Uma Canção de Sakura e Tomoyo: Finalmente Juntas escrita por Braunjakga


Capítulo 5
Deveria ter me envolvido nisso faz tempo!




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Capítulo 3

Deveria ter me envolvido nisso faz tempo!

 

Manchester, Inglaterra

21 de fevereiro de 2015

 

— Eriol, acabei de receber o e-mail da Ruby Moon; o Touya foi sequestrado mesmo! 

— Eu sabia! Deveria ter me envolvido nisso faz tempo! — disse Eriol, pousando apressadamente a xícara de chá que bebia sobre o pires em cima da mesa. Ele se levantou de súbito e foi olhar a tela do iPad. Mizuki Kaho ouviu a exclamação do marido e entrou na sala. Os três ficaram em choque com os detalhes que Nakuru dava na mensagem.

— Querido, a gente não podia ter ficado esse tempo todo aqui parado! A gente tinha que ter feito alguma coisa! — disse a professora de matemática.

— A vida da Ruby Moon corre perigo! — alertou Spinel Sun. O mago tremia. Pegou a chave do lacre e ela se transformou no báculo dourado com um sol na ponta. 

— Não temos tempo a perder. Vamos todo mundo voar pro Japão agora mesmo! — disse Eriol. 

De repente, as amplas janelas quadriculadas do escritório quebraram. Uma rajada de vento invadiu o cômodo, derrubando estantes e empurrando a mobília. Um homem de armadura vermelha como sangue flutuava no rombo onde antes havia a janela. Ele sorria, segurando um porrete nas mãos, parecido com um taco de baseball. Era um homem de pele morena e feições árabes: nariz arredondado e uma barba volumosa crescendo no queixo, indo de ponta a ponta da costeleta.

— Em nome de Alá, o clemente, o misericordioso… Ninguém vai pro Japão mais!

— A Ordem do Dragão! — O pulso de Eriol tremeu e ele disparou rajadas de magia de fogo e gelo contra o homem. Ele rebateu todas com o enorme bastão que tinha nas mãos. As rajadas perfuraram as paredes e destruíram o resto da casa. 

— Alá criou os magos e os não magos. Criou os magos para estabelecer julgamento sobre os não magos. 

— Isso é um absurdo! — gritou a professora Mikuzi.

— Todo o mago que renega seu sangue mágico deve ser tratado como um infiel. — disse o Interventor. 

— E os seus atos não devem ser considerados como crimes? — indagou Eriol.

— Já basta de discursos. Você dividiu seu poder mágico! Você se castrou como mago! Você renegou o poder divino que Alá lhe deu! Você é um sem fé e merece ir pro mármore do inferno! — Exclamou o homem. Ele colocou a mão na frente do rosto e três esferas verdes com fogos fátuos dentro dela saíram do corpo dele, indo para o espaço. De repente, uma Tiamat enorme surgiu na frente da mansão de Eriol. Ela tinha onze cabeças e cinco metros de altura. Cada cabeça atacava ora com fogo, com raios ou com magia. Uma coisa de cada vez. 

O primeiro ataque do monstrengo branco foi um ataque de raios. Mizuki tirou o sino da lua do bolso e segurou o ataque. Era o mesmo sino que ela usou para quebrar as paredes mágicas da carta labirinto e resgatar Sakura do encantamento. Ela aguentou o ataque por um tempo, mas não muito. Mizuki se cansou e se ajoelhou. A Tiamat, então,soltou uma rajada de chamas contra a professora. Seu corpo incinerou na hora. 

— Mizuki! — gritou Eriol, tentando se defender dos ataques mágicos do monstrengo.

— Essa professora salvou uma comum da carta Labirinto, não salvou? Nós já conhecemos a história completa! — disse o Interventor. 

— Meiling Li não é comum! É uma maga que não desenvolveu poderes mágicos! — disse Eriol, com muita raiva no olhar. Sentindo toda a mágoa do mestre, Spinel Sun voou velozmente contra a Tiamat, soltando uma rajada de magia contra os olhos da coisa. Conseguiu cegar três cabeças, mas elas não paravam de atacar. Pulou com tudo no pescoço de uma das cabeças e não soltou a boca felina de lá. De tanto morder, a pantera negra conseguiu estrangular uma das cabeças.

— Spinel Sun! — gritou Eriol. A alegria durou pouco. A Tiamat ainda tinha mais dez cabeças a disposição, sete delas ainda com visão intacta. Uma das cabeças mordeu o corpo da besta mágica da cintura para baixo. Spinel Sun não resistiu. O que restou dele virou pó, em meio á uma rajada de raios e fogo que o monstro soltou.            

Eriol, desesperado, ajoelhou-se, sentindo toda a impotência do mundo em suas costas. Nesse momento, uma porrada enorme atingiu as costas dele, fazendo-o arregalar os olhos. Seu corpo foi envolvido por uma rajada elétrica vermelha e seus braços tremiam por causa dos choques. Era o Interventor. 

— Você é fraco, Eriol! Se não tivesse dividido seu poder mágico, você teria me dado um pouco mais de trabalho… Mas isso não impediria os planos da Ordem! Pois esses são os planos de Alá!

— Mas eu impeço e que esse seu Alá da sua cabeça venha acertar as contas comigo! — disse uma voz. A tiamat inclinou para o lado e o pescoço de uma das cabeças foi quebrada. Outra e mais outra cabeça caiu pendurada no tronco como espigas de milho murchas numa plantação. As outras sete cabeças restantes reagiam, tentando atacar fisicamente. Elas estavam muito perto uma das outras para soltar qualquer magia contra Zigor, o homem que as atacava. Uma das cabeças mordeu a espada dele e a outra tentou abocanhar o calcanhar. O homem de cabelos grisalhos soltou a espada e pulou. Ele apertou as mãos e gritou:

— Flare! — Uma explosão atingiu a cabeça que mordeu a espada. A arma voou no ar e Zigor recuperou-a, ferindo de morte mais uma cabeça que tentava atacá-lo. O Interventor teve a prudência de não cortar nenhuma das cabeças para que elas não regenerarem. Faltavam mais cinco. Elas resolveram se unir e atacaram Zigor ao mesmo tempo, com rajadas de fogo, magia e raios. O Interventor se defendeu com a espada, segurando com dificuldade as rajadas mágicas. De repente, ele começou a rodar a arma e a juntar aquela magia em torno dela, como se junta algodão doce dentro da máquina. Ele deu um salto no ar e golpeou as cinco de uma vez, refletindo a própria mágica delas. A Tiamat tombou, explodindo no ar numa nuvem de cacos. Zigor pulou no chão ofegante, com o braço doendo por conta da magia que rebateu.

— Deixa com o véi que o véi conhece! Já lutei muito pra esse momento! 

O Interventor olhava para Zigor supreso e indignado.

— Zigor, o que você tá fazendo? 

— Olha só, se não é o Iker Cuevas de Melilla! Foi “teu pai” que mandou você aqui, é?  

— Eu estou aqui pela missão divina que Alá deu à todos os magos! A gente têm que assumir nosso lugar no mundo e eliminar os infiéis! 

— Esse aí você não tava querendo matar, não é? — disse Zigor, apontando para Eriol.

Sem saber o que responder, Iker juntou toda a raiva no taco de baseball que tinha nas mãos e partiu para cima de Zigor. Asas transparentes vermelhas apareceram nas suas costas e ele voou rasante pelos jardins da mansão.

— Deus é maior! 

Zigor ficou parado. Quando Iker chegou perto, bastou um movimento com a espada para cortar o rapaz na cintura. A armadura da Ordem saiu do corpo dele e remontou-se no ar ao lado de Zigor. Ela andou alguns metros e ajoelhou-se diante dele. O interventor tocou no objeto e disse:

— Desaparezca dragón! Bilbora joaten biezazkizu! 

A armadura brilhou e voou no ar como um foguete. Zigor correu para acudir Eriol. Ele estava desfalecido, com o semblante triste. 

— Cheguei tarde, droga!

— Você… Não chegou tarde… Eu que não quero mais continuar… 

— Resista, Gizona! (homem)

— Eu perdi… Tudo o que eu amo… Não tenho mais razões pra continuar… 

— Deixa de ser idiota! Você sempre acha outras!

— Essa luta não é mais minha… Só quero poder… Descansar um pouco em paz… Fala pra Sakura ser forte e corajosa… E vamos vencer… 

Eriol sorriu e desfaleceu nos braços de Zigor. Ele olhou para o corpo cremado de Kaho, os restos do sangue espectral de Spinel Sun nos jardins e toda a casa destruída a sua volta e entendeu o que o mago quis dizer. Pousou o corpo dele no gramado e olhou para os céus.

— Mas que droga! Vou ter que falar pros caras que essa merda não é minha! Esses ingleses são chatos pra caramba! Se souberem que a Ordem é da Espanha… Vão encher mais o saco ainda! — disse Zigor.

 

Continua… 




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