Apenas o tempo escrita por Peggie


Capítulo 2
Capítulo 1 - Na manhã do dia 25.


Notas iniciais do capítulo

Hey hey hey pessoal! Cá estou eu com um capítulo novo. Queria agradecer a fofa Alexandralu que favoritou a história.
Nas notas de hoje eu explicaria como essa história surgiu, mas infelizmente não lembro as palavras que usaria, pois não anotei.
Mas mesmo assim, compartilharei de que forma "Apenas o tempo" surgiu em minha mente. Tentava escrever um capítulo para minha outra história "That Summer", que em teoria já tem o capítulo pronto, mas existem parágrafos onde a coerência passou longe, principalmente por esquecer que a história é feita em terceira pessoa.
De qualquer maneira eu cogitei a ideia de escrever uma oneshot, que rapidamente assim como o projeto "That summer" se tornou uma short pois decidi publicá-la.
A história contaria as primeiras experiências da Clary em um geral. Espero que ainda consiga manter a ideia principal.

Boa leitura ♥



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Capítulo 1 - Na manhã do dia 25 

Na manhã do dia 25 fiz-me três perguntas cruciais:

“Como devo me sentir a respeito?”, “Devo dizer algo, ou fingir que não aconteceu como da primeira vez?” e a última, mas não menos importante “Deveria ter o beijado?”

Afinal, Jace saíra de um relacionamento recentemente, ele não deveria querer um tempo, um espaço? Não tenho experiências com términos, pois nunca existiram começos na minha vida amorosa, reconheço que minhas tentativas de engatar em relacionamentos foram falhas, Jordan e Simon são a prova viva disso, mas as pessoas a minha volta já tiveram essa experiência, então são neles em que baseio meus conhecimentos prévios. 

A maior parte de meus amigos prefere esperar um tempo antes de relacionarem-se novamente, reconheço que fora apenas um beijo e que este não é o início de uma nova relação, porém acreditava que qualquer tipo de envolvimento era válido e nele estavam incluídos beijos. Enxergava esse período como um “detox” relacionamentos.

Por outro lado, a outra parte escolhia esquecer, beijar outras pessoas, sair bastante e adquirir novas experiências, contudo, meses depois tentaram reatar o relacionamento quando já era tarde demais, talvez Jace se encaixe nesse requisito. Sendo assim, não quero fazer parte.

Não tenho nada contra à períodos de “solteirice” que incluem festas, sexo e inúmeros números de telefone na agenda. A questão é, eu não sei se darei sorte três vezes. Entendo que é fantasiar demais, sei disso, às vezes me pego pensando absurdos que fazem que eu queira me socar, mas é inegável que as circunstâncias ao meu redor me permitiram esperar por algo romântico, cresci assistindo aos clichês da Disney, além disso, meus pais tiveram a história mais linda, mais de vinte anos ininterruptos juntos em uma relação saudável, fizeram-me acreditar na possibilidade de encontrar alguém assim.

Então, considerando os fatos, caso Jonathan pretenda me incluir a lista, é melhor que eu mantenha a distância, para o meu bem. Visto que da última vez que nos beijamos ele engatou em um relacionamento em seguida, e posso dizer que fiquei no mínimo decepcionada. 

Mas foi fácil deixar de lado. Minha mente logo adquiriu outras preocupações, e me conformei que ele havia se envolvido com outra pessoa. 

Aline Penhallow, para ser mais exata. 

Um ano mais velha. Longos cabelos pretos e olhos castanhos. Uma aparência comum aos olhos de muitos, simples. Mas Penhallow era linda, sem tirar nem pôr, talvez fosse sua personalidade, inteligência, ou até mesmo os traços delicados. Aline chamava atenção. Confiante, decidida e determinada. 

Herondale se apaixonou por aquela garota. Afinal, como não faria?  

Um relacionamento de um ano não poderia ir por água abaixo assim, tão rápido. Devido a isso, a primeira pergunta tornou a martelar em minha mente:

“Como me sentir a respeito?”

A primeira vez foi “fácil” de esquecer, existiam outros fatores naquele momento, minha vida acadêmica por exemplo e minha amizade com Isabelle. Deveria ser igualmente fácil agora. No ano anterior, quando o beijo aconteceu nós omitimos o fato, foi um segredo nosso, não falamos sobre. Então fingir que não havia ocorrido foi apenas uma consequência, sentíamos o desconforto naquela época, eu ao menos, afinal, a lembrança de suas mãos firmes em minha cintura enquanto me apoiava na bancada não soavam brandas em minha memória. 

Então, na verdade, eu não fazia ideia de como me sentir a respeito. Na manhã do dia 25 de dezembro, Jonathan sorriu para mim enquanto eu tomava um café na cozinha, beijou-me na bochecha e saiu.

Foi natural. 

Não agimos como estranhos. Porém não existiram indícios que daríamos “continuidade” ao que supostamente estava acontecendo, que sinceramente, era nada, um nada com beijos esporádicos. 

Respondi então a segunda pergunta que martelava minha cabeça “O que fazer diante disso?”, deixar para lá. Foram apenas beijos. Nada demais, sem tempestade em copo d’água ou idealizações românticas.

Apenas dois adolescentes que se beijaram na noite de natal.

(...)

Todos convidados dormiram em nossa casa, foi engraçado acomodá-los. Izzy já dormia comigo frequentemente, mas arrumamos um espaço para Alec e Max. A lightwood ficou feliz ao poder ouvir as histórias dos irmãos antes de dormir, quando o mais novo adormeceu, confidenciaram segredos sobre seus respectivos namoros. Apenas escutei e ri de algumas revelações de Alec. 

Magnus ao que tudo indicava era uma pessoa divertida. Segundo Iz era ele o responsável por dar uma pitada de emoção na seriedade de seu irmão. Assim como Isabelle era responsável por agitar o mundo calmo e pacato de Simon. 

Jace, Sebastian e Magnus compartilharam a experiência de dividir o quarto de hóspedes. Luke, dormiu no mesmo quarto que Jocelyn, e isto sinceramente, não era novidade para ninguém. 

Apenas Maryse preferiu voltar para casa, embora tenha recebido muitos pedidos relutantes para que não o fizesse. Porém prometeu voltar durante a manhã para desfrutar do café da manhã conosco. 

O despertar da casa foi interessante, Jocelyn e eu tínhamos o costume de nos levantarmos cedo. Porém, nessa manhã apenas eu segui o hábito. Herondale foi o segundo, e gerou aquele montante de pensamentos conflituosos em minha mente. 

Max, Iz e Alec acordaram quase que simultaneamente, foi ao menos o que pareceu, pois não acompanhei o processo, apenas desceram juntos para o café. Magnus e Sebastian levantaram em seguida. Meu primo por sua vez acusou que nós éramos responsáveis, visto que o barulho havia o despertado, o que era contraditório, visto que Simon ainda dormia tranquilamente no sofá da casa. 

Izzy o acordou e tomamos um café da manhã juntos, os adultos da casa não estavam presentes, mas isso não foi empecilho. As tarefas foram divididas, assim todos puderam descansar e comer simultaneamente.

O mais quieto era Max, talvez fosse a pouca idade, incompatível com os demais presentes, porém ele esboçava sorrisos e parecia gostar de estar conosco. O tópico da conversa era o aniversário de dezessete anos da Lightwood, relatos sobre os percalços passados naquele fatídico mês de maio.

“— Você lembra quem caiu na piscina? — questionou Alec, curioso

— Maia! — gritei rindo — Ela não irá me perdoar por isso, mas naquele dia eu ri como se não houvesse amanhã.

— Sorte que a festa não tinha começado. — Iz disse.

— Mas ainda assim… Ela ficou puta da vida. 

— Essa garota — começou Magnus — Caiu enquanto estava sóbria? 

— Surpreendentemente! — ri ao responder.

— Nós nunca tentamos provar a embriaguez de alguém, então nós acreditamos que sim — comentou Jace. 

— De qualquer maneira, a melhor parte é sempre o final. — disse Sebastian — Geralmente não existe uma alma sóbria, ninguém fala nada com nada. 

— A maioria esquece o que faz. — Isabelle complementou

— Como da vez em que alguém — Alec começou, referindo-se a irmã — Dançou na mesa e depois fingiu que nada tinha acontecido. — ele não havia usado nomes pois Max estava na mesa, não queriam que o menino os visse como loucos embriagados, mas sinceramente,ele é bem esperto… Deve ter entendido de qualquer maneira.”

A conversa fluiu durante o dia inteiro, desde o café até repetirmos o jantar. Assuntos inúmeros surgiram entre nós mais jovens como aniversários, histórias frustradas e experiências. Até mesmo relatos de quando éramos mais novos como a implicância de Sebastian e as discussões de Isabelle e Herondale. 

Afinal nós tínhamos crescido juntos, ao menos em teoria, Jonathan e os Lightwood convivem desde que se conhecem por gente, afinal, são da mesma família. Embora não sejam vizinhos, como Izzy e eu, se visitavam constantemente e muitas vezes, Herondale passava semanas com seus primos, pois seus pais viajavam frequentemente. 

Quando minha família se mudou para essa cidade a relação Herondale/Lightwood já estava fortalecida. Aos nove conheci meus vizinhos, a princípio me intimidei, pois Izzy não parecia ser muito comunicativa e Alec muito menos, porém minha mãe os conhecia, então aos poucos me enturmei com aquela parte da família. 

Meu primo surgiu depois na equação, e devido a isso fazia questão de importunar minha amiga que ignorava muitas vezes. Então ao recordarem-se disso engataram em discussões fervorosas à respeito do passado, embora não carregassem mágoas do ocorrido

“— Isabelle! Você quebrou meu braço! — comentou inconformado, Sebastian

— Você era insuportável! — contrapôs

— Você é desequilibrada. — frisou o tempo verbal utilizado.— Como você tenta justificar uma agressão com esse argumento furado?!

— Não foi agressão, meu querido!

— Machucar fisicamente alguém não é agressão? Eu tenho laudos médicos! — afirmou

— Foi autodefesa! 

— Defesa de quem?! — a cada minuto Sebastian soava mais desesperado, embora eu acreditasse que sua vontade era rir da situação, afinal, eles ainda gostavam de implicar um com o outro.”

Nós sabíamos que eles eram capazes de continuar por horas, mas a discussão tornou-se outra quando Max disse que não conhecia aquele lado agressivo de Izzy, mas foi desmentido quando Alec o relembrou de um acontecimento 

“— Nada disso Max. Iz uma vez te trancou para fora de casa. 

— Isso foi um acidente! — disse, embora soubéssemos que sim, eles não perderam a oportunidade de fazer graça. — Além do mais, não há nada de violento nisso! — contrapôs

— Certo, certo, ela está certa! — começou Jace, recebendo um agradecimento de sua prima, que o abraçou — Aquela vez foi sem querer — seu tom indicou que na verdade estava contra ela naquela brincadeira, recebeu um olhar reprovador de Iz que o soltou imediatamente.

— Traíra. — disse raivosa

— Mas ninguém pode negar: Max ficou parecendo o Harry Potter por quase um mês quando ela acidentalmente acertou algo na cabeça dele, o que foi mesmo …? — perguntou Jonathan.

— A porta do armário da cozinha — respondeu Max, ao rir da recordação. 

— Sim sim! — comentou Alec — Não esqueçam da vez em que ela quase envenenou o menino com aqueles biscoitos terríveis! — gargalhou 

— Se vocês não pararem eu os farei novamente — ameaçou — Foram acidentes!

— Se você não me amasse tanto eu acharia que você estava tentando se livrar de mim — brincou Max, arrancando risos de nós. — Mas ainda assim, eu gosto de você — a abraçou, recebendo “vaias” em seguida. 

— Puxa saco! — disse Sebastian”

Ao fim do dia apenas alguns restaram, visto que Luke e Simon foram para casa. Magnus, Alec e Max iriam na manhã do dia 26, até lá, continuariam conosco. Conforme a noite se aproximava Sebastian e Jonathan afirmaram que nos deixariam em breve. 

Às dez horas, eles saíram. 

Um minuto mais tarde Jace voltou dizendo que havia esquecido seu casaco, e ao buscá-lo o acompanhei até a porta.

Um minuto mais tarde ele se despediu de mim. Apenas.

Despediu-se com um beijo próximo a minha boca.

Despediu-se dizendo “Nós precisamos conversar”.


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Notas finais do capítulo

E aí galerinha? O que acharam? Algum erro ortográfico? Incoerência entre parágrafos? Sempre tem algo que passa batido durante a revisão... Avisem-me por favor, espero que não seja nada grotesco.
Contem-me o que acharam, como vocês acham que funcionará o relacionamento da Clarissa com o Jace? Afinal, existirá algo? Vocês acham que a ruivinha exagera muito nessa questão de "levar tudo para o lado romântico"? Contem-me, hahahaha

Beijos e abraços.
Mr. Secret

Publicado dia: 04/11/2019



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