Uma Canção de Sakura e Tomoyo: Finalmente Juntas escrita por Braunjakga


Capítulo 11
O nosso objetivo desde sempre




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Capítulo 9

O nosso objetivo desde sempre

 

Palácio flutuante da Ordem,

13 de maio de 2015

 

Estavam em um salão enorme e redondo, com piso de mármore e vastas janelas que davam acesso às nuvens amareladas de fim de tarde do céu. A câmara tinha paredes de rocha lisa, sem frestas, entalhadas e rebocadas no passado com chamas de dragão, o que dava a sensação de a sala ser feita por um único bloco de cilindro uniforme.

Havia o desenho de uma rosa dos ventos no piso redondo de mármore e, em cada ponta do desenho, estava uma cadeira de pedra presa ao chão. Na direção nordeste, estava a maior das cadeiras, a cadeira do Interventor da Catalunha, o Interventor comandante da Ordem.

Sentado em cada cadeira, estava os interventores da Ordem que receberam o chamado do comandante, não do rei. O líder da organização os convocou assim que teve a certeza da vinda de Syaoran para a Espanha.

Cada Interventor era dividido conforme a região onde vivia e segundo a sua origem, mas, mesmo com a convocatória geral, alguns assentos estavam vazios. Miriam Budó de Aragão estava morta, morreu lutando contra Sakura no Japão há quatro anos. Iker Cuevas de Melilla morreu lutando contra Zigor quando tentava sequestrar Eriol. Mercè Mas de Valência estava presa no Japão e Marta Carbonell de Mallorca estava em uma prisão de segurança máxima em Toledo, portanto não poderiam vir. Gotzone Bengoetxea de Euskadi, Nerea Sagastizábal de Navarra e Ágatha Santiago de Leão receberam a convocatória, mas se recusaram a comparecer. Lorenzo foi forçado a participar. Victor Delgado, Maitê Ferrer e Ignacio Diaz foram os primeiros a aparecer. Hernán Cuesta, Interventor da Cantabria, estava presente apenas com o corpo astral. Os outros que apareceram foram Jésscia Gomez das Astúrias, Laura Iglesias de Múrcia, Marcos Nuñez de Ceuta, Juan Ortiz da Extremadura e Idoia Fuentes de Madrid.  

— Meu senhor, faz muito tempo que uma convocação como essa não se realiza, ainda mais sem a presença do rei. O senhor não acha que nós, como Interventores, estamos sendo enganados de alguma forma? — questionou Juan Ortiz da Extremadura, um homem do campo, de cabelos e barbas levemente grisalhos.

— Enganados, Senhor Ortiz? Aqui não tem ninguém enganado! O nosso objetivo desde sempre foi conseguir mais poder, não importa a forma! Rejeitar isso é rejeitar a Dolors Montserrat e a conquista do mediterrâneo. É rejeitar Lluis Soler e a conquista do México. É rejeitar Enric Miró e o contrato de entrega das cartas Clow para nós. Se El Rey é um obstáculo ao rumo natural da Ordem, devemos tirar até mesmo o Rei da Espanha do caminho.

Um silêncio de morte estava na assembleia. Mais por temor da figura daquele homem do que por medo. Quem tinha capacidade de encarar o ministro de assuntos especiais do estado tinha coragem para tudo o mais. 

— Meu senhor, nem sempre a ordem foi assim! O velho Oriol queria paz! A Elsa Nuet só queria que o povo da Espanha fosse livre pra escolher seu destino! — continuou Juan Ortiz.

— Senhor Ortiz, eu tenho que lembrar a você que rejeitar os nossos objetivos tem qual consequência? Hein? ninguém se habilita.

— A morte, senhor. — respondeu Ignácio Díaz da Andaluzia.

— Muito bem, a morte. Para aqueles que não sabem, eu matei Elsa Nuet com essas mãos aqui, pois ela se opôs a própria natureza da Ordem! — disse o Interventor chefe, estendendo as mãos no ar. Uma esfera vermelha de energia apareceu na palma da mão dele. — Eu matei porque ela era fraca! Ela ia destruir o nosso país se a coisa continuasse como está! Ela e o Martí Piqué. Matei os dois de uma vez.

— O senhor mesmo disse que matar um interventor da Ordem é passível de ser punido com a morte! O que o senhor acha que merece? — disse Lorenzo. 

— Algum de vocês aqui sente falta da velha da Elsa? Do Martí? Alguém aqui quer me enfrentar por uma lei criada por Alfons Pujol, um dos mais débeis Interventores que já tivemos?

Mais uma vez, ninguém ousou desafiar o homem. Não era só pela revelação de que ele havia matado uma interventora líder da Ordem e o sucessor dela, mas sim, porque tinha gente que o apoiava. Aquilo poderia virar uma guerra civil que comprometeria o futuro da Ordem a qualquer instante.

— Acho que ninguém aqui é tolo o bastante, meu senhor! — Disse Victor Delgado. — Aqui sempre o que valeu foi a lei do mais forte. Exceto, é claro, quando O velho Oriol escolheu Gerard Bernat como Interventor em vez de Enric Miró! Um absurdo! Outro homem débil pra nos liderar! 

— Bem dito, Victor! Bem dito! Aqui não vamos tolerar fraquezas contra o nosso inimigo. E o nosso inimigo é Sakura Kinomoto. Qualquer um que ousar se colocar diante da gente, vai sofrer as consequências! Não importa se for a Autoridade mágica ou o conselho europeu! Temos poder o bastante para lidar com todos eles.

— Meu senhor, El Rey Felipe VII é o nosso comandante! Não sei se ele vai gostar de saber que viramos um grupo de bandoleiros! — disse Idoia Fuentes de Madrid. 

— Felipe VII é um traidor! Em vez de abraçar um novo império onde o sol nunca se põe, ele resolve ficar do lado errado da história! — disse Maitê Ferrer da Galícia.

— Mas, Maitê, ele é seu irmão! — disse Laura Iglesias de Múrcia.

— E daí que seja meu irmão? Qualquer um que se colocar contra nossos planos deve ser eliminado! 

— Concordo, Dona Maitê. A senhora tem mais coragem pra ser nossa rainha do que o senhor seu irmão! — disse Ignácio Díaz da Andalucia. — Lembrando também que temos alguns interventores que não atenderam a convocatória do Comandante Geral… 

Ignácio olhava para os assentos vazios de Euskadi, de Leão e de Navarra. 

— A Gotzone, a Nerea e a Ágatha declararam guerra aberta contra a Ordem! Victor liderou um ataque ao Castelo de Guipúscoa e mostrou pra eles o que vai acontecer com quem não cumprir nosso objetivo maior, não foi, Victor? — disse o Interventor comandante.

— Sim, meu senhor! Eu matei aquele Mikel Uralde, que se achava Interventor, mas não era! Sei que aqui tem muita gente que gosta dele, mas parem pra pensar: olhem os assentos vazios de Aragão, de Mallorca, de Valência, de Melilla. Pensem nas nossas companheiras derrubadas por Sakura Kinomoto! Eu quero vingança! — disse Victor. Metade dos Interventores fizeram coro às palavras dele. 

— Se a Míriam não tá aqui com a gente é por causa dos traidores da Ordem! Lembrando também que o Zigor tá criando uma Ordem paralela! — disse Maitê. 

— Eu já estou ciente disso e vou tratar de pendurar a cabeça de zumbi dele nas ameias desse palácio flutuante… — disse o Interventor da Catalunha. — O que nós precisamos agora é pegar as cartas Clow. Tem uma pessoa que sabe como a gente vai fazer isso, não sabe?

Todo mundo naquela sala olhava para Lorenzo. O rapaz levantou-se do assento e projetou um mapa no ar, com seus poderes. 

— Eles vão usar a rodovia do cantábrico pra se deslocar de Bilbao para Donostia. Não vai ter nenhuma segurança adicional… 

— Nenhuma segurança? Tá fácil demais! Eles acham que a gente não é ousado o bastante pra atacar a autoestrada cheia de caminhões! — comentou Ignácio.

— É nessa hora que a gente vai mostrar que não temos medo de nada! Não fiquem pensando que eles estão despreparados que não estão! Com certeza, vai ter um comboio da autoridade mágica escoltando o carro. Fora que a Nerea, a Gotzone e a Ágatha podem aparecer. Precisamos estar prontos para o que viemos fazer…. Você não se importa, não é, Victor? 

— Eu não me importo nenhum pouco! A Ágatha pegou a guarda dos meus filhos e não me deixa ver as crianças! E outra: um novo mundo vai surgir depois desse ataque, podem ter certeza que não vai ter lei pra condenar a gente! — disse Victor. 

— Não tenho palavras pra traduzir a sua fidelidade, Victor! Desde já, estou te nomeando vice-comandante de operações e meu sucessor! 

— É uma honra, meu senhor! — disse Victor. 

— Continue com o plano! O nosso objetivo desde sempre são as cartas Clow! Não vamos parar até colocar as mãos nelas! 

 

Continua…        

 


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