Uma Canção de Sakura e Tomoyo: Finalmente Juntas escrita por Braunjakga


Capítulo 39
A Sakura só tem a gente pra se defender




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Capítulo 37

A Sakura só tem a gente pra se defender

 

Toledo, Espanha

1 de fevereiro de 2016

 

Era o dia do julgamento de Sakura por crimes contra os comuns.

Três juízes, dois homens e uma mulher, olhavam para Sakura, frios e impassíveis. Atrás dela, Kero e Yue acompanhavam o julgamento, cabisbaixos. 

— Juiza Adriana Lastra, me confirma pra mim o depoimento daquele comum… — disse o primeiro juiz.

— O comum do hospital ou o comum da rua de Bilbao? — perguntou a mulher.

— Foram dois comuns? — indagou o terceiro juiz.

— Quem dera se fossem só dois comuns, Juiz Miquel Iceta, foram dois locais diferentes, os autos estão separados por locais… Em média, a gente teve que mudar a memória de quarenta comuns… — disse o primeiro juiz.

O terceiro juiz, um homem já idoso e rechonchudo, olhava Sakura com severidade. 

Ela passou doze dias presa numa cela especial, longe do trabalho, da faculdade e das amigas, só aprendendo como se comportar no mundo dos comuns. Nem mesmo uma visita de Chitatsu pôde receber. As autoridades não queriam que o menino soubesse do que estava acontecendo e manteve tudo em segredo, para evitar prejudicar seu “desenvolvimento saudável” depois de tantos traumas. A desculpa que o Ministério de assuntos especiais inventou, tanto para sua família, quanto para suas amigas, foi a de que Sakura estava muito doente. Quem a conhecia de verdade, sabe que o problema era outro.

— Sakura Kinomoto, já temos a sentença, você tem alguma coisa a dizer, além de se sentir uma esposa traída defendendo a sua honra? Pois até mesmo uma mulher comum pode pegar uma arma, apontar para o marido e isso seria considerado crime de todo jeito! — disse o Juiz Miquel Iceta.

— Não apenas isso, Juiz Iceta, ela quase matou três mulheres em Bilbao… — disse a Juíza Lastra.

— Sim, a Gotzone, a Lore e a Usoa, três encrencas que a gente vai lidar mais tarde! Mas essa denúncia de tentativa de homicídio não consta nos autos, Juíza Lastra… — disse o primeiro juiz, um senhorzinho baixinho de cabelos brancos.

— Elas não constam nos autos porque não foi feita denúncia, Juiz Manuel Castells… — respondeu a Juíza Lastra.  

— Que bela briga de bar que vemos aqui! — comentou o Juiz Iceta, folheando a papelada à sua frente.    

Sakura não entendeu o porquê, mas sentiu um peso saindo das costas escutando aquilo e também sentiu um pouco de pena das duas mulheres que machucou naquela luta de quase duas semanas atrás. Os juízes ainda esperavam a resposta dela.

— Tudo o que eu fiz foi pra me vingar do chifre que eu levei, senhores juízes… Não tenho outra desculpa pra inventar… — disse Sakura.

— Motivo fútil… — disse o Juiz Manuel Castells, escrevendo num papel. 

— Você tem consequências dos crimes que você cometeu? — perguntou o senhorzinho.

— Sim, tenho sim… — respondeu a cardcaptor. 

— Pense bem, Sakura! Modificar memórias é uma violação gravíssima! Não pense que a gente faz isso com prazer! Quarenta e três pessoas viram você usando as Cartas Clow! Isso é muito vergonhoso para um mago! toda vez que você usa magia na frente de um comum, nós somos obrigados a quebrar esse tabu! Você pensa que é fácil? — repreendeu o Juiz Manuel Castells.

— Eu acho que ela já entendeu o que ela fez… Consigo sondar toda a mente dela… — disse a Juíza Lastra

— Todos de pé! — o Juiz Castells bateu o martelo na mesa e todo mundo se levantou. — Sakura Kinomoto, a senhora é culpada de usar magia na frente dos comuns, com agravante de ser por motivo fútil e provocar outros danos mais! A pena é a suspensão das Cartas Sakura por dois anos, a ser executada imediatamente. Ressalto que essa sentença não têm caráter restritivo, podendo ser flexibilizada sempre e quando o Ministério achar conveniente, dado à gravidade do adversário que estamos enfrentando.  

— Mas que suspensão é essa, maluco? A Sakura só tem a gente e as cartas pra se defender! — questionou Kero. 

— Por isso mesmo. Sakura não sabe usar outra forma de magia a não ser as Cartas Sakura. Ela só vai poder usar essas cartas sempre e quando a Ministra Dona Beatriz achar conveniente, no combate contra a Ordem do Dragão! Sem mais, nem menos! Isso também é válido para vocês!

Kero e Yue ficaram chocados.  

— Mas… Mas… — Kero insistia.

— Sem mais! Vocês estão plenamente seguros com as tropas do ministério à paisana. Não precisa das cartas. — disse o Juiz Iceta.

Kero queria continuar a protestar, mas Yue colocou a mão no ombro dele. Sakura, resignada, tirou o livro rosa das Cartas Sakura de dentro da bolsa e entregou para os soldados de farda branca. Ela abriu uma última vez para ver as cartas queridas antes de trancá-lo, com lágrimas nos olhos. Os soldados colocaram o objeto mágico numa maleta prateada e saíram pela porta lateral do tribunal. 

No fundo, Sakura sentia que estava tendo um braço arrancado. 

 

Continua…       


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