Uma Canção de Sakura e Tomoyo: Finalmente Juntas escrita por Braunjakga


Capítulo 14
O ataque da Ordem (parte II)




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Capítulo 12

O ataque da Ordem, parte II

 

Elgoibar, Espanha

2 de agosto de 2015

 

V

 

Sakura apontou para o alto e o fuzil disparou. A armadura vermelha dos três interventores foram perfuradas como papel. 

— Recuar! — gritou o comandante da Ordem.

— Ah, não vou deixar! — disse Sakura, voando como um touro até ele. A cardcaptor apontou o fuzil para o alto e apertou o gatilho com tanta violência que estraçalhou algumas peças da armadura dele. O Interventor foi picado pelos ares e todos os soldados do ministérios arregalaram os olhos, surpresos.

— Lutem por Sakura! Não deixem eles tocarem nas cartas! — disse uma jovem mulher de cabelos claros, retirando seu capacete. Ela correu na direção de Lorenzo e disparou contra o moço até arrancar o capacete dele. De repente, a pele de Lorenzo borbulhou e se transformou em escamas de dragão.

— Temos um traidor entre nós! — gritou a mulher. 

— Atrás deles! — gritaram todos. 

O contra-ataque de Sakura reverteu a desvantagem da luta. Sem os ataques de flechas pelo ar, restou ao exército que estava no chão combater os demais Interventores com mais tranquilidade. Aproveitando a chance que surgiu, um monte daqueles soldados de farda branca correu para prender Lorenzo. Ele corria, tentando se defender dos tiros.

— Não recuem um passo! — disse Maitê, jogando seu capacete no chão. Ela correu com o escudo em mãos e bateu na cara dos soldados. Eles tentavam atirar, mas ela era rápida e acertava o grande escudo vermelho que tinha em mãos com força no rosto deles, não se importando se feria ou se os matava. 

Os outros interventores, hesitantes, correram portrás dela. Flechas prateadas foram atiradas de volta contra eles. A vantagem do ataque aéreo agora era delas forças do ministério.

— Onde vocês pensam que vão? — disse Yue. Ele atirava e atirava contra os interventores que se aproximavam, mas Victor deu um salto com a lança e acertou o anjo prateado no olho. 

— Yue! — gritou Syaoran. O chinês flutuou até as linhas de frente e acertou a espada contra o Interventor de Castela. 

— Tô vendo que aqui tem um cara com experiência de combate, pelo menos! — disse o Interventor, sádico como sempre.

— E eu tô olhando pra um cretino! — disse o Cardcaptor. Lança bateu contra espada numa luta feroz, que destroçou alguns carros que estavam ao redor. 

 

VI

 

Sakura estava cercada de soldados de farda branca que atiravam para o alto, tentando pegar o Interventor chefe, debilitado. Ele estava no alto e mal dava para acertar o homem.

— Sakura, pode deixar esse lado com a gente, você tem que ir pras linhas de frente. — disse a mulher loira que estava comandando o contra-ataque.

— Pras linhas de frente?

— O seu anjo acabou de se machucar, você precisar ir ajudar ele! 

— Certo! — disse Sakura, sentindo um raio atravessar a cabeça. — Você parece ser bem forte moça. 

— Não é à toa que o ministro Alfredo me escolheu pra vir. Sou a Bea Fanjul. No caso, tô comandando isso aqui por enquanto até reforços chegarem… 

— Será que vão chegar mesmo?

— Precisam chegar. Esse nosso atraso é incomum. E outra: se não chegarem, a gente tá perdido, Sakura! Precisamos se você! Você entende essa responsabilidade?  

— Hoe! Tomare que cheguem logo… — disse Sakura, dando um salto no ar com as asas de Kero.

 

VII

 

— Yue-kun, acorde! — disse Sakura, agitando o anjo. Ele abriu os olhos e berrou:

— Sakura, atrás de você! — Dois interventores pularam na direção deles. Yue abraçou a mestra e rolou para o lado. Quando se levantou, viu que era uma interventora com uma maça e outra interventora com uma espada nas mãos.

— Vocês são a Laura e a Idoia! A gente tava lutando contra vocês antes! — disse Yue.

— Sim, Yue, Sakura. Sabemos tudo sobre vocês… — disse Idoia, a mulher com espada nas mãos.

— Acho melhor que entregue as cartas… — disse Laura, a mulher com a maça nas mãos. 

Yue apontou o arco e disparou uma flecha contra Laura. Ela se defendeu com a arma e conseguiu bloquear as flechas, mas ela não achava uma abertura para atacar, pois o anjo era rápido demais e disparava sem fazer uma pausa. Idoia voou até Sakura para ver se conseguia uma distração, mas Sakura pulou no pescoço da mulher com a força que Kero lhe deu. percebendo que estava por cima dela, Sakura socou a mulher.

— Isso é pelo meu filho e pelo Shoran!

Sakura socou tanto a mulher que o rosto dela inchou. Ela não conseguia reagir contra a cardcaptor. A pele dela borbulhou e uma crosta de escama se formou no lugar onde tinha levado os socos. 

— Porque você não reage, droga! — disse Sakura. Ela levantou a mulher e começou a arrancar peças da armadura dela. Depois de tanto fazer isso, só ficou o saiote e a parte de baixo das pernas. A cardcaptor pegou a mulher e jogou-a no rio.

— Atrás dela! — gritou Bea para os soldados de branco. Eles correram até o rio, mas ela já havia fugido. No chão de asfalto da rodovia, Sakura viu que Laura estava agonizando no chão, ajoelhada. Yue tinha acertado três flechas de prata no pescoço dela. Laura custava para tirar. As flechas doíam e uma camada de escamas crescia no lugar do ferimento. Yue queria atirar na testa dela, mas um bando de soldados do ministério apartou o anjo e colocou algemas na mulher.

“Kero-chan, você tá vendo?”

“Se eu tô vendo? Sim, tô vendo… Eles tão perdendo fácil, né? É o poder das cartas” 

“Será que se eu emprestar as cartas pro Shoran a gente consegue mais vantagem?”

“Eu acho que sim…”

— Shoran! Pega aí! — Sakura jogou o maço de cartas Sakura para o pai de Chitatsu e ele agarrou, flutuando no ar. 

— Não, não tão cedo! — disse Victor, dando um salto até o chinês. Syaoran se defendeu com a espada e sacou a primeira carta que viu. O Interventor pulou na frente dele e saiu do outro lado, sem acertá-lo.

— Essa é a carta “loop”, idiota! — disse o chinês. Victor caiu de costas para Syaoran e o pequeno lobo fez um rasgo nas costas dele. Fogo saía da sua espada. Era a carta “chamas” que o jogador tinha invocado. O Interventor de Castela olhava com raiva para o chinês.

— Pensa que eu tenho medo disso, é? Toma aqui pra você! O antídoto pra magia do Clow! Unholy Darkness! — disse Victor, fechando os punhos. Uma espécie de luz negra, arroxeada, envolveu o chinês e ele deu um salto no ar com tudo. Uma explosão aconteceu e Syaoran foi parar no teto de uma viatura. Victor pulou com vontade para cima do chinês e ele teve que rolar para não ser atingido pelo golpe. O soldado da Ordem era ágil demais com aquela lança e o cardcaptor se defendia como podia. 

— Agora sou eu e você, mocinha! — disse Maitê, correndo com o escudo contra Sakura. Com as patas de leão de Kero, Sakura pulou para o lado. Maitê tentou levantar o escudo para cortar Sakura e foi por pouco que ela escapou.

— Droga, Kero-chan! — berrou Sakura. De repente, um bastão atingiu Sakura pelas costas e ela caiu no chão de asfalto.

— Demorou, Jéssica! — reclamou Maitê.

— Minha senhora, aqueles fuzis destruíram nossas armaduras! Aquelas balas conseguiram passar da fuselagem… 

— Maldito ministério de assuntos especiais! Eles aprenderam a lutar contra a gente, mas é por pouco tempo. — Maitê ia acertando o escudo contra Sakura, mas a jovem médica saltou e deu uma cabeçada na Interventora. Maitê caiu para trás e Jéssica tentou acertar o bastão nela de novo, mas cardcaptor foi ligeira e pegou o bastão escarlate, arrancando da mão da Interventora. Sem a arma, Sakura jogou o bastão contra o ombro dela. A arma atravessou a armadura e Jéssica foi prensada contra um dos carros do comboio. Os olhos de Sakura não eram mais verdes, e sim, dourados. Era Kero quem tinha assumido a consciência dela.

“Kero-chan, modera aí”.

“Nenhuma moderação pra esses caras, Sakura, nenhuma”. 

“Você odeia a Ordem mesmo…”

Sakura parou de conversar com Kero e arregalou os olhos. O corpo de Victor foi atirado por Syaoran contra uma das viaturas, amassando-a completamente. O homem de lança ficou desacordado.

— Shoran! 

— Ele tá usando a carta força! — comentou Kero. — Bom trabalho, pirralho! — Syaoran sorriu de leve e a Sakura de olhos amarelos fez um joia para ele.

— Não chama ele assim! — disse Sakura, com o mesmo corpo e a mesma boca com que falava Kero.

— O Interventor da Catalunha escapou! — gritou Bea. 

De repente, o homem apareceu do nada na frente de Sakura. As asas que ele tinha nas costas não eram mais transparentes vermelhas, agora eram opacas e estavam cheias de escamas. Suas mãos e pernas não era mais humanos, eram mãos e pernas de um dragão com tronco de gente. 

— Maitê, Victor, ergam-se! 

Os dois interventores receberam um jato de energia vermelha que veio das garras do Interventor da Catalunha e se levantaram como se nada tivesse acontecido.  

— Agora começa o ataque final! — disse o Interventor, sacando seu arco. Victor segurou sua lança e Maitê, seu escudo. Sakura apertou o báculo que se transformou em fuzil com tanta força que era capaz de disparar naquele instante mesmo. Yue ficou diante da mestra com seu arco prateado nas mãos, pronto para dar a vida para ela. Syaoran evocou o poder da carta “alada” e “corrida”. Uma aura vermelha surgiu ao redor dele e asas apareceram em suas costas.

— Só posso usar duas cartas por vez.. — disse Syaoran, guardando a carta força que tinha usado da outra vez. — Só sei que eu só saio daqui morto, meu chapa! 

— Ninguém vai precisar morrer aqui hoje, Shorancito! — disse uma voz feminina que veio de trás dele. Era Goztone, com suas tranças douradas voando ao vento. Ela voou com tudo contra o Interventor mascarado da Catalunha e cortou-o pelo meio. As duas metades do corpo dele caíram no asfalto. Atrás dela, estava Nerea Sagastizábal, a interventora de Navarra, segurando uma alabarda. Ela golpeou Victor e Maitê na cintura com tanta força que rasgou o corpo dos dois. Sangue voou por toda parte. No colo de uma terceira interventora, estava Meiling. Havia um enxerto de escamas na cabeça dela.

— Ágatha! — disse Bea. — Chegaram tarde, seus malditos!

— Minha senhora, lamento que não pude fazer nada pelo ministro Alfredo… — disse Ágatha, a mulher de cabelos finos e dourados que segurava Meiling. — Mas eu lamento que você tenha nos traído, Lorenzo! — disse a Interventora de Leão, olhando para o colega algemado, cercado de soldados de branco. 

   — Isso… Não serve contra a gente… — disse uma voz que saía das metades partidas do Interventor chefe. Uma fumaça preta saiu do corpo dele e as duas metades se uniram novamente. Ele se levantou do chão como se nada tivesse acontecido. Uma fumaça preta saiu também dos corpos de Maitê e Victor e eles foram regenerados de volta. Os dois despertaram confusos do asfalto. Uma série de soldados do ministério cercaram os três interventores, prontos para atirar. 

— Essas algemas não servem nada contra a gente! — disse o Interventor mascarado. Ele levantou as mãos e os interventores presos foram libertados das correntes que os prendiam. — Vocês tem muito o que lamentar… — disse ele. O Interventor fechou o punho e os outros Interventores da Ordem sumiram da rodovia como raios de luz voando na vertical, rumo aos céus.

— Malditos! — gritou Sakura. A cardcaptor não estava nada bem. Os olhos dela ainda brilhavam em amarelo e ela caminhava pela rodovia cambaleando, como se tivesse entornando uma garrafa de uísque.

Mesmo assim, Sakura e Kero viram claramente um monte de corpos de soldados do ministério espalhados pela rodovia. Viu também um batalhão médico que já estava no local do corpo do ministro. Meiling foi posta numa maca e começava a ser examinada por aqueles médicos. Syaoran correu até a flor de cerejeira, preocupado. Ele entregou o maço de cartas que ela havia emprestado e sorriu.

— Sakura! Tá tudo bem? Me responde!

Sakura afastou Syaoran com a mão e andou até Gotzone. Enquanto andava, Kero saiu do corpo da mestra e caiu no asfalto, inanimado como um boneco. A aura amarela ao redor dela desapareceu. A cardcaptor levantou os olhos para Gotzone e disse com a última de suas forças:

— Sua… Traidora! Eu fui… atacada! A Meiling foi… Atacada! — disse Sakura, com o dedo apontado para ela. Ela não se aguentou mais e caiu nos braços de Bea, a comandante daqueles soldados de branco.

— Alguém por favor chame o batalhão médico aqui! — berrou a mulher. 

 

Continua…   

 


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