Filho, Meu Filho escrita por unalternagi


Capítulo 5
Capítulo V. Nós continuamos caindo


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Sinto que demorei a voltar, mas estou fazendo o giro nas fanfics então sem informações vocês não ficam.

Se escolheram seguir apenas essa fanfic, sentirão tanta raiva da Bella quando o Edward - provavelmente -, caso escolham seguir a ideia toda, acho que a confusão vai crescer com esse capítulo.

De qualquer forma, espero que gostem.



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Capítulo V. Nós continuamos caindo

O sumiço de Isabella foi mantido fora dos holofotes. A família Cullen criou a aparência de que ela tinha ido a um retiro e todos os conhecidos diziam como aquilo era ótimo e como seria transformador para ela toda a experiência.

Esme criou a mentira toda, nem mesmo Victoria sabia a verdade e não era como se Edward concordasse com toda a mentira da mãe, mas também nunca havia dito nada. Estava focado em Riley e em encontrar Isabella. Morria de medo de que tipo de bomba poderia estourar se ele acionasse a polícia, e – contra todos os conselhos de Laurent e Carlisle -, ele continuava a fingir que estava tudo bem e que não era necessário o envolvimento policial em nada.

Sabia o quanto poderia perder, mas não mensurava o que Isabella poderia ter trazido para si, porque precisava sempre fugir.

Não ficou preso naquela ideia por muito mais tempo. Tomou os analgésicos que se prescreveu quando Carlisle enfaixou a mão dele. Tinha luxado o indicador e, apenas recentemente, os cortes começaram a se fechar apropriadamente.

O espelho quebrado do banheiro ainda não havia sido substituído, era uma memória que Edward não queria. Vinte e dois dias sem nenhuma notícia dela.

—Papai – Riley o chamou no quarto e Edward voltou para lá, apressado.

Smiley, deveria estar na cama já, filho – Edward disse amorosamente.

—Sinto a falta da mamãe – o garoto falou com a voz falhando.

Edward conteve o suspiro que queria sair. É claro que ele mesmo queria esquecer Isabella depois da falta de consideração que ela teve com ele, mas Riley era seu constante lembrete e, não eram saudades que sentia, ele dizia a si mesmo, aquilo era a raiva por ela o ter deixado para trás. Que não amasse Edward, mas nunca a perdoaria por fazer o filho deles sofrer daquela forma.

—Pode dormir comigo hoje, no lado dela, o que acha? Eu penso que ainda sinto o odor único do shampoo dela no travesseiro – Edward falou sorrindo e Riley concordou, feliz com aquela ideia.

Pulou na cama gigante que os pais dividiam.

Abraçado ao travesseiro de Bella, Riley respirava profundamente procurando qualquer coisa que o levasse para perto dela e, apesar do forte cheio de Edward no local, ainda sentiu o aroma da mãe dele ali.

Edward era, com certeza, todo o futuro que Riley almejava. Da aparência, até a gentileza, até mesmo a profissão ele queria dividir com o pai e o avô que apenas de orgulho lhe enchiam o peito, amava conversar com eles e escutar como as pessoas se lembravam de Edward quando olhavam para ele.

Mas era Bella seu porto seguro. O início de Riley era Isabella, e ele se sentia um barco sem porto para atracar. Queria sua mãe de volta, queria o cuidado e o aconchego dela. Apesar de não se lembrar de seu passado sem seus pais, o inconsciente de Riley sempre apontou para Bella como sua salvadora, realmente seu início, era de onde Riley vinha e, em seu íntimo, ele sabia daquilo.

—Sente o cheiro dela? – Edward perguntou se sentando na cama, ao lado do filho.

—Penso que sim – Riley murmurou, sonolento.

—Sei que sente a falta dela, também me é estranho não a ter por perto o tempo todo.

Riley abriu os olhos e Edward se viu preso naquele mar castanho acinzentado que era tão expressivo quanto os de Bella.

—Alguém na escola disse hoje que ela deve ter fugido de nós dois, que um retiro não demora tanto tempo assim para acabar – Riley murmurou.

Edward ficou surpreso e machucado que Riley tivesse escutando aquele tipo de coisas na rua. Era tão injusto.

—Ela nos ama, não teria razão para fugir de nós dois – Edward falou se deitando e acariciando os cabelos loiros escuros da cabeça do filho – Confia em mim?

—Mais do que nos garotos da escola – Riley disse com bom humor e Edward riu do filho.

—Eu te amo, Smiley— o pai sussurrou e o filho sorriu, fechando os olhos.

—Amo o senhor, papai – ele falou antes de se aconchegar mais ao travesseiro – E a mamãe também – murmurou antes de relaxar completamente.

Não demoraram muitos minutos até que Riley começasse a ressoar tranquilamente em cima do travesseiro que Isabella usara.

Edward se negava a pensar nas coisas como sendo delas. Tudo o que ela deixou para trás era o que ela não queria e ele tinha certeza que ela só voltaria quando precisasse de algo que esqueceu.

Pegou o celular na escrivaninha e achou estranho que Jenks não tivesse mandado um e-mail das coisas que tinha descoberto naquela semana. Era um relatório semanal, ele prometera.

No escritório da casa dele com um copo de leite quente com noz moscada – a bebida oficial de Edward desde que as noites insones começaram a afetar sua vida diurna – nas mãos, ele digitou o número que já estava em discagem rápida.

Achei estranho que ainda não tinha ligado — a voz grossa zombou do outro lado da linha.

J Jenks era um forjador de documentos que trabalhava com espionagem desde os primórdios, se assim poderia ser dito. Edward o conheceu quando, anos atrás, ele precisou de duas certidões de nascimento, uma de casamento, passaportes e mais algumas coisas que Jenks conseguiu em um tempo recorde e, o melhor de tudo, fazendo um preço bem amigável para a família que, claramente, precisava daquilo como um caso de vida ou morte. Edward havia gastado todas as suas economias naquilo, mas eram os documentos oficiais deles e tinha sido um dinheiro bem gasto.

Jenks não ouviu mais falar de nenhum dos três até que, duas semanas atrás, Edward o encontrou depois de muita investigação ele mesmo. Conseguiu o novo número de celular e o contratou para uma missão muito mais complexa: achar a esposa que não queria ser achada.

—Pensei que era incomum a falta de relatório – Edward falou sério.

Bebeu mais um gole de seu leite e pensou o quão ridículo parecia fazendo aquilo, qualquer outro estaria com um copo de uísque ou uma outra bebida alcoólica que acalmaria a mente, mas Edward não bebia desde que Riley havia chego.

Ele não seria um pai bêbado.

Precisava que ligasse— Jenks disse – Ela não mexia na conta desde que chegou à América, sabe disso...

Isabella Cullen não estava realmente se escondendo, Jenks pensava, ao menos não de Edward. Ela estava usando o passaporte para viajar e sacou de sua conta conjunta com Edward uma quantidade exuberante de dinheiro quando sumiu, tudo aquilo era rastreável.

—Sabe se ela está mesmo em Nova Iorque? – Edward pediu sem paciência.

Ela está sendo boa na contenção de gastos e imagino que ela esteja com algum documento falsificado porque não houve nenhum aluguel de carro e nem entradas de hotéis com o nome dela— de tudo aquilo Edward sabia, os relatórios entediantes de Jenks não o deixavam esquecer como ela era estranhamente boa em esconder seus rastros.

Era estranho para Edward pensar que não conhecia a pessoa com quem dividiu a cama por tantos anos. Jenks continuar falar foi o que surpreendeu Edward.

Ela usou o cartão de crédito da conta conjunta de vocês na Virgínia— Jenks contou e Edward se surpreendeu com a colocação dele.

—Como assim?

Assim mesmo, ela simplesmente o usou em uma cafeteria bem fuleira, se me perguntar, mas não perguntou então continuemos — Edward estava impaciente enquanto Jenks corria por suas anotações, o médico era alguém muito exigente e Jenks não gostaria de esquecer-se de lhe contar nada – Achei incomum o uso, foi anteontem e-

—Por que eu não soube disso antes? – Edward perguntou com o maxilar travado.

Imaginei que estivesse acompanhando tudo de perto, não recebe notificações do banco?

Não recebia do cartão de Bella e ela não recebia do dele. Ela sabia daquilo.

—Continue.

Liguei para a cafeteria pedindo a descrição da pessoa que o usou e uma garota simpática contou sobre a mulher que usou. Ela sequer pintou o cabelo, Edward, era Isabella na cafeteria, mas estava acompanhada de um homem...  – Edward sentiu o coração parar com a informação – Conhece algum Emmett McCarthy?— Jenks perguntou.

Edward sentiu o ódio crescer em seu peito. Ela não faria aquilo. Não sumiria da vida deles atrás de algum homem qualquer. Por que o faria? Nunca havia se entregado por completo a Edward, então seria aquilo? Ela amava alguém?

—Mande o relatório logo – foi tudo o que Edward disse antes de desligar o telefone.

Jenks estava acostumado com aquela tratativa. Não de Edward, porque normalmente o médico era ponderado e educado, mas, basicamente, o trabalho de Jenks era descobrir traição e marido nenhum gostava de descobrir aquilo.

O detetive continuou o trabalho que fazia antes de ser interrompido por Edward.

O médico, por outro lado, segurou o copo de leite terminando com o líquido lá de dentro. O resultado teria sido o mesmo se ele tivesse tomado café puro.

Sentia-se muito acordado e medos e inseguranças começaram a correr por ele.

Desde pequeno, sempre carregou a insuficiência de si mesmo nas costas. Não foi o bastante para seus pais, então para Bella e só uma pessoa o aceitou cem por cento, para uma só pessoa ele foi suficiente.

No quarto ele encarou o filho. O filho dele. Para Riley, Edward era tudo, mas a insegurança o bateu quando ele pensou na obviedade da questão.

Bella nunca o contara da onde Riley veio, mas as expressões de Riley e até mesmo um pouco do rosto lembrava Bella, era claro que ela era a mãe biológica dele e, se depois de todo esse tempo ela estava se encontrando com alguém, Edward pensou que não poderia ser outra pessoa que não o pai de Riley. O biológico.

Edward começou a hiperventilar e saiu do quarto para não acordar Riley.

Um choro doído irrompeu de seu peito e ele começou a se debater no sofá da sala. Não era justo, ele tinha dado tudo a ela. Tudo. Ignorando qualquer coisa material que poderia ser melhor atrelada a Carlisle que a ele, Edward lhe deu anos de sua vida e todo o amor que ele conhecia.

Não era o bastante.

Antes a dúvida bateu, talvez ela estivesse em perigo, talvez não quisesse ser encontrada para não entrar em conflito, para não expor Riley e Edward, mas o uso do cartão derrubou aquela teoria jogando uma nova na mente de Edward: Bella e o homem misterioso planejavam tirar Riley dele e, de todas as coisas horríveis que Edward já pensara de alguém, nunca tinha ido tão baixo quanto o fez ao pensar em Isabella naquela noite.

Esme esteve certa por todos os anos. Era uma oportunista que enxergou no garoto perdido de Harvard um trampolim para crescer na vida, nunca sequer pensou em Edward de outro jeito que não como um herdeiro.

E já na metade da madrugada, quando Riley chamou Edward, assustado no quarto, Edward lhe prometeu apenas uma coisa - sendo uma promessa tão ampla e sincera que ele quis externar para Riley escutar também.

—Que ela volte com qualquer pessoa, que não me ame ou nunca tenha me amado – ele sussurrou para Riley adormecido – Que Esme ganhe com a pose de quem havia me avisado e meus irmãos e pai me olhem com pena. Eu a perdi no momento que ela saiu por essa porta sem se dignar a falar comigo, mas você é meu – ele jurou – Meu filho. E não tem uma alma viva nesse mundo que conseguirá te tomar de mim.

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Em Cima do Muro


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Notas finais do capítulo

Um paralelo direto ao nome da fanfic.

O que acham que a Bella está fazendo? Quem é o homem "misterioso" e o que fez a Bella usar o cartão?

Nos vemos logo.