Uma Canção de Sakura e Tomoyo: Finalmente Juntas escrita por Braunjakga


Capítulo 4
Não vou permitir que ponham as mãos em vocês!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/783908/chapter/4

Capítulo 2

Não vou permitir que ponham as mãos em vocês!

 

Osaka, Japão.

14 de fevereiro de 2015

 

— Professor Fujitaka, as minhas notas estão boas? Será que eu consigo um estágio pra investigar as ruínas de Yonaguni com a equipe do senhor no final do mês? — perguntava uma estudante excêntrica, de cabelos verdes arrepiados.

— Hum… Vamos ver, Yuma Chitose… Sei… sei… Você até que tem boas notas, sim, mocinha. Eu já estive considerando seu nome alguma vez. Vou pensar no caso e, desde já, já se considere dentro… Seja agora ou em outra ocasião… 

— Maravilha! Obrigada, professor Kinomoto!

A estudante saiu saltitando do escritório do professor. Ele sorria. Fujitaka Kinomoto era um senhorzinho sorridente, de cabelos brancos bem penteados. Era professor coordenador do curso de arqueologia da Universidade Kansai de Osaka e tinha a incomum habilidade de ver espíritos. 

— Você deve achar que eu sou bonzinho demais, não é, Nadeshiko? Aquela menina já sofreu tanto na vida… — disse o professor, falando para o ar e examinando alguns papéis. Ao lado dele, estava uma mulher de cabelos longos, negros e ondulados. Ela sorria e fazia sim com a cabeça. De repente, o sorriso dela parou e seu rosto tomou feições de preocupação. 

— Nadeshiko, o que aconteceu? — perguntou Fujitaka. 

O telefone em cima da mesa tocou. 

— Alô? 

— Senhor Fujitaka Kinomoto… Aqui quem fala é o Zigor Iñigitz. 

— Zigor!!! — disse o professor, dando um salto da cadeira.

— Eu estou com o seu filho Touya, aqui num carro no estacionamento, de frente para a sua janela. 

Fujitaka abriu as janelas e viu um subaru preto esperando na vaga.

— Zigor? Então… você veio mesmo?       

— Escute, eu não tenho muito tempo, e tampouco tô aqui de brincadeira. O senhor vai sair do seu escritório e entrar no carro sem dizer um pio do que está acontecendo, tá certo? 

— Espere… 

O telefone desligou. Fujitaka olhou desolado para o rosto triste da esposa que apenas lhe dizia que ele tinha que acompanhar o filho.

 

II

 

Fujitaka se aproximou do Subaru preto indicado por Zigor e reconheceu de imediato o homem de cabelos brancos, pele fantasmagórica e olhos cinzas que apareceu para levar as cartas Sakura há quase dez anos. Touya esperava no banco do carona. O professor bateu no vidro do carro, e Zigor indicou para que abrisse a porta de trás. Fujitaka entrou no carro e as portas foram travadas automaticamente. 

— Papai!

— Touya! O que você está fazendo, senhor Zigor? Faz quase dez anos que não vejo o senhor para que aparecesse assim do no meu trabalho, sequestrando meu filho! Eu tenho aula pra dar, sabia?

— Esqueça esse negócio de aula…

— Como assim? 

— É simples: eu não vou permitir que ponham as mãos em vocês.

— Como assim não vai permitir? — perguntou Touya.

— Eu perdi o castelo da Ordem em Guipúscoa, droga! Eles acabaram com os meus melhores soldados… — Fujitaka e Touya se entreolharam, mais compreensivos com o homem de olhos de gelo. — O que vocês acham que eles vão fazer com vocês? 

— Temos uma autoridade mágica que pode nos proteger, não temos? — perguntou Touya.

— Esquece esse negócio de autoridade mágica! Eu vou proteger vocês! Aqueles caras da princesa Hinoto não conseguem fazer nada que preste… — disse Zigor. Ele ligou o carro e saiu do estacionamento da universidade. 

 

III

 

O carro circulou por um bom tempo na autoestrada. Cercado por árvores, o local era sossegado, com poucos veículos por perto. Em poucos instantes, chegariam em um barranco. 

— Aonde você tá levando a gente? O caminho do aeroporto era no outro lado, não era? — perguntou Touya.

— A gente não vai de avião… 

— Então, a gente vai do quê? Isso é um sequestro! Eu tenho que avisar a Sakura dessa barbaridade! — berrou Fujitaka, preocupado. 

— Não vai ter aviso pra Sakura e nem avião… Vocês vão pra um lugarzinho secreto que eu preparei pra vocês, mas pra isso, vocês vão ter que sumir.

— Como assim?  

Zigor acelerou o carro com tudo. O barranco estava cada vez mais próximo. Ele saltou do carro enquanto estava em movimento, rolando pela rodovia. O carro atravessou o guard-rail e foi parar no fundo do barranco. Uma explosão aconteceu, iluminando toda a paisagem cinza daquela tarde de inverno. Na beira do barranco, Zigor sorria. Asas transparentes vermelhas surgiram em suas costas e ele deu um salto no ar.

 

IV

 

— Uma Subaru preta caiu no penhasco na rodovia que liga Osaka à Kobe. Os ocupantes do carro eram Touya Kinomoto e Fujitaka Kinomoto. Eles foram vistos da última vez saindo da Universidade Kansai. Testemunhas disseram que o carro acelerou com tudo contra o penhasco. O veículo está em uma região de difícil acesso e vai levar três horas para as equipes médicas e o corpo de bombeiros chegar no local do acidente. Não há expectativa de encontrar os dois com vida… 

Uma jornalista anunciava as últimas notícias na televisão quando uma tigela cheia de pipocas quebrou no chão do apartamento. Sakura ajoelhou-se e chorou ouvindo o nome do pai e do irmão ser anunciados no jornal. Kero, o guardião de Sakura, voou para acudir a mestra. 

— Acalma, Sakura, isso tá errado! 

— Não dá pra aceitar isso! Liga pro Shoran! Liga pro Shoran agora! 

— É assim que você vai reagir com uma notícia dessas, é? — disse uma voz vinda da janela. Era Zigor.

— Peraí, você é Zigor Iñigitz! Aquele cara que passou pano pra Ordem do Dragão há quatro anos! — gritou Kero, ficando em sua forma verdadeira de leão dourado alado.

— Se vocês não conseguem escutar uma notícia dessas, vocês não tão prontos pra pauleira que vai vir. Pensa que de agora em diante não vão escutar coisas assim, é? — disse Zigor.

— Seu cretino! — Sakura tocou na chave do lacre no pescoço, e ela virou seu báculo rosa da estrela. Tentou acertar um e outro golpe no homem, mas ele desviava. 

— Seu pai tá bem, raios! Não acredita nas merdas do jornal! — disse Zigor, agarrando o báculo dela. Kero estava prestes a voar no pescoço dele, mas parou assim que ele disse que Fujitaka estava bem.

— Meu irmão também? 

— Todo mundo, droga! Eu tive que dar um sumiço neles pra que ninguém ficasse metendo o bedelho no meio…

— Mas… pra que isso? — perguntou Sakura.

— Pras guerras que virão… 

— Que guerras são essas? — perguntou Kero. 

— Eu não tenho tempo pra explicar tudo! Se vocês quiserem tirar satisfação comigo, venham pra Euskadi. Garanto que, com seu pai e seu mano por aqui, eles já teriam virado churrasco naquele barranco mais cedo ou mais tarde… 

— Peraí… — disse Sakura.

— Eu já dei o recado…  — Zigor bateu as asas transparentes e deu mais um salto no ar, sumindo em instantes da frente deles. Kero rosnou e soltou uma bola de fogo onde ele estava. Sakura estava desolada, sem entender nada do que acontecia, sem saber se o jornal mentia ou dizia a verdade. Kero voltou a ser um boneco amarelo flutuante e foi até Sakura. 

— Kero-chan, o que a gente faz? 

 

Continua…  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Canção de Sakura e Tomoyo: Finalmente Juntas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.