High School Blindspot escrita por blindrepata


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Continuando de onde paramos no último capítulo.
Tasha grávida e Patty com uma pista quente do paradeiro da filha de Jane.



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Edgar

Ela estava na minha frente e eu ainda não tinha processado o que acabara de ouvir. Grávida. Vamos ter um bebê. Eu sonhei por noites inteiras com isso pelo tempo que passamos separados e agora estava acontecendo de verdade. Tasha, minha garota. Ela que foi minha amiga de infância. Nos confortamos nos momentos difíceis tantas vezes. Fizemos tantas coisas juntos. Natasha foi meu primeiro amor e eu a achava inalcançável, pensei que fosse impossível chegar até seu coração. Ela teve alguns namorados e eu era seu confidente. Quantas vezes eu me senti perdido por ser apenas isso pra ela. Eu queria mais, queria que ela me amasse, eu queria ser um dos garotos com quem ela saía. Eu queria beijá-la na porta de sua casa à noite. Eu queria dizer que a amava.

Quando tudo aconteceu, quando a beijei pela primeira vez eu não queria que acabasse nunca. Eu mal podia acreditar no que estava vivendo. Nós tivemos momentos maravilhosos juntos, tivemos alguns problemas também. E depois que eu fui para a faculdade tudo bagunçou. Passávamos muito tempo longe um do outro. Então tudo acabou e eu desmoronei. Ficamos anos sem nos encontrar e quando isso aconteceu revivemos o que tínhamos, foi forte, foi intenso, mal conseguíamos ficar longe um do outro. E agora? Ela está aqui e grávida. Era tudo o que eu poderia pedir.

— Tasha. – Falei após o choque. – Você está grávida? Uau!

— Olha, Reade, eu não pedi isso. Não sei o que fazer. Nós estamos juntos há tão pouco tempo e... – Ela estava muito nervosa. Eu a peguei pela mão e a levei até o sofá onde nos assentamos.

— Eu estou aqui, Tasha. Você não está sozinha. – Tentei acalmá-la.

— Você não precisa fazer nada se não quiser. – O que eu poderia querer fazer? Ficar com ela, claro, e com nosso filho. Isso não pode ter acontecido por acaso. Era um sinal de que poderíamos ter um futuro, e ter algo duradouro ao lado dela era tudo o que eu queria. Ninguém seria forçado a nada, pois o amor que sentíamos só se fortaleceria nessa criança que estávamos esperando. Ela devia estar insegura com a situação, mas eu queria acalmá-la e mostrar que estaria aqui, sempre.

— É meu filho também! Não tem essa de eu não fazer nada se não quiser. – Fiquei um pouco nervoso por ela ter esse pensamento.

— É que somos tão novos e um filho agora. Será que estamos preparados?

— Tasha. – Peguei em suas mãos tentando confortá-la. – Nós vamos fazer isso juntos. E se não estivermos preparados vamos nos preparar. – Toquei o rosto dela a fazendo olhar pra mim. – Vai dar tudo certo. Nós temos um ao outro.

— Tá bem. – Ela sorriu e eu a puxei pra mim e a abracei.

— Eu te amo, Tasha. Vai dar tudo certo, você vai ver. – Um filho! Acho que somos capazes de cuidar de uma criança, nossa criança.

— Eu também te amo, Edgar.

Já é a terceira vez que ouço o telefone tocar e preciso atender. É Patty. Precisamos ir.

— Tasha, se você quiser ficar e descansar, se não estiver se sentindo bem pra ir.

— Ed, não começa. Eu estou grávida, não doente. – Ela falou com firmeza.

— Okay! – Levantei minhas mãos em sinal de rendição e saímos.

 

Kurt

Nos encontramos no SIOC. A ligação de Jane me encheu de preocupação e de ansiedade. Chegamos todos muito rápido e eu conseguia ver o medo e a aflição estampados no rosto de Jane. Eu acabei de saber que tenho uma filha, mas pra ela era tudo muito pesado, ela passou sozinha por tudo isso e seu bebê foi tirado dela e dado como morto e, agora, saber que a garota está viva e não saber onde, eu nem imagino o que ela possa estar sentindo. Me assentei ao lado dela enquanto Patty explicava o que estava acontecendo.

Natasha e Edgar chegaram e não estavam com uma cara muito boa. Alguma coisa parecia estar acontecendo, mas a gente com tantos problemas acabava não reparando à nossa volta.

— Está tudo bem? – Perguntei quando Edgar se assentou ao meu lado.

— Sim, quero dizer, não sei, mas vai ficar tudo bem. – Ele falou um pouco confuso.

Nas chamou nossa atenção para os últimos acontecimentos.

— Encontramos o orfanato onde Avery estava, e fomos conferir e a garota não está mais lá. – Nas explicou.

— Seguimos algumas pistas que levam até essa mulher aqui. – Patty mostra no computador uma mulher. – Estamos tentando localizá-la desde então e não conseguimos nada.

O telefone de Jane toca e ela fica desorientada. – Preciso atender.

Jane se levanta e vai para o corredor em busca de privacidade, mas volta com uma expressão desesperada e Patty coloca os aparelhos no telefone dela na tentativa de rastrear a ligação, mas não dá tempo.

— Era Ellen. – Jane afirma. – Ela está com Avery.

— Vamos encontrá-la, Jane. – Falo. – Precisamos fazer alguma coisa, Nas.

 

Jane

Eu estou desesperada em saber que Avery está com Ellen. Aquela víbora está com minha filha e precisamos impedi-la de fazer alguma coisa com a garota.

— Eu vou até Ellen. – Falo aflita. – Talvez lá, consiga alguma pista sobre minha filha.

— Eu vou com você. – Kurt fala se levantando.

— Kurt, você não pode vir. Ellen jamais aceitaria. – Falo irredutível. – Se eu chegar lá com você, perco a única chance que temos de conseguir algo.

— Eu não vou deixar você ir até lá sozinha. Ela é uma psicopata, Jane. – Kurt fica desorientado. – Não sabemos quais são seus planos. É perigoso demais se sujeitar ao que aquela mulher quer.

— Vocês dois parem porque não podem se expor assim. – Nas fala na tentativa de colocar alguma sanidade em nossas cabeças. – Vocês acham que tem alguma chance indo lá sozinhos.

— Nas tem razão. – Edgar fala. – Precisamos de um plano.

— Não estarei sozinha. Roman está lá. – Eu peço.

— Jane... – Nas intervém.

— Ele é meu irmão e conhece Ellen melhor que ninguém. – Eu explico. – Roman é o melhor que tenho agora para conseguir localizar minha filha.

— E você acha que Ellen te quer lá para que? Uma reunião em família? É óbvio que ela não deixará você se aproximar da criança enquanto não executar o plano dela, seja lá qual for. 

— Você sabe que nunca estive de acordo em executar qualquer plano dela. Todos vocês sabem... Eu não tenho escolha. Nunca tive desde que ela me resgatou daquele orfanato.

— Você tem noção que, se voltar para perto de sua mãe, estará rompendo com todos os acordos que fez com essa agência, não é? – Nas é fria em suas palavras.

— É minha filha nas mãos dela, Nas! – Eu levanto o tom da minha voz.

— Jane, não podemos arriscar seu acordo. Não poderá ter Avery se acabar com uma pena de prisão perpétua por terrorismo. – Kurt tenta me dissuadir, temendo o pior.

— Jane, a criança é o trunfo que Ellen tem para te manipular. Ela não fará nada com sua filha até conseguir o que quer. Então temos tempo para agir. Nossa preocupação agora tem que estar focada na segurança de todas as outras pessoas desse país.

Eu me calo. Seria inútil dizer qualquer outra coisa. Todos naquela sala já tinham decidido como agir e confrontá-los naquele momento não me ajudaria. Encarei a antiga verdade: eu estava sozinha como sempre estive.

Kurt pareceu perceber que meu silencio dizia mais que palavras e se tornou minha sombra pelas próximas horas, temendo o que eu faria se descuidasse de mim. Fingi ter desistido de atender as exigências de Ellen e estar focada no plano de Nas.

Deu certo. No meio da tarde, ele chamou Reade para uma conversa privada. Provavelmente pediria para ser meu parceiro na missão para manter seus olhos vigilantes sobre mim. Ele era sempre tão protetor!

Essa era a oportunidade que eu precisava. Foi fácil me esgueirar para fora do prédio do FBI e desaparecer no metrô.

Quando me vi diante do QG de Shepherd, estremeci. Era um caminho sem volta. Tudo que tinha em mente era conseguir pistas sobre o paradeiro de Avery e enviar Roman no resgate para levá-la até Kurt em segurança. Enquanto isso, eu faria o plano de Ellen fracassar, sabotando-o de dentro, apesar de não saber ainda como faria isso.

Eu sabia que meu destino a partir dali seria cruel: prisão perpétua ou morte. Roman me odiaria pelo resto da vida. E não havia qualquer possibilidade de readquirir a confiança de Kurt depois de deixá-lo novamente.

Respirei fundo e aceitei: não havia qualquer possibilidade de um final feliz pra mim. Nunca houve. Mas eu faria o certo e garantiria a segurança de todos que amo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por acompanharem e não deixem de me dizer o que estão achando!!!



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