Filho, Meu Filho escrita por unalternagi


Capítulo 6
Capítulo VI. Apenas quando você está dormindo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo de hoje nos levando um pouco para a frente.

Postei a nova parte da história, agora sobre os pontos cegos que tínhamos. (Entre Nós) O primeiro capítulo é da Bella.

Espero que gostem do capítulo!



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Capítulo VI. Apenas quando você está dormindo

O vento frio corria ao redor do quarto todo, como que para lembrá-lo de como a casa e sua cama estavam frias sem a constante presença com a qual ele tinha se acostumado.

Sempre fora muito bom em ser sozinho, tinha se acostumado com aquilo porque nunca conheceu outra coisa, mas então ela veio atropelando tudo o que ele achou que conhecia, depois de anos, o sentimento de dividir o preencheu. Seu peito se encheu, e então ela foi embora, de novo.

Edward abriu os olhos para encarar a janela aberta, mesmo com o final do inverno castigando sua cidade natal, ela sempre gostou das janelas abertas, todas, se sentia estranha quando elas ficavam felizes, dizia que se sentia presa e a única janela que poderia ficar fechada era a de Riley. Ela e Edward dormiam com pijamas quentes e mais cobertores do que o usual, mas ele nunca se importou com aquilo, mas a falta de outro corpo na cama deixava o clima quase frio demais para aguentar.

Ele virou para o outro lado, o abajur dela aceso como ele estava acostumado a deixar. Ficou pensando em tudo aquilo, rolou para lado dela e apagou a luz. O quarto parecia escuro demais, o frio pareceu ainda mais presente.

Bufou batendo as mãos ao lado de seu corpo, cansado com a falta de sono. Não queria ter que assumir que a falta que ela fazia era esmagadora. Ele realmente sentia como se, a qualquer momento, fosse ficar sem ar, mas sabia que era besteira. Ela escolheu ir.

Debatia-se mentalmente, tentando dizer a si mesmo que ele não deveria estar preocupado, ela deveria estar bem, estava acompanhada.

Por que o aperto não saía de seu coração? Por dias tentava se convencer que era o temor de perder Riley junto com a falta já iminente dela em sua vida. Aquilo ele não aguentaria.

Sentou-se na cama ao reparar que já eram sete horas da manhã. Foi para o escritório que tinha em casa, arrumou alguns papéis que precisaria segunda-feira. Era seu final de semana de folga, aproveitaria para fazer algo com seus irmãos e filho, tentava desesperadamente tirar a mente de Riley da mãe, por mais impossível que essa missão parecia a cada dia que passava.

Reparou uma sequência de cadernos de couro, tamanhos e cores diferentes, ele ficou os encarando e então puxou o primeiro da coleção dele.

A pediatria era sua carreira, uma grande paixão que desenvolveu depois de ser pai com o intuito de dar um futuro mais bem estruturado a Riley, e para ele e Bella também, mas o desenho ainda era a paixão dele. Com o passar dos anos desenhou muito Riley – em todo o aniversário do filho ele fazia um desenho muito bem feito e cheio de detalhes. De Bella eram inúmeros esboços, em cantos de papéis enquanto trabalhava e nos cadernos que comprava para isso, todo começo de ano.

O caderno em sua mão era o de quando se conheceram, quando ela era apenas a “garota dos olhos solitários”, com aflição Edward olhava para aqueles desenhos, reparava como a pessoa que sumiu de sua vida se parecia com aquela desconhecida que Suplicia ajudava com tanto carinho.

Sentia certa tensão e agonia em pensar naquilo, por isso guardou o caderno em seu local de origem. Antes, ele gostava de comparar o primeiro caderno com os últimos para ver a iluminação crescente na face dela, como ela mudara no decorrer dos anos, mas tudo parecia ingênuo quando ele se lembrava de que ela tinha voltado à primeira estaca, sem que ele sequer tivesse a oportunidade de lutar contra aquilo.

Depois de anos, ele pensou que gostaria de ter um maço de cigarros consigo para relaxar. Quando Riley chegou em sua vida ele tentou acabar com todos seus hábitos nocivos, o cigarro foi o mais difícil de deixar, mas com um ano de muita dedicação e força de vontade ele conseguiu, sentia que era quase um pecado que ele estivesse desejando aquilo naquele momento.

Foi para a cozinha de sua casa, não se prenderia naquilo. Procurou na internet uma receita de waffles e fez tudo com calma, fez chá para ele – tentava cortar a cafeína para ver se conseguia dormir – e preparou um chocolate quente para Riley. Cortava os marshmallows em cima do líquido quente, preparado para levar o café na cama de Riley, mas foi surpreendido pelo garoto chegando na cozinha.

—Bom dia, papai – ele falou abraçando a cintura de Edward.

O pai sorriu, deixando a faca no balcão e se abaixou abraçando Riley e beijando seus cabelos.

—Bom dia, minha vida, está animado para hoje? – Edward perguntou.

Não havia ninguém para o observar naquela casa, mas se houvesse, perceberiam que tipo de pai Edward era: o que colocava o bem-estar de seu filho acima de qualquer coisa. A feição de Edward se iluminou assim que sentiu Riley por perto e, bem agora, parecia que tinha dormido uma ótima noite de sono.

—Vamos fazer o que? – o garoto perguntou sentando em um banco da ilha.

Edward começou a ajeitar as coisas ali em cima para eles tomarem o desjejum juntos. Colocou o chocolate quente na frente de Riley que sorriu amplamente para o pai.

—Vamos com a sua tia Vic para um ringue de patinação no gelo, aí almoçamos na casa do vovô e faremos uma maratona de filmes. Acho que o seu tio Lau vai aparecer lá mais tarde, ele disse algo sobre “as besteiras favoritas de Smiley” – Edward fingiu estar pensativo e o sorriso abrilhantou o rosto de seu filho.

—Pai, o titio sabe todos os meus doces favoritos, ele sabe comprar besteiras para eu comer e ele disse que eu tenho o mesmo gosto que ele – Riley contou orgulhoso, adorava se parecer com seus familiares.

—Claro que sim, duas crianças – Edward brincou e Riley riu para o pai implicando com o tio.

Conversaram amenidades e comeram um desjejum reforçado. Edward falou para Riley ir tomar banho que já ia separar a roupa dele, terminava de ajeitar as louças na máquina quando escutou a campainha. Ligou o aparelho e foi para a sala abrindo a porta para Victoria.

—Bom dia, irmaozão – ela falou animada – Cadê o meu sobrinho? – ela perguntou olhando ao redor, jogando sua bolsa no sofá.

—No banho, vou ajudá-lo a se arrumar – Edward falou indo apressado para o corredor.

—Ei, vá se trocar que eu ajudo o Riley – Victoria sugeriu e Edward sorriu, agradecido, e foi para seu quarto.

Ainda o cômodo mais frio da casa.

Foi para o closet que continuava com a bagunça que Bella tinha deixado, ele não tinha coragem de mexer em nada daquilo. Colocou uma roupa quente e foi ao banheiro, os cacos de vidro ainda na pia. Tinham uma diarista que limpava a casa, mas Edward a proibiu de entrar no quarto deles.

Escovou os dentes e ajeitou o cabelo vendo seu reflexo nos cacos que restaram na moldura simplista de seu banheiro. Deixou as coisas como estavam e foi para o quarto de seu filho.

Encontrou-o gargalhando com a tia que penteava o cabelo dele.

—Oras, eu tenho coordenação em terra, Ry, ainda tenho que ter com aquelas lâminas tão finas dos patins? – ela perguntou parecendo chocada.

—Titia, estou falando só que eu sou melhor que você nisso – ele falou cheio de si.

—Esse garoto tem a sua prepotência – Victoria anunciou reparando que o irmão tinha chego no quarto – Ah, que isso? – pareceu assustada ao olhar para Edward – Mas não mesmo, senta aqui nessa cama – ela ordenou e Edward ficou confuso, mas obedeceu e bufou quando ela começou a ajeitar o cabelo dele.

Riley sorriu percebendo que ela penteava o cabelo do pai do mesmo jeito que o dele.

—Bem melhor dessa forma – ela disse ao finalizar.

—Parece que não tem o conhecimento que minhas madeixas são independentes e gostam de cada uma seguir sua própria direção – Edward brincou – Eu vou usar uma touca.

—Oras, e Riley também, está realmente frio lá fora, mesmo assim tem que pentear o cabelo porque tem que – ela tagarelava e Edward riu.

Como sempre, Victoria era um raio de sol e animação onde quer que passasse, com os dois não foi diferentes. Edward sabia que ela patinava muito melhor do que deixava transparecer, Riley ficava rindo das patifarias da tia enquanto andava de mãos dadas com o pai e, depois, quando ganhou confiança ia sozinho e Edward ria dos dois que pareciam ter a mesma idade quando se juntavam.

Riley fez amizade com um outro garoto e, agora, Edward e Victoria os encaravam de longe.

—Ela falou com ele? – Victoria perguntou para Edward, o tom mais sério que o seu habitual.

 Não precisava ser nenhum gênio para saber de quem ela falava.

—Não ligou – ele falou simplesmente.

—Acho que é assim mesmo em retiros – ela comentou.

Não é que gostava de mentir para a irmã, mas parecia que seria melhor manter para si mesmo seus medos e inseguranças, ele não queria envenenar o pensamento de ninguém contra Isabella, apesar de tudo, ela ainda era a mãe de Riley e ele realmente acreditava que ela voltaria, não saberia dizer em que circunstâncias, mas ele amava Riley demais para deixar as pessoas odiarem sua mãe.

—Penso que sim – contentou-se em dizer.

No horário de almoço, o volvo preto estacionou em frente a mansão dos Cullen e, antes mesmo de Riley descer do carro, Esme e Carlisle estavam na porta o esperando. Riley se preparou para correr.

—Cuidado, filho – Edward advertiu alto.

Esme se abaixou e Riley se apressou abraçando a avó com força, logo depois passando para o avô que gargalhava com algo que ele falava e Edward não conseguia escutar. Edward e Victoria seguiram com calma, lado a lado.

Cumprimentaram os pais, Victoria com beijos e abraços. Edward com um aceno para Esme e um abraço rápido em Carlisle.

—Como foi no rinque? – Carlisle perguntou curioso.

Riley desandou a falar com a ajuda de Victoria para contar tudo o que tinham feito. Edward achava graça dos dois falando rápido. Vez ou outra entrava na conversa confirmando ou desmentindo Victoria que lhe mostrava a língua antes de continuar falando com os pais sobre sua manhã ao lado do irmão e do sobrinho.

—E não comeram nada, certo? – Esme perguntou séria.

—Não, vovó, a titia disse que tinha uma surpresa – Riley disse e Esme sorriu animada, segurou a mão do neto, o levando à sala de jantar.

—E realmente tenho, eu mesma cozinhei seu favorito – ela contou e o sorriso de Riley brilhou.

—Peixe e fritas?

—Peixe e fritas – ela concordou.

Riley sorriu animado, nesses momentos era mais fácil para Edward gostar de sua mãe.

—Vem filho, vamos lavar as mãos antes – Edward instruiu.

Os dois foram para o lavabo, seguidos de Victoria e se encontraram com Esme e Carlisle já sentados à mesa. Almoçaram juntos escutando, principalmente, a voz de Victoria e Riley. Era meio inconsciente, mas Victoria tinha uma espécie de ciúme de Riley que tomava a atenção toda para si mesmo quando estava no recinto, mas não era uma coisa ruim, apenas natural e ela agia muito bem contra aquilo.

Laurent chegou mais tarde, todos já estavam na sala escolhendo o primeiro filme que assistiriam.

—Ainda bem que não perdi nada – Laurent disse ao chegar na casa.

—TITIO – Riley comemorou correndo e pulando nele.

—Eu falo que ele prefere o Laurent e ninguém escuta – Victoria murmurou e Carlisle riu, a abraçando.

—Não seja tola, ele ama os dois – Edward disse em contrapartida e foi cumprimentar o irmão com um abraço.

De todos, Laurent era o único que sabia um geral do que realmente estava acontecendo. Ele encarou Edward, em uma pergunta silenciosa sobre Bella. Edward se limitou a negar com a cabeça e ele suspirou, forçando um sorriso e dando tapinhas nas costas dele.

—Vem, tio. Nós vamos assistir Mulan — Riley falava e Laurent comemorou, era o favorito dele.

—Também é o que mais gosto – Vic comentou com os braços cruzados no peito.

—Não é, o seu é A Pequena Sereia – Lau riu depois de cumprimentar os pais.

—Não é, é Mulan.

—Mentirosa.

—Você, quem te chamou? – ela falou enfezada e Laurent riu.

—Meu sobrinho – ele falou superior.

—Pois eu não vi você de manhã patinando com ele.

—E eu não a vi indo o buscar ontem na escola – Lau rebateu e ela olhou para Edward.

—Por que não pediu para eu ir? – perguntou magoada.

—Não sabia que estaria em casa.

—Eu saía do estúdio e o buscava.

—Oras, Lau estava de folga – Edward explicou e ela bufou novamente.

Eles riram da criancice de Victoria, mas Riley não gostava de desentendimentos, puxou Laurent para o sofá que Victoria estava e se sentou no meio dos dois com o saco de papel que Laurent tinha trazido.

—Titia, a gente divide – Riley falou e ela sorriu, encantada com o quão amável aquele garoto era.

A maratona começou bem, Edward saiu na metade do terceiro filme para fazer pipoca e reparou o céu escuro do lado de fora.

—E então? Alguma notícia? – Esme perguntou nas costas dele.

Se Edward não tinha vontade de dividir nem com os irmãos e o pai sobre Isabella, com a mãe era quase como se ele não devesse dividir nada. Esme fazia o que bem queria. Espalhou uma história infundada para amigos e família sem, sequer, checar com ele se estava tudo bem e, desde então, não tinham parado para conversar sozinhos.

—Não – falou friamente, pegando uma panela no armário da cozinha.

Preferia fazer a pipoca na panela, parecia mais saborosa.

—Eu sempre soube, sabe disso não é? – ela falou quase debochada, se encostando à geladeira.

Edward colocava o óleo na panela, não estava com paciência nenhuma.

—Não, não sei do que fala – ele disse sério, sem olhar para ela.

—Que ela ia embora, até acho que ela demorou a ir. E, francamente, ela ter deixado Riley com você me surpreende. Que ela era uma oportunista eu sempre soube, mas pensava que era uma mãe mais responsável do que isso.

Edward travou o maxilar, esperava o óleo esquentar, mas sentiu seu sangue completar o processo antes.

—Não abra a boca para falar da minha esposa, eu já te disse isso antes – falou irritado – E ela é uma mãe muito responsável, deixou nosso filho comigo. Eu sou o pai de Riley – disse se virando de volta para a panela.

Pegou o saco de pipoca e virou dentro da panela, os milhos fizeram barulho no fundo da panela e ele a tampou, mexendo a panela até escutar o primeiro estouro de milho, pensou estar sozinho, mas escutou a risada em escárnio.

—Eu queria ter tido a coragem de fugir – Esme murmurou, mas Edward não escutou, ou fingiu que não – Acha mesmo que ela vai voltar, Edward? Por que o faria? Eu via como se tratavam friamente, claramente nunca realmente se amaram e você não fez isso por outro motivo que não me tirar do sério, ao menos não acredito. Conseguiu um garoto, ótimo, mas ele não deveria ter que ficar com você, acha mesmo que pode ser um pai para Riley? Ainda mais um solteiro? Isabella não vai voltar e vocês dois vão cair num buraco escuro se não tratar de achar um jeito de encontrar uma nova mãe para ele – Esme falava séria.

Os barulhos do estouro da pipoca abafaram os passos de Riley, mas não abafou a voz da avó nos ouvidos do garoto, ao menos não a última frase que ela falou para atingir o filho, mas atingiu o neto.

—Eu não quero uma nova mãe – Riley falou se fazendo presente.

Esme ficou pálida ao reparar que ele estava ali. A maldade que sentia quando olhava para Edward não sentia ao olhar para Riley, ao contrário, sentiu-se culpada no momento que viu o garoto parado na entrada da cozinha.

Carlisle chegou sorrindo na cozinha e logo reparou o clima da cozinha.

—Não vai ter uma, filho – Edward falou rapidamente, indo para o lado dele.

—Por que a vovó disse que mamãe não voltará? – ele perguntou sério e Edward suspirou.

Carlisle encarou Esme sério, sem acreditar no que escutou Riley dizer.

—Porque ela não sabe o que diz, a vovó não entende nada sobre amar um filho como a mamãe entende, por isso que ela disse isso – Edward falou friamente e Riley engoliu em seco.

—Se me ama, por ela não me levou junto? – perguntou com a garganta arranhando.

Carlisle se apressou ao reparar que Edward tinha esquecido a panela no fogo. A falta do barulho dos estouros deixou o ambiente ainda mais silencioso e pesado

—Porque ela sabia que o papai ia cuidar muito bem de você e eu já te contei que onde ela está não é lugar para crianças – Edward falou sem saber o quão certo estava naquela afirmação.

—Papai, podemos ir para casa? – Riley pediu, os olhos começavam a brilhar com as lágrimas, já não se sentia bem na casa dos avós.

—Ei, amigão, não ia dormir aqui? – Carlisle perguntou querendo apaziguar o clima, sabia quanto Edward vinha se esforçando para tirar a cabeça de Riley das preocupações que tinha com a mãe.

—Hoje não, vovô, eu quero dormir em casa – ele falou encarando Edward, os olhos suplicantes.

Edward se levantou e pegou Riley no colo. Apesar da altura e peso dele, nada importava. Riley prendeu as pernas na cintura do pai sustentando parte de seu peso. Edward não disse nada, não conseguia. Foi para a sala pegando a carteira, celular e chave do carro no aparador.

—Ei, o que houve? – Lau perguntou se levantando ao ver o rosto sério de Edward e Riley escondido no pescoço do pai, começando a chorar.

—Pergunte a sua mãe – Edward conseguiu dizer antes de sair da casa dos pais dele.

Foi com pressa para o carro. Colocou Riley sentado no banco de trás e prendeu o cinto, então foi para o banco do motorista. A família queria os impedir de ir, mas ninguém se intrometeu em nada. Carlisle discutia com Esme na cozinha e logo Laurent e Victoria seguiram para o quarto.

Na casa deles, Edward se sentiu mais limpo, melhor. Era verdade o que havia dito, Esme nunca soubera amar Edward como Isabella amava Riley. Sentiu-se sujo de ter pensado menos dela em qualquer outro momento. Entrou com Riley abraçado a ele, o garoto só o soltou já na porta do quarto. Ao lado da cama de solteiro, a foto dos três, Riley a abraçou forte, beijou Bella repetidas vezes antes de bufar, se esforçando para tirá-la de dentro do porta-retratos.

Edward reparou que ele tremia. Foi para o lado do filho e sentou-se com calma na cama. Tirou o objeto da mão dele e tirou, com calma, a foto de seu lugar. Riley beijou Bella de novo e soltou o choro preso e dolorido.

Edward apenas o observava, Riley se sentou com as costas apoiadas na cabeceira da cama, de frente para Edward, abraçou a foto e voltou a beijar, suas mãos tremendo ainda, foi quando Edward percebeu algo.

No verso da foto, nunca tinha visto que tinha algo escrito.

—Filho, que isso? – Edward perguntou tentando pegar a foto, Riley não deixou.

Virou a foto para ver do que o pai falava. Sem conter a curiosidade, Edward sentou ao lado de Riley para ver o que dizia.

Amor da vida completa, não da minha, mas com certeza da sua.

Amei você quando ainda era apenas uma concepção, amei ainda mais quando se aninhou em mim. Você é tudo, filho. Um garoto lindo, inteligente e muito amoroso. Desculpa se está lendo isso e eu fiz algo que te magoou, mas juro que tudo o que eu faço é para te salvar. Eu não quero que você sofra. Nunca.

Desisto de mim para ter certeza disso.

Eu te amo, Riley. Para sempre. Não importa onde, nem como.

—M.

Riley sorriu para Edward, sua mente infantil não o deixou enxergar a aflição e as entrelinhas do que ela tinha escrito. Edward beijou a cabeça dele e disse que prepararia um leite para ele, mas ao invés disso correu para seu quarto.

Uma das poucas partes do espelho que não estava quebrada era a exata parte da “assinatura”.

—M.

Por que ela não assinou como “mamãe” como assinava todos os bilhetes que ela fazia para Riley? M? Ele ficou pensando naquilo, mas agiu em automático o resto da noite. Fez Riley dormiu e colocou a foto ao lado dele na cama, depois de ler de novo tudo.

Tudo o que faço é para te salvar.

Edward sentiu um calafrio quando releu aquela frase. Pareceu que alguma coisa encaixou na cabeça dele. Isabella não estava fugindo, não estava se escondendo, usou o cartão e o passaporte dela para viajar, ela estava em perigo.

Pensar naquilo remexeu no íntimo de Edward, ele sabia. Ela realmente estava ameaçada.

Discou o número que já estava em discagem rápida e trocou algumas palavras com Jenks que o garantiu que ela e o parceiro dela continuavam no último lugar que ele tinha dito a Edward, não foi difícil para Edward decidir o que faria.

Se ela não o deixava entrar, ele iria arrombar a porta.

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Entre Nós


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Notas finais do capítulo

E então? O que acham que o Edward vai fazer? E o que acharam da bruxa Esme? Por que será que ela é assim com ele? Vic, Lau e Carlisle são perfeitos.

Espero ver vocês na nova e última parte dessa história complexa. Logo devo postar em "Em Cima do Muro".

Um beijão!