, viu a moto de Felipe esperando por ela. O homem lia um exemplar do “La Vanguardia” para passar o tempo.

— Esperou muito, Felipe?

— Não, que isso! Teatros são demorados mesmo… 

Sakura pegou seu capacete e ajudou o rapaz a guardar o jornal no baú da moto. 

— “Shiroi Heya no Futari” é o nome da peça, não é? Na minha língua se chama "Nostra habitació blanca", Nosso quarto branco.

— Conhece?

— Eu amo o Japão. Falo japonês fluente. Gosto da sua gente. Amo suas mulheres. Fazem coisas… 

Sakura e Felipe sorriram.

— Amo os mangás também. Inclusive, essa peça foi adaptada de uma obra dos anos 70.

— Você compra? 

— Coleciono alguns que a “Norma” publica por aqui. Conheço esse também. É yuri, né? 

Sakura corou com a afirmação.

— Não fala nada pra Tomoyo, tá?

— Sinto um pouco de ciúmes de você… 

— Não precisa, Felipe… Só tô tentando entender esse meu preconceito contra as lésbicas…     

— Você, preconceituosa? Nunca imaginei…

— Eu também nunca imaginei pegar uma carona de moto em Barcelona com o Rei da Espanha em pessoa… 

— Um monte de coisa que a gente nunca imaginou tão acontecendo agora… Vamos, Sakura, a Sonomi tá esperando a gente. 

— Vamos… 

Sakura fechou o baú da moto e não deixou de relembrar a manchete do "Lá Vanguardia", que dizia: 

 

“El Rey começará a ser julgado amanhã. 

O promotor Antxon Aguirre fará a acusação como advogado geral da união.

É um momento histórico para o Estado Espanhol, seremos implacáveis para o bem das vítimas, disse o magistrado.”  

“Felipe…”, Pensou a Cardcaptor.

 

Continua… 


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