Apenas o tempo escrita por Peggie


Capítulo 5
Capítulo 4 - Algumas semanas


Notas iniciais do capítulo

HEY GENTE BONITA! Como estão beldades? Feliz 2020! Que vocês completem suas metas e sejam muito felizes esse ano!
Primeiramente, gostaria de agradecer aos comentários do último capítulo, vocês não sabem o quanto isso me incentiva! Àqueles que começaram a acompanhar a história BEM VINDOS, é muito importante para mim cada companhamento, comentário e favorito!
Desculpem a demora para que esse capítulo. Espero que gostem!
Boa leitura ♥



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Capítulo 4 - Algumas semanas

A sinceridade pode gerar inúmeras situações. Já pude ver discussões, brigas, acertos e reconciliações repleta de lágrimas devido à ela, alguns podem confundir honestidade com grosseria, mas quando usada com sabedoria a sinceridade é capaz de melhorar a pior das relações, ou terminá-la pois o fim não precisa ser algo necessariamente ruim, é só uma consequência de incontáveis fatores. 

Há uma semana, Jace e eu tentamos ser sinceros ao máximo. Não compartilhamos tudo que podíamos, talvez por medo, receio ou falta de confiança, inicialmente desconfortável e desconcertante, mas ao fim descobri que o desejo de não sermos apenas amigos era mútuo.

Não sabia o que tínhamos, mas definitivamente era algo. Jonathan e eu estávamos bem, não éramos amigos apenas e sim algo a mais, não denominado aparentemente. Questionei-me o quão importante eram “pedidos oficiais” em minha vida e qual era a probabilidade de isso atrapalhar-me em algum momento, me impedindo de viver o que realmente importa. Não obtive resposta, obviamente. 

Contentei-me ao finalmente saber que o que tínhamos, seja lá o que fosse, era importante para ambos. 

Mantivemos o nosso algo em segredo como antes, Penhallow sabia, mas era uma exceção considerando as vias de fato. Aproximei-me consideravelmente de Aline, mas aparentemente Jonathan parecia se afastar aos poucos da garota, algo que eu não era capaz de compreender.

Nossos encontros continuam acontecendo frequentemente, trocamos mensagens sempre que possível, mesmo que para isso minhas mentiras se tornassem mais elaboradas conforme o tempo passasse, e com elaboradas, eu quero dizer menos convincentes e pouco criativas. 

Jocelyn era completamente desligada a respeito dos meus afazeres escolares, entretanto Izzy, compartilhava da mesma experiência estudantil que eu, ou seja, era nítido que algo não estava “batendo”, a quantidade de “trabalhos” que eu afirmava fazer era completamente desproporcional às dela. Estávamos morando juntas oficialmente há uma semana, desde que Maryse viajou para New Jersey em uma conferência a trabalho, e com oficialmente eu quero dizer que caso Isabelle esquecesse algo importante em casa, teria que lidar com ausência, pois era impossível entrar na casa dos Lightwood sem que a polícia aparecesse por invasão de residência privada, pois Maryse havia levado as cópias da chave consigo, propositalmente.

Passar tanto tempo com Izzy era incrível. Mas era complicado lembrar que certas coisas não podiam ser ditas, a conversa começava normalmente mas sempre me lembrava que “estava com Jonathan ontem” teria que se tornar em um grupo de estudo de história,  aulas de reforço de biologia ou teste de laboratório. Além do mais, criar todo um cenário para minhas mentiras era exaustivo, porque às vezes esquecia-me delas, e acabava me confundindo sobre o que deveria ou não ser dito.

Sinceramente, começava a ficar um pouco desapontada em não poder compartilhar sobre o que estava acontecendo com Iz. Um dia depois de Jace e eu nos resolvermos sobre o ocorrido passamos a tarde juntos, conversando e passeando pela cidade. Depois do que aconteceu eu estava radiante, mas não pude contar para minha melhor amiga.

(...)

Quarta feira - Dia 23 

—  Primeiro beijo? 

—  Aline Penhallow.

—  Tá falando sério? —  olhei para ele imediatamente que apenas deu de ombros —  Como assim Jace? 

—  Nós éramos crianças. —  rebateu 

—  Quantos anos você tinha? 

—  Dez. 

— Jonathan! Que absurdo! Você era muito novo! —  insisti embasbacada, porém não obtive respostas, apenas sua reação de rir e olhar para o lado oposto.

—  E você Clarissa? Primeiro beijo? —  questionou, retornando ao assunto. 

—  Alec. —  respondi sem rodeios, afinal havia dito isso há alguns dias quando conversávamos 

—  Qual? O da turma de química II?

—  Não… Seu primo. —  respondi. Imediatamente Jonathan parou de andar, fazendo com que eu fizesse o mesmo —  O que houve? — questionei. O loiro encarou-me de maneira confusa. Escutei o murmurar algo indecifrável, por isso perguntei: —  O que disse?

—  Quantos anos?

—  Quinze, no aniversário de dezesseis da Izzy. —  mais uma vez ouvi-o murmurar, entretanto não o perguntei sobre. Olhei-o um pouco mais e tornei a andar, esperando que ele fizesse o mesmo. Suas mãos permaneciam nos bolsos de seu casaco enquanto caminhávamos. 

Ficamos em silêncio por alguns minutos. Esperava que Jonathan continuasse o assunto, visto que eu havia sido a última a dizer algo, entretanto, conforme o tempo passava e continuávamos em plena quietude, percebi que existia uma possibilidade de permanecemos daquela maneira por mais algum tempo, coisa essa que não desejava, por isso comecei:

—  Ela foi sua primeira namorada? —  perguntei. 

—  Aline? —  apenas assenti quando direcionou seu olhar até mim —  Não… Mas sinceramente acho que aos doze anos qualquer “relacionamento” que se possa ter é inválido, então… Sim, ela foi minha primeira namorada. —  sorriu levemente, lançando um ar descontraído entre nós novamente.

—  Quem foi o seu primeiro namorado? —  questionou. 

—  Depende. Só te conto se você prometer continuar falando depois. —  brinquei. Ele apenas retribuiu, e meneou a cabeça, permitindo que eu continuasse. —  Bom, eu nunca namorei, um namoro de verdade. 

—  Como assim? Achei que eu fosse o único que pudesse dizer isso. — brincou — Cedo demais? — questionou, pois não sorri abertamente, embora tenha considerado um pensamento astuto e engraçado. Apenas neguei com a cabeça, respondendo sua pergunta.

— Nunca cheguei a namorar, de fato. — comecei — Quero dizer, eu saí com Simon e o Jordan, mas isso foi há um tempo, agora os dois namoram, e além do mais são meus amigos. 

— Com sair você quer dizer…? — questionou, o olhei para ver o que seu rosto expressava, mas recebi um sorriso ao contrário do que esperava — É sério. Quero saber o que você considera sair e o que é namoro.

— Não rolou pedido, entendeu? 

— Mas se vocês saiam e não se relacionavam com mais ninguém, não poderia ser considerado namoro?

— Acredito que sim… Mas nós nunca conversamos sobre exclusividade na época. — expliquei — Tanto que Maia e Jordan se envolveram enquanto eu ainda saía com ele. 

— E o Simon?

— Tem razão. Mas nesse caso nós nos tornamos amigos… Antes de namorarmos.

— Então vocês namoraram? — insistiu brincando, recebendo um empurrão meu levemente e uma resposta negativa audível — Entendi — riu.

— Nós nos tornamos amigos, e não namorados. Além do mais ele namora a Iz agora. — afirmei. — Próxima pergunta? — questionei curiosa, desejando dar continuidade ao assunto

— Melhor amiga? — perguntou, mesmo que a resposta fosse óbvia. Não era novidade para ninguém no Instituto ou entre as famílias Lightwood/Herondale que Isabelle quem ocupava esse cargo. Mesmo assim, respondi.

— Izzy. — fui breve - O seu? 

— O Alec, embora esteja cogitando tirá-lo desse posto. — sua voz soava divertida, embora eu não entendesse por qual razão Alexander seria retirado da posição.

— Por que ele seria? — perguntei curiosa — Retirado desse posto — continuei a pergunta, acreditando que não havia sido clara.

— Segredo — brincou, mas mudou de assunto, embora desejasse saber o motivo deixei de lado. Talvez não fosse tão importante ou “divertido” quanto eu esperava que fosse, felizmente Jace deu continuidade ao assunto — Qual foi o maior tempo que você continuou se relacionando com a mesma pessoa?

— Acho que de três a quatro meses, no máximo. Nunca foram muito longos… — respondi simplesmente. Afinal, era verdade. Nunca tinha tido relacionamentos duradouros, se é que poderiam ser chamados dessa forma. — E você? — perguntei de volta.

— Acho que meus relacionamentos não deveriam ser contabilizados nessa equação. — respondeu — Mas… pensando bem, acho que duas semanas. 

— Duas semanas Herondale? — parei de andar sorrindo para ele — É um tempo curto, não? Achei que eu fosse ganhar nesse quesito. — brinquei sorrindo. O loiro havia parado também, ainda com as mãos nos bolsos, talvez fosse o frio embora estivéssemos equipados para minimizá-lo.

— É o tempo que estamos saindo, certo? — sorriu, pegando-me de surpresa. Por essa eu não esperava, não sabia que ele considerava o nosso algo, como alguma coisa válida. Tal fato deixou-me tão contente, mas não deixei transparecer tão nitidamente o quanto. 

Seu olhar deixava-me inquieta, tudo nele transmitia um nervosismo descomunal em mim, senti minhas bochechas esquentarem. 

— Nós estamos tendo um relacionamento então? — esforcei-me para manter a postura e tornar a olhá-lo

— Eu não estou saindo com mais ninguém. Você está?

— Não

— Que bom. — sua aproximação foi gradativa. Suas mãos saíram dos bolsos e tomaram rumos distintos, enquanto uma direcionou-se para minha cintura, a outra encontrou meu rosto, pus minha mão em seu braço, e a outra em seu ombro. Ficamos nessa posição por alguns instantes apenas afagando a região em que estávamos segurando. 

Fiquei nas pontas dos pés enquanto encarava seus lábios rosados, devido ao frio. 

Nós éramos como pontinhos coloridos no meio branco e fofo. A neve cobriu árvores e calçadas, além de nossas roupas. Mas agora que estávamos parados, o acúmulo deveria ser maior sobre nós. Estávamos expostos, em ambos sentidos, sem proteção contra aos flocos gélidos que caiam em nossas cabeças, e contra os olhos curiosos por qualquer um poder nos ver.  É claro que a probabilidade de encontrarmos alguém conhecido era baixa, até porque poucos gostariam de ficar em contato direto com a neve, mas ainda assim uma parte minha se questionava se era seguro,enquanto a outra perguntava o que eu tanto temia.

O ar gélido nos rodeava, embora naquele instante eu não sentisse tanto frio, apenas as borboletas insistentes e o esquentar das minhas bochechas, ao notar a aproximação de Jace, fiquei na ponta dos pés, desejando diminuir a diferença gritante entre nós. Segurei seu casaco puxando-o para mim. Nossos lábios se encostaram singelamente por breves segundos. Nos separamos. 

Deus

Acho que estava prendendo a respiração

Olhei-o novamente. Seu perfume deixava-me extasiada, tinha sido capaz de sentir quando nos aproximamos. Analisei seu rosto, tomando coragem para fazer algo que desejava há muito tempo. 

Beijá-lo

Juntei nossos lábios, colocando meus braços em seu pescoço desejando ao máximo sua proximidade. Senti um turbilhão de emoções simultâneas naquele instante. Seus lábios gélidos, embora seu toque me transmitisse calor. Sua boca parecia encaixar perfeitamente. 

Um frio na barriga se apossou de mim, conforme suas mãos me puxavam para mais perto. Minhas mãos em seus cabelos, e suas mãos em meu corpo. Sentia-me tão extasiada e meu coração batia freneticamente. 

Era assim que ficávamos depois de conseguir algo que queríamos?

Sentia-me eufórica. Nervosa por suas mãos me segurarem tão firmemente. Por estarmos em público, não era habituada a demonstrações explícitas de afeto como essa. Por ser ele quem me segurava tão perto. 

Quando nos afastamos senti minhas bochechas esquentarem automaticamente. Desviei o olhar, naquele instante não sentia-me “confiante” o suficiente para lidar com seus olhos inquisidores. 

Mas ele, inclinou-se e depositou um beijo rápido em meus lábios. Abraçando-me em seguida, incentivando o contato. Tornamos a andar após nos afastarmos e continuamos em silêncio por um tempo. Estava radiante, tentava ao máximo segurar a emoção, então mantive-me quieta esperando que a ansiedade ocasionada pelas circunstâncias reduzisse.

(...)

Embora a tarde tenha sido incrível, na noite do dia vinte três senti-me culpada, pois Izzy comentou durante o jantar que havia tentado falar com Herondale durante toda a tarde, mas por alguma razão não havia conseguido. Pois sabia que uma parcela de culpa era minha. 

Desde então, conforme o tempo passa, só consigo senti-la tomando conta do meu ser, pois tenho a sensação de estar sendo a pior melhor amiga. Não apenas por não contar o que realmente estava acontecendo, mas porque em um dos momentos mais difíceis para Izzy, eu estava “ocupada demais” com a porra do primo dela.

No dia vinte quatro, uma quinta feira, me atrasei para o jantar na casa dos Lightwood. Consequentemente, Jonathan também. Senti-me a pior pessoa do mundo, pois sabia o quanto aqueles compromissos eram importante para a família, principalmente agora com o processo do divórcio e a mudança de Alec e Max para longe da cidade.

No dia vinte cinco, durante a nossa sexta especial do mês, eu fui a pior pessoa por respondê-lo durante o filme, e por sair assim que chegou ao fim, mesmo sabendo que aquilo era importante para nós duas. Era algo nosso, que fazíamos há anos.

Durante o sábado, eu fiquei em casa, pedindo desculpas e tentando recuperar a sexta. Avisei Jace sobre e pedi para que ele não me ligasse, que assim que estivesse disponível entraria em contato. Não sabia se Iz estava magoada ou com raiva. Mas como não estaria? Embora aparentasse estar bem com a minha atitude, eu não conseguia acreditar.

Durante o domingo almoçamos todos juntos, Luke, Izzy, Simon, Maryse, Jace e Sebastian. O loiro e eu não trocamos mais palavras do que o habitual. Nem mesmo após o almoço. Mas, repentinamente, sumi durante aquela tarde para me perder nos lábios de um certo alguém. Felizmente, Simon e minha amiga tinham um compromisso, então não senti-me terrível por deixá-la.

O mesmo se repetiu por mais três dias, até que em uma quinta-feira Maryse nos contou sobre a conferência em Jersey, e minha mãe avisou que durante esse período Iz estaria conosco. Isso aconteceu ao final do mês de janeiro, no último dia.

Logo no primeiro dia de fevereiro estava encarregada de ajudar minha amiga a separar o que seria imprescindível para a estadia em minha casa. Dei o meu melhor para estar lá 100%. Mesmo que em alguns momentos tenha me dispersado, atraindo olhares curiosos da Lightwood. 

No segundo dia de fevereiro, Maryse partiu para NJ. 

No terceiro dia de fevereiro, eu comecei a mentir mais do que nunca.


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Notas finais do capítulo

Então gente bonita e cheirosa, o que acharam do capítulo de hoje? Deixem-me saber qual a opinião de vocês sobre tudo que está acontecendo! A ordem cronológica está confusa? Alguma dúvida?
Algum erro gramatical? Eu dou uma lida, mas sempre passa alguma coisa, hahaha. Algum palpite sobre o que acontecerá em breve?
ADENDO: No início do capítulo a Iz e a Clary já estão juntas, ao decorrer dele é o que aconteceu até que elas ficassem juntas. Fez sentido? É quando a Isabelle começa a ficar na casa da ruivinha.

Beijos e abraços.
Mr. Secret

Publicado dia: 16/01/2020



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