High School Blindspot escrita por blindrepata


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas chegou! Capítulo frequinho esperando por você!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/783373/chapter/26

Jane

— Você exigiu que eu viesse. Estou aqui. Agora me diga: onde ela está, Ellen? – Pergunto aflita assim que chego ao QG.

Eu não vi outra escolha a não ser vir até ela e aceitar executar seu plano. Fazer o que Ellen exigia era a única forma de conseguir que ela libertasse minha filha. Tudo que eu queria era ver Avery crescer longe da doutrinação doentia da minha mãe. Queria que ela fosse apenas uma criança normal, crescendo numa família que lhe desse amor, carinho e atenção, tudo que eu nunca tive. Não interessava o que me acontecesse, Kurt e o team cuidariam dela se eu fosse presa. Tenho certeza que se dependesse de Nas eu não teria perdão, pois desobedeci as regras e estou agindo por conta própria. Mas faria qualquer coisa mesmo para salvar minha filha. E só eu sei do que Ellen é capaz.

— Ela está segura. – A mulher disse friamente. – E só a entregarei após o plano executado.

— Não! Quero ela com Kurt antes de tudo isso terminar. Se quer minha colaboração, terá que ser assim.

—Você sempre foi tão difícil, Remi. Essa sua paixão adolescente roubou seu foco. Essa missão é importante demais e está muito acima dessa sua paixãozinha sem nexo. Você acha mesmo que esse rapaz vai te receber de braços abertos para viverem de amor depois que tudo estiver executado? Sinceramente, eu achava que tinha sido capaz de te ensinar o que é realmente importante na vida. Lealdade é primordial. Amor só enfraquece as pessoas. Como mãe, estou decepcionada. Mas nem mesmo a maternidade deve impedir o que estamos tentando realizar aqui, Remi. Então vou fingir que sua traição não arrancou um pedaço do meu coração e aceitarei seus termos. Meu plano tem duas fases. Assim que você concluir a primeira delas, entrego a criança ao seu “querido Kurt” desde que você garantirá que também executará a Fase 2. – Ellen era astuta, sabia que ao executar a Fase 1, Remi perderia a capacidade de cobrar qualquer coisa dela. Foi mais fácil do que  ela poderia imaginar.

— Se temos um acordo, vamos começar o quanto antes. Me passe todo o plano. – Falo disposta a fazer o que aquela mulher queria para ter minha filha de volta em segurança.

Kurt

— Jane desapareceu. – Falo desesperado indo onde maior parte do team estava.

Eu me distraí um pouco enquanto conversava com Reade que queria de todo jeito agir dentro da lei e não nos dar chance de tentar resgatar a garota sem deixar o governo se envolver.

— Ela deve ter ido até Ellen. – Patty fala. 

— Precisamos encontrá-la e ajudar no que ela precisar. – Tasha fica desesperada com o sumiço de Jane.

— Tasha! Nós não podemos ir atrás dela assim! – Reade expõe sua irritação.

— Reade está certo, Tasha. – Nas fala. – A partir do momento que Jane escolheu ir sozinha ela não está mais com a gente.

— Como não está mais com a gente? – Fico nervoso. – Nas, você não tem o direito de fazer isso!

— Foi escolha dela, Kurt. – Reade está do lado da Nas mesmo. – Ela sabia o que estava fazendo quando foi sem a gente.

— E que escolha ela tinha, pessoal? – Tasha se levanta furiosa. – Uma mãe sempre estará do lado da segurança de seu filho. Jane está certa. Tem a vida de uma criança em jogo!

—Tasha... – Reade a adverte.

— Sem essa, Reade! Eu estou do lado da Jane porque tem uma criança envolvida. E você deveria estar também. – Vejo ela o fuzilar com o olhar.

— Eu estou do lado do que é certo, Tasha. – Reade tenta mostrar razão e me deixa ainda mais irritado. – Não negamos ajuda em nenhum momento. Encontraríamos uma forma de resgatar a criança. Mas o FBI não pode negociar com terroristas, muito menos ceder apoio para um ataque que pode custar milhares de vidas!

—E se fosse nosso filho?

Vejo Tasha se levantar e sair da sala com raiva seguida por Reade. Vou até Nas tentar convencê-la a apoiar Jane.

— Nas, por favor, precisamos pensar numa outra forma de abordagem. Sabemos que Jane está colaborando com Ellen contra sua vontade. Deve haver alguma brecha na qual podemos agir com mais cautela. Jane encontrará uma forma de nos enviar informações capazes de parar Ellen, tenho certeza disso.

Nas respirou fundo e me encarou.

— Kurt, seus sentimentos por Jane te impedem de ver tudo com clareza. Há muita coisa em risco aqui. E se Jane não for quem pensamos que é? Tudo isso pode fazer parte do plano de Ellen. Jane é Remi, não é? A filha de Ellen. Talvez ela tenha sido apenas um cavalo de Tróia, colocado entre nós para nos fragmentar com essa história mirabolante de uma criança filha de você dois.

Kurt ficou pensativo por um curto espaço de tempo.

— Não... Jane está do nosso lado. Ela não inventaria algo assim, não brincaria com meus sentimentos ainda mais enfiando uma garotinha no meio disso tudo.

Nas se aproximou e pegou a mão dele:

— Kurt, pense: foi a própria Jane que deixou escapar que a manipulação é a principal arte praticada por sua mãe. Por que ela seria diferente? Se Jane é tão confiável assim, por escondeu essa criança de você? – e deixou sua mão migrar para o rosto dele – Mas não se desespere. Você não está sozinho. Se não tiver como confiar em Jane, você pode confiar em mim. Estou aqui, ao seu lado e vamos levar isso até o final derrubando Ellen e quem a apoiar. Depois disso, vamos averiguar se essa criança realmente existe. Se toda a história de Jane for verdadeira, Ellen não fará mal à própria neta. vamos encontrá-la e devolvê-la a você. – e o puxou para um abraço.

Kurt ficou imóvel, impactado por tudo que Nas dizia. Seu coração queria acreditar em Jane mais do que tudo. Entretanto, seu lado racional foi abalado pelas palavras da agente da ASN. Só uma coisa era certa: Nas está irredutível e diz que já tomou sua decisão.

Pov Geral

— Tasha, me escuta. – Reade a encontra no vestiário. – Você sabe que Jane agiu errado quando decidiu sair sem a gente.

— E você acha mesmo que ela receberia algum apoio? Acha que Nas ou Mayfair ficariam do lado dela e tentariam resgatar a garota? Sinceramente, eu acho que não. E nós como amigos dela e de Kurt deveríamos estar do lado deles.

— Nós não podemos nos encrencar por causa dela, Tasha. Você está esperando um bebê e eu não quero que nada aconteça a vocês. – Reade disse dessa vez com mais calma e a puxou para junto dele que cedeu e retribuiu o abraço recebido.

— Eu sei, Reade. Também não quero que nada aconteça ao nosso filho. E não vai acontecer nada, prometo. – A morena falou acariciando o rosto de Edgar.

— Eu vou voltar pra lá e tentar desobrir o que Nas está pensando em fazer. – Reade depositou um beijo nos lábios da namorada e saiu.

Tasha está muito chateada com tudo isso e só quer encontrar uma maneira de ajudar Jane e a criança. Ela sabe que a troca que Ellen vai oferecer com certeza não será justa. Todos os caminhos parecem um beco sem saída, nenhum deles trará a garotinha de volta a seus pais, para crescer numa família feliz como deveria ser. Droga, talvez seus pais acabem matando um ao outro agora que estão em lados opostos.

— Tem alguma coisa? – Tasha chega até o laboratório onde Patty e Rich trabalham sem cansar a procura de pistas sobre Jane, a criança e sobre os planos de Ellen.

— Nas não quer que investiguemos... – Rich deixa vaga sua fala.

— Mas nós vamos... – Tasha fala.

— Sim, mas vamos ficar quietos. – Patty fala baixo. – Ainda não temos nada concreto. – A loura fala descrente. – Uma coisa aqui, outra ali, mas ainda está muito difícil juntar tudo para agirmos. 

— Vou ficar aqui e ajudar vocês.

— E Reade? – Patty quer saber.

— Ele não concorda muito com tudo isso. – Tasha fala desanimada. – Quer agir dentro da lei e fala que Jane foi porque quis.

— Aconteceu alguma outra coisa? – Rich perguntou. – Eu vi quando vocês chegaram...

— Não. – Tasha nega mentindo. – Está tudo bem.

Sala de Reuniões

 

— Você mandou me chamar, Nas? – Kurt chega à sala de reunião e a mulher está sozinha o esperando.

— Kurt. – Ela se aproxima do rapaz e coloca a mão no seu peito. – Eu tenho uma proposta a fazer pra você.

— Que tipo de proposta, Nas? – Ele estranha a atitude dela.

— Posso liberam um ou dois agentes para investigações em busca da criança. Mas estarei fazendo isso só por você. – Ela propõe. – Mas, para isso, preciso de você incondicionalmente do meu lado. Jane não está no pacote. Ela se virou contra esse país a partir do momento que voltou para o lado de Ellen.

— Nas, Jane é a mãe da minha filha...

— Ela é uma terrorista, Kurt! – ela diz com clareza. – Sei o quanto isso tem sido difícil pra você. Eu entendo. Jane não entendeu. Nunca entendeu, nem no passado nem hoje. Essa criança, se ela existir de fato, é ela quem precisa de você, não Jane. Com você ao meu lado, vamos neutralizar toda ameaça que Ellen representa para esse país. Então, poderemos recomeçar, construir uma nova família com sua filhinha. Estabilidade e segurança é tudo que você e ela vão precisar e sou a única pessoa que pode oferecer isso pra vocês agora, seja no campo família quanto no profissional.

Kurt ficou chocado. Sempre percebeu uma certa tensão sexual pairando entre ele e Nas. Não era nada comparável a seus sentimentos por Jane, mas estava ali. A mulher era exatamente o oposto de tudo que Jane representava em sua vida: trazia racionalidade enquanto Jane o arrastava para uma montanha russa emocional, trazia a força da lei enquanto Jane só pedia para ele contrariar as regras, trazia segurança e estabilidade enquanto Jane parecia ser o próprio caos.

Confuso, Kurt sai da sala pensando no que acabou de ouvir. Mesmo que seu coração ainda grite por Jane, Nas poderia ser a única chance real que sua garotinha tinha. E ele não podia perder outra garotinha. Respirou fundo e engoliu seco. Jane era adulta e tinha feito sua escolha. Chegou a hora de fazer a sua. Fechar com Nas era tudo que ele tinha de concreto agora. Talvez no futuro a vida lhe desse mais opções...

— Acho que tenho alguma coisa, pessoal! – Patty fala para Tasha e Rich. – Olhem aqui. Juntando todas as pistas anteriores consegui essas coordenadas. Pode ser a localização da menina.

— Eu não acredito, Patty! – Tasha fala empolgada. – Eu vou até lá. Me mande tudo no celular que vou pegar minhas coisas.

— E Reade e Kurt, não vai chamá-los? – Rich pergunta preocupado.

— Melhor não. – Tasha fala. – Reade não irá concordar e Kurt está sob os olhos de Nas, então terei que agir sozinha dessa vez.

Tasha vai até o vestiário se arruma e sai rapidamente conferindo no celular as mensagens de Patty. Ela precisa fazer isso. Ela lidará com Reade mais tarde.

Do outro lado da cidade

Jane escutou todo o plano de Ellen com calma. As lacunas eram evidentes. Havia algo ali que a mãe estava escondendo dela. Isso só fazia sua raiva crescer mais e mais. Respirou fundo tentando reencontrar o equilíbrio. Executaria a Fase 1 na Times Square deixando Roman com backup por Avery e por Kurt. Ellen garantiu que ninguém se machucaria nessa fase, então bastaria avisar o FBI a tempo de impedir a Fase 2.

Cuidadosamente, ela reuniu todas as informações que conseguiu sobre a Fase 2 arquitetou seu plano. Precisaria da ajuda de Roman para executá-lo. Parecia pouco aos seus olhos, mas Patterson e Rich terminariam de montar o quebra-cabeças. Com o pouco que Ellen lhe informou da Fase 1, Jane já temia não sair disso viva. Então, que seu corpo fosse a prova que o team precisava para derrubar a Sandstorm. Talvez assim, Kurt fosse capaz de perdoá-la algum dia.

— Por que isso agora, Remi? Acho que suas exigências já estão indo longe demais! – Ellen a confrontou.

— Minha vida não será a mesma depois disso tudo. Estou abrindo mão da minha filha por você. Quero eternizar minha decisão. Assim, ninguém nessa organização terá mais dúvidas sobre de que lado está a minha lealdade.

— Bom. É a primeira vez em anos que ouço você falar com sensatez. Você e Roman terão o tempo que for necessário. – Ellen diz saindo do quarto dos irmãos.

Pouco depois, tudo estava preparado. Jane se deitou na maca e respirou fundo.

—  Jane, você tem certeza sobre tudo isso? – O irmão pergunta preocupado ao  ver a irmã naquela situação.

— Eu não tenho escolha...

— Talvez exista outra forma, Remi.

— Vem aqui. – Ela o chama com a voz fraca de desânimo e o abraça. – Eu te amo. Você sabe que não podemos confiar em Ellen. Se eu perder minha vida executando a Fase 1 por ela, meu corpo terá todas as informações que o FBI precisa para derrubá-la. Por favor, me prometa que ficará seguro e fará de tudo para garantir que Kurt fique com minha filha...

— Eu prometo. Avery terá o pai e uma família de verdade.

— Então comece. São muitas tatuagens.

Edgar

— Patty, Rich! – Chego no laboratório e encontro os dois sozinhos. – Não encontro Tasha em lugar nenhum!

— Edgar... – Rich fala e percebo os dois se olharem estranhamente.

— O que foi, pessoal? Cadê minha namorada?

— Ela saiu. Foi atrás da pista do local onde a filha de Jane pode estar. – Patty despeja tudo de uma vez.

— O que? Ela foi sozinha? – Fico aflito com essa possibilidade. – Por que não me falaram e eu teria ido com ela.

— Ela pediu pra ir sozinha e disse que você não concordaria. – Rich explicou.

— Claro que não! Isso é loucura. Nós nem conhecemos essa gente direito. Não sabemos do que eles são capazes.

— Calma, Edgar. – Patty tenta me acalmar.

— Como calma. Eu vou atrás dela, me passem todas as informações. – Peço de olho nas telas. –  Ela não deveria ter ido sozinha. Ela está grávida!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura e me deixe saber o que você está achando!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "High School Blindspot" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.