James Potter decidiu fazer uma surpresa no aniversário de namoro para sua amada Lily. Finalmente ia ter coragem de contar a ela que é um animago.

Desde que teve essa ideia os marotos reparavam o quão inquieto o amigo estava. Sempre ele ficava pensativo do nada e começava a andar pelo quarto murmurando ideias do que dizer a ela. Sirius, quando viu que James começou a perambular pelo dormitório sem razão pela quinta vez naquele dia, não aguentou e começou a provoca-lo:

—Pontas se continuar assim acho que vamos ter que passar o título de “Aluado” para você. – O outro levou alguns segundos até levantar o olhar para ele:

—Falou comigo?

—Desisto! –Sirius se joga na cama frustrado.

—Ei o que foi? –James se aproxima do outro.

—Só faça esse encontro de uma vez! Sério você está um porre nessas últimas semanas, cara. –Sirius usa um dos braços para cobrir os olhos.

—Não da para adiantar isso, vai ser no nosso aniversário. –James remexeu em seus cabelos inquieto.

—Não fique tão nervoso, ela já percebeu que você está escondendo algo. –Remus, que estava sentado em sua própria cama, falou sem levantar os olhos do pergaminho que lia.

—Eu sei! –James suspira agoniado.

—Ei... –Sirius levanta da cama e toco no ombro do melhor amigo. – Ela gosta de você cara. Falar quem você é não vai mudar isso. Só pense nisso como só mais um passo no relacionamento de vocês. James da um leve sorriso e balança a cabeça, um pouco mais calmo.

[...]

Ao chegar e seu dormitório Lily viu sobrevoando sua cama um origami em formato de pomo de ouro. Ficando na ponta dos pés para apanhar a pequena bolinha alada e desdobra-la, para então ler uma pequena mensagem que estava nela escrito.

Meu Lírio,

Gostaria de encontra-la na floresta proibida esta noite, as 23:30. Deixei a capa da invisibilidade e o mapa do maroto embaixo do seu travesseiro. Tem algo que eu gostaria de te mostrar.

Com amor, Pontas.

—James... – A ruiva murmurou, sentido as bochechas coberta de pequenas sardas esquentarem e um sorriso largo surgindo em seu rosto.

[...]

Lily esperou ansiosamente a noite chegar, enquanto suas colegas de quarto conversavam, deu um desculpa dizendo que estava cansada e foi se deitar, torcendo par as outras fazerem o mesmo. Quando suas amigas finalmente haviam adormecido, a ruiva se levantou cuidadosamente tentando não fazer barulho e  vestiu a capa deixada por James e apanhou o mapa e a sua varinha e saiu do dormitório. Enquanto descia as escadas, balançou a varinha sobre e mapa e  murmurou :

—Eu juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom. –Encerrou dando umas batidinhas e as palavras começaram a se revelar. Passou pelo retrato da mulher gorda que obviamente a insultou por estar sendo acordada.

—Mas não se pode dormir nesse lugar! Isso é hora de estar de pé! Ei! Cadê você? Se mostrem  moleques!

Lily murmurou um leve “desculpe” quase inaudível, sorte que já estava usando a capa, assim não teria como ter problemas se ela resolvesse contar para alguma autoridade da escola que estava fora da cama. E seguiu pelos corredores de Hogwarts rumo a floresta proibida. Ia seguindo na direção onde o nome de seu namorado. Ao sair por umas das passagens secretas que James apresentou para ela, chegou para fora da escola. No meio da noite levemente fria, se abraçou um pouco para se proteger, e como estava escuro murmurou balançando a varinha:

—Lumos.

Lily chegou no local combinado segurando o mapa do maroto, que lhe mostrava que estava próxima dele. Levou um leve sobressalto ao escutar um estalo de um galho quebrando, mas tudo que viu foi um majestoso cervo. Ao olhar novamente o mapa viu que o nome “James Potter” se localizava no exato lugar aonde estava o cervo. Depois de olhar do animal para o mapa em suas mãos diversas vezes a compreensão finalmente caiu sob ela. Timidamente se aproximou no cervo que abaixou a cabeça para ela, como uma breve reverencia. Tocou delicadamente a galhada do animal e em um tom maravilhado de afeto e entendimento exclamou:

—Pontas...

[...]

Ela se sentou ao lado de uma árvore, o cervo deitou ao lado dela. Ela acariciou gentilmente a cabeça do animal e resolveu perguntar curiosa:

—Então os outros também são como você? O apelido deles também tem haver com o bicho que eles se transformam?

O cervo bateu a lateral de seu focinho no ombro dela, brincalhão. Assim enquanto ela acariciava a cabeça dele logo começou a sentir o peso sobre ela mudar e quando se deu conta estava acariciando o cabelo rebelde de James. Ele deu uma risadinha ao ver a expressão chocada dela e então começou a falar:

—Almofadinhas se transforma em um cachorro, Rabicho em um rato e Aluado é um lobisomem, mas isso você já sabe. – Ela realmente sabia. Lily era bastante perspectiva, percebia como Remus simplesmente ficava “doente” toda meia noite e voltava cheio de feridas e com aparência acabada. Desde que descobriu isso no sexto ano vem estudando na biblioteca algo que poderia preparar  para ajuda-lo nos períodos da transformação.  Logo depois de um mês que James e Lily começaram a namorar teve a ideia de preparar uma poção calmante para tentar ajudar o Remus. —Faz tempo já que fazemos isso, é para ajudar o Aluado a não ficar sozinho durante as transformações...

—É muito nobre da parte de vocês, meninos. –Lily fala admirada, tanto pelo gesto de amizade como da capacidade deles conseguirem fazer algo assim mesmo sendo tão jovens. James balança a cabeça e assim um silêncio se estende entre eles. Não que não tivessem sobre o que falar, mas por que não era necessário. Lily continuava massageando os cabelos do outro que fechou os olhos só aproveitando os gentis toques dela. Palavras não eram necessárias para aproveitar aquele momento, ambos podiam sentir o amor e a ligação que tinham pelo outro.

Depois quando sentiram que começou a ventar, James se levanta do colo dela e estende um mão para ela levantar. Assim calmamente os dois começam a andar de volta para o castelo. O coração de James estava tranquilo. Finalmente ela sabia, não havia mais segredos entre eles. E ele não podia estar mais feliz.